Black & Diggory II


Escrita porReh
Revisada por Lelen


Treze

Tempo estimado de leitura: 39 minutos

  Cedrico deixou o material sobre a mesa, pegando seu casaco e despedindo-se dos colegas antes de deixar o escritório em direção ao elevador. Puxou a gravata que usava, afrouxando-a alguns centímetros.
  — Olá, Diggory! — Ouviu o cumprimento assim que ele entrou no elevador. — Já está indo para casa? — perguntou a mulher sorridente. Scarlet era apenas três anos mais velha do que Diggory e ele lembrava de tê-la visto algumas vezes em Hogwarts, tendo pertencido a Corvinal.
  — Boa noite! — Sorriu educado. — Não, tenho mais alguns compromissos antes de ir para casa. E você?
  O sorriso da morena aumentou.
  — Na verdade, estava pronta para te chamar para um jantar, mas já que você tem outro compromisso, vamos deixar para outro dia.
  Diggory sentiu o rosto esquentar um pouco quando a mulher piscou em sua direção, apenas acenando com a cabeça antes de mirar a porta do elevador vendo-a abrir e Monty entrar pela mesma, olhando estranho para o loiro ao ver seu rosto vermelho.
  — Tudo bem aqui? — perguntou divertido, logo vendo a morena ao lado dar uma risadinha.
  — Estava apenas perguntando ao Diggory quais os planos dele para hoje, mas parece que o bonitão já está ocupado — riu, vendo-o coçar a nuca completamente sem graça —, quem sabe esse final de semana?
  — Ahn.. Bem…
  — Infelizmente não vai dar — respondeu Emmett pelo amigo, vendo-o suspirar aliviado. — Já temos planos para sábado e domingo. — Sorriu para Scarlet. — Vai precisar deixar para uma próxima.
  — E você prefere sair com seu amigo a sair comigo, Diggory?
  — Na verdade — Cedrico pigarreou —, vou encontrar minha namorada.
  — A que está em Hogwarts? — tornou, mantendo o mesmo tom sedutor. — Sabe que não sou ciumenta!
  Mais uma vez o elevador abriu as portas e desta vez Dora entrou sorridente no mesmo, acenando para o trio, alheia à conversa.
  — Como vai, primirinho? — Riu para Cedrico antes de virar-se para os outros dois. — Emmett, Scarlet!
  — Tudo bem, Tonks? — Monty sorriu.
  — Ah, esqueci que Diggory está saindo com sua prima… — disse Scarlet em meio a um suspiro, atraindo a atenção da Auror. — Imagino que teremos que deixar a conversa para outro dia! — Piscou assim que o elevador chegou no primeiro andar, sorrindo para todos antes de sair.
  — Que conversa? — Ninfadora arqueou a sobrancelha, cruzando os braços ao encarar o loiro.
  — Scarlet segue tentando chamar o Ced para sair — disse Monty divertido, vendo o amigo suspirar negando.
  — E eu já disse que estou namorando…
  — Mas ela não é ciumenta! — relembrou Emmett, segurando a risada ao ver Diggory negar.
  — Eu conheço bem a Scar — Dora começou, seguindo os dois pelo corredor — e sei o que ela pode aprontar, mas se eu suspeitar que você está dando conversa pra ela…
  — Acha mesmo que eu faria isso? — Cedrico virou-se para a mulher.
  — Para o seu próprio bem, eu espero mesmo que não!
  — Até parece, estou contando os dias para encontrar %Samantha% em Hogsmeade! Além do mais, se eu estivesse pensando em sair com outra pessoa, com certeza não seria com alguém no Ministério. Seria no mínimo mais discreto, não?
  — Ah, então já tem tudo planejado!? — Montgomery fingiu um tom chocado, levando um soco no ombro do outro.
  — Cala boca, Monty! E você já conversou com Quim?
  — Mais ou menos, precisei parar pra resolver umas coisas do meu treinamento enquanto conversávamos, mas vamos ver sobre isso segunda.
  — Seria ótimo ter você na Ordem — disse Dora animada — e pode aproveitar e treinar junto com o Ced também!
  — Está brincando? — Diggory negou com um aceno. — Espero que ele tenha que passar por tudo sozinho, quem sabe assim Moody para de implicar tanto comigo!
  Montgomery gargalhou, dando tapinhas nas costas do outro:
  — De repente você não é mais o aluno modelo de Hogwarts. Bem-vindo ao mundo real!

  Olho-Tonto esperou pouco paciente até Cedrico apontar a varinha para o animal e, embora dissesse o feitiço, ambos sabiam que nada aconteceria porque Diggory não queria matá-lo. Bufou após a terceira tentativa do mais novo.
  — O que estamos fazendo aqui? Achei que você queria aprender feitiços para defender-se e atacar — esbravejou a poucos passos do rapaz.
  — Eu quero, mas… — Suspirou. — Preciso treinar com um coelho?
  — Não temos como saber se você vai conseguir se não treinar, não? E se aparecer a oportunidade de matar o Lorde das Trevas? Vai hesitar?
  — É diferente… É um coelho! Como vou matar um coelho? — repetiu, virando-se com certa frustração.
  — Pense em outra coisa, ignore o animal. E se fosse um Comensal? Concentre-se Diggory. Treine sua mente. Em uma batalha você não pode pensar no que seria certo ou errado. Estamos em guerra, você tem sua varinha para se defender e muitas vezes apenas uma oportunidade para revidar; vai atacar ou deixar-se ser atacado? Prefere ver algum aliado ser morto porque hesitou?
  Cedrico encarou os pés por alguns segundos, era óbvio para Alastor a briga interna que o mais novo passava, seus princípios o impediam de atingir seu potencial. Embora Cedrico quisesse ajudar a Ordem, também não conseguia ir mais a fundo nos treinamentos por não querer machucar inocentes, mesmo que fosse um coelho. Resolveu aproveitar-se do ponto fraco do rapaz, precisava que Diggory parasse de pensar tanto antes de agir ou morreria antes que pudesse tirar a varinha do bolso.
  — E se fosse sua namorada em perigo, Diggory? — começou Moody, atraindo a atenção do rapaz. — E se Black estivesse aqui e um Comensal a atacasse? Imagino que você fosse querer salvá-la, não?
  Cedrico respirou fundo concordando com um aceno e Alastor começou a descrever toda uma cena (com mais detalhes do que Diggory gostaria de ouvir) sobre %Samantha% sendo torturada por Comensais, tornou a virar em direção ao coelho, sua mão tremia ligeiramente.
  — Avada Kedavra.

  O loiro ficou quieto por alguns minutos, ouvindo o discurso de Moody e apenas concordando com a cabeça sem ter muito o que dizer. Sentindo-se mal pelo o que havia feito, sabia que Olho-Tonto estava certo e ele deveria parar de hesitar, não poderia pensar tanto em uma luta, mas aquilo era totalmente diferente de precisar lançar a Maldição da Morte em animais.
  — Como está indo com a poção? — perguntou o mais velho ao notá-lo em silêncio por tanto tempo.
  Diggory abriu a boca, mostrando a folha de mandrágora que estava embaixo de sua língua há dias demais.
  — Preciso de mais duas semanas para terminar.
  — Já encontrou o resto das coisas?
  — Sim, Sirius conseguiu tudo o que faltava, só estamos esperando a época para fazer a poção.
  — Excelente, será bom termos mais um Animago no grupo, principalmente um que os Comensais não conhecem, a essa altura não podemos confiar que Almofadinhas já não seja de conhecimento de Voldemort.
  — É verdade que os Animagos são reflexos do Patrono? — Diggory questionou após alguns instantes.
  — Não necessariamente, o animal que você vira ao usar um feitiço como esse é reflexo da sua personalidade, o Patrono pode alterar-se com o passar dos anos de acordo com o emocional do bruxo. Por quê? Qual seu Patrono Corpóreo?
  Cedrico suspirou, coçando a barba rala que crescia.
  — Um texugo. Esperava poder virar um animal um pouco mais discreto que isso...

  %Sam% conversava com Potter, que ainda parecia incerto sobre o teste que precisaria fazer em poucos dias; achava que era muita responsabilidade ser o novo Capitão do time da Grifinória.
  — Ah, para de reclamar, Raio, pelo menos agora você tem algo pra se vangloriar ao invés de dizer que escapou do Voldemort três vezes.
  — Eu nunca disse isso, é você quem sempre lembra! — respondeu, rindo baixo ao negar com a cabeça.
  — Ah, é… Mas você está perdendo sua chance. De qualquer forma — deu de ombros —, pelo menos imagino que possa fazer o teste esse ano, não é?
  Harry a encarou por alguns instantes.
  — Do que você está falando? Não tem chances de eu montar um time sem ter você no grupo. Não precisa de teste!
  — Agradeço, mas caso você não se lembre, Gina foi muito bem ano passado. E a Katia também é muito boa, imagino que possam ter mais algumas opções interessantes para os testes…
  — E eu ainda duvido que alguém seja melhor do que você. Também já vi Katia jogando por anos, só preciso de mais um Artilheiro, imagino que deva ser a Gina, mas…
  — Harry, você não pode começar um time sem testar todas as posições — rebateu, sorrindo pequeno —, nunca se sabe, vai que alguém surpreende?
  Potter suspirou, concordando com um aceno embora tivesse certeza que seria impossível trocar as duas colegas. Gina era, de fato, uma boa opção para completar a posição, havia se saído muito bem no ano anterior no lugar de %Samantha%.
  — E como estão as coisas? — perguntou, preferindo mudar de assunto, ainda gostaria de evitar pensar muito em Quadribol, embora o teste fosse em poucos dias.
  — Nada tão ruim, tem sempre alguém me olhando de canto, mas pelo menos não estão falando nada na minha frente. — Deu de ombros. — E não temos Umbridge por aqui, sempre vou considerar isso uma vitória! Embora Snape não seja muito melhor… Dumbledore podia tentar recontratar o Remo!
  — Isso sim seria uma notícia boa — concordou, rindo —, mas pelo menos Poções não está ruim…
  — É claro que você acha isso, é o melhor aluno da sala! — respondeu debochada, sorrindo de canto. — Hermione está a ponto de surtar por não ser o destaque desse ano.
  — Ela também não lidou muito bem com a gente tendo notas melhores do que ela no NOM’s de DCAT, não duvido que logo esteja contando pra McGonagall sobre o livro… — Rolou os olhos, então baixou o tom de voz ao tornar a olhar para a loira. — Você acha que é considerado trapaça?
  %Sam% deu de ombros, negando em seguida.
  — São apenas anotações, não é? Algum ex-aluno tinha um truque ou outro para conseguir alguma solução melhor em determinadas poções, não acho nada demais. Mas você conhece a Mione, ela jamais abriria a cabeça para qualquer coisa diferente, tenho certeza que esse é o único motivo dela não ter ido para a Corvinal! — replicou, vendo-o concordar rindo. %Sam% encarou a entrada do Salão Principal, vendo Rony e Gina andando até eles, sorriu de lado ao baixar o tom de voz para um sussurro: — Você acha que eles desenrolam esse ano?
  — Eles quem? — perguntou confuso.
  %Samantha% encarou o moreno por alguns segundos, sem saber se ele estava tentando guardar segredo ou apenas não havia reparado em nada. Tinha certeza que Rony já deveria ter mencionado alguma coisa para o amigo, mas talvez estivesse enganada.
  — Mione e Rony. Não vai me dizer que nunca reparou que eles são a fim um do outro?
  Harry escancarou a boca, olhando-a chocado.
  — Isso é sério?
  — Godric Gryffindor que te proteja, Harry Potter, você é muito devagar.
  — Ah, cala a boca! — resmungou, olhando para o pergaminho aberto com alguns rabiscos que nem ele entendia. — E como sabe disso?
  — Mione me contou, é claro, e o Rony é muito óbvio, principalmente depois do ataque de ciúmes dele durante o Baile! — respondeu rápido ao ver os ruivos a poucos metros de distância. — Tinha certeza que ele já havia te contado alguma coisa…?
  Harry apenas negou com um aceno ao ver os Weasley próximos à mesa.
  — Do que estão falando? — perguntaram os dois ruivos ao mesmo tempo, sentando ao lado dos amigos.
  — Táticas de Quadribol! — respondeu Harry rápido, olhando de canto para %Samantha% que encarava o Weasley de lado, um sorrisinho nos lábios.
  — O que foi? — perguntou Gina ao ver a expressão da outra.
  — Nada, só estava pensando comigo mesma o quanto garotos podem ser devagar, não?
  — Oh, sim! — concordou a ruiva rindo. — Mais lentos que qualquer Trasgo!
  — Ei! — Os dois reclamaram, olhando de uma para outra.
  — Mas qual o motivo exato para isso? — Gina tornou, ainda divertida.
  %Sam% passou a língua pelos lábios, olhando do moreno para o ruivo.
  — Motivos não faltam, é só olhar para eles. — Gargalhou ao ver a cara de ofendidos que fizeram. — Mas acho melhor não dizer perto deles, te conto mais tarde. — Piscou, vendo-a concordar.
  Harry rolou os olhos, negando com um aceno enquanto Rony olhava de um para outro, extremamente curioso.

  As duas garotas conversavam no Salão Comunal, sussurrando e até mesmo cogitando uma aposta sobre Rony e Mione, a qual apareceu pouco depois vinda da biblioteca, e estava prestes a subir direto ao dormitório, se não fosse pela loira rolar os olhos e chamá-la para se juntar a elas:
  — Oi, Granger!
  Mione virou-se na direção das duas, arrumando a alça da mochila no ombro antes de se juntar às duas, sentando ao lado de Gina e deixando a mochila de lado.
  — Então, sobre o que vocês estavam conversando?
  Gina começou a rir, negando.
  — Tenho certeza de que você não vai querer saber.
  — Como é? Por quê?
  Black sorriu de lado, aproximando-se mais da outra.
  — Estávamos comentando que Harry ainda não sabia que você gosta de Rony e vice-versa.
  Granger abriu a boca, o rosto pálido até pigarrear algumas vezes, negando com a cabeça.
  — Tá vendo, nem a Mione acreditou que o Harry pudesse ser tão devagar! — a ruiva apontou, rindo junto com a outra enquanto viam Hermione sem graça.
  — Por que estão falando disso? E parem de falar, alguém pode escutar.
  — Ah, relaxa, ninguém tá prestando atenção. E estamos falando baixo. — %Sam% abanou a mão no ar. — Estava falando com o Harry mais cedo e lembrei disso, não sei bem o motivo. Aí comentei com ele e o Raio ficou chocado quando eu contei!
  Hermione suspirou, parecendo mais tranquila.
  — Não estou muito surpresa, são todos lentos mesmo.
  — Você quer alguma ajuda com isso? — perguntou Gina sorrindo, sentando mais na ponta da cadeira. — Poderíamos insinuar algo para meu irmão, porque se você ficar esperando ele fazer algo… Por Merlin, você vai ficar mais sozinha que a Lula Gigante!
  — É, a gente poderia falar que você tem um encontro! Lembra como ele ficou durante o Baile? Um insuportável de tanto ciúmes!
  — Sim, coitada da Patil! — concordou a mais nova.
  — Das duas, né? Porque o Harry também foi péssimo! — Mione acrescentou. — Mas acho que não tem muito o que fazer…
  — Ah, eu posso pensar em umas três coisas! Podemos falar, por exemplo, que você tem um admirador secreto. Assim não precisa dizer o nome de ninguém! — replicou Gina toda animada.
  — Ou podemos fazer muito melhor do que isso! — %Sam% sorriu ao ver um grupo de garotos passar pelo quadro da Mulher Gorda.
  — O quê? — perguntaram ao mesmo tempo.
  — Mione, você não falou que o Córmaco ficou todo se insinuando pra você? — Sorriu para a amiga, que ficou vermelha.
  — Que nojo!
  — Concordo, ele é insuportável, poderíamos encontrar alguém melhor, porém — juntou-se mais as duas, sorrindo de canto —, o Córmaco vai tentar entrar no time da Grifinória como goleiro, não? E a melhor parte é que o Rony é ciumento e inseguro, vai querer morrer quando vir o McLaggen chegando junto com você! — Piscou brincalhona, vendo as duas rirem, embora Mione parecesse extremamente sem graça.
  — Ele não tinha uma namorada?
  — Ah, não, a Chloe terminou com ele ano passado — Gina negou com um aceno —, até me surpreende que ela tenha aguentado tanto tempo!
  — Então, o que acha, Mione?
  Granger mordeu o lábio inferior, negando após pensar por alguns segundos.
  — É melhor deixarmos tudo como está, dependendo de como forem as coisas, eu falo com vocês!
  — Ah, só porque a gente já tinha planejado tudo. Eu falei para fazermos sem contar! — Gina bufou, jogando-se contra o encosto da cadeira.

  Potter, é claro, nem mesmo considerava trocar as duas artilheiras do time por quem quer que fosse, conhecia Kátia Bell e %Sam% o suficiente para saber que não tinha a menor chance de montar seu time sem qualquer uma delas, contudo, para ser justo, precisava fingir que as vagas também estavam abertas. Sua única dúvida, embora mínima, seria com Gina para o caso de ter alguém tão boa quanto. Estranhou o número de alunos ao redor e estressou-se bastante ao notar que mais da metade não eram nem mesmo alunos da Grifinória.
  — Era só o que me faltava — resmungou com as três meninas, as quais estavam mais próximas, negando com a cabeça.
  — Tá popular, hein, Potter? — Kátia riu, vendo-o rolar os olhos.
  — Eu estava quase pensando em te entregar o cargo de Capitão — disse para %Samantha%, que abriu um sorriso largo —, mas aí não teríamos time, porque o pessoal ainda tem medo do Sirius!
  A loira fechou a cara, xingando-o baixo.
  Quando o teste pôde, finalmente, começar, Potter notou que as arquibancadas estavam cheias de alunos de outras casas, curiosos. Achava que se esperasse mais tempo Rony ganharia mais confiança, mas talvez seu plano tivesse ido por água abaixo, visto que ele ficava ainda mais nervoso na frente do pessoal. Não foi surpresa para ninguém que Bell, Black e Weasley foram escolhidas as três artilheiras principais, ainda mais após o teste ter sido realizado e elas terem se saído extremamente bem.
  Os batedores não eram nem próximos de serem Fred e George, mas talvez não fossem dos piores, Peakes e Coote pareciam a melhor dupla para a posição. O principal problema no momento era a vaga de goleiro, pois McLaggen estava indo tão bem quanto Rony. Pelo menos até o último lance, no qual as três artilheiras trocavam a goles em uma jogada normal, porém rápida, e no final Gina lançou a bola nos aros e Córmaco ter saído totalmente da direção da mesma, levando o gol.
  Potter suspirou aliviado, apitando e encerrando o teste, agradeceu a todos os presentes e parabenizou seu time antes de marcar o primeiro treino da temporada para a próxima semana.
  — Vocês não acharam extremamente estranho o Córmaco ter errado daquele jeito? — comentou Gina ao seguir junto de Harry e %Sam% para o Salão Principal, Rony tinha ficado um pouco mais atrás, conversando com Simas e Dino (o qual tinha entrado como reserva para a posição de Artilheiro). — Ele estava em todas as bolas!
  O trio encarou o colega que andava logo à frente deles parecendo um tanto chateado, até bater com tudo em uma das estátuas, derrubando-a.
  — Estranho? — sussurrou Black ao passarem por ele, olhando-o por sobre o ombro. — Eu diria que isso está muito mais próximo de uma azaração do que qualquer outra coisa…
  — Mas quem…? — começou Harry, chegando à mesa da Grifinória na qual Mione estava escondida atrás de um grande livro de Astronomia. — Eu não acredito... Hermione!?
  — O quê? — perguntou sem olhá-los, a voz baixa
  — A pessoa quando está apaixonada perde o bom senso. — %Sam% riu, recebendo um tapa fraco da morena ao sentar-se ao seu lado. — Mas nunca mais faça isso quando for sobre Quadribol, se Rony falhar esse ano a culpa é sua!

  Cedrico sorriu ao ver a namorada que se aproximava do Três Vassouras junto do trio de amigos, rindo baixo ao notar o moletom preto com o grande B dourado no meio (o qual havia ganhado dos Weasley no ano anterior), a abraçou apertado quando ela parou sorridente ao seu lado.
  — Senti sua falta! — Ouviu-a dizer próxima a sua orelha, a apertou ainda mais em seus braços.
  — Também senti a sua — respondeu, puxando-a para um beijo.
  — Ah, oi? — resmungou Rony quando chegou próximo aos dois, Mione e Harry apenas gritaram de longe em cumprimento, logo entrando no bar. — Deixa eu contar para o Sirius!
  Black apenas retirou um dos braços que estava envolta do pescoço do namorado, mostrando o dedo do meio para o ruivo sem sequer olhar em sua direção.
  — Mal-educada! — falou antes de entrar no bar junto com os outros dois amigos e deixando o casal do lado de fora.
  Separaram-se pouco depois, ainda sorrindo um para o outro, Diggory passou a abraçar de lado.
  — Quer entrar ou…?
  — Ou?
  — Não faço ideia, mas qualquer lugar que não tenha tanta gente e eu possa te beijar sem ouvir piadas sobre seu pai!
  %Sam% riu, concordando antes de darem as mãos e seguirem pelas ruas lotadas de estudantes em direção a um ponto mais isolado. Quando se deram conta, estavam próximos a Casa dos Gritos, o que não era de todo ruim, pois quase nenhum estudante aparecia por aquele lado, ocupados demais no Três Vassouras ou na Dedos de Mel.
  — Não é muito romântico, uh? — comentou Cedrico ao pararem, sentando-se no chão gelado por cima de uma toalha que ele conjurou instantes depois.
  — Cedrico, tem três meses que não nos vemos, não estou nem um pouco preocupada com o romantismo!
  O outro gargalhou, concordando antes de puxá-la para mais perto, beijando-a com vontade. Em dado momento, após muitos beijos longos e saudosos, Diggory a puxou para seu colo, querendo mais contato com a outra.
  — Esqueci de dizer — soprou contra seus lábios, ouvindo-o murmurar. — Feliz Aniversário, Ced.
  — %Samantha%, meu aniversário foi em setembro. — Ele riu fraco, tornando a beijar-lhe o pescoço, fazendo-a se arrepiar por completo. — É mais fácil eu já te parabenizar pelo seu do que o contrário.
  A garota riu fraco.
  — Mas não estávamos juntos em setembro, estávamos? Só dizer por carta é estranho.
  — Não foi de todo ruim — respondeu, passando a língua pelos próprios lábios, sentindo-a acariciar seus cabelos ao virar-se para olhá-la — porque eu não poderia te beijar mesmo, então até que foi um bom timing para você ficar de castigo!
  — Ei, nunca é uma boa ideia eu ficar de castigo com o Snape — negou, fazendo careta —, mas o que aconteceu? Não entendi por que você também não poderia vir!?
  Cedrico passou a mão pelo cabelo bagunçado, enquanto ainda mantinha a outra sobre a cintura da mais nova.
  — Eu disse que Sirius e Olho-Tonto estão me treinando, não?
  — Sim, papai falou que é superengraçado sua cara sempre que ele te ameaça durante os treinos! — Sorriu para ele, vendo-o rolar os olhos.
  — Bem, aprendi algumas coisas com eles e agora… — Respirou fundo, pensando no trabalho ainda incompleto. — Estou tentando virar um Animago.
  — Você o quê? — gritou a loira, afastando-se bons centímetros dele. — Como assim você estava me escondendo isso o tempo todo? Por Merlin, Diggory!
  — Não estava escondendo — defendeu-se. — Só que ainda não sei se vai dar certo, é supercomplicado e pode demorar uma eternidade agora porque fazem quase três semanas que estou esperando um raio de tempestade que não acontece nunca!
  — Você ficou com aquela folha o mês todinho na boca? — questionou enojada, vendo-o confirmar. — Ainda bem mesmo que eu fiquei de castigo. Que coisa mais nojenta!
  — E você acha que isso foi ruim? — Concordou, fazendo careta. — Se você visse a cor da poção que eu vou precisar tomar depois… Eu nem sei por que topei fazer isso! E sabe o que é pior? — A garota arqueou a sobrancelha, negando curiosa. — Eu possivelmente vou virar o reflexo do meu Patrono, que é um texugo! O que eu vou fazer como texugo?
  %Samantha% abriu um sorriso, virando-se para o lado e colocando a mão sobre a boca, tentando abafar o som das risadas.
  — Isso mesmo, ria mais do seu namorado.
  — Eu não acredito que você vai ser um texugo, Cedrico! — Explodiu em risadas. — Que texuguinho mais gracinha, hein? — Apertou-lhe as bochechas, vendo-o rolar os olhos, enfezado. — Mas você não sabia que eles são bichos sociáveis e destemidos? Além de extremamente fofos.
  Cedrico arqueou a sobrancelha, encarando-a.
  — Como é que você sabe disso?
  Deu de ombros, sorrindo de lado.
  — Foi a Mione que me disse uns anos atrás, quando estávamos falando sobre os animais de cada Casa. Eu jurava que o leão da Grifinória era o mais forte, né? E ela falou que na verdade o texugo é tão destemido que pode matar cobras e enfrentar leões.
  — Então você está dizendo que a Lufa-Lufa é a melhor casa de Hogwarts? — Sorriu de lado, vendo-a negar rapidamente.
  — Estou dizendo que texugos não são inúteis, calma lá! Grifinória sempre será a melhor Casa, mas admito que a Lufa-Lufa é quase tão boa quanto!
  A garota abriu a boca segundos depois, rindo ao tempo que negava.
  — O que foi agora?
  — Mas era óbvio que você seria um texugo, não? Quer alguém mais lufano do que você, Cedrico? Caramba, a Minerva vai chorar quando souber que você vai se transformar num animal que representa uma das Casas de Hogwarts!

  O casal se despediu depois de algumas horas juntos, nas quais aproveitaram o tempo sozinhos para alguns amassos, antes de sentirem frio e fome o suficiente para obrigá-los a levantarem-se e seguirem de volta para perto das lojas, parando para comerem algo quase no final da tarde e tomarem algumas cervejas no Três Vassouras.
  — Te vejo no Natal! — Cedrico a abraçou, apertando-a contra si.
  — Espero que chova antes disso! — sussurrou em sua orelha, vendo-o concordar antes de beijarem-se uma última vez. — Aproveita e diz oi para meu pai e os Tonks quando os encontrar! E manda um beijo pra sua mãe também, faz tempo que não falo com ela.
  Cedrico riu, concordando.
  — Ela não para de perguntar como você está indo na escola e se anda perdendo pontos!
  — Pois diga que estou me comportando bem esse ano!

  %Samantha% estranhou chegar até a Torre da Grifinória sem encontrar nenhum dos amigos, mas achou que talvez eles tivessem ficado um pouco mais em Hogsmeade, por isso seguiu para o dormitório aproveitando para tomar um banho e esquentar-se um pouco depois de tantas horas no frio.
  Não que reclamasse, na verdade poderia passar a noite inteira na neve com Cedrico e ainda assim seria pouco. Sentia o corpo esquentar só de lembrar das horas que tinham passados juntos por um tempo, achou que estivesse daquela forma já que faziam semanas que não se viam, mas soube que não era apenas saudades quando se olhou em um dos espelhos do banheiro, notando a marca arroxeada em seu pescoço quando tirou o cachecol, lembrando-se dos beijos do mais velho. Respirou fundo, soltando o ar devagar. Sabia que Cedrico estava há bastante tempo em um ponto de querer mais do que beijos, mas agradecia por ele não mencionar nada ou pedir por algo que ela não se sentia pronta a fazer. Era uma das coisas que mais gostava no namorado, ele sabia dar-lhe espaço.
  Contudo, já fazia tempo que ela sentia quando as coisas mudavam com ele, quando deixavam de ser apenas alguns amassos em salas vazias ou em suas casas durante as férias. E, por mais que às vezes permitisse que ele puxasse um pouco sua camiseta ou a apertasse com mais força em determinadas áreas, sabia pará-lo antes que fizessem algo que ela talvez se arrependesse mais tarde. No fundo achava que talvez já estivesse no mesmo estágio que Cedrico ou pelo menos perto o suficiente.
  Sentia o corpo esquentar sempre que pensava no namorado e os beijos não pareciam mais ser o suficiente para matar as saudades, fosse por estarem separados nos últimos meses ou mesmo quando estavam juntos em Hogsmeade ou nas férias. Parecia sentir falta dele.
  Assim que terminou seu banho e trocou suas roupas pelo uniforme da escola, desceu as escadas, olhando rápido pelo Salão Comunal, não encontrando nenhum dos três por ali.
  — Ah, finalmente! Por que demoraram tanto? — perguntou ao esbarrar com eles nas escadas. Mione começou a relatar o que tinha acontecido com Kátia Bell, a qual tinha sido levada para o hospital após ser enfeitiçada com uma magia poderosa. — E você acusou o Draco? — questionou por fim, sentada junto aos amigos no canto das escadas do quinto andar, nenhum deles se importou quando a escada começou a se mexer, virando em outra direção.
  — É muito suspeito, não é? Toda essa história dele ser um Comensal…
  — Você acha que ele é um Comensal, Harry, nós nunca concordamos e nem provamos nada — cortou Granger, olhando-o significativamente.
  — Ah, não sei… Eu até acho que o Harry pode ter razão nesta parte, embora não ache que ele tenha muita coisa que Voldemort possa se interessar — %Sam% deu de ombros, pensativa —, contudo… — Virou-se para o amigo. — Encontrei com Draco quando estava saindo da Dedos de Mel e pelo que disseram, foi bem próximo desse horário que vocês encontraram a Kátia.
  — Tem certeza que era ele? — perguntou Potter ansioso, suspirando quando a viu concordar com um aceno.
  — Ele estava junto com o grupinho de sempre, Pansy Parkinson não perdeu a oportunidade de falar besteira, então quando eu a xinguei de volta, vi Draco no canto, parecia distraído, mas estava junto com eles.
  Harry passou a mão pelos cabelos, frustrado.
  — Deve ter alguma coisa no meio, não faz sentido.
  Mione parecia fazer um grande esforço para prestar atenção no assunto, pois já estava claro que não aguentava mais conversar sobre isso.
  — Bom, não temos nenhuma prova que Draco fez qualquer coisa errada, não é? Então é melhor deixarmos isso de lado.
  — E o que vamos fazer com o time da Grifinória? — Rony tornou de repente, Mione rolou os olhos, não se importando muito.
  Por algum motivo que fugia muito do entendimento de qualquer um dos outros três, Hermione nunca teve o mesmo interesse que eles em Quadribol, achava até superestimado.
  — Vou ter que pegar um dos reservas, não? — Harry suspirou, coçando o nariz. — Falarei com Demelza amanhã.
  — Achei que chamaria o Dino para substituir a Katia. — %Sam% arqueou a sobrancelha, vendo-o negar, dizendo que Demelza parecia voar melhor. — Ainda bem, depois da ruiva e da Bell, ela foi com quem me dei melhor nos passes, Dino jogava mais forte do que precisava na hora de passar, teve duas vezes que eu quase derrubei a Goles e aí precisei lançar de qualquer jeito para o gol...
  — Foi em uma dessas que o Córmaco defendeu, não? — Weasley tornou, olhando de canto para Hermione. — Ele está interessado em você, sabia, Mione?
  — Patético — a outra respondeu, virando para o lado e sentindo as bochechas esquentarem. Harry e %Sam% se entreolharam, segurando a risada.

  Na manhã do jogo, Black esperou o ruivo sair acompanhado dos dois batedores do time antes de puxar Potter para o lado.
  — Você colocou mesmo a Felix no suco dele? — cochichou enquanto andavam mais devagar em direção ao campo, Harry pareceu chocado. — Raio, eu sei que ele estava péssimo nos treinos, mas se for verdade e a Minerva descobrir, nunca mais vamos jogar.
  — Não sei do que você está falando! — Negou com a cabeça. — Vamos logo, ainda temos que trocar de roupa!
  Para surpresa e, talvez, um pouco de sorte, nem Draco nem Vaisey, que era o melhor artilheiro da Sonserina, jogariam a partida, o que já deixava o time inteiro mais confiante. Assim que Hooch apitou o início do jogo lançando a Goles, os jogadores se posicionaram em campo voando em todas as direções, Gina Weasley acabou por pegar a bola primeiro, fazendo um lançamento rápido para Demelza, que, embora estivesse nervosa com a primeira partida, fez um ótimo passe para %Sam%, a qual só teve o trabalho de tirar do goleiro Urquhart e lançar no terceiro aro, abrindo o placar.
  Harry aplaudiu, vibrando assim como a torcida nas arquibancadas, olhando para o lado à procura do Pomo-de-Ouro. No meio tempo que sobrevoou o campo, a Grifinória marcou mais dois gols e Rony defendeu maravilhosamente bem um lançamento da Sonserina.
  A única coisa que parecia incomodar a todos os jogadores do time vermelho eram os comentários maldosos vindos de Zacarias Smith, um aluno da Lufa-Lufa que não perdia a oportunidade de falar besteiras; após insinuar que os Weasley só estariam no time por serem amigos de Potter, e que os dois batedores não eram bons o suficiente, começou a falar sobre Black.
  —... Me parece que nem os jogadores da Sonserina querem se aproximar muito da artilheira, provavelmente, assim como todos na escola, ainda estão desconfiados com toda a história dela ser filha de Sirius Black.
  Com o jogo em 90x0 para a Grifinória, %Sam% não sentiu nem um pouco de culpa quando fez sinal para Gina lançar a Goles, parando bem à frente de Zacarias e, quando a bola estava apenas a alguns metros de distância, vindo rápida e forte, desviou-se, deixando-a passar e acertar em cheio o lufano.
  — Opa, desculpa aí!
  Pôde ouvir Minerva gritar da bancada dos professores, mas não deu atenção, tornando a sobrevoar o campo enquanto Madame Hooch tornava a iniciar o jogo. Harry, pouco depois, ficou assustado ao notar que o apanhador da Sonserina estava próximo do Pomo, voando o mais rápido que podia até o mesmo, conseguindo distrair por um instante o jogador, apenas o necessário para apanhar a bolinha dourada.
  — Ganhamos! — gritou, erguendo o braço e sobrevoando o campo. — Ótimo jogo, time! — parabenizou seus jogadores quando os mesmos se aproximaram. — Cadê a Gina?
  — Desculpe, Professora, eu esqueci de frear! — dizia para McGonagall após ter colidido com Smith, o qual mexia-se bobamente entre os escombros.
  — Eu juro que se ele falar mais qualquer coisa eu vou empurrá-lo da Torre de Astronomia! — %Samantha% cochichou para Harry enquanto desciam juntos para o gramado. — E pensar que ele é da Lufa-Lufa!
  — Festa na Torre da Grifinória! — alguém gritou no meio da multidão.
  Assim que Potter explicou o que, de fato, tinha acontecido com a bebida de Rony, a qual não tinha nem uma gota de poção da sorte, Weasley e Granger tornaram a brigar e cada um seguiu para um canto, deixando os dois amigos sem saber direito o que fazer. %Sam% aproveitou que não tinha tantos alunos tão próximos, ainda um tanto apreensivos com ela e Sirius, para comer e beber tranquila, estava já se despedindo de Harry e Gina antes de subir para tomar um banho quando eles (e todo os alunos da Grifinória) viram Rony e Lilá Brown aos beijos.
  — Eu diria que ele ainda precisa aprender a beijar! — comentou Gina, fazendo uma cara de nojo e ouvindo a gargalhada dos outros dois ao lado. 

  Embora tenham se doído por Hermione e, de fato, achassem um tanto nojenta a relação de Rony com Lilá, já que eles não pareciam ter limites e se agarravam em qualquer canto, tanto %Sam% quanto Harry preferiram não se envolver, apenas escutavam o que cada um tinha a dizer, contudo, sempre que tinha uma oportunidade, Black aproveitava para fazer comentários ácidos sobre o ruivo, o qual ficava extremamente sem graça.
  E, é claro, como Lilá parecia estar sempre ao redor de Weasley durante boa parte do tempo, os dois acabaram passando mais tempo do que gostariam na biblioteca com Mione.
  — Você não vai na festa? — questionou Harry surpreso, vendo a loira negar com um aceno.
  — Primeiro eu não tenho ninguém para levar, afinal você convidou a Luna, não é? — Arqueou a sobrancelha. — Agora nem com você eu posso ir e não vou aparecer sozinha ou chamar alguém para ir comigo, já que Ced não está mais aqui. Segundo, também não tenho nenhuma roupa festiva para esse ano e não vou gastar meu dinheiro comprando uma de última hora! E, por último, tirando vocês dois e Gina, não gosto de ninguém que está nesse clube e todo mundo fica me encarando, vocês não lembram do jantar?
  — Eu achei que você gostasse de ter atenção… — comentou Mione, sorrindo de canto. %Samantha% deu de ombros.
  — Não desse tipo, nem posso azarar ninguém por me irritarem! Além do mais, fiquei de conversar com meu pai hoje, então…
  — Como é que você vai fazer isso? — perguntou Harry agitado.
  — Você não lembra aquele espelho que ele nos deu no verão, não? Você não acha mesmo que eu fico semanas esperando por Corujas quando posso falar com ele em dois minutos, não é?
  Harry coçou a nuca, desconfortável, sentindo-se idiota por nunca ter usado o objeto, nem mesmo lembrava-se onde o tinha deixado.
  — Aquilo é ilegal, sabia? — comentou Hermione com a amiga, vendo-a rolar os olhos.
  — Mione, tem tanta coisa que fazemos que é ilegal que se alguém aqui, além do Snape, quisesse mesmo nos expulsar, talvez nem mesmo tivéssemos entrado em Hogwarts! Ninguém vai me tirar pontos por causa de um espelho! Muito me admira você vir falar disso quando estava fazendo Poções Polissuco pelos cantos!
  — Era diferente… — respondeu em voz baixa, tornando a olhar para seu livro.
  Os dois riram da amiga antes de Harry virar-se em sua direção.
  — E com quem é que você vai para a festa?
  Hermione ficou roxa, falando tão baixo que os amigos tiveram que se curvar para escutarem.
  — Córmaco McLaggen.

  Black e Potter despediram-se dos Granger na estação de Kings Cross e seguiram junto com Sirius por alguns minutos enquanto esperavam os Weasley; Harry tinha sido convidado a passar o Natal em uma praia Trouxa junto com %Sam%, os Tonks e os Diggory, mas preferiu aceitar o convite de Rony e ficar com os ruivos durante aquelas duas semanas de férias. Não era como se não suportasse ver Cedrico — atualmente estavam se entendendo muito bem, mas com certeza preferia evitar ter o casal ao seu lado nas férias, mesmo que aos poucos (aos poucos mesmo) achasse que estava superando o que sentia por %Samantha%, preferia não ter que ver os dois aos beijos em qualquer oportunidade.
  Sirius, embora tivesse pensado várias e várias vezes sobre deixar sua filha no mesmo local que Cedrico, acabou por concordar que seria muito bem-vinda duas semanas na praia, fugindo do frio que fazia naquela época do ano. Porém, como também queria passar o tempo com Harry e o afilhado não tinha se interessado em ir para a praia, revezaria para ficar com os dois adolescentes durante o período.
  — Até a volta, Harry! Feliz Natal!
  — Nos vemos daqui alguns dias, ok? — Sirius sorriu para o rapaz, abraçando-o antes de despedir-se dele e dos Weasley aparatando logo depois. 

  Diggory olhava ansioso para o relógio, esperando o horário para ir embora do Ministério.
  O dia tinha sido extremamente entediante e não podia esperar mais para ir embora. Batucava os dedos na mesa de mogno, esperando e olhando vez ou outra para a mala ao canto da sala, parecendo chamá-lo, apressando-o. Queria já estar com a namorada que não via desde o Natal.
  Não que cinco dias fossem muita coisa, já que quase não se viam durante o ano, mas parecia pior por saber que ela estava tão perto. Respirou fundo, inclinando a cadeira para trás, tentando passar o tempo naquela última meia hora interminável.
  Quando o relógio finalmente deu cinco e meia, Cedrico levantou-se apressado pegando suas coisas e caminhando para fora do escritório vazio, era o único trabalhando naquele dia. Cumprimentou algumas pessoas no elevador e nos corredores, não querendo demorar mais que o necessário para sair do prédio. Chegou à rua movimentada e andou apressado até uma rua secundária, segurando firme em sua mochila, aparatando pouco depois, pronto para aproveitar o feriado de fim de ano.

  Assim que abriu os olhos em frente à casa de praia em que seus pais estavam com os Tonks, Cedrico sorriu animado andando apressado para dentro do lugar, retirando a gravata que usava no caminho. Não estava quente, afinal era inverno, mas também não estava frio como em Londres para vestir tanta coisa. Chegou cumprimentando os pais e os Tonks, olhando ao redor a procura da namorada, que logo descobriu estar na praia. Trocou-se o mais rápido que pôde, saindo em busca de %Samantha% logo depois de comer um pedaço do bolo que Andy havia feito; a mulher cozinhava bem demais para que ele pudesse recusar.
  Cedrico sentiu a brisa vinda do mar assim que colocou os pés descalços na areia branca e fofa da praia de Great Bay, seu lugar preferido para passar as férias. A praia era, na grande parte do tempo, deserta, com alguns quilômetros de areia extremamente branca e águas de tons esverdeados ou azulados, dependia muito do dia. Tinha uma floresta e muitas pedras em volta o que dificultava um pouco a chegada, então, por mais que fosse bela, os trouxas não costumavam ir tanto ao lugar.
  Great Bay não era só maravilhosa durante o dia, tinha a paisagem ainda mais deslumbrante durante as noites estreladas, as quais eram raras devido ao tempo sempre nublado, mas as poucas vezes que Diggory foi sortudo o bastante para ver o céu sem nuvens à noite, foram as noites mais belas que já teve.
  Seu olhar percorreu a extensão da areia do lado direito, mas tudo o que via era a paisagem deserta do local, virou-se para o outro lado procurando pela garota. Estreitou os olhos, vendo um pontinho destacando-se na areia clara. Sorriu, começando a andar até ela. Black estava deitada sobre uma toalha, parecendo entretida lendo um livro, que Cedrico não conseguia ver o nome devido à distância. Foi se aproximando devagar, mantendo um sorriso nos lábios com a concentração da namorada.
  De repente ela olhou para o lado ao tentar afastar o cabelo do rosto, vendo-o se aproximar lentamente.
  Diggory notou o sorriso que ela deu em sua direção, fazendo-o sorrir automaticamente. No instante seguinte, ela corria até ele, diminuindo rapidamente a distância entre os dois. O rapaz abriu os braços quando ela se aproximou o suficiente, sabendo o que viria a seguir.
  Black pulou em cima dele, apertando-o com força.
  Cedrico segurou-a assim que a sentiu envolver seu pescoço com os braços, pressionando seus corpos e enterrando seu rosto contra os cabelos loiros bagunçados dela. Girou-a no ar por alguns instantes, fazendo-a gargalhar próximo ao seu ouvido de forma que os pelos de sua nuca arrepiaram por completo.
  Por Merlin, ele nunca se cansaria de escutar aquela risada!

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Lelen

Ai, coitado do coelho, ele não tinha culpa de nada! Não podia ser outra coisa? Será se um bicho papão não ajudaria? Ajudou com o patrono, né – tudo bem que um patrono é muito mais simples do que um avada, mas enfim.
Além das complicações que traz o Voldemort, ainda tem a vida acontecendo na vida dos nossos personagens, MEU DEUS, como que dá? Tem que lidar com aprender o máximo de DCAT que puder, trabalhar, fazer planos, se inteirar de planos, e ainda sobrar tempo para namorar e se preocupar com os caminhos que esse relacionamento está tomando/pedindo. Não tá fácil. Mas pelo menos não tá tão complicado ainda HAHAHAHAHAH

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