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ATENÇÃO!

História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

O Espaço Criativo não se responsabiliza pelo conteúdo das histórias hospedadas na sessão restrita ou apontadas pelo(a) autor(a) como não próprias para pessoas sensíveis.

Chaos

Escrita porLelen
Editada por Lelen

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ATENÇÃO! Essa história pode conter gatilhos. Se você está em um momento sensível, talvez essa não seja a leitura ideal.


Capítulo 15

Tempo estimado de leitura: 26 minutos

  Hoseok abriu a porta do apartamento onde morava com seu pai e entrou sentindo toda a alegria da tarde se esvair, como água escorrendo por um ralo que acabou de ser destampado. Depois do almoço ele e seus amigos haviam ido fazer uma visita a Jungkook no hospital e todos haviam se divertido bastante, incluindo ele próprio. Mas chegando ali em sua casa, o desânimo e sentimentos ruins haviam retornado como num passe de mágica.
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  O apartamento estava escuro, assim como seu humor começava a ficar. Hobi não fez questão de abrir as persianas que bloqueavam a luz do sol do fim de tarde. Naqueles momentos em que se sentia da pior forma possível, parecia que a penumbra o acolhia melhor do que a luz. Imaginou se sua mãe estivesse ali. Ela com certeza não deixaria as janelas fechadas e muito menos que tanta sombra ficasse dentro de um apartamento que ela chamasse de lar. O rapaz tentou manter o pensamento em sua mãe, mas nem mesmo sua imagem foi capaz de melhorar seu ânimo.
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  Hoseok se colocou deitado quase em posição fetal no sofá da sala e ali permaneceu, sentindo cada segundo da imensa solidão e tristeza que se espalhava por seu corpo.
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  Jimin estava sentado à mesa da cozinha observando sua avó preparar o jantar. Fazia algum tempo que eram apenas os dois naquela casa. Os pais de Jimin trabalhavam com reformas, ambos sendo arquitetos, assim, eles compravam casas antigas e aparentemente sem salvação por preços baixos para poderem reformar o lugar e revender a um preço mais alto. Quando criança, Jimin até acompanhava os pais, mas sua avó interviu dizendo que aquela vida, sem um lar fixo, não era saudável para uma criança. E assim, seus cuidados passaram para as mãos da anciã da família Park.
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  Mesmo longe, pais e filho se comunicavam com frequência. A separação não havia sido fácil para nenhum dos lados, mas os senhor e senhora Park sabiam que a avó do garoto tinha razão, mesmo que achassem que o lugar de um filho era ao lado de seus pais, ambos perceberam à certa altura que Jimin estava ficando tristonho com o fato de ter de se mudar de escola a cada semestre. Agora, ele não tinha do que reclamar, a não ser da saudade que sentia dos pais.
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  Saudade. Ela veio como um soco na boca de seu estômago naquele instante, somada à tristeza que estava sentindo nos últimos dias. Park Jimin não tinha ânimo sequer para abrir os olhos quando acordava e como Hobi não estava mais ensaiando como haviam combinado, ele não tinha por que se levantar. Claro, ajudava sua avó com as tarefas de casa, às vezes era chamado pela vizinha para ajudá-la em sua pequena venda, mas não havia uma rotina que o obrigasse a tentar combater aquele sentimento terrível e negativo.
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  — Jimin, o que anda acontecendo com você, querido? — A avó Park perguntou com sua expressão preocupada enquanto limpava as mãos em um pano de prato e voltava seu olhar para o neto.
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  — Nada, vovó. — Ele respondeu dando de ombros. Em teoria, realmente nada estava acontecendo.
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  — Você anda tão triste e desanimado ultimamente… — A senhora se sentou de frente para o neto, sua expressão numa mistura de preocupação com seriedade.
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  — De verdade, vovó, nada está acontecendo… Acho que talvez eu só esteja um pouco cansado…
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  A senhora Park sorriu um pouco tristonha, pensando se o neto estava lhe escondendo algo, mas ele diria se precisasse dela, certo?
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  — Fale comigo para qualquer coisa, meu querido. — Se levantou fazendo um carinho leve nas mãos estendidas de Jimin sobre a mesa e voltou aos seus afazeres.
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  Jimin não estava mentindo quando disse que nada havia acontecido para deixá-lo triste. Nada tinha acontecido. Mas os sentimentos, sensações e pensamentos continuavam ali, aparentemente sem motivos. Ele daria qualquer coisa para se livrar daquilo.
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  Yoongi encarou a parte do armário de sua cozinha que antes guardava as bebidas alcoólicas do apartamento e também seu velho isqueiro, %Kate% havia enfiado tudo naquele compartimento do armário para fazê-lo parar de beber tanto e também de fumar. Uma dose ou outra de vez em quando eram aceitáveis, mas sua garota não gostava de tê-lo bêbado como costumava ser antes dela.
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  O rapaz soltou um riso sem humor lembrando das duas pessoas mais importantes da sua vida. %Kate% e Jungkook. Os dois tentavam melhorar sua vida insignificante como se ela fosse mais valiosa do que qualquer coisa no mundo. 
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  Pouco mais de um mês antes ele havia deixado ela ir embora com um coração partido de volta para o Canadá. E um dia atrás, ele havia brigado com seu melhor amigo por ele ter tentado se livrar das dezenas de garrafas do “armário proibido”. De alguma forma chegava a ser engraçado o fato de que naquele mesmo dia, pouco antes de Jungkook invadir seu apartamento, o pensamento de Yoongi estava exatamente ali. Ele queria abrir aquela divisão do armário da sua cozinha e beber todas as garrafas que conseguisse até cair desacordado. Será que Deus ou seja lá quem havia enviado dois anjos para cuidarem dele? E ele estava fazendo o máximo de esforço para se livrar de ambos?
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  Yoongi se jogou sobre a cama e fechou os olhos. Por sua culpa JK estava no hospital e poderia até mesmo não estar mais ali. Claro que a forma como o amigo havia decidido “ajudar” também não contribuía muito. Onde já se viu entrar na casa de alguém e começar a “fazer a limpa” em seus pertences? Mas em partes Suga sabia que a culpa era sua. Jungkook já havia expressado sua preocupação — aparentemente exagerada — a respeito de seus novos hábitos — virar noites seguidas sem dormir, voltar a beber regularmente, não se alimentar de forma apropriada — de jeito sutil, agora ele conseguia entender isso. Mas Min Yoongi havia decidido ignorar completamente os apelos do melhor amigo cinco anos mais novo e continuar vivendo da forma que bem entendesse… Então Jeon Jungkook não havia visto opção a não ser apelar para o extremo.
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  Suga se lembrou do quanto havia ficado fulo com JK quando o garoto começou a enfiar as garrafas de whisky, vodka, vinho e tudo mais que encontrava no apartamento dentro de um saco enorme de lixo sem o menor cuidado. Yoongi começou a gritar com o amigo, mas ele não parou o trabalho, acabando por ser expulso do apartamento.
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  Quando Yoongi recebeu o aviso do acidente de Jungkook, ele sentiu um grande peso na consciência. Como poderia conviver consigo mesmo se qualquer coisa tivesse acontecido com JK naquela noite? Principalmente sabendo que provavelmente ele só havia sofrido o acidente porque estava distraído demais ruminando a briga que tinha acabado de ter? Yoongi se culpou até o último minuto antes de chegar ao quarto de hospital de Jungkook e constatar que ele estava bem na medida do possível. Quando o viu acomodado na cama cutucando sua comida com desânimo, Suga se permitiu respirar aliviado e deixar um pouco a culpa de lado.
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  Min Yoongi parecia estar fazendo de tudo para afastar as pessoas mais importantes de sua vida, mas estava extremamente aliviado por falhar daquela vez. 
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  18 de Setembro

  Jungkook despertou num sobressalto. Ainda era madrugada quando abriu os olhos de repente, tentando se localizar e com a sensação de que algo o havia acordado num susto. Ele havia ouvido um assobio… Será que havia sido sonho? Mas parecia real, vindo do mundo real. Ele até tinha acordado assustado, o coração palpitando… JK se concentrou no silêncio da noite para ver se ouviria novamente o assobio, mas passado alguns segundos, nada aconteceu. Ele esfregou o rosto e ficou ali, encarando o teto esperando que o sono voltasse. Já era quase de manhã quando voltou a fechar os olhos e sonhar com coisas aleatórias.
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  Depois do almoço, Jungkook decidiu dar uma volta pelo andar, estava cansado de ficar enfiado no quarto sem ter muito o que fazer. Ao sair para o corredor, já estava se direcionando para um lado quando bateu os olhos na numeração. Decidiu ir até MissEVE. Ficou encarando a porta fechada do quarto 712 debatendo mentalmente se deveria ou não bater quando a mesma se abriu de repente o assustando um pouco.
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  — Hei Chronos! — %Chloe% surgiu abrindo um sorriso radiante ao vê-lo ali. — Pensei que ia negar meu convite para visitas. — Murmurou rindo de forma marota e JK se viu rindo junto, um pouco sem graça.
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  — Foram longos dias os que se passaram… — Ele respondeu coçando a nuca e %Chloe% assentiu.
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  — Você tá livre agora? — A garota perguntou saindo de seu quarto e encostando a porta logo em seguida. — Tem uma área de “recreação” lá embaixo, a gente podia ir para lá descansar um pouco da monotonia. — Sugeriu.
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  Jungkook reparou que %Chloe% não usava mais o suporte com soro e remédios, apesar de ainda ter os acessos intravenosos no braço. Ela também parecia estar muito mais animada — se é que aquilo era possível — do que no dia anterior e mais corada também. Parecia estar se recuperando bem, afinal. 
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  Os dois foram até a área que o hospital deixava para que os pacientes pudessem espairecer um pouco, em silêncio. %Chloe% caminhou em direção a um banco de madeira e se acomodou ali, parecendo extremamente satisfeita com a luz do sol que batia em seu rosto e esquentava seu corpo.
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  — O que você quer falar, Chronos? — %Chloe% perguntou sem se virar para o rapaz ao seu lado, ainda apreciando o sol.
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  — Como assim? — JK murmurou confuso.
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  — Eu sei que você está doido pra falar alguma coisa. A sua cara te entrega. — Murmurou a última parte finalmente encarando Jungkook que ficou surpreso.
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  Ele queria perguntar algumas coisas sobre a garota, mas não imaginou que sua curiosidade estivesse tão na cara assim.
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  — Bem… — JK coçou a nuca um tanto desconcertado.
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  %Chloe% sorriu tentando encorajá-lo e parecia preparada para qualquer pergunta, ansiosa como uma criança esperando por alguma coisa.
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  — Eu estava me perguntando… Você está sozinha aqui? 
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  A expressão da garota perdeu um pouco da animação, mas ela manteve a postura.
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  — Desculpe, eu não quero ser intrometido… — Jungkook baixou o olhar encabulado.
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  — Minha mãe vem à noite. — %Chloe% respondeu ignorando o pedido de desculpas. — Ela tá sempre ocupada trabalhando. — Deu de ombros, voltando a encarar o céu.
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  O rapaz lembrou-se de algumas das conversas que tiveram online durante as madrugadas que os dois passavam jogando RPG. Apesar de ser bastante reservada sobre sua vida offline, às vezes MissEVE deixava escapar uma reclamação ou outra sobre seus pais. A mãe era promotora e o pai delegado. Os dois estavam sempre ocupados com algum caso do trabalho e quase sempre deixavam %Chloe% sozinha.
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  — Sinto muito… — JK murmurou sabendo o quão difícil deveria ser ter pais ausentes.
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  — Como ela diz, os dois precisam trabalhar se eu quiser continuar vivendo com o “luxo” que sempre tive. — O rapaz percebeu o sarcasmo na voz da amiga e sua expressão amargurada.
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  Ele podia imaginar que %Chloe% não se importaria em ter uma vida um pouco menos luxuosa se aquilo significasse ter um pouco de atenção do pai e da mãe. Jungkook queria ter palavras que pudessem confortar a garota, mas ele mesmo tinha problemas com seus pais, não fazia ideia do que dizer.
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  — Mas pelo menos agora eu tenho você. — %Chloe% disse simples, pegando-o de surpresa com a tranquilidade com que ela disse aquilo. — Não se sinta pressionado. — Ela riu quando olhou para a expressão dele. — É só que é muito bom ter alguém com quem eu posso conversar enquanto estou aqui. — Ela sorriu. — Ainda mais quando esse alguém é o grande ChronosAce. — Piscou marota.
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  — Pode me chamar de JK. — Ele sorriu de volta, achando a forma que ela tinha de chamá-lo engraçada. 
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  — Chronos é meu apelido particular para você. — Riu e piscou como se aquilo fosse um segredo entre os dois. — Assim, se algum dia você ouvir alguém te chamar desse jeito, vai saber que sou eu. — Gargalhou divertida.
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  — Certo, então, Eve. — JK entrou na brincadeira.
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  — Agora somos amigos no mundo real também. Isso não é maluco? 
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  Jungkook soltou um risinho baixo. Maluco era uma palavra que podia de fato ser usada para definir aquela situação.
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  Seokjin estava mais uma vez sentado em uma das mesas da cafeteria da Sexta Avenida esperando por %Julie%. Haviam marcado de se encontrarem novamente após a moça lhe enviar dezenas de fotos de sua autoria no chat do app de mensagens quase surtando. Ele riu ao se lembrar da urgência que %Julie% parecia estar sentindo quando enviou uma mensagem de voz para exigir que se encontrassem novamente. Ele não tinha ideia do que esperar daquela vez. Na verdade nem sabia exatamente por que ela queria tanto vê-lo, apesar de ter ficado satisfeito pelo contato.
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  Era pouco mais de 17 horas quando a moça adentrou o café de forma ansiosa e seguiu em direção a Seokjin quando o avistou. Ela puxou a cadeira à sua frente, sentou-se e o encarou de forma analisadora enquanto se acomodava melhor. Jin ergueu as sobrancelhas um tanto confuso com a situação.
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  — Eu sabia que te conhecia! — %Julie% finalmente exclamou apontando o dedo na direção do rapaz de forma quase acusadora.
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  Jin estava pronto para refutar aquela afirmação quando a mulher fez sinal para que ele esperasse. Ela pegou seu celular de dentro da pequena bolsa que trazia consigo e após procurar por alguma coisa nele, virou a tela em sua direção.
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  — Você é o senhor Kim! — Exclamou empolgada enquanto Seokjin encarava a coleção de imagens que se encontravam na galeria do celular da moça. Eram fotografias que ele tinha tirado e disponibilizado para uso comercial na internet.
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  — Meu nome é Kim Seokjin, mas nós nunca nos vimos antes. — Voltou a dizer. Ele tinha uma boa memória e além disso, tinha certeza de que se lembraria de uma presença tão vibrante quanto a de %Julie% se a tivesse conhecido.
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  — Não, eu sei. — Ela respondeu abanando o ar, ainda empolgada. — Mas eu já vi o seu rosto. — Completou séria.
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  A mente de Jin já viajava por "n" direções tentando entender o que aquela afirmação significava. Ela já o tinha visto antes? Como poderia? Ele estava vivendo algum tipo de delírio fantasioso? Mas a explicação era muito mais simples e mundana do que ele imaginava.
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  — Eu trabalho em uma agência de marketing e por dezenas de vezes você salvou a minha vida. — Concluiu. — Eu usei várias das suas fotos em nossos trabalhos. — Explicou enquanto deslizava as imagens em sua galeria de fotos. — E é claro que eu guardei a imagem do rosto do meu salvador na cabeça. Tá no seu perfil de artista. — Acrescentou ao ver que a expressão do rapaz continuava um tanto confusa.
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  Jin soltou uma exclamação de compreensão quando tudo se encaixou e quis rir da sua imaginação que havia criado centenas de teorias mirabolantes para tentar explicar aquilo.
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  — Quer dizer que minhas fotos te ajudaram? — Seokjin se ajeitou na cadeira e se inclinou um pouco para a frente.
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  — Como eu disse: você é meu salvador. — Ela sorriu animada. — E é por isso que eu e meus colegas te apelidamos como “Senhor Kim”, o grande mestre das fotografias perfeitas. — %Julie% havia dito aquilo em um tom tão glorificador que Jin sentiu-se um pouco envergonhado.
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  — São só imagens que eu acho bonitas. — Ele murmurou baixando o olhar, encabulado.
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  — São as fotos perfeitas. — A moça insistiu e Seokjin não pôde deixar de sorrir. — Eu sempre fiquei pensando como você deveria enxergar o mundo para conseguir capturar as coisas mais simples de uma forma tão… Única e inspiradora. — Naquele momento %Julie% ficou com o olhar um tanto distante e sonhador e o rapaz não conseguiu segurar o riso.
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  — Acho que da mesma forma normal como qualquer outra pessoa. — Deu de ombros.
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  A mulher fez uma careta leve, claramente aquela não era a resposta que ela esperava ouvir.
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  — Tá bom, hoje é a minha vez de pagar o seu café. — Mudou rapidamente de assunto empurrando o menu na direção de Jin que sorriu divertido.
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  — Um frappé será ótimo. — Murmurou ele sem nem precisar consultar as opções. %Julie% assentiu e ergueu a mão chamando a atenção de um dos atendentes.
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  — Um frappé e um espresso duplo sem açúcar, por favor. — Pediu sorrindo ao rapaz que havia ido até a mesa dos dois.
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  Um silêncio caiu sobre eles por alguns instantes, até o rosto de %Julie% se iluminar novamente.
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  — O Senhor do Tempo disse que vai lutar até o fim para ter o seu final feliz. — Anunciou de forma animada e Jin não conseguiu segurar o sorriso vendo tanta empolgação em um ser tão miúdo como %Julie%.
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  — Eu espero que seja o meu tipo de final feliz. — Riu da expressão contrariada da moça à sua frente.
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  — Pode ficar tranquilo. — Ela riu depois de alguns instantes. — Mas devo dizer que o caminho não vai ser fácil. Eu provavelmente teria desistido se fosse ele. — Deu de ombros, como se comentasse o tempo.
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  Seokjin se viu completamente indignado com a afirmação da moça.
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  — Como assim? — Exclamou ignorando completamente as bebidas que chegavam na mesa. — Você não ia querer correr atrás da sua felicidade? — Perguntou sem esconder a indignação.
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  %Julie% gargalhou com a reação e depois de dar um gole em seu café, sorriu.
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  — Você fala como se essa história fosse sua, não algo tirado da minha cabeça. — Sorriu ainda mais largamente vendo que o rapaz fez uma careta e ficou emburrado. — Bem, se eu estivesse no lugar do Senhor do Tempo, é claro que eu ia correr atrás do meu final feliz como ele. — Disse. — Mas estou pensando se fosse na vida real. Acho que eu não insistiria tanto em alguém… — Murmurou ficando pensativa logo em seguida.
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  Seokjin novamente se sentiu um pouco ultrajado, mas ao mesmo tempo ficou confuso. Os humanos costumavam ser o tipo sonhador e persistente, às vezes até mesmo egoístas para conseguirem sua parcela de felicidade e aquela mulher estava dizendo que não insistiria em seu “final feliz”?
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  — Não me leve a mal, é só que… Na vida real eu não imagino que exista uma pessoa que valha tanto a pena uma insistência. Com questões mundanas, sabe? — Ela explicou distraída. — Como insistir uma terceira vez com alguém que não deu certo nem da segunda e nem da primeira. — Continuou, brincando com alguns sachês de açúcar que estavam sobre a mesa, a expressão pensativa.
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  — Experiência própria? — Jin se ouviu perguntar e quase se arrependeu. Eles não eram próximos para ficarem tendo aquele tipo de conversa. Pelo menos não ainda.
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  — Pode-se dizer que sim… — %Julie% deu de ombros suspirando. 
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  Aquela afirmativa não havia deixado Seokjin muito feliz e constatar aquilo o deixou perplexo. Por que ele se importava? Mal conhecia %Julie%. Sequer sabia seu sobrenome ou o que fazia. Claro, havia descoberto que ela trabalhava com marketing e que nas horas vagas escrevia histórias mirabolantes, mas fora aquilo, ele não tinha a menor ideia de quem era aquela moça. Por que estava se importando?
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  — Você é do tipo que corre atrás da pessoa até o último segundo? — Ele ouviu %Julie% perguntar despreocupada e ficou desconcertado. — Ah… Desculpe, só tô sendo curiosa. — Sorriu sem jeito encolhendo os ombros.
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  Jin ficou pensando naquela questão. Nunca tinha se apaixonado em toda a sua existência. Não sabia dizer de que forma agiria se encontrasse alguém de quem gostasse. 
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  — Na verdade, eu não saberia responder a sua pergunta… — Disse por fim e viu a sobrancelha de %Julie% se erguendo levemente. — Eu nunca me apaixonei. — Murmurou tentando transparecer sinceridade.
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  A expressão da moça ficou ainda mais perplexa e então se transformou numa expressão de dúvida, desacreditada.
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  — Nunca? — Perguntou como se aquilo fosse impossível, mas recebeu um aceno de cabeça em resposta reforçando a afirmativa. — Isso é humanamente impossível. — Seu tom era quase acusatório. Jin quis rir. Ele não era humano há muito tempo. — Nem uma paixonitezinha por uma coleguinha do jardim de infância? 
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  Daquela vez, Seokjin não conseguiu segurar a gargalhada. Ele mal se lembrava de ter tido uma infância e mesmo que lembrasse, não faria diferença para aquela conversa. Ele não tinha frequentado uma escola como os humanos. Não tinha tido “coleguinhas”. Fora sempre apenas ele e seus irmãos, mais nada nem ninguém.
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  — Você só pode estar brincando! — %Julie% retrucou indignada.
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  — Desculpe. — Jin riu. — Mas nada de paixonites também.
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  A moça fez careta e pareceu particularmente ofendida, o que despertou um pouco da curiosidade dele. Ela teria algum interesse nele?
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  — Já entendi. — Retrucou cruzando os braços. — Você é daquele tipo “pega mas não se apega”. — Revirou os olhos parecendo um pouco irritada. — Nós, reles mortais, não somos o suficiente para chamar a sua atenção e nem para ocupar um pedacinho do seu coração. — Concluiu, mas naquele instante não aparentava mais irritação, e sim parecia estar se divertindo. — Eu tomaria cuidado com os corações partidos deixados para trás se fosse você.
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  Jin balançou a cabeça rindo como havia um tempo não fazia.
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  — Não é nada disso, %Julie%. — Sorriu achando divertido as especulações da moça. — Eu só realmente não tive a oportunidade de me apaixonar.
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  %Julie% fez careta.
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  — Você é estranho. 
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  Kim Seokjin não se sentiu nem um pouco ofendido com aquela constatação. Aquela moça à sua frente não sabia nem um décimo de suas peculiaridades. Talvez, se soubesse, não estaria ali tagarelando tão alegremente como se já o considerasse um amigo. O Senhor do Universo esperava com todo o coração que pudessem ser aquilo. Amigos.
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  Já passava das dez quando Jungkook finalmente se sentiu cansado o bastante para se acomodar melhor em sua cama. Havia sido um dia cheio, sua mãe havia aparecido no final da tarde para vê-lo e pretendia ficar ali para acompanhá-lo, mas ele se recusou em aceitar. Havia doído um pouco fazer aquilo com sua amada mãe, mas Jeon Jungkook estava cansado, só queria ter algum tempo para si mesmo, poder pensar em que rumo seguir e nas decisões que ele precisava tomar mas estava evitando até o último segundo. Depois que a senhora Jeon foi embora, ainda recebeu telefonemas dela e de seu pai. Não haviam brigado, mas ele sabia que o senhor Jeon não estava nada satisfeito com as atitudes do filho.
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  Jungkook queria muito poder ocupar a mente com outras coisas, mas havia muito pouco o que se fazer estando ali no hospital. Precisava se lembrar de pedir para que alguém levasse alguns livros ou um caderno para que ele pudesse ter o que fazer. Apesar de haver uma televisão no quarto, não havia muito que chamasse sua atenção por mais do que alguns minutos. O tédio estava chegando com força total.
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  Ele estava pronto para fechar os olhos e tentar dormir quando ouviu uma batidinha leve na porta. Esperou que alguma enfermeira entrasse apressada como costumava acontecer, mas a porta permaneceu fechada.
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  — Entra…? — JK murmurou um pouco na dúvida, a batida havia sido tão leve que talvez ele tivesse se enganado.
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  Mas a porta finalmente se abriu e %Chloe% enfiou a cabeça para dentro dando um sorriso tímido.
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  — Oi, Chronos… — Disse um pouco sem graça.
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  — Eve! — Ele sorriu largamente vendo a amiga. — O que houve? — Perguntou ficando um pouco preocupado, já que o sorriso estava sumindo do rosto de %Chloe% e ela parecia um pouco chateada.
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  — Será que eu posso ficar um pouco aqui com você? — Ela perguntou acanhada.
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  Jungkook ergueu as sobrancelhas, confuso.
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  — É só que minha mãe vai demorar hoje e… — A garota mordeu os lábios. — Eu não queria ficar sozinha. — Concluiu.
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  — Claro, entra. — JK disse voltando a sorrir. — Só não posso garantir que vou conseguir me manter acordado… — Riu sem graça coçando a nuca. Ele não queria soar como se estivesse apressando-a a sair, mas achou que seria educado informar que estava com sono.
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  — Não se preocupe, eu realmente só quero ter alguém comigo. Não pra conversar… Só… Pra ficar perto. — Explicou tímida.
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  Jungkook assentiu e %Chloe% foi se sentar na poltrona perto da cama do rapaz. Ela abriu um pequeno livro de bolso que ele não tinha reparado que ela trazia consigo e se acomodou recolhendo as pernas sobre o assento. 
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  — Você pode dormir, está com cara de quem está cansado. Eu vou embora assim que minha mãe chegar. — Ela sorriu.
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  Jungkook sorriu de volta e em poucos minutos já havia caído no sono. Um sorriso bobo e feliz estampando seus lábios mesmo depois de desacordado.
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