Carnificina


Escrita porStephanie Pacheco
Revisada por Natashia Kitamura


Capítulo 3

Tempo estimado de leitura: 25 minutos

  Precisei de mais uns minutos dentro daquele quarto pra poder me recuperar de verdade. Puta que pariu, era louco demais até pra mim, que não batia bem das ideias.
  Fiquei lá, feito um otário, com as calças abaixadas, o pau pra fora e um sorriso besta nos lábios.
  %Samara%.
  O nome da desgraçada era %Samara%.
  Perdi as contas de quantas vezes desejei que ela terminasse o que havia começado e sabe o pior de tudo? Ela terminou e eu não estava satisfeito. Muito pelo contrário, eu queria mais.
  A voz dela me provocando ao deixar claro o quanto estava molhada me fez desejar correr atrás de %Samara% para me afundar inteiro nela. Eu só descansaria quando estivesse enterrado em sua boceta, a ouvindo gemer o nome que havia me impedido de contar.
  Eu não podia negar, estava adorando aqueles jogos. Ela agia como caçadora e presa ao mesmo tempo e aquela atmosfera de provocação me deixava louco. No entanto, ao mesmo tempo, como tudo parecia depender do acaso, só imaginar o quanto teria que esperar para encontrá-la novamente me deixava extremamente impaciente.
  Porra. Ela devia ter pacto com o diabo ou algo do tipo, não era possível!
  Ou talvez %Samara% fosse o próprio satanás.
  Ri alto de meus pensamentos e quando a terceira pessoa se assustou ao me encontrar praticamente pelado e sozinho, resolvi que era hora de puxar minhas calças pra cima, fechar a braguilha e catar a minha dignidade do chão.
  Dei uma passada no banheiro e a minha cara não escondia nem um pouco que, no mínimo, eu tinha batido uma punheta.
  — %Jason%! Aí está você, gatinho. — Suspirei quando saí pelo corredor e dei de cara com Annie.
  Puta merda. Como eu ia me livrar dela daquela vez?
  Veja bem, eu até poderia empurrá-la para dentro de um dos quartos para fodê-la como tanto queria, mas, do jeito que as coisas estavam rolando, acabaria a chamando de %Samara% e levaria um merecido soco na cara.
  — Hey, Annie. Tá fazendo o que aqui em cima? — Cocei a nuca e olhei em volta, procurando algum conhecido para inventar qualquer desculpa.
  — O que você acha? — Ela lambeu os lábios. — Procurando por você, é claro.
  Suspirei ao constatar minha falta de alternativas, então a encarei nos olhos.
  — Annie, vou te falar bem a real. Hoje não rola, gatinha. Minha cabeça tá em outro lugar.
  Pronto. Meia verdade era a solução, afinal, se eu dissesse que estava pensando em outra mulher, também apanharia na cara, por mais que nós dois não tivéssemos compromisso algum.
  — Eu posso te distrair, você sabe. — Sorriu e uma de suas mãos me tocou no ombro para deslizar suas unhas por ali.
  Retribuí um tanto sem graça.
  — É sério. Eu recebi uma notícia meio difícil de engolir. Não sei nem por que vim pra cá. — Bom, aquilo era, sim, verdade. — Quer dizer, eu sei. Foi para o Stu não me encher o saco, mas enfim. Você entendeu.
  Annie fez uma careta chateada.
  — Tem certeza? Você parecia bem entretido comigo lá embaixo ainda há pouco.
  — Foi mal, mas eu não tava, não. Impressão sua, Annie. — Dei de ombros. Ela assentiu e, por fim, tirou sua mão de mim.
  — Bom, me liga então.
  — Pode deixar. — Pisquei para a mulher e aproveitei a deixa para me mandar dali.
  Voltei ao primeiro andar da festa e olhei à minha volta, sem conseguir evitar procurar qualquer sinal de %Samara%.
  Nada. Nem parecia que havíamos nos encontrado, mas delirando eu não estava, tinha certeza.
  Senti alguém esbarrar nas minhas costas com força e estava prestes a mandar a pessoa se foder quando vi que era Stu.
  — Cara, você encontrou a Annabelle? Ela estava doida atrás de você. — Foi a primeira coisa que ele disse, ao me reconhecer.
  Fiz uma careta.
  — Sim, dei de cara com ela na saída do banheiro.
  — E aí? — Stu me olhou ansioso.
  — E aí o quê? — Franzi o cenho.
  — Comeu ela?
  Gargalhei.
  — Você é um babaca, cara. Já te disseram isso?
  — Comeu ou não? — Ele ignorou completamente o meu xingamento, como se saber daquela informação fosse crucial.
  — Não. E eu preciso de uma cerveja. — Comecei a caminhar até a cozinha, e Stu seguiu em meu encalço.
  — Você tá doente? Desde quando rejeita mulher? Ela tava doida pra dar pra você.
  Revirei os olhos e sorri para uma garota que deixou a porta da geladeira aberta pra mim.
  — Nada a ver, Stu. Eu só não tava afim. A Annie sufoca o cara.
  — Daí depois não dá pra reclamar porque não comeu ninguém, seu lesado. — Ele me deu um tapa na cabeça e estreitei meus olhos em sua direção.
  Minha vontade era a de revidar no soco.
  — E quem falou que não comi? — insinuei e ergui uma sobrancelha.
  Os olhos dele se arregalaram.
  — Porra! Por que não falou antes? Quem foi?
  Gargalhei antes de beber um longo gole de cerveja.
  Quem fala que mulher é fofoqueira nunca conheceu Stu Macher.
  — Eu não sei quem ela é. — Resolvi contar pra alguém. Talvez dividir aquela história me impediria de enlouquecer.
  — Não perguntou o nome dela? — Foi a vez dele rir. — Boa!
  — Na real, eu perguntei, mas ela só me disse que era %Samara%.
  — %Samara%, é? — Stu pareceu refletir por alguns segundos. — Não sei se conheço.
  Certo, aquilo poderia ser preocupante, já que se tinha alguém que conhecia todo mundo na cidade, esse alguém era Stu.
  — Mas, me fala, ela é gostosa? — Ele nem me deu tempo para pensar e buscou mais detalhes.
  — Gostosa é pouco — suspirei e bebi mais uns goles de cerveja.
  — Ih, ficou gamado? — Stu riu.
  — Não viaja, cara! — Dessa vez eu, de fato, o soquei no braço.
  — Ótimo então. Porque de gamado já basta o Billy. Ele tá a noite toda grudado na Vega.
  — Ué, mas ele não veio com a Sidney? — Estranhei.
  — Veio, mas foi só a Hawthorne aparecer que ele saiu atrás dela feio um cachorrinho.
  — Tá com ciúmes, é? — insinuei, e meu amigo revirou os olhos, colocando a língua pra fora e assoprando.
  — Não, %Voorhees%. Já falei que a minha paixão secreta é você — zoou com a minha cara e eu terminei a cerveja.
  — Vai se foder, Macher. — Larguei a garrafa na bancada e o deixei ali para procurar alguma outra coisa para me distrair naquela festa antes que eu ficasse entediado o suficiente para querer ir embora.
  Ainda não era hora. Eu só iria quando tivesse certeza de que Pamela estava no milésimo sono.

🩸

  Acordei com uma dor de cabeça do caralho, isso que eu quase nem bebi. O problema foi que acabei ficando na festa por mais tempo que eu esperava e chegar às quatro da manhã para levantar às sete e meia nunca era um bom negócio.
  Se no dia anterior eu era o %Jason% %Voorhees% assassino mascarado, naquela manhã eu era apenas pó, ou talvez uma versão bem mal feita de um zumbi.
  Queria passar reto pela minha mãe e ir logo para o estágio, mas meus olhos custavam a abrir direito e eu precisava urgente de uma xícara de café.
  — Pelo jeito a festa foi boa, uh? — A voz de Pamela era doce, mas ainda assim fez minha cabeça doer mais.
  Uma careta se formou no meu rosto e, entendendo, minha mãe me estendeu um comprimido de Tylenol com um copo de água.
  — Valeu, mãe. — À contragosto, aceitei. Ainda estava irritado com ela por conta daquela palhaçada de casamento, mas não era idiota de negar remédio. — Tem café?
  Eu sabia que tinha. Era o meu jeito de pedir a ela para preparar uma xícara para mim.
  Folgado pra caralho, eu sei.
  Suspirando, Pamela concordou, e eu sentei à bancada da cozinha para esperar. Ela logo voltou com o líquido precioso, e senti meu espírito voltar ao meu corpo já no primeiro gole.
  Porra. Como uma simples bebida podia fazer aquele efeito? Eu cheguei até a revirar os olhos.
  Minha mãe me conhecia muito bem para saber que o momento certo para iniciar uma conversa comigo era aquele, após o primeiro gole do meu vício.
  — Então, como foi a festa?
  Mas eu sabia que não era bem sobre aquilo que ela queria conversar.
  — Corta o papo furado, mãe. Eu tô com dor de cabeça e um sono do caralho.
  Pamela suspirou.
  — Depois não reclame que não tento saber nada sobre a sua vida. E olha essa boca suja, rapaz!
  — Não tem nada para saber. Foi só uma festa. — Revirei os olhos e tomei mais um gole de café que quase esvaziou a xícara.
  — Você não tem nada programado para hoje à noite, tem? — Resolveu ir direto ao ponto.
  Ergui uma sobrancelha.
  — Não? Acho que não. Por quê? — Fiquei com medo da resposta e me preparei.
  — Ótimo! — O sorriso dela me deu mais medo ainda. — Farei um jantar para o John aqui em casa e eu gostaria muito que vocês se conhecessem, filho.
  Puta merda. Eu disse! Eu disse que vinha coisa!
  Respirei fundo e não respondi nada, só voltei a beber meu café.
  — O John vai trazer o filho dele também, tenho certeza de que vocês vão se dar bem. %Freddy% é um doce.
  Bufei e revirei os olhos. Minha mãe tinha um jeito engraçado de descrever as pessoas e eu ignorei aquele comentário porque tiraria minhas próprias conclusões.
  Eu não queria ir àquele jantar, porém sabia bem que não tinha escapatória, não sem magoar dona Pamela.
  Odiava toda a ideia dela casando assim sem mais nem menos, mas, no fim das contas, só queria que minha mãe fosse feliz.
  — Tá. Que horas vai ser isso?
  Minha mãe sorriu mais ainda e se aproximou para me abraçar, animada.
  — Sete horas. E, se não me engano, John avisou que %Freddy% vai trazer uma namoradinha também.
  Ótimo. Só ficava melhor.
  — O que eu não faço por você, né, dona Pamela? — Acabei rindo de má vontade e dei um beijo em sua bochecha. — Preciso ir.
  — Se cuida, filho. Te amo. — Ela continuava sorrindo de orelha à orelha quando me afastei e peguei minha mochila.
  — Esse cara não é vegetariano, né?
  Pamela riu.
  — Não, %Jason%. Não é.
  Ergui as mãos aos céus e segui para fora de casa.
  — Menos mal.

🩸

  Aceitar ficar para aquele jantar era uma péssima ideia. Eu podia sentir isso enquanto encarava o teto do meu quarto. Conseguia sentir o cheiro bom da torta que minha mãe estava preparando, mas de alguma forma eu sabia que iria me arrepender.
  Pensei em tentar escapar, porque ainda tinha tempo e era só me esgueirar pela janela. Stu havia me mandado mensagem uns minutos atrás, dizendo que ele, Billy e Vega fariam uma maratona de filmes de terror e aquilo não era muito melhor do que o jantar com minha mãe e a nova família dela.
  Suspirei. Eu precisava parar de ser amargo e filho da puta. Pamela deixou bem claro o quanto queria a minha presença e, mesmo não querendo estar ali, eu não podia vacilar.
  No entanto, também não me esforcei tanto assim para ficar “apresentável”, e foi a primeira coisa que minha mãe notou quando me viu adentrar a sala.
  — %Jason%!
  — Que é? — Ergui uma sobrancelha.
  — Vai trocar essa roupa, filho. John vai achar que você é um mendigo que eu abriguei. — Pamela deu risada, e eu estreitei meus olhos.
  — Ué, mas não é pra mim que ele tem que olhar. É pra você, noiva — debochei, e ela me encarou séria.
  — É sério, %Jason%. Se esforça só um pouquinho, filho.
  Odiava quando ela insistia daquela forma, fazia eu me sentir péssimo.
  Bufei e virei as costas para voltar ao meu quarto e vestir algo que ela poderia chamar de aceitável.
  Nesse meio tempo, escutei o barulho da campainha e dei de ombros. Sabia bem que Pamela me queria lá com ela quando abrisse a porta, mas era isso, ou eu receberia o futuro marido da minha mãe pelado.
  Escolhi uma calça jeans escura e uma camiseta do filme Facada. Coloquei meus tênis all-star, dei uma ajeitada no cabelo e segui para a sala, de onde eu ouvia algumas vozes.
  — Minha nossa, %Freddy%, mas ela é muito mais bonita do que você me falou! — minha mãe comentava.
  — Ah, que isso, dona Pamela. A senhora que é lindíssima. John tem muita sorte.
  Aquela voz.
  Eu conhecia aquela voz.
  Me senti congelar no hall da sala e desejei dar meia volta e correr para o meu quarto, afinal, não podia pirar de vez na frente de todos eles. No entanto, como um ímã, minha mãe virou o rosto em minha direção.
  — %Jason%! Filho, aí está você!
  Ir àquele jantar realmente havia sido uma péssima ideia e eu não tinha escapatória.
  — Ei, mãe — murmurei sem graça e ergui meu olhar para o que até então eu me recusava a encarar.
  Ao lado da minha mãe estava John, um cara grisalho, de olhos claros e uma expressão amigável demais para o meu gosto. Há alguns metros dele, estava o tal %Freddy%, uma versão loira e mais atlética do pai, o que me fez imaginar que praticava algum esporte, e, de mãos dadas com ele, estava ela.
  %Samara%.
  A desgraçada da %Samara%.
  Espera, ela tinha namorado?
  Pior, ela namorava meu mais novo irmão postiço?
  Puta merda, cara. Quanto mais fodido eu estava, mais era cutucado com força.
  — John, esse aqui é o meu filho, %Jason%. %Jason%, esse é o John.
  Sorri meio sem jeito para o cara e aceitei o cumprimento de mão, então engoli a seco quando minha mãe me direcionou ao casalzinho.
  — E aí, cara? Prazer, eu sou o %Freddy% e essa aqui é a Sam.
  — O prazer é meu, irmãozinho — ironizei, ao cumprimentá-lo, e %Freddy% soltou uma risada, me olhando como quem entendia o que eu estava passando.
  Se ele soubesse mesmo
  — %Jason%. — %Samara% abriu um meio sorriso ao se aproximar, e eu precisei de muito autocontrole para não suspirar quando me deu um beijo na bochecha.
  Filha da puta.
  — Ela não é linda, filho? — Minha mãe se meteu, e eu sorri após engolir mais uma dose de controle.
  — Realmente. Você se deu bem, hein! — Troquei um sorriso com %Freddy% e senti o olhar breve de %Samara% sobre mim.
  Ela estava fingindo que não me conhecia e eu não sabia bem o que era pior, porque como eu explicaria para meu novo irmãozinho que a namorada dele tinha me chupado numa festa dias depois de eu masturbá-la num cinema?
  — E você, cara? Tem namorada? — Estranhei um pouco a pergunta de %Freddy%, mas talvez ele só estivesse tentando puxar algum assunto, e apenas neguei com a cabeça.
  — Não, eu não sou de namorar. — Dei risada e senti mais uma vez Sam me olhar.
  Logo todo mundo estava à volta da mesa de jantar e, porra, minha mãe havia caprichado mesmo na torta de carne.
  Eu e %Freddy% trocamos redes sociais e conversamos um pouco. Ele era gente boa, mas eu não conseguia parar de olhar para a namorada dele.
  Não sabia o que aquela filha da puta tinha feito comigo, mas até o jeito que ela segurava o garfo estava me enlouquecendo.
  — Fã de Facada? — %Freddy% chamou minha atenção, e eu disfarcei minha boca aberta tomando um gole de suco.
  — Bastante. E você?
  — Não tanto. Eu curto mais terror sobrenatural, mas a Sam aqui tem uma coleção dos filmes da franquia. Você devia mostrar a ele qualquer hora dessas, linda. — %Freddy% sorriu para ela e pude jurar que senti os olhos de %Samara% faiscarem na minha direção.
  Lógico, porque tudo o que eu precisava era me imaginar no quarto dela.
  — Se ela for mais fã de Facada do que eu, deve ter um santuário. Tem certeza de que é seguro? — Ergui uma sobrancelha para ela, tentando não parecer tão sugestivo, e %Samara% riu. Uma risada harmoniosa e despropositadamente sedutora.
  — Pode ficar tranquilo, você vai sair vivo de lá, %Voorhees%. — Piscou na minha direção e se aquilo não era um flerte, eu não sabia o que era.
  %Freddy% pareceu não ligar, ou também não tivesse percebido, mas uma parte de mim quis duvidar.
  — Só preciso fazer uma pergunta antes de decidir se vou mesmo conhecer esse santuário ou não. — Me endireitei na cadeira.
  — Qual? — Ela trocou um olhar de soslaio com %Freddy% e se inclinou na minha direção.
  — Qual é o seu favorito da franquia?
  — O primeiro. Definitivamente. O assassino original é simplesmente uma delícia.
  Ergui uma sobrancelha e foi a minha vez de trocar um olhar com %Freddy%.
  Então nós três caímos na risada.

🩸

  Poucas horas depois, Pamela e John resolveram prolongar o encontro passeando pelas ruas de Woodsboro, enquanto eu, %Freddy% e %Samara% continuamos ali na sala, entretidos em mais uma conversa. Enquanto eu estava na poltrona menor, o casal se sentou no sofá grande.
  Eu não podia negar que até estava me divertindo, os dois eram muito fãs de terror como eu, e isso nos rendeu um bom papo.
  Odiava admitir, porém %Freddy% era um cara legal e %Samara% também seria, se eu não conhecesse seu outro lado.
  Me perguntei se %Krueger% fazia ideia de que ela o traía e em alguns momentos eu quase a entreguei, no entanto, algo me segurou.
  — Como assim você é amigo do Billy e do Stu? A Sam era vizinha da Vega antes de se mudar. — %Freddy% ria surpreso.
  — É Woodsboro, babe, quase todo mundo se conhece. — %Samara% apertou a coxa dele sem vergonha nenhuma e eu desviei meu olhar para meu celular, fingindo não ver.
  — Verdade. Eu lembro de ver o %Jason% por aí, mas você já se formou, né, cara?
  — Aham. — Fingi estar distraído só para não continuar encarando aqueles dois ou a forma como ela continuou com a mão nele.
  Parecia que Sam estava fazendo aquilo de propósito, só para me infernizar.
  — E por que você não se mandou de Woodsboro ainda? Na primeira oportunidade que eu tiver, quero dar o fora daqui. — %Freddy% trocou um olhar cúmplice com a namorada.
  — Sei lá. Eu consegui vaga na universidade daqui e um estágio no Departamento de Homicídios. Algo me prende a essa cidade. — Dei de ombros e, pelo canto dos olhos, senti que os dois se entreolharam de novo.
  %Samara% mordeu a boca para %Freddy% e eu me levantei, soltando a desculpa mais óbvia para deixar os dois sozinhos como queriam.
  — Vou ao banheiro. Por favor, fiquem à vontade aí.
  E saí de lá.
  Enquanto eu seguia até o banheiro, pude ouvir as risadinhas deles, então fechei a porta atrás de mim.
  Merda.
  Como %Samara% podia ser tão filha da puta? Trair o namorado e olhar na minha cara como se nada tivesse acontecido? Ficar provocando o cara na minha frente?
  Eu devia mesmo voltar lá e jogar a verdade na cara dos dois, no entanto, eu não tinha provas, tinha? Era a minha palavra contra a dela, mas…
  Porra. Eu tinha uma prova, sim.
  A calcinha dela guardada na minha gaveta.
  Porém lembrar de como eu a havia conseguido não foi a minha ideia mais genial.
  De repente, eu quis agir como um virgem estranho e correr para o meu quarto. Cheirar a calcinha dela enquanto batia mais uma punheta, só que, porra… Eu teria que esperar o casalzinho para fazer aquilo.
  O jantar havia acabado, certo? Eu estava cansado, poderia mandá-los embora.
  A que ponto eu havia chegado.
  Mas era isso. Talvez com um pouco mais de distância o juízo voltasse à minha cabeça.
  A passos determinados, segui de volta para a sala.
  Eu devia ter previsto os sons que ouviria quando estivesse perto o suficiente.
  Gemidos sufocados, respirações pesadas e o som inconfundível de algo… molhado.
  Puta que pariu.
  Hesitei no hall da sala. Era muita filha da putagem se comer na sala dos outros, mas eu também não era nenhum empata foda.
  — %Freddy%… — O gemido gostoso de %Samara% ecoou pelo ambiente.
  — Shh… Quietinha! — Mesmo ainda sem ver, conseguia imaginar que ele havia tampado a boca dela.
  E imaginar aquilo me deixou estranhamente excitado.
  Da forma mais silenciosa que pude, cruzei o hall da sala e dei de cara com a cena mais deliciosa que já havia visto.
  %Samara% estava deitada no sofá, com as pernas bem abertas, a saia erguida até a cintura e %Freddy% no meio delas, a chupando como se sua vida dependesse daquilo.
  Com uma mão tapando seus lábios, os gemidos dela se transformaram em suspiros sôfregos enquanto %Krueger% fazia questão de esfregar o clitóris inchado com a outra e socar a língua em sua entrada com vontade. Os olhos de Sam se reviraram nas órbitas, ela agarrou os cabelos dele e os puxou com força, como se quisesse guiar a cabeça dele.
  Fiquei paralisado ali por uns bons minutos, assistindo a forma como os quadris de %Samara% se movimentavam na direção dele, enquanto meu pau ficava cada vez mais duro e sedento por atenção.
  Antes que eu me desse conta, minha mão o apertava por cima da calça e a pressão quase me fez gemer rouco.
  — Vai, abre bem essa boceta gostosa pra mim, linda. — %Freddy% a olhou com o mais puro tesão e se afastou o suficiente para que ela o obedecesse.
  Caralho. Vê-la toda exposta daquele jeito estava me deixando louco, era quase como se eles soubessem que eram assistidos.
  Com uma mordida nos lábios, o olhar de Sam faiscou para %Freddy%.
  — Assim, meu bem?
  — Porra, assim mesmo, mas você sabe que se gemer alto eu paro, não sabe? — O tom sacana dele fez um bico se formar nos lábios dela.
  — Vai me fazer gozar sem poder gemer? Isso é tortura.
  — E você, como a putinha deliciosa que é, está adorando.
  Sem dar tempo para que ela dissesse qualquer outra coisa, %Freddy% tornou a se inclinar para lamber o clitóris dela e o chupar lentamente.
  Mais uma vez, Sam agarrou os cabelos dele com força, suas coxas se contorceram e eu não conseguia parar de esfregar o meu pau por cima da calça.
  Mandei a prudência para a casa do caralho.
  Foda-se.
  Eles que começaram aquela merda.
  Abri o meu cinto, o botão e o zíper do jeans e enfiei a mão para dentro da cueca. O tesão era tanto que meu pau chegava a doer e eu o tirei para fora para começar a acariciá-lo lentamente.
  %Freddy% chupou %Samara% com mais afinco e de onde eu estava dava para ver a boca dele toda melada. Como alguém que já tinha provado o gosto dela, fiquei sedento e com inveja do meu irmão postiço.
  Aumentei o ritmo das bombadas no meu pau e revirei meus olhos de prazer. Um sorriso enviesado se formou nos lábios de %Freddy% e, devagar, ele foi metendo um dedo na boceta de Sam.
  Caralho.
  O jeito que ela mordeu a boca me levou ao céu, porém seu gemido abafado logo em seguida me puxou direto para o inferno.
  %Freddy% afundou o dedo dentro dela e o girou gostoso. Ele retomou as chupadas e foi aumentando o ritmo, a preparando para meter o segundo dedo.
  Fiquei dividido entre continuar ali assistindo e me enfiar no meio dos dois só pra ajudá-lo a arreganhar aquela boceta gostosa.
  — Ai, caralho… Continua assim, vai — Sam sussurrou, e eu pirei. A voz dela era necessitada, sexy para um cacete.
  Fiz pressão na cabeça do meu pau e fui, acariciando com mais e mais intensidade. Meu baixo ventre começou a se contorcer e eu sabia que não demoraria muito para esporrar o chão da sala.
  — %Freddy%… — Mais um gemido escapou da boca dela e, com uma expressão leviana, %Krueger% aumentou a intensidade das estocadas, metendo os dedos tão forte que os quadris de %Samara% chegaram a balançar.
  Ela apertou os próprios seios e brincou com os bicos por cima da blusa, me deixando ainda mais louco.
  Minha mão se movia tão forte que eu tinha certeza de que não fazia mais silêncio algum. Meu peito subia e descia ofegante, meus olhos estavam fixos nos dois e eu queria muito gemer junto com ela.
  — Porra, %Freddy%, eu vou gozar! — O aviso dela me fez aumentar a intensidade de novo e o gemido alto e prolongado de %Samara% foi o estopim.
  Enquanto eu a assistia se contorcer convulsivamente na boca dele, gozei feito um louco, melando toda a minha mão. Alguns respingos caíram no chão da sala e eu mordi a boca pra não grunhir.
  Caralho. Puta que pariu.
  %Krueger% se levantou do meio das pernas dela, ajeitou a saia de %Samara% e a beijou com vontade.
  Eu daria qualquer coisa para sentir o gosto dela.
  Voltei para o banheiro, a fim de limpar a bagunça que acabei fazendo, e quando voltei para a sala os dois estavam lá sentados como se nada tivesse acontecido.
  — %Jason%, estávamos só esperando você voltar para nos despedirmos. Sam está cansada. — %Freddy% fez uma careta.
  Olhei para ela, vermelha e levemente ofegante, e depois para ele, com o volume mal disfarçado nas calças.
  Cansada, claro.
  — Tá certo. A gente combina algo qualquer dia desses. — Não sabia se realmente faria aquilo, mas eu precisava me livrar logo dos dois para processar direito o que havia acabado de acontecer.
  Finalmente nos despedimos e eu agradeci aos céus por eles não terem percebido a meleca que eu havia feito no chão da sala.
  Quando voltei para o meu quarto e peguei meu celular, percebi que ali havia uma notificação e quando li a mensagem meus olhos se arregalaram.

  Gostou do show?


  Nota da autora: Se quiserem receber avisos de quando a fic atualizar, bem como spoilers ou informações sobre minhas outras histórias, além de interagir com essa autora meio doida, me sigam no instagram e entrem nos grupos do whatsapp e facebook!
  Beijos e até a próxima!
  Ste

Capítulo 3
0 0 votos
Classificação do artigo
Inscrever-se
Notificar de
guest
0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Todos os comentários (3)
×

Comentários

×

ATENÇÃO!

História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

O Espaço Criativo não se responsabiliza pelo conteúdo das histórias hospedadas na sessão restrita ou apontadas pelo(a) autor(a) como não próprias para pessoas sensíveis.

Você não pode copiar o conteúdo desta página

0
Adoraria saber sua opinião, comente.x