Cinco.
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Cedrico atravessou a rua quando notou os carros parando no sinal vermelho, andando pela faixa de pedestres junto com os Trouxas e mais alguns bruxos que ele reconheceu dos corredores do Ministério. Olhou para frente e logo reconheceu o pequeno restaurante que o amigo havia indicado, passando pelas portas e olhando ao redor, reconhecendo Emmett em uma mesa mais ao canto, conversando com uma garçonete.
— Ah, finalmente, Ced, já estava morrendo de fome! — Monty sorriu ao vê-lo se aproximando.
— Você está sempre com fome, cara! — Diggory negou com um aceno, cumprimentando-o com um abraço rápido. — Já pediu?
— Só as bebidas! — avisou, recostando-se na cadeira. — Você vai gostar da comida daqui, é bem boa.
— Espero que seja mesmo, porque estava mais interessado em ir no Caldeirão e tomar uma cerveja.
— Ah, cara, a comida de lá é péssima! — Montgomery fez uma careta, negando com um aceno. — E aí? Como vão as coisas? %Sam% não quis vir?
— Ela foi cuidar do Teddy — respondeu enquanto olhava o cardápio —, mas mandou um beijo — o olhou por um instante ao passar o recado — e pediu para eu dizer que espera saber de todas as fofocas do Ministério agora que você está oficialmente no Departamento de Mistérios.
— Eu bem que gostaria! — Suspirou pesaroso. — Mas seria demitido logo de cara…
— Na verdade — Cedrico o encarou, passando a língua pelos lábios finos —, você iria para Azkaban por repassar informações sigilosas, mas quando eu falei isso, %Samantha% disse que te visitará na prisão!
Monty gargalhou ao negar com a cabeça, cruzando os braços sobre a mesa e inclinando-se um pouco.
— Pelo menos alguém vai me visitar se eu for preso, esperava o mesmo de você! — falou, fingindo desapontamento.
— E estragar minha imagem de bom funcionário? Preciso dos galeões. — Riu, baixando o cardápio quando a funcionária apareceu, trazendo suas bebidas. Cedrico tomou um gole, era gelado e tinha gosto de morango e creme, misturado com mais um ingrediente desconhecido por ele, franziu o cenho ao encarar o amigo. — O que é isso?
— Frappuccino, achei que iria gostar — explicou após tomar um gole de sua própria bebida.
— O que é esse outro gosto? — questionou ao tomar outro gole, tentando desvendar o sabor.
— Café, é uma das bebidas favoritas dos Trouxas, mas achei que tomar um café puro seria muito pra você. — Riu, ao vê-lo franzir o cenho.
— Enfim, como estão indo as coisas agora que foi efetivado?
— Sabe que não posso contar muito — resmungou entediado —, mas tem sido mais legal do que eu imaginava, porém bem sério também, no geral fico fazendo vários relatórios sobre assuntos diversos.
— Jamais imaginaria você com um trabalho desses!
— E você acha que eu imaginava, Ced? — Monty ergueu as sobrancelhas, negando com um sorriso leve nos lábios. — Mas é melhor do que trabalhar no St. Mungus, meu pai estava louco para eu fazer o curso deles porque pagavam bem.
Diggory riu concordando, lembrando-se das vezes que o pai do amigo também tentou convencê-lo de que daria um bom medibruxo.
— E as coisas com a Winter? Ainda estão juntos?
— Como assim
ainda? É claro que estamos! Ela não perderia um partidão como eu! — Estufou o peito, passando a mão pelos cabelos escuros, fazendo o amigo rolar os olhos. — Falei pra ela que viria encontrar com você hoje, Soph disse que deveríamos marcar algo para fazer, nós quatro. Já que nós dois somos amigos, de repente ela e %Samantha% se entendem também…
— Por mim tudo bem, só temos que ver o dia… Ah, sabe quem eu encontrei em Hogsmeade? Daves — respondeu antes que o amigo pudesse dar um palpite —, almoçamos juntos semana passada e agora estamos tentando marcar um dia para ir beber, ele falou para te chamar.
— Desde que seja só a gente, a última coisa que eu preciso é perder a namorada para o Rogério. — Fez careta, vendo o loiro concordar.
— Parece que ele ainda está sério com aquela garota, Darling, foi pra Hogsmeade para vê-la… Achei que eles acabariam terminando assim que ele se formasse…
— Nossa, quem diria que o maior pegador de Hogwarts iria firmar com uma garota tão certinha quanto a Darl… — interrompeu-se, rindo baixo. — Bem, temos você e a %Sam% que também são completamente opostos, talvez não seja tão surpreendente Rogério estar com a garota!
— Então, podemos tentar sair eu, Soph, você e %Sam% no final da próxima semana e marcamos com o Daves na seguinte, o que acha?
— Só preciso confirmar o dia porque tem o aniversário da %Samantha% na próxima semana…
— Melhor ainda, já fazemos uma comemoração!
— Se for pra ter uma festa, Sirius vai aparecer…
— E qual o problema? Não quer seu sogro empatando sua noite, é? — Monty questionou segurando a risada, Cedrico rolou os olhos.
— Como se ele pudesse... — disse baixo, fazendo o amigo gargalhar antes de fazer um sinal para a garçonete para que pudessem fazer seus pedidos.
Potter entrou em casa sentindo-se acabado, pronto para dormir por semanas, mas sabia que não conseguiria mais do que algumas horas de descanso. Estranhou ao não ouvir nenhum barulho na casa, sempre que chegava encontrava Sirius ou %Samantha% na sala ou na cozinha, mas aquele dia estava tudo quieto. Franziu o cenho, deixando seu casaco no cabide ao lado da porta e tirando as botas, andando de meia em direção às escadas, estalando o pescoço em uma tentativa de relaxar um pouco do dia estressante. Andou pelo corredor, batendo na segunda porta e logo ouvindo um “entre”.
— Ah, você está aí. — Sorriu pequeno ao ver %Sam% parada em frente ao armário, organizando suas roupas. — Sirius está no quarto?
— Não, não vai dormir em casa — rolou os olhos, negando com a cabeça —, a hipocrisia, sabe?
Harry riu, concordando com um aceno.
— Não — suspirou pesarosa —, parece que vai trabalhar até mais tarde. O único dia que papai não estaria aqui… Você está com uma cara horrível! — avisou ao prestar atenção no moreno, que sorriu irônico.
— Já sim, deixei as coisas pra você na mesa. Acho que só precisa esquentar um pouco.
— Valeu, vou tomar um banho antes, se eu demorar mais de cinco minutos, bata na porta para ver se eu respondo, talvez tenha morrido! — disse de forma dramática, fazendo-a rir.
— Quim acabou comigo hoje, achei que não sairia do treino nunca mais…
— Sério? Achei que você fosse o favorito!
— Eu também — fez careta —, mas se acha que eu estou acabado é porque não viu o Rony!
%Samantha% riu antes de virar-se para terminar de guardar as roupas limpas.
— Graças a Merlin que eu não quis fazer esse treinamento!
— Pois é — Harry concordou —, você não conseguiria, estaria chorando na primeira semana!
Black virou-se com as mãos na cintura, a sobrancelha arqueada.
— Está me chamando de fraca, Harry Potter?
— Eu? — Apontou para si mesmo, segurando a vontade de rir. — É claro que não, não faço ideia de onde tirou isso! — Gargalhou ao vê-la lançar um tinteiro em sua direção, saindo do quarto segundos depois. — Estava só brincando, %Samantha%, você anda muito sensível!
Harry desceu as escadas de dois em dois degraus, vestindo uma calça de moletom e camiseta, os cabelos úmidos e os óculos ainda um pouco embaçados no vapor do banho quente. Encontrou %Sam% deitada no sofá, entretida com algum programa na televisão.
— Algo bom? — perguntou ao olhar rapidamente a tela antes de andar para a cozinha para ver o que tinha para o jantar.
— Estou procurando — respondeu um pouco mais alto para que ele pudesse escutar do outro cômodo.
— E como foi o dia? — perguntou no mesmo tom, pegando o prato de ensopado e dois pedaços de pão, andando para a sala para comer enquanto assistia, após esquentar a comida com um aceno da varinha. Deixou o prato na mesa de centro, voltando para pegar um copo de suco de abóbora e talheres.
— O de sempre, mas Teddy deu uns passos — contou, sorrindo pequeno ao lembrar. — Ele caiu segundos depois, mas Andy falou que ele já para em pé sozinho.
— Caramba — Harry arqueou as sobrancelhas ao voltar para o cômodo, sentando-se na poltrona e pegando o prato —, tem dias que não o vejo, quero ver se passo lá na sexta depois do trabalho.
— É por isso que ele não lembra da sua cara. — %Sam% riu ao vê-lo fazer uma careta, antes de pegar o controle e mudar de canal, olhando para a TV.
— Não é que eu não queira — rebateu, mastigando devagar —, mas ele estaria dormindo se eu fosse depois durante a semana.
— Sei, sei — o encarou debochada — e os dias que você passa o sábado com a Ginevra ao invés de ver seu afilhado? Ein?
— Ah, cala boca! — Virou-se para o eletrônico, mostrando o dedo do meio para a loira. — Já resolveu se vai fazer alguma coisa no seu aniversário? — perguntou, tomando um gole de suco.
— Ainda não, vou sair com o Ced e o Monty na sexta, mas não sei se quero algo no meu aniversário… Aliás, se quiser ir também — deixou o convite no ar, Potter negou.
— Ficar no meio dos casais? Não, obrigado. — Fez careta, vendo-a rolar os olhos. — Mas deveríamos pelo menos ir beber, não acha? Não pode vir me cobrar um bom presente se não tiver comemorações!
— O que vai me dar de presente? — %Sam% questionou no mesmo instante, curiosa.
Potter negou com um aceno.
— Nada se não tiver uma festa… Deixa nesse! — pediu ao ver o filme de terror que começava, %Samantha% fez uma careta, negando com a cabeça.
— Quer me fazer passar a noite acordada, é? Sem chances.
— Deixa de ser chata, nem dá medo, é só você saber que vai todo mundo morrer!
— Ah, nossa, realmente muito melhor! — ironizou, rolando os olhos, mas deixando no canal. — Se eu não conseguir dormir essa noite vou te acordar para ficarmos conversando!
Na sexta-feira, Sirius e Harry jogavam uma partida de xadrez de bruxo quando ouviram uma batida na porta, Potter levantou-se para abrir, mal olhando para Diggory antes de voltar para o sofá, querendo garantir que Black não roubaria no jogo. Cedrico arqueou as sobrancelhas, mas riu ao entender o que acontecia.
— Boa noite! — disse baixo, aproximando-se para ver o tabuleiro, escutando os dois acenarem, não desviando muito a atenção da partida.
— Nem sei por que você ainda bate na porta — Potter comentou baixo antes de fazer sua jogada —, já até morou aqui…
— Tenho certeza que Sirius não vai querer que eu me sinta muito em casa! — Riu, vendo o mais velho concordar com um aceno, antes de sorrir vitorioso ao conseguir destruir a torre do afilhado. — %Sam% já está pronta? — perguntou, olhando para o segundo andar da casa, ouvindo a risada nasalada do homem.
— Não conhece a namorada que tem, Diggory? — Sirius negou, olhando-o por um segundo, notando-o levemente
arrumado. — Mal deve ter saído do banho…
Cedrico suspirou, passando a mão pelos cabelos, tirando a jaqueta e sentando-se no sofá, sabendo que ainda demorariam para sair, logo começando a prestar atenção na partida dos outros dois.
%Samantha% desceu as escadas quase quarenta minutos depois, terminando de colocar os brincos e logo olhando ao redor, rolando os olhos ao notar que Cedrico já havia chegado e nem mesmo a avisou, entretido em uma partida de xadrez com Sirius, o qual ria satisfeito ao derrotá-lo.
— Xeque-mate! — Sirius virou-se vitorioso para o mais novo. — Como sempre, o melhor de todos!
— Não valeu isso, não! — Cedrico resmungou contrariado.
— Eu te falei que ele tá roubando! — Harry concordou, ainda olhando emburrado para o padrinho que riu debochado.
— Não posso fazer nada se vocês são péssimos — disse o homem ao levantar-se em direção a cozinha, finalmente reparando na filha.
— Que bom que estão todos se divertindo! — %Samantha% comentou, parada no último degrau com os braços cruzados. — Já estamos atrasados, sabia?
— É claro que eu sei — Cedrico disse ao levantar —, mas queria que eu fizesse o que se você não estava pronta?
— E quem disse que eu não estava? Fiquei esperando você chegar, estou pronta há horas! — mentiu, fazendo sua melhor expressão ofendida. Diggory arqueou a sobrancelha ao tempo que pegava a jaqueta e tornava a vesti-la. — Tá, fazem cinco minutos. Vamos?
— Claro, não quero aguentar seu pai rindo de mim!
— Eu ouvi isso! — Sirius resmungou ao voltar com uma taça de Hidromel em mãos. — E acho bom não chegar muito tarde, %Samantha%! Vou esperar acordado!
— Não sei se você está na idade de passar a noite toda acordado, Sirius — Harry comentou de seu canto com um sorriso cínico nos lábios, enquanto arrumava o tabuleiro para mais uma partida. Cedrico e %Samantha% disfarçaram a risada, apressando-se a saírem de casa ao notarem a expressão de perplexidade na cara do homem.
— Como você se atreve, Harry Potter?!
— Não gosto de dizer em voz alta, principalmente perto do seu pai — Diggory disse aos risos ao andarem pelo terreno —, mas adoro quando alguém fala que ele está ficando velho!
— Eu sei — %Sam% sorriu concordando —, outro dia ele só faltou me mandar pra fora de casa porque eu disse que a dor nas costas que ele estava era da idade!
Gargalharam até chegarem à divisa do terreno com a rua, aparatando instantes depois para o centro de Londres.
Andaram de mãos dadas a pouca distância até a entrada da boate, logo reparando a grande fila que esperava do lado de fora, aguardando para entrar.
— Vamos virar a noite aqui! — %Sam% resmungou ao notar, mas Cedrico sorriu de lado, negando com um aceno.
— Monty fez uma reserva, se estiver tudo certo, nossos nomes estão na lista!
— Eu acho que nunca fiquei tão feliz com o Monty, e olha que eu adorei aqueles chocolates que ele me deu mês passado!
Diggory concordou rindo, enquanto se aproximavam dos bruxos que faziam a segurança do local.
— Às vezes ele acerta mesmo — disse, virando-se para falar com um ruivo grandalhão, o qual tinha um pergaminho em mãos.
A boate, por fora, não parecia nada demais, era apenas uma casa de festas normal com um letreiro caído e as janelas pregadas com tábuas de madeira, quase lembrava a fachada do St. Mungus, mas, é claro, entre quinta à domingo, o local estava com ainda mais proteção do que o comum para evitarem os Trouxas.
Black olhou ao redor, não prestando muita atenção na conversa de seu namorado com o segurança, reconhecendo alguns rostos na fila dos seus tempos de Hogwarts e, ao pensar naquilo, sentiu-se um tanto triste: gostaria que as amigas também estivessem ali com ela, tinha certeza que seria ainda mais divertido se estivessem todos juntos, mesmo Hermione ficaria animada em um lugar daqueles, e seria realmente legal ter sua primeira “noitada” junto delas.
Sentiu quando o loiro apertou sua mão, puxando-a para entrarem.
Os dois olharam ao redor, vendo o número de bruxos e bruxas que estavam no local. Cedrico aproximou-se de uma bruxa de cabelos coloridos para perguntar sobre a mesa em que os amigos estavam enquanto %Sam% olhava maravilhada tudo aquilo, diferente do namorado, aquela era realmente a primeira vez que saía à noite para se divertir. Havia sido Sirius quem tinha dito que seria uma boa ideia, em pouco mais de dois dias seria seu aniversário de 19 anos e, até então, tudo o que havia feito após Hogwarts foi se preocupar com Comensais da Morte e, após a Batalha, ajudar a cuidar de Teddy enquanto se preparava para os testes de Quadribol em janeiro.
Estava na hora dela se divertir de verdade!
A boate estava cheia e barulhenta, a música alta preenchia todo o local. Pessoas dançavam em várias partes e em um palco mais ao canto, um bruxo mexia nas músicas e, vez ou outra, dizia algo em um megafone, fazendo o público gritar animado.
Alguns atendentes passavam por entre a multidão, carregando bebidas ou lanches.
Ao reparar um pouco melhor na roupa do pessoal, agradeceu mentalmente por Andrômeda ter-lhe ajudado na escolha do que
usaria naquela noite, afinal, Cedrico não havia sido muito específico. O único incômodo em seu modelo era o salto alto, já que não era acostumada.
Sentiu um braço passar por sua cintura e, ao olhar para o lado, Diggory apontava para um outro canto dizendo algo que ela não conseguia entender devido a música alta, mas o seguiu da mesma forma.
— Finalmente! — Emmett gritou ao ver o casal se aproximar, já parecendo um tanto alcoolizado. — Fazem horas que estamos esperando!
— Não tem nem uma hora que a gente chegou, Emmett! — a mulher ao lado avisou, negando com a cabeça.
— Ei! Uma hora ou dez minutos, esperamos igual! — protestou, antes de abraçar os amigos, dando-lhes espaço para sentarem-se nas cadeiras. — Já se conhecem? — perguntou ao apontar da namorada, que cumprimentava Cedrico, para %Samantha%.
— Só de vista! — Sophie riu, colocando as mãos na cintura ao encarar a mais nova. — Não acredito que você realmente continua com o Diggory depois de todo esse tempo, sempre me pareceu mais esperta do que isso!
— Como é? — %Sam% questionou confusa, embora aceitasse o cumprimento com um beijo no rosto, escutando-a gargalhar ao lado, ao tempo que Cedrico resmungava, sentando-se ao lado do amigo.
— Sophie, por algum motivo, não gosta de mim. Eu te falei, não foi?
— Mas não achei que era de verdade! — respondeu, sentando-se na cadeira vaga.
— É claro que sim, como é que você terminou com o Diggory? Estava sempre perdendo pontos. Como é que te passou pela cabeça sair com o Sr. Certinho?
— Eu deveria responder? — Black questionou, segurando a risada ao ver a careta que o namorado fazia.
— Ironicamente — Cedrico interveio, encarando Sophie ao tirar a jaqueta que usava e a deixando sobre o encosto da cadeira —, você começou a se envolver com meu melhor amigo, então vai continuar me vendo do mesmo jeito.
— E com menos frequência se ele estiver ocupado com a loirinha! — Monty concordou rindo.
— Eu só acho que a garota merecia mais, parecia ter tanto potencial… — Negou, piscando para que a garota soubesse que ela estava brincando. — Perdeu mil pontos e foi acabar junto com o garoto modelo de Hogwarts?
— É porque eu sabia que ele tinha futuro, queria garantir uma vida boa! — %Sam% entrou na brincadeira, fazendo o casal rir mais ainda e Cedrico dar-lhe a língua.
— Só por isso não vou trazer sua bebida não, se quiser, levanta aí e vai comigo buscar!
— Ah, mas não vai, não! — Winter se intrometeu, segurando-a pelo braço, antes que a loira se levantasse. — Vocês dois podem ir, enquanto isso nós vamos fofocar, só assim saberemos se podemos sair juntos mais vezes!
— Tudo bem — Emmett concordou ao se levantar —, mas saiba que Black não sabe manter segredos!
— Ei, até você? — a mais nova protestou, acertando-lhe um tapa no braço, o que apenas resultou na risada divertida de Montgomery, o qual acompanhou Cedrico pouco depois em direção ao bar.
— E, então… — Sophie começou, apoiando o rosto na mão fechada sobre a mesa, ao encarar %Samantha%. — Vamos descobrir o que temos em comum. — Passou a língua pelos lábios, sorrindo sacana em seguida. — Quem você achava o cara mais bonito de Hogwarts? E não venha me dizer que era o Cedrico, porque eu juro que levanto e vou embora agora mesmo!
A garota riu, negando com a cabeça;
— Ced é muito bonito — disse, olhando de canto a direção na qual o namorado tinha sumido —, mas Rogério Davies e Olivio Wood não eram nada mal!
— Por Merlin, SIM! — A morena bateu palmas animadamente. — Garota, essa noite vai ser ótima!
Após várias rodadas de cerveja amanteigada, água de gilly e mais um drink azul que %Sam% não fazia ideia do nome, mas gostou da mesma forma, a loira levantou-se junto de Sophie para irem ao banheiro, enquanto os dois rapazes continuaram sentados, conversando e comendo os aperitivos que haviam chegado.
Quando a porta do banheiro se fechou e o local ficou, momentaneamente, silencioso, Black sentiu a cabeça rodar e os ouvidos zunirem colocando as mãos sobre os mesmos e aproximando-se da pia, jogando um pouco de água gelada em seu rosto e na nuca, apoiando-se sobre a mesma instantes depois enquanto esperava por Winter.
Respirou fundo algumas vezes, fechando os olhos para tentar recuperar um pouco dos sentidos, já sabia que estava bêbada há vários minutos, quase caiu ao inclinar-se na direção do namorado para contar-lhe alguma coisa, e nem mesmo lembrava mais o que era.
— Você está bem? — Escutou a voz de Sophie enquanto a morena lavava as mãos, olhando-a de forma engraçada. — Você não bebe muito, não é?
Concordou antes de andar em direção a uma das cabines, só então percebendo o quanto queria fazer xixi.
Ao sair, encontrou Winter sentada em cima da pia, olhando-a divertida.
— Vamos conversar um pouco aqui, assim você melhora antes de voltarmos! — sugeriu, vendo a %Sam% concordar ao abrir a torneira para lavar as mãos.
— Sobre o que quer conversar? — perguntou instantes depois, cruzando os braços e encostando-se na parede fria.
Winter pensou por mais tempo que o necessário, percebendo que talvez, só talvez, ela também não estivesse muito melhor do que a loira. Deu de ombros, pronta para dizer que não fazia ideia, mas só até ver duas garotas entrando aos beijos no banheiro, parando ao notarem que havia mais pessoas ali, sorrindo sem graça e saindo instantes depois.
As duas continuaram a olhar para a porta, até %Sam% começar a rir, negando com a cabeça.
— Imagina só se a gente não estivesse aqui…
— Acabamos com a noite delas! — concordou Sophie aos risos, então passou a língua pelos lábios ao olhar para a loira. — E você e o Diggory? Aposto que ele é muito certinho para qualquer coisa!
— Que coisa? — perguntou confusa, piscando lentamente. Sophie ergueu as sobrancelhas ao se encararem, mas demorou quase um minuto para que Black entendesse a que ela se referia. — Ah! — Riu, negando com um aceno. — Que nada, ele vive subindo a janela do meu quarto depois que meu pai vai dormir… — contou baixo, rindo da cara surpresa da morena.
— Está me dizendo que o Sr. Certinho não é tão certinho? Eu estou chocada! Achava que ele mal tinha beijado alguém! — Então riu, negando. — Mentira, eu sei que já, mas não imaginei que ele estivesse escalando janelas para conseguir se dar bem! — Então suspirou, olhando-a pesarosa. — Garota, você poderia estar tão melhor!
%Sam% passou a língua pelos lábios, negando com um aceno ao pensar no namorado.
— Não é como se eu tivesse muito com o que comparar — deu de ombros —, mas Ced não deixa nada a desejar não.
Winter gargalhou, jogando a cabeça para trás.
— É… — concordou, olhando-a por alguns instantes. — E você e o Monty?
Sophie sorriu largamente, dando de ombros.
— De repente é uma característica dos lufanos que a gente não sabia! — %Sam% disse rindo, vendo a morena concordar antes de ficar em pé, arrumando o vestido que usava.
— Está se sentindo melhor? Acho melhor voltarmos antes que aqueles mortos de fome acabem com tudo!
— Ah, mas eu já tenho certeza que não terá nada quando voltarmos, talvez só a conta!
— Se for isso mesmo, já vai se despedindo do seu namorado, porque vou matar o Diggory e o Monty! Estou fa-min-ta!
%Samantha% suspirou antes de abrir a porta da casa, notando a luz acesa na sala.
— Até que enfim! — Sirius baixou o livro que lia ao ver a filha entrar, a loira sorriu culpada, aproximando-se para beijar-lhe a bochecha antes de seguir para seu quarto, um tanto afobada. — Isso são horas, %Samantha%?
— Desculpa, pai — parou no começo da escada, fazendo sua melhor expressão de inocência —, acabamos perdendo a noção do tempo…
— Sei, sei. — Sirius a encarou com a sobrancelha erguida, negando com um aceno ao deixar o livro de lado, logo subindo também, pronto para dormir. — Pelo menos não está completamente bêbada, o que quer dizer que mesmo que Diggory tentasse se aproveitar de você, não conseguiria!
%Sam% segurou a risada, respondendo em voz baixa:
— Pai, Ced sabe que se tentar algo vai acabar no St. Mungus, seja por você ou por mim mesma, ele não é nem louco! — disse ao parar na porta do quarto, fazendo o mais velho rir.
— Essa é a minha garota! — Ele beijou-lhe a testa antes de desejar-lhe boa noite e seguir para o próprio quarto.
Sirius rolou na cama encarando o teto escuro, batucando os dedos contra a mão, pensativo. Passou a mão pelo bigode crescido, pensando na foto de capa do Profeta, o qual anunciava a gravidez de Glenda Chittock, uma bruxa cantora de pop da qual %Samantha% era grande fã e vivia cantando pelos cantos.
Não era o tipo de coisa que estava ansioso para fazer, mas com a filha prestes a completar dezenove anos e namorando, julgou mais do que necessário conversar com ela e decidiu que faria isso pela manhã antes que mudasse de ideia e acabasse sendo avô com menos de quarenta.
Eram quase nove horas quando Sirius Black se levantou andando até o quarto da filha e batendo à porta antes de entrar instantes depois, vendo-a de pijama, jogada na cama de barriga para cima, porém parecendo assustada com a aparição repentina.
— Está ocupada? — perguntou ligeiramente confuso com a reação da loira.
— Não, só pensando que foi uma péssima escolha ter bebido tanto ontem! — resmungou baixo, olhando de canto para a janela aberta.
— E é sobre isso que eu quero conversar com você.
— Sobre eu beber? — questionou confusa, vendo o pai negar enquanto fechava a porta, andando até a cama e sentando-se na beirada.
— Sobre más escolhas — avisou, mexendo-se inquieto ao ver o olhar questionador e curioso da mais nova. — Amanhã é seu aniversário, já vai completar dezenove anos… — começou rodeando, pensando em como iniciar o assunto.
Sirius levantou-se, andando pelo quarto e pegando um porta-retratos com a foto da mais nova junto ao namorado e o pequeno Teddy, poucas semanas após o garotinho ter nascido.
— Por mais que me incomode pensar sobre isso, você está crescendo! — disse incerto, tornando a deixar o objeto no lugar e virando-se para a filha, aproximando-se da cama mais uma vez. — Já faz alguns anos que está namorando com Diggory, não é?
— Se não contarmos o tempo que terminamos… Quase quatro anos…
— Exato, e Cedrico é mais velho… Imagino… — Passou a mão pelos cabelos, olhando para baixo, sem jeito. — Imagino que em algum momento, o qual espero que demore — a encarou por alguns instantes, a garota continuou o olhando com curiosidade —, ele… Vocês… Bem, vocês vão falar de sexo, não é?
Sirius tornou a olhá-la, notando quando a filha ficou vermelha, totalmente constrangida, assim como ele.
— Você acha que eu quero falar sobre isso? Não quero. Longe de mim. Contudo, é meu dever de pai… Quer dizer…
— Pai, tudo bem, não precisa explicar nada! — gaguejou em voz baixa. — Dora já me falou sobre isso anos atrás, ok? Por Merlin, não continue com essa conversa!
— Ela… Falou? — perguntou aliviado, colocando a mão sobre o peito. — Graças a Merlin! Ninfadora era realmente um anjo! Eu não fazia ideia de como explicar qualquer coisa… Menos uma para me preocupar! — Então tornou a encará-la, desconfiado. — Você e Diggory…?
— NÃO! — negou desesperada, colocando as mãos no rosto vermelho. — Claro que não, pai!
Sirius só faltava chorar de alegria, tamanho o alívio com a informação.
— De qualquer forma — pigarreou —, embora eu espere que ainda vá demorar bastante… — %Sam% encarou as próprias mãos, tentando por tudo não olhar para os olhos do mais velho. — É importante também vocês lembrarem de se cuidarem, %Sam%. Eu estou muito novo para ser avô!
— É, você sabe, não tem nada muito seguro, mas fiquei sabendo que eles melhoraram uma poção que você pode tomar mensalmente, tem que ser sempre em lua minguante, não é cem por cento, mas a melhor que temos atualmente! Quando vocês… Bem, você sabe, procure saber mais sobre isso, ok?
%Samantha% concordou com a cabeça, sem coragem de encará-lo por medo de Sirius descobrir ao olhá-la nos olhos que nada daquilo era uma novidade para ela e que, inclusive, já fazia visitas mensais no St. Mungus para tomar a poção.
— Veja o meu caso com sua mãe, na nossa época não existiam essas poções de hoje em dia, não é para menos que acabamos com você tão jovens, não é? E não é nada fácil ter um filho tão novo, ser responsável por uma criança… — Suspirou. — É claro que você é muito mais responsável do que nós éramos naquele tempo, e por mais que eu não goste de admitir, Diggory também é… Mas é sempre melhor prevenir, correto?
— C-claro — %Samantha% concordou sem jeito, respirando fundo antes de olhá-lo —, não se preocupe, pai, está tudo certo.
— Essa é a minha garota! — Sorriu orgulhoso, dando-lhe tapinhas na cabeça antes de se levantar, sentindo-se mais leve. — Agora vamos descer para comer alguma coisa!
— Pai? — %Sam% perguntou de repente, ao pensar sobre o assunto. — Você já falou disso com Harry?
— Não ainda, mas não acho que tenha muito com o que me preocupar agora, nem uma namorada ele tem! — disse rindo, negando com a cabeça ao sair do quarto.
%Samantha% sorriu de canto, pensando qual seria a surpresa do mais velho quando descobrisse que o afilhado já estava com Gina desde o começo do verão.
O casal andava pelo parque próximo à casa dos Tonks, o loiro carregava a criança no colo enquanto %Sam% segurava a bolsa com alguns brinquedos e a mamadeira do afilhado, até pararem em um canto do parque, estendendo uma toalha grande e deixando Teddy ali, junto de seus brinquedos. Sentaram-se próximos a ele, conversando e rindo de alguma coisa que a criança fazia, ao tempo que viam Trouxas caminhando pelo local junto de outras crianças ou cachorros.
— Eu ainda não acredito que Sirius foi falar disso com você — Diggory soltou pela terceira vez, negando com um aceno —, mas antes com você do que comigo! — Sorriu largo, vendo-a rolar os olhos.
— Não me surpreenderia se ele te chamasse também. — Deu de ombros, vendo-o erguer as sobrancelhas, um tanto desacreditado. — Sério, foi a coisa mais constrangedora que eu já vivi. E isso inclui a vez que eu caí da vassoura na frente de todo mundo!
Cedrico riu, passando a mão pelos cabelos.
— Por Merlin, eu já tive essa conversa com meu pai há alguns anos, não preciso de outra desse nível… Tem certeza que ele acreditou em você?
— Diggory, se meu pai soubesse que a gente já está transando ele teria feito um escândalo! — Suspirou, voltando sua atenção para o garotinho que colocava um brinquedo na boca. — Edward Tonks Lupin — chamou sua atenção, tocando-lhe gentilmente nos braços, fazendo o menino a olhar confuso —, já que seus dentes estão nascendo e você é uma criança grande, sua primeira palavra deveria ser meu nome, seria um ótimo presente de aniversário! — dialogou com ele, que continuava a encará-la curioso. — Vamos lá: %Sam%. %Sam%. %Sam% — dizia lentamente, esperando que ele começasse a repetir o som produzido. — Qual é, Teddy, nem é um nome tão difícil: %Sam%.
Diggory gargalhou, balançando a cabeça.
— Estou torcendo pra não ser seu nome a primeira palavra, você vai ficar insuportável!
— Você diz isso porque está com inveja — rebateu, dando de ombros, pegando o afilhado no colo —, sabe que ele gosta mais de mim!
— É óbvio que não! — Cedrico negou de imediato. — Eu sou o favorito, ele para de chorar sempre que vem comigo! Até sua tia já falou isso.
— Porque ele tem medo que você brigue com ele — respondeu —, essa sua cara de quem vai brigar com todo mundo que faz algo errado, até ele se assusta!
Cedrico fez careta, rolando os olhos, logo vendo-a elevar a criança até a altura de seus olhos e tornar a dizer seu nome, na tentativa de que Teddy repetisse a qualquer momento.
Após alguns instantes, no qual o máximo que o garoto fez foi resmungar algo sem sentido, Black desistiu e voltou a sentá-lo na toalha, vendo-o engatinhar para o lado, para pegar uma folha que havia caído da árvore.
— Tem gente olhando — Diggory avisou pouco depois, notando algumas pessoas passando por eles e olhando o garoto com o cenho franzido.
— Não estão acostumados com um bebê de cabelos azuis — %Sam% relembrou, passando a língua pelos lábios. Voltaram a brincar com o garotinho, não se importando com os olhares alheios, afinal, não era como se algum dos Trouxas pudesse fazer algo.
Diggory achou um dente de leão próximo a eles, soprando-o para Teddy, o qual começou a rir animado quando viu as pétalas voarem, batendo palminhas animadamente.
Repetiu mais duas vezes, até que na terceira a criança pareceu perder o interesse, voltando a brincar com suas coisas.
— Deveríamos ter um desses — Cedrico comentou um tempo depois, atraindo a atenção da namorada —, não agora, mas daqui há alguns anos…
— Se com “
alguns” você quer dizer uns oito ou dez…
O loiro concordou apressado, não imaginava que pudessem ser pais tão cedo, eram novos demais e ainda tinham muitos planos antes de começarem a pensar em filhos, mas, às vezes, quando Teddy estava por perto, imaginava como seria quando tivessem uma criança.
— Não imagino que pudéssemos ter um antes disso — concordou com um aceno, sorrindo para a namorada —, até porque, eu não acho que você suportaria nosso filho dizendo “papai” antes de “mamãe” — disse debochado, sentindo um tapa em sua perna pouco depois.
— Mas isso não vai acontecer nunca! Eu vou passar horas por dia com a criança, vou dizer “mamãe” até vencê-la no cansaço!
Diggory gargalhou, inclinando-se por um instante para beijar-lhe os lábios, mas só até escutarem a risada animada do garotinho, vendo-o engatinhar pelo gramado atrás de um cachorro preto correndo mais à frente.
— Calma, calma, aquele lá não é o Sirius! — Cedrico chamou, puxando-o aos risos.
No domingo pela manhã %Samantha% mexeu-se na cama ao sentir seu corpo ser apertado contra algo, ou melhor dizendo, alguém. Manteve os olhos fechados por mais alguns instantes, mas logo ouviu a voz rouca do namorado próxima a sua orelha:
— Feliz aniversário, meu amor!
Sorriu pequeno ao notar os vários beijinhos que ele lhe dava entre seu pescoço e rosto, querendo despertá-la por completo, fazendo-a rir baixo.
— Sabe o que seria um bom presente? Você me deixar dormir até mais tarde! — resmungou, fazendo-o rir antes de ficar sobre ela na cama.
— Dezenove anos e já está rabugenta desse jeito?
Black abriu os dois olhos, arqueando a sobrancelha ao encará-lo.
— Se eu não me engano, no seu aniversário você passou o dia todo na cama, reclamando de tudo!
— Foi diferente. — Deu de ombros, tornando a sorrir. — Agora será que você pode me deixar te parabenizar?
%Sam% sorriu largo, concordando com um aceno.
— Só vou trazer mais tarde e...
— Não é desse que eu estou falando, Diggory. — Piscou, vendo-o sorrir de canto, aproximando-se para beijá-la. — Mas quero o outro que você comprou também! — soprou contra seus lábios, fazendo-o rir por um instante.
— Feliz aniversário, %Samantha%! — falou, apertando-a contra si.
Instantes depois, enquanto estava ocupada arranhando as costas desnudas do loiro, escutou um barulho vindo do corredor e, segundos depois, seu coração pareceu parar uma batida ao entender o que era. Empurrou Cedrico para o outro lado da cama com força.
— Meu pai! — avisou, apontando para a porta, e só então Diggory pareceu notar os passos do lado de fora do quarto, ouvindo vozes em tom baixo, embora não entendesse o que diziam, e então suspirou, arrastando-se para baixo da cama da namorada antes que fosse tarde. %Sam% jogou-lhe sua camisa e o loiro também puxou os tênis que estavam no chão antes de virar-se, encarando o colchão um tanto frustrado, não via a hora de parar de precisar se esconder.
Menos de trinta segundos depois a porta do quarto foi aberta de supetão e Harry e Sirius entraram juntos. Potter assoprava uma corneta encantada — que quando era tocada confetes coloridos saíam de dentro —, enquanto Sirius gritava para acordá-la.
— Feliz Aniversário, %Samantha%! — disseram ao aproximarem-se da cama, a garota os encarando segurando a risada, principalmente ao ver os dois usando chapéus de festa, embora Harry parecesse ter acabado de acordar, os cabelos mais bagunçados que o usual e a camiseta vestida do lado contrário.
— Nem acredito que já tenho uma filha de dezenove anos, sou tão jovem pra isso — Sirius falava, abraçando-a apertado.
— Já está quase quarentando, Sirius, se conforme. — Harry cutucou antes de jogar-se na cama da loira, abraçando-a desengonçado. — Parabéns, %Sam%, espero que você seja menos chata agora que está ficando velha! — Riu quando a garota se afastou, lhe socando o braço com certa força. — Coitado do Diggory de te aguentar, você é muito violenta.
— Será que podemos parar de falar dele? O dia começou tão bem… — Sirius resmungou, passando as mãos pelos cabelos compridos. %Samantha% segurou uma risada, apenas negando com a cabeça enquanto Diggory rolava os olhos embaixo da cama.
— Sim, e vai ficar melhor ainda quando eu receber meus presentes! — completou sorridente, cruzando os braços e esperando pelos mesmos. Harry negou com a cabeça.
— Quer presente melhor do que a honra de me ter em sua vida?
Pai e filha o encararam, %Sam% debochada e Sirius surpreso, dizendo juntos:
— Será que aceitam a devolução?
— Vocês dois estão passando muito tempo juntos! — Black riu mais ainda ao ver o afilhado soprar a corneta próximo ao rosto da loira, jogando vários confetes em sua cara. — Muito bem, vamos comer, comprei seu bolo favorito!
— E não esqueçam meus presentes! — tornou a dizer, enquanto os dois andavam para fora do quarto, virando-se e olhando para ela sem entender o motivo de não ter levantado da cama. — Eu ainda preciso trocar de roupa, ao contrário do Cicatriz, eu não gosto que as pessoas me vejam descabelada!
Harry soprou de novo a corneta que tinha um barulho alto, aproveitando para fazer um sinal com o dedo, recebendo um resmungo de Sirius.
— Não é pra isso que eu te criei, garoto!
%Samantha% riu, esperando os dois saírem antes de virar-se, inclinando-se sobre a cama para ver Cedrico encolhido embaixo dela.
— Poderia estar melhor! — Suspirou, saindo dali e puxando suas roupas, vestindo-se apressado. — E não pense que não escutei seu pai tentando falar mal de mim. Não acredito que após todos esses anos juntos eu ainda precise me esconder...
— Sinto muito, mas não queria matar meu pai do coração no dia do meu aniversário! — debochou, vendo-o rolar os olhos, concordando com um aceno ao sentar-se no canto da cama para calçar os tênis. Abraçou-o por trás, beijando-lhe próximo a orelha, fazendo-o arrepiar-se: — Talvez você possa me dar meu presente mais tarde?!
Diggory virou-se por sobre o ombro, estreitando o olhar.
— Espero que no dia que Sirius descobrir que estamos transando, você conte que em grande parte das vezes é você quem começa!
A garota riu, negando com um aceno.
— Como se você não gostasse…
— Vamos, %Samantha%! Estou com fome! — Potter gritou ao bater na porta, soprando a corneta mais uma vez antes de descer as escadas.
— Eu juro que se ele soprar aquilo mais uma vez eu vou fazê-lo engolir!
Cedrico concordou aos risos, inclinando-se para roubar mais um beijo da namorada antes de sair pela janela:
— Te vejo mais tarde para comemorarmos!