Carnificina


Escrita porStephanie Pacheco
Revisada por Natashia Kitamura


Capítulo 2

Tempo estimado de leitura: 25 minutos

  As quarenta e oito horas seguintes ao acontecimento do cinema foram um verdadeiro inferno. Eu tentava focar em qualquer coisa que não fossem as lembranças da sensação daquela boceta quente nos meus dedos e da forma como a mulher se contorcia, me beijava e sufocava os gemidos na minha boca. O problema era que não pensar naquilo me exigia uma puta concentração e eu não tinha a menor condição de me manter concentrado.
  Percebeu o looping?
  Aquela garota fodeu comigo e antes fosse do jeito que eu queria, mas não. Eu ainda tive que caminhar de volta para casa com meu pau duro feito pedra, já que nem a cena mais broxante foi capaz de me acalmar.
  Nunca bati tanta punheta na minha vida. Falo sério. Parecia que eu tinha voltado a ser o moleque mela cueca, que esperava a mãe dormir para ficar a noite toda assistindo putaria.
  Como eu estava trabalhando? Nem eu sabia, mas estava.
  Talvez porque eu entrava em uma outra dimensão quando pegava algum caso para estudar, não sei dizer. Aquele tipo de coisa me dava um tesão diferente.
  Encarei o papel na mesa à minha frente e só então me dei conta de ter parado de transcrever a gravação de um interrogatório.
  Era protocolo ter tudo escrito e devidamente assinado pelos detetives responsáveis. Lógico que eu queria mesmo era estar em ação, interrogando e prendendo gente, porém ainda era o estagiário e fazia de tudo, desde servir café, até carregar cadáver se fosse preciso.
  Sim, eu já tive que carregar cadáver, mas isso é coisa para outra história.
  Suspirei e, antes de voltar a gravação, percebi também que meu horário de trabalho já tinha estourado.
  Ponderei se iria para casa naquele momento ou se ficaria mais um pouco.
  Lembrei que tinha uma festa para ir e fiz uma careta.
  Eu não dava a mínima para festas e as pessoas da minha faixa etária de fato não faziam muita questão da minha presença. Porém era Halloween, a melhor época do ano, eu poderia me vestir de assassino sem ninguém julgando, e meus dois únicos amigos encheriam a porra do meu saco caso eu não fosse.
  Sem falar no álcool de graça. Eu precisava dele urgente.
  Murmurei uma despedida desajeitada e recebi algumas respostas simpáticas. A delegacia era um dos poucos lugares onde não me achavam totalmente esquisito. Minha mãe também nunca tinha pegado nenhum policial, pelo que eu sabia.
  Cobri minha cabeça com o capuz do moletom e coloquei as mãos nos bolsos, enquanto seguia firme em cima do skate. Pamela já tinha me oferecido pagar uma condução e até mesmo usar nossas economias para comprar um carro usado, porém recusei. Gostava de sentir o vento bater no meu rosto, principalmente naquele horário.
  — Filho? — Escutei a voz dela quando passei pela casa em direção ao meu quarto, estava com pressa para tomar banho logo e não respondi.
  A água estava quente demais para o meu gosto. Abaixei a temperatura, e, mais uma vez, a maldita mulher do cinema estava nos meus pensamentos.
  Puta que pariu. Sabia que não teria jeito.
  Lá se iam mais minutos da minha vida tentando me livrar da ereção latejante, enquanto imaginava meu pau deslizando para dentro dela em vez de meus dedos.
  Era crueldade demais. Nem seu nome eu sabia. Porém eu não precisava saber daquilo para lembrar do jeito gostoso que ela gemia enquanto eu me acabava naquela boceta.
  Nem a chuveirada gelada foi capaz de me conter, muito pelo contrário, a água parecia prestes a ferver quando encostei minha testa na parede e mantive os olhos fechados e os lábios apertados para não grunhir muito alto.
  Porra. Estava tudo na minha cabeça, mas, ainda assim, era bem real e eu gozei de uma forma alucinante.
  Talvez o filho da puta da história fosse eu, que entrei naquele cinema para começo de conversa.
  Maldito Halloween.
  Michael Myers que se foda.
  Eu até tinha pensado em usar a fantasia dele, mas estava puto demais para isso. Resolvi criar meu próprio assassino.
  Coloquei uma calça jeans clara, uma camisa escura e de mangas compridas, e calcei meus coturnos.
  Me encarei no espelho para pensar no que poderia usar para me caracterizar. Eu tinha um facão falso e…
  Uma máscara de hóquei?
  — Vai ter que ser.
  Coloquei aquela porcaria no rosto e eu podia usar um dos batons da minha mãe para fingir que era sangue.
  Estava bom. Não era como se tivesse a intenção de impressionar alguém.
  Tirei a máscara para dar um jeito nos meus cabelos e passei um pouco de perfume antes de meter meu celular no bolso traseiro da calça e seguir até o quarto da dona Pamela.
  — Mãe?
  A porta estava entreaberta, porém fiquei parado ali. Eu nunca invadia o espaço dela sem permissão.
  — Mãe? — chamei de novo, quando não recebi resposta.
  — Oi, filho. Foi tomar banho de perfume? — Levei um susto ao ouvir a voz dela atrás de mim.
  Me virei e ela deu risada da minha cara.
  — Muito engraçado. — Rolei os olhos.
  — Stu já tá aí na frente.
  — E ele não entrou por quê?
  — Para você não demorar porque ainda falta o Billy. — Ela deu de ombros e passou por mim para entrar no quarto.
  A segui, enquanto fazia uma careta confusa.
  — Mas por que ele não passou lá antes se é caminho? Puta merda.
  — Olha a boca, garoto.
  — Me empresta um dos seus batons vermelhos para eu imitar sangue.
  — Para estragar, você quer dizer. — Foi a vez de Pamela revirar os olhos, porém ela não negou e seguiu para o banheiro, voltando logo em seguida com uma bolsinha de maquiagem nas mãos. — Vem aqui que eu ajudo.
  Eu não queria ajuda, mas também não recusei. Minha mãe parecia ansiosa ou era impressão?
  — Quem você é? — Ela tentou adivinhar ao dar uma olhada nas minhas roupas, demorou uns dois segundos na máscara e fez uma careta confusa.
  — O %Jason% — respondi, simples.
  — Ha-ha, muito engraçado. Falei da fantasia, moleque.
  Abri um meio sorriso.
  — Eu também.
  — Mas por que essa máscara? Não entendi. Achei que você ia de Michael Myers.
  — Eu ia, mas vai ter uns trinta usando a mesma fantasia, então inventei o meu próprio assassino.
  Pamela sorriu também, parecendo gostar da ideia.
  — E você deu o seu nome para o assassino?
  — Dei.
  — Você é meio esquisito, filho.
  — Eu sei. Já me falaram isso.
  Nós dois rimos.
  Um breve silêncio aconteceu enquanto minha mãe usava um pincel para passar o batom em algumas partes do meu pescoço e fingir respingos. Não sei como, mas até que estava dando certo.
  De novo, ela me pareceu ansiosa.
  — Mãe, tá tudo bem? — Resolvi perguntar, porque aquilo estava me dando agonia.
  Pamela parou e suspirou fundo ao me encarar nos olhos.
  — Você tem um minuto? Precisamos conversar sobre uma coisa.
  Ih, lá vinha.
  — Se você se entender com o Stu depois. — Tentei não demonstrar como de repente fiquei apreensivo.
  Tinha uma ideia do que poderia ser, mas preferi esperar ela dizer.
  — Tá bom. Senta aí. — Indicou a beirada da cama, e franzi o cenho ao obedecê-la.
  Mais uma vez, minha mãe suspirou antes de sentar ao meu lado e pegar uma de minhas mãos.
  — Porra, você tá me assustando! — reclamei, mas não me soltei dela.
  — %Jason% %Voorhees%, olha a sua boca! — A cara feia de Pamela me fez rir.
  — Desculpa, desculpa.
  — John me pediu em casamento.
  Oi? Casamento?
  Espera.
  — Quem é John? — Eu não queria que minha voz soasse tão esganiçada, porém não consegui evitar.
  — Como assim, quem é John? É o meu namorado, moleque!
  — Teu namorado não era o Mack alguma coisa?
  — De onde você tirou que o Marcus era meu namorado?
  Tive que rir quando Pamela me corrigiu. Ela também não aguentou.
  — Foi mal aí, mãe. É meio difícil acompanhar a sua vida amorosa.
  Seus olhos se estreitaram.
  — Vou fingir que não estou ouvindo meu próprio filho me chamar de galinha.
  — Eu não tô, é você que tá dizendo. — Dei de ombros e recebi um tapa. — Ei!
  — Fique quieto. Me deixa terminar de contar.
  — Tá. O Mack te pediu em casamento. Você aceitou?
  — John! E sim, eu aceitei.
  Não sei se era porque eu não estava colocando muita fé naquilo, ou só não processei direito, mas continuei calmo.
  — Entendi… Parabéns, eu acho.
  — %Jason%.
  — O quê?
  — É sério.
  — Eu acredito. — Assenti.
  — Não, não acredita. — E, para provar seu ponto, me mostrou a mão esquerda, onde havia um anel delicado e visivelmente caro.
  Puta que pariu.
  Arregalei os olhos, porque, de fato, eu não tinha colocado fé naquela conversa até o momento.
  — Caralho, mãe, você pirou?
  — Já chega. Mais um palavrão desses e eu esfrego sua língua com sabão. — Ela ficou puta.
  — Acha mesmo que consigo raciocinar numa hora dessas? O que você tá pensando, Pamela? Quanto tempo faz que está com esse cara? — E, num piscar de olhos, era como se eu fosse o pai dela.
  — Pamela? — Minha mãe ergueu uma sobrancelha, não gostando nada da inversão de papeis, porém não dei a mínima. A indignação falava muito mais alto.
  — Quanto tempo?
  Pamela bufou.
  — Não faz diferença. Eu aceitei, %Jason%.
  — Já entendi que aceitou, mas ao menos isso tenho o direito de saber, não acha? — Eu estava a ponto de estourar e sair porta afora, mas ainda consegui aguentar.
  — Cinco semanas. Satisfeito?
  Fiquei em silêncio para tentar processar aquela informação.
  Se a situação fosse inversa e eu quisesse me casar com cinco semanas de namoro, com toda a certeza dona Pamela me internaria.
  — Eu sei o que você tá pensando. Se fosse você no meu lugar, eu estaria surtando.
  — Não me vejo pedindo ninguém em casamento, mãe. Ainda mais com cinco semanas de namoro. — Então arregalei os olhos mais uma vez quando um pensamento me ocorreu. — Espera, você tá grávida, não é? Puta que pariu, mãe!
  — Quê? De onde você tirou isso? Sabe muito bem que não posso mais ter filhos, você quase me matou quando nasceu, moleque. — Ela me olhou feio.
  Pus a mão no coração e suspirei, aliviado.
  É, eu tinha esquecido daquele detalhe.
  Não é que eu não quisesse um irmão, até seria maneiro, só que nós não tínhamos condições para uma mudança daquele porte.
  Ou ao menos era o meu pensamento.
  — Antes que você volte a chamar palavrão, deixe eu terminar de falar. — Pamela soltou uma risada nervosa e aquilo me fez encará-la, incrédulo.
  Ainda havia mais?
  Apenas assenti, incapaz de abrir a boca.
  — John sabe do nosso perrengue para pagar aluguel todo mês e não vê sentido nisso agora que estamos noivos, então ele sugeriu…
  Sabe a merda da lei de Murphy? Eu odiava aquela porra.
  — Não! — a interrompi, praticamente gritando.
  — Filho…
  — Já não basta essa piração de casar, você ainda quer me fazer ir morar com um cara que não faço ideia de quem é?
  — Na verdade, é com ele e o filho dele, mas…
  — Chega, mãe. Eu não consigo continuar essa conversa. — Me levantei, indignado demais. Sabia que se continuasse ali, acabaríamos brigando feio.
  — %Jason%, não faz assim.
  — Mãe. Eu preciso ir. Isso já cagou com o meu clima para festas, mas a porra do Stu tá lá fora me esperando. Depois a gente se fala.
  Pamela suspirou e assentiu.
  — Tome cuidado e não faça o que eu não faria.
  — Relaxa. Eu não faria nem o que você faz. — Sorri fraco e me aproximei para dar um beijo em sua bochecha. — Pensa bem, dona Pamela.
  — %Jason%… Eu só quero dar uma vida melhor para a gente. — Ela me encarou nos olhos.
  Foi a minha vez de suspirar.
  — Eu sei. Depois conversamos.
  Então saí tão atordoado que, quando estava quase chegando à porta, tive que voltar para buscar a maldita máscara.
  Pude jurar ter visto ela enxugar o rosto rapidamente quando entrei no quarto, porém fingi que não e me apressei.
  — Porra, até que enfim. Achei que tinha morrido! — Stu gritou, ao me ver passar pela porta da frente.
  — Para ser sincero, antes fosse isso, cara. — Fui correndo até o carro e logo me sentei no lugar do carona.
  — Ih, o que rolou dessa vez?
  — Melhor não falar agora. Só vamos de uma vez porque o Billy deve estar doido esperando e eu ainda não entendi o motivo de você ter vindo aqui primeiro.
  — Não te falei? O Billy já tá lá. Ele foi com uma gata. — Sorriu malicioso.
  — Ao menos alguém vai se dar bem. — Dei risada.
  — Você também vai. Só não sei de onde você tirou esse assassino aí. — E, pela cara dele, aquilo o deixava indignado.
  Stu era o maior fã de filmes de terror que eu conhecia. Perto dele, eu não sabia porra nenhuma.
  — Sou eu. — Dei de ombros e a expressão dele mudou para um sorriso animado.
  — Genial. Eu sou o Chucky.
  Só então reparei em sua fantasia.
  — Foda. — Ele deu partida no carro e logo seguimos para a festa.

🩸

  — Aquele não é o seu amigo, como é o nome dele mesmo? — Annie praticamente esfregava sua coxa no meio das minhas pernas, enquanto eu estava encostado na beira de uma escada. Ela usava um vestido minúsculo e as duas tranças em seus cabelos, somado a uma maquiagem sugeriam a fantasia de boneca macabra.
  Olhei na direção que apontou com um aceno de cabeça e o gesto fez meu corpo roçar involuntariamente no dela.
  Annie era gostosa e aquela não era a primeira vez a ficar em cima de mim, o problema era a filha da puta do cinema ainda nos meus pensamentos.
  — Uhum, é o Billy.
  — Com a Sidney Prescott? Ele tá sabendo que ela é doidinha de pedra? — Riu e eu soltei um muxoxo.
  — Então eles combinam. O Billy não é lá muito normal também, não.
  — E você, %Jason%?
  Para ser honesto, eu não estava muito interessado naquele papo.
  Pensei em agarrar Annie de uma vez, quem sabe assim pudesse gastar o tesão acumulado e esquecer de uma vez daquela mulher.
  Dei uma encarada nada discreta na minha companhia, porém, antes que eu colocasse meu plano em ação, fui interrompido pela sensação de ser observado, seguida por uma visão que me fez jurar ter morrido e ido para o inferno.
  Em um segundo, jurei ter visto a gostosa do cinema me olhando. No seguinte, já não havia mais nada.
  Porra.
  Não era possível.
  — %Jason%? — Annie me deu um cutucão e eu a encarei um tanto irritado.
  — Quê? — Não deveria responder de mal jeito, porém não me importava.
  — Eu perguntei de você. Também não é normal? — Ela não percebeu minha repentina falta de interesse.
  Me desvenciliei dela para ver se conseguia ser mais claro.
  — Não. Sou pior do que os dois juntos. — Tentei olhar em volta e desviei quando Annie buscou entrar em meu campo de visão. — Você me dá licença um segundo? Tô apertado — menti.
  — Posso te ajudar se quiser. — A sugestão dela me fez rir.
  — Eu te aviso. — Pisquei e me afastei. Não ia dispensá-la totalmente. Vai que eu estava alucinando? Pelo menos, dessa vez, não me acabaria em punheta.
  Não faço ideia se Annie respondeu mais alguma coisa, porque, depois disso, eu saí na direção onde jurei ter visto a mulher que estava me enlouquecendo.
  — Ei, %Jason%! — Ouvi Billy me chamar e só acenei para meu amigo ao passar por ele.
  — Já venho aqui, cara. — E continuei andando apressado. Captei olhares confusos dele e de Sidney, porém, de novo, eu não tinha tempo para aquilo.
  Precisava encontrá-la. Precisava ter certeza de que não estava delirando.
  Andei até a cozinha do casarão e nada dela. Onde eu imaginava ser a sala também não, muito menos no lado de fora da casa.
  Bufei frustrado e coloquei a máscara no rosto para Annie não me ver ao passar por ela para subir as escadas.
  Talvez eu devesse ir até o banheiro mesmo checar a minha cara de otário.
  Várias casais se agarravam pelo corredor e tentei adivinhar qual das quatro portas era a certa. Não estava nem um pouco a fim de perguntar.
  — Merda.
  Liguei o foda-se e testei a primeira. Senti inveja instantânea porque não era o banheiro, mas tinha quatro pessoas fodendo.
  O povo ali sabia se divertir, daquilo eu não poderia discordar.
  Nas portas dois e três também rolava putaria. Agradeci mentalmente não precisar mais verificar mais duas, porque, assim que olhei de novo para o corredor, vi alguém claramente saindo do banheiro.
  Apressei meus passos, porém nunca cheguei a alcançar meu destino.
  Ao passar pela quinta porta, senti uma mão segurar em meu braço e me puxar para dentro do quarto.
  Um segundo de confusão me fez achar que era Annie e eu não sabia se ficava puto ou se aproveitava.
  Mas não era Annie.
  Era ela.
  Porra, era ela!
  Eu não estava ficando louco.
  — Impressão minha ou você estava me procurando?
  Caralho, só ouvir a voz dela me deixava afetado.
  — Fazer o que se você ficou me devendo. — Abri um sorriso de canto e ela me respondeu com uma risada baixa.
  Senti minhas costas baterem contra a parte ao lado da porta e deveria me importar com o fato desta permanecer aberta, porém o cheiro daquela mulher era intoxicante e acabei perdendo totalmente o fio de meus pensamentos.
  — Te deixei na mão, foi? — Sua boca se aproximou da minha e não hesitei em segurar sua cintura com as duas mãos quando o corpo dela se colou ao meu.
  Eu queria tocar cada centímetro daquela filha da puta e foi por isso que não contive a vontade de descer da cintura para sua bunda para, logo em seguida, a pressionar contra o meu quadril.
  Um suspiro delicioso ecoou e lambi os lábios, desesperado por mais.
  — O lanterninha entrou lá achando que eu era depravado. — Era mentira, eu só queria fazê-la rir.
  Funcionou e, porra, como ela conseguia me afetar tanto com tão pouco? Eu não era disso e provavelmente as reações exageradas não passavam da cabeça do meu pau falando mais alto.
  — Oh, meu bem, mas você é depravado. É isso que te torna tão gostoso. — Foi a vez dela de lamber os lábios e meu olhar imediatamente acompanhou o movimento.
  — Sabe o que mais é gostoso em mim? — Aticei, enquanto meu olhar faiscava para ela.
  — O quê? — Mais um sorriso carregado de malícia se formou nos lábios dela, deixando bem claro que já previa a minha resposta.
  — Meu pau — eu disse mesmo assim e o senti latejar quando seu olhar seguiu na direção dele.
  — Estou toda encharcada só de pensar em descobrir.
  — Filha da puta. — Não consegui conter o xingamento e ela riu rouca.
  — É sério. Eu quero me esfregar toda em você.
  A apertei mais contra mim e rocei meu quadril no dela com vontade. Precisei controlar um grunhido e, pela expressão da mulher, fazia o mesmo.
  — E eu quero me afundar nessa boceta gostosa, mas vou te deixar à vontade primeiro.
  A assisti lamber a boca lentamente e, me arrancando um suspiro frustrado, ela se afastou.
  Estava prestes a puxá-la de volta, quando a mulher usou uma mão para empurrar meu peito contra a parede, enquanto a outra descia até minha ereção.
  — Quietinho. Eu estou ficando à vontade. — Riu safada.
  Hipnotizado, a vi se ajoelhar e mordi a boca com força quando ela me acariciou por cima da calça.
  — Sabe… Eu odeio ficar devendo. — Fez uma leve pressão, então seguiu para a braguilha, soltando o botão e o zíper. — Vou ter que te recompensar.
  A porta continuava aberta. Quem passava pelo corredor com toda certeza poderia nos ver, mas não importava.
  Minha ereção pulou na direção dela quando puxou a calça com minha cueca junto.
  Os olhos dela se arregalaram e eu sorri, satisfeito.
  — Te surpreendi, foi?
  — Uhum. E a surpresa tá escorrendo pelas minhas pernas.
  Desgraçada.
  Qualquer resposta que eu pudesse formular se transformou em um grunhido alto. Seus dedos tocaram a cabeça do meu pau e sua mão não hesitou em envolvê-lo. Ela deslizou devagar por toda a minha extensão e o meu quadril se moveu involuntariamente na sua direção.
  A mulher repetiu o gesto. A lentidão me deixou maluco e eu apertei meus olhos.
  Senti quando ela se aproximou e joguei a cabeça para trás, batendo na parede porque esqueci completamente de onde estava ao sentir sua língua me tocar.
  — Porra… — Ela me lambeu com a mesma lentidão e eu delirei.
  Abri meus olhos e usei as duas mãos para segurar os cabelos dela para cima. A forma como me encarou fez um grunhido escapar dos meus lábios e quase engasguei quando a mulher passou a língua em toda a minha extensão, para, logo em seguida, me abocanhar até onde conseguia.
  Sua boca carnuda quase roçou minha base, eu me senti pulsar e movimentei meu quadril em sua direção. Ela permaneceu por alguns instantes daquele jeito, com certeza tinha um pacto com alguma coisa para me enlouquecer de vez.
  — Para de me torturar, caralho. Me chupa inteiro. Atola o meu pau nessa boca gostosa.
  Um brilho perverso cruzou o olhar dela segundos antes de forçar para me engolir inteiro. Vi estrelas pelos melhores segundos da minha vida.
  Não consegui desgrudar meus olhos da cena. Vê-la se afastar quando o ar faltou e secar um filete de saliva que escorria de sua boca me deixou ainda mais insano.
  Puxei seus cabelos e forcei meu quadril na direção dela, que, entendendo, voltou a me abocanhar e me chupar com vontade. Me movi de encontro, a fim de aumentar ainda mais a intensidade, e os sons de engasgo que saíam dela eram música para os meus ouvidos.
  A mulher fazia questão de apertar as bochechas, meus olhos se reviraram nas órbitas e foi impossível controlar os grunhidos que passaram a soar por todo o cômodo.
  De novo, não me importei se alguém parou para assistir aquela cena. Arrisco dizer que nunca recebi um boquete tão bem feito e quanto mais eu puxava os cabelos dela, fodendo sua boca com afinco, mais ela se dedicava a me chupar com gosto.
  — Filha da puta, gostosa. Você não faz ideia de quantas eu tive que bater por sua causa.
  Ela engasgou e me tirou inteiro da boca para rir.
  — Ficou imaginando a minha boceta toda meladinha quicando em você? — Para completar a provocação, uma de suas mãos acariciou minhas bolas, enquanto a outra arranhou minha coxa.
  — Você está querendo me enlouquecer, né? Depois que eu te esfolar toda, não pode reclamar.
  — Mas é isso mesmo que eu quero. Sentar em você até te fazer me esporrar inteira.
  — Caralho…
  Eu estava prestes a puxar ela para cima e jogá-la na cama para foder aquela mulher de todas as formas possíveis, porém, mais uma vez, sua boca voltou a me engolir.
  Colocando mais intensidade nas chupadas, as carícias de seus dedos continuaram nas minhas bolas e precisei lutar para permanecer encarando a cena. Sentia espasmos cada vez mais frequentes, meu quadril se movia descontrolado na direção dela e eu sabia muito bem que não faltava muito para o ápice chegar.
  Não queria que a diversão acabasse naquele momento, mas ela não facilitou. Quando tentei fazê-la parar, a intensidade aumentou ainda mais e me perdi completamente ao sentir meu pau tocar bem fundo em sua garganta.
  — Porra, desse jeito eu vou te fazer engasgar com a minha porra.
  Seus olhos faiscaram em resposta.
  Filha da puta.
  Era aquilo que ela queria.
  E quem seria eu para negar?
  Movi meu quadril com mais afinco, puxei seus cabelos com força e fodi sua boca com tanta vontade que, poucos segundos depois, senti meu corpo todo tremer.
  O primeiro jato me fez gemer alto e, de repente, eu não conseguia mais parar. Fiquei tonto e o ar fugiu completamente de meus pulmões.
  Precisei de muita força de vontade para não desmoronar e para manter meus olhos bem abertos, ou perderia a cena seguinte.
  Me tirando por inteiro da boca, ela engoliu tudo sem hesitar, lambeu o meu pau até estar completamente limpo e secou o canto de seus lábios. Outro sorriso perverso surgiu ali e a mulher se levantou para aproximar seu rosto do meu.
  — E aí, estamos quites?
  — Nem perto disso, mas foi um bom começo.
  Lógico que era mentira, eu só não queria vê-la sumir de novo.
  Como se lesse meus pensamentos, ela riu e me puxou para beijá-la. Nossas línguas se encontraram e meu gosto em sua boca era alucinante.
  — Me diga o seu nome pelo menos. — Eu não queria soar tão desesperado, porém não tinha mais controle de minhas ações.
  — %Samara%.
  — É um prazer, %Samara%. Eu sou o…
  Ela colocou o dedo indicador sob meus lábios para me calar.
  — Sh, não diga. Fica para a próxima vez. — Piscou para mim.
  — Próxima vez? — Sorri de canto e retribuí quando %Samara% me beijou novamente.
  — Nós dois sabemos que isso aqui está longe de acabar. Você se vira com a bagunça, né? — Indicou minhas calças lá nos meus pés e se desvencilhou de mim logo em seguida para caminhar para fora do quarto. — Mais uma vez, meu bem, o prazer é todo meu.
  E, mais uma vez, %Samara% foi embora.

Capítulo 2
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