Billion Dollar Man


Escrita porautumn night
Revisada por Natashia Kitamura


Capítulo Três

Tempo estimado de leitura: 12 minutos

  — O quê? — Ela sentiu seu coração bater mais rápido de novo em seu peito — Por quê? Eu pensei que… pensei que você não queria nada assim.
  Os olhos dele estavam presos aos seus.
  — Prática. — Ele disse simplesmente, seus dedos se curvando em volta dos dela possessivamente. — Precisamos ser convincentes como um casal. Você não acha que deveríamos praticar alguns beijos?
  %Verônica% abriu a boca para dizer que ele nem mesmo a beijou na noite passada quando eles transaram, mas todo o seu corpo estava gritando para ela apenas dizer sim, porque ela queria muito isso.
  Ela ignorou a voz da razão que lhe dizia que aquilo era uma má ideia. Contrariando seu melhor julgamento, ela tomou outro gole de vinho antes de responder.
  — Você está certo, as pessoas vão achar estranho se não fizermos isso em público às vezes.
  Os lábios dele formam um pequeno sorriso quase divertido, embora seus olhos permaneçam sérios. %Theo% se levantou lentamente, andando ao redor da mesa. Ele ficou em pé diretamente atrás da sua cadeira, suas mãos descansavam levemente em seus ombros.
  — Posso? — A respiração dele em sua orelha a deixou arrepiada.
  Quando ela assentiu, uma das mãos dele deslizou para cima para segurar suavemente seu queixo, inclinando sua cabeça ligeiramente para trás. A outra mão permaneceu em seu ombro, seus dedos firmes, mas gentis. Sem aviso, ele se inclinou para baixo e capturou seus lábios em um beijo suave e surpreendentemente íntimo.
  Os lábios dele eram quentes e firmes, movendo-se com uma gentileza que ela não esperava. O corpo dela enrijeceu por um segundo, a hesitação agarrando-se a ela como um último resquício de resistência. Então algo dentro dela quebrou, ou talvez se abriu.
  Seus olhos se fecharam e, antes que ela percebesse, sua própria boca estava respondendo ao beijo, ainda incerta, ainda tímida.
  Ele a beijou lentamente, saboreando a sensação dos seus lábios contra os dele. A mão dele no seu queixo a guiou, ajudando %Verônica% a relaxar durante o beijo. Depois de um momento, ele se afastou um pouco, seus lábios roçando nos dela suavemente.
  — Assim? — Ele sussurrou contra sua boca.
  O peito dela subia e descia rapidamente, seus dedos tremiam levemente enquanto agarravam a toalha da mesa de jantar.
  — Sim, acho que isso vai ser bem convincente.
  Ele sorriu, seu polegar esfregando a mandíbula de %Verônica% suavemente.
  — Bom. — Ele murmurou, inclinando-se para beijá-la de novo, desta vez mais profundamente. Ele interrompeu o beijo mais uma vez e se afastou voltando para sua cadeira.
  — Vamos comer.
  %Verônica% queria puxá-lo pelo colarinho da camisa e perguntar como ele conseguia mudar de atitude tão rápido, mas sua cabeça ainda estava girando com o beijo. Talvez estivesse sofrendo de hipoglicemia, era melhor comer alguma coisa.
  Ele tirou a cúpula de prata cobrindo o prato dela, e o trocou pelo da salada, antes de fazer o mesmo com o dele.
  Em silêncio novamente ela devorou a salada, e o assado de cordeiro rapidamente. Logo estava se sentindo melhor, foi a falta de proteína e não o beijo de %Theo% que a deixou com a cabeça mais leve.
  Após o jantar, ele serviu mais uma taça de vinho para ela.
  — Que tal transferirmos esta conversa pra um lugar mais confortável? Tenho uma coisa para discutir com você.
  Acabaram sentados em um enorme sofá de couro em uma das salas da mansão. Acomodando-se no seu canto, %Theo% descansou o braço sobre o encosto e a fitou nos olhos.
  — Tenho um baile anual da empresa daqui a alguns dias, preciso que você vá comigo, como minha acompanhante, quero dizer, esposa.
  Então era esse o motivo de tudo aquilo. Ele aceitou o jantar íntimo muito facilmente e a iniciativa de ensaiar um beijo também tinha sido muito estranha. %Verônica% não se permitiu ficar decepcionada. Ela precisava se lembrar constantemente de que para ele aquele casamento realmente não passava de um contrato, que podia ser respeitado ou quebrado com consequências.
  — Claro. Isso também estava no contrato. Devo acompanhar você em todos os eventos sociais. — Ela disse friamente. Também sabia como fazer isso.
  — Precisamos discutir todos os detalhes, antes da festa – murmurou ele — Vai estar cheia de gente, e vão estar em cima de nós como abutres. Consegue lidar com isso?
  %Verônica% já tinha pensado nisso. Ela viu todas as mensagens que recebeu desde que os jornais noticiaram que %Theo% %Blanchard% tinha se casado em uma cerimônia íntima com %Verônica% %Storm%.
  — Claro que sim. Vamos criar nossa história. Pessoas vão querer saber como nos conhecemos, quanto tempo namoramos, esse tipo de coisa.
  %Theo% encolheu-se.
  — Eu já tenho muita coisa pra fazer. Não tenho tempo para inventar uma mentira elaborada.
  %Verônica% deu um pequeno gole no seu vinho, descalçou as sapatilhas e acomodou um dos pés sob si no sofá, enquanto se virava melhor para ele. Quando olhou para %Theo%, ele estava encarando sua boca, e aquilo fez seus lábios formigarem com a lembrança do beijo que trocaram mais cedo.
  E o beijo tinha sido incrível. Ela não queria parar. E isso era um problema.
  — Não é tão difícil. — sussurrou %Verônica% — Vamos falar uma meia verdade. Nós nos conhecemos na festa que meu pai deu pra me receber de volta à cidade. As pessoas nos viram dançar a noite toda, isso é um fato. A mentira vem depois. Vamos dizer que foi paixão à primeira vista, depois daquela noite não conseguimos mais nos desgrudar e depois de alguns encontros começamos a namorar e logo você me implorou para casar com você.
  — Você me faz parecer um tolo apaixonado — reclamou ele.
  — Você não é? Daqui a um ano, quando eu pedir o divórcio, você pode dizer a todos que estava maluco e nunca gostou de verdade de mim. Estava saindo com alguém enquanto estávamos negociando o contrato?
  %Theo% deu um gole no seu vinho sem olhar para ela.
  — Defina saindo?
  — Encontros sexuais com uma mesma pessoa que você foi visto em público mais de uma vez.
  Ele fez uma careta.
  — Tenho encontros ocasionais quando não estou trabalhando e não saio com a mesma mulher mais de uma vez.
  %Verônica% sabia disso, ela fez uma pesquisa extensa sobre aquele homem antes de aceitar ficar casada com ele por um ano. %Theo% não entra em relacionamentos sérios.
  — Ok, e quando foi a última vez que você foi visto em público com uma mulher?
  — Isso é mesmo importante?
  — Sim, porque, se você estivesse me traindo enquanto estávamos namorando, as pessoas vão falar e eu vou fazer papel de idiota antes da hora.
  %Theo% suspirou profundamente.
  — Não sei, acho que algumas semanas antes de você chegar à cidade.
  — Tem certeza?
  — Eu acabei de dizer isso, não é? – replicou ele, mal-humorado, dando um gole no vinho.
  — Com esse tipo de atitude, eu não me surpreendo. — %Verônica% também bebeu da sua taça antes de voltar a falar com ele. — Mas, enfim, o fato de você não ter nada sério com ninguém pode ajudar a vender a história de que você finalmente se apaixonou. E como eu não morava aqui, vão acreditar que eu não sabia que você é um playboy mulherengo — Ela sorriu — Ou que assim como todas as mulheres eu achei que pudesse te consertar.
  Um brilho surgiu naqueles olhos intensos que a desafiaram. Ele levantou a mão para o rosto dela, que ainda sorria e roçou seu lábio inferior com o polegar, enviando uma onda de desejo através dela.
  — Me conte sobre como você pretende me consertar? Acho que as pessoas vão querer saber.
  Deus, seria tão fácil falar em detalhes, o que gostaria de fazer com ele. Mas eles tinham um acordo profissional. E se %Theo% estava disposto a deixar as coisas apenas assim, ela também não iria cruzar essa linha, mesmo que ele continuasse a dar sinais confusos para ela.
  — Segredos de casal. — ela sorriu antes de dar outro gole no seu vinho. — Também precisamos falar sobre a lua de mel.
  — Lua de mel? — ele perguntou ainda encarando os lábios dela.
  — Sim, está na página cinco do contrato logo embaixo do parágrafo sobre a cerimônia tradicional na igreja.
  Ela duvidava que ele tivesse mesmo esquecido, já que foi o advogado dele quem redigiu o contrato.
  Toda aquela conversa era surreal, mas ela não conseguia parar de pensar como seria estar ali, discutindo planos de lua de mel com um esposo de verdade? Um homem que a amasse, um homem sem o qual ela não poderia viver?
  %Verônica% nunca teve sonhos de um casamento de conto de fadas, mas esperava se casar por amor algum dia. Mas agora mesmo se ela encontrasse o homem da sua vida em algum momento no futuro, seu segundo casamento sempre seria isso: segundo. Ela seria uma mulher divorciada que perdeu um ano da sua vida com um homem que ela não amava.
  — Uma lua de mel, claro. Isso adicionaria à autenticidade. — comentou ele, declarando um fato que os dois já tinham discutido antes.
  A ideia partiu da mãe de %Verônica%, que conseguiu entrar em uma das reuniões que os dois tiveram. Fingir estar apaixonada por %Theo% já seria difícil o bastante sem ter que viajar para um lugar romântico com ele.
  Teriam que ficar no mesmo quarto de um hotel chique, dividir a cama. Ela não era idiota. Os dois se sentiam atraídos um pelo outro, poderiam acabar na cama outra vez. Sexo para consumar o casamento era bem diferente de passar alguns dias dividindo a cama com um homem que a deixava molhada com um simples olhar.
  — Acho que a melhor opção é Paris. — disse %Verônica%, recostando-se com naturalidade no sofá. — É a escolha mais óbvia. E essa época do ano... verão. Clima perfeito. E os fotógrafos vão adorar.
  %Theo% arqueou uma sobrancelha, apoiando o cotovelo no encosto do sofá e virando o corpo na direção dela.
  — Você quer uma lua de mel cenográfica ou quer realmente aproveitar a viagem?
  — Você realmente está me perguntando isso? — ela respondeu com um sorriso sarcástico. — Achei que não havia espaço para romance no contrato, %Theo%. Mas já que vamos fingir, que seja bem feito.
  — Isso não significa que não possamos aproveitar a viagem. — Ele disse e bebericou o seu vinho. — Paris, então. — repetiu lentamente. — Você não prefere algo mais… reservado? As Ilhas Maldivas, talvez? Ou uma cabana isolada na Suíça? Longe dos fotógrafos. Longe das pessoas.
  — Isso seria mais conveniente. Uma lua de mel longe de olhares. Assim ninguém precisa ver que somos uma fraude Mas precisamos que os jornais e revistas deem atenção a nossa viagem.
  %Theo% sorriu, aquele meio sorriso torto que ela começava a reconhecer.
  — Você tem razão.
  — Isso acontece com frequência. Dificilmente estou errada.
  Os olhos dele desceram até os lábios dela por um segundo, mas ele piscou devagar e desviou o olhar antes de responder.
  — Paris, então. — repetiu ele com firmeza. — Com direito a suíte de hotel com varanda para a Torre Eiffel?
  — Óbvio. Quero jantares com vista, café da manhã na cama, flores espalhadas pelo quarto e tudo que uma mulher recém casada tem direito.
  %Theo% bufou uma risada discreta e tomou um último gole do vinho.
  — E se alguém perguntar como foi?
  %Verônica% sorriu e se aproximou um pouco mais, inclinando o corpo em sua direção.
  — Vamos dizer que foi inesquecível.
  — Vai ser mesmo. — ele disse baixinho, os olhos presos nos dela, a voz tão baixa que parecia uma promessa.
  O silêncio que se seguiu foi carregado, espesso. Um desafio não dito pairava entre eles, envolto em tensão e desejo reprimido. %Theo% se levantou primeiro, ajeitando a manga da camisa.
  — %Alfred% pode providenciar tudo. Eu aviso meu assistente amanhã cedo.
  — Perfeito. — disse %Verônica%, sem esconder o sorriso. — Mal posso esperar para conhecer a cidade do amor com meu marido tão... apaixonado.
  Ele parou na porta e olhou por cima do ombro.
  — Então prepare-se, esposa. Paris não será só um cenário. Vai ser um teste.
  %Verônica% mordeu o lábio, sentindo uma centelha de excitação no peito. Ela não sabia se sobreviveria àquela viagem. Mas definitivamente não sairia dela ilesa.

Capítulo Três
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