Ballet Shoes


Escrita porElla Souza
Editada por Isabelle Castro


Capítulo LI

Tempo estimado de leitura: 34 minutos

  - Qual é mesmo o nome dessa menina? – %Abi% perguntou enquanto girávamos pela sala, ignorando todas as minhas tentativas de permanecer concentrada.
  - Olivia. – Rolei os olhos, mas ela não podia ver porque estava atrás de mim.
  Diferente dos outros dias, depois do ensaio geral da peça na quinta feira, nós tivemos aula normal; a última antes do Christmas Break. A professora havia passado vários passos de dança e nós devíamos imitá-los com precisão. Eu arrastava a sapatilha no chão ao rodopiar e a minha saia de seda girava junto. Como o ritmo não era tão lento, minha amiga não reclamava tanto daquela aula quanto as outras, mas naquele dia em especial estava particularmente enciumada. Cometi o grande erro de ter contado que conheci uma menina nova no condomínio e que tínhamos passado a correr juntas todas as tardes. Até a chamei para vir junto e praticar exercício, mas é claro que ela se negou. “Você já tem a sua amiguinha. Pra que eu iria junto?”, foram suas palavras exatas.
  - Hm, e como ela é? – Sua voz não podia ser menos interessada.
  - Loira, olhos castanhos e um físico de dar inveja. Além de ser super legal. – Comentei com um sorrisinho de canto. Eu sabia que aquela era uma provocação, mas %Abi% não tinha nada que ficar perguntando a mesma coisa milhões de vezes seguidas.
  - Talvez você devesse apresentá-la a Rachel. Assim ela poderia tentar a carreira de modelo, já que tem um físico de dar inveja. – Desdenhou, mas até que era uma boa ideia.
  - Quem sabe? – Dei de ombros enquanto fazia um novo passo e olhava a professora pelo reflexo do espelho a nossa frente.
  - Quem sabe? – Me imitou de uma forma engraçada e eu me segurei para não rir. – Não sei porque você gostou tanto dessa menina.
  - E eu não sei por que você já a odeia sem nem conhecer! – Mas eu sabia sim. Ciúme.
  - Silencio aí atrás! – A professora Laura chamou a nossa atenção e eu congelei.
  Pedi desculpas com um aceno e olhei feio para %Abi%, que já estava ao meu lado novamente. Nós continuamos com os passos que ficavam cada vez mais rápidos e complicados. Dei um pulo para o lado esquerdo e quase esbarrei nela por não estar prestando tanta atenção, fiz um movimento com os braços, passando-os pela frente do corpo e parando do lado contrário, até que os pés acompanharam e meu corpo estava completamente de lado. Outros movimentos como esse se seguiram e eu agradeci por estar com o cabelo preso em um rabo de cavalo alto. Só mesmo essa aula pra me fazer suar e sentir calor em pleno inverno.
  - %Tah%. – %Abi% cochichou e eu a olhei. – Não olhe agora, mas tem um gatinho na porta que não tira os olhos de você.
  - Como é? – Sussurrei de volta enquanto virava o rosto na direção que ela falou.
  - Eu disse pra não olhar agora! – Ela riu e eu parei de dançar na mesma hora em que vi quem eram as pessoas espremidas da porta pra poder me ver.
  - Com licença, professora... Posso ir lá fora um instante? Eu não pediria se não fosse importante. – Eu odiava interromper a aula, mas era uma emergência.
  - Volte logo. – Disse simplesmente, mas considerei aquilo de forma positiva.
  Afirmei com a cabeça que voltaria logo, mas não contava muito com isso. Acenei discretamente para %Abi% e corri em direção à porta, onde as pessoas se afastaram pra me deixar passar e sair da sala. A primeira coisa que fiz foi abraçar Harry, já que ele era o mais próximo. Liam e Louis estavam ali também e sorriam do meu desespero. Era a primeira vez que eles me faziam uma visita assim e eu estava mais do que feliz por tê-los ali. Pra mim era mais do que um prestígio ter meus melhores amigos em um lugar que eu gostava tanto.
  - O que vocês estão fazendo aqui? – Perguntei ao abraçar o último deles.
  - Viemos conhecer o professor Edward. – Liam falou, um tanto formal demais.
  - Ed? – Sorri. Eu já devia imaginar! – E o que acharam? Ele é super legal, né?
  - É sim. E parece que quem mais gostou dele foi o Harry. Os dois quase não paravam de conversar. – Lou me contou.
  - Eu sabia que vocês iam se dar bem! – Olhei para Haz e depois para os lados. – Niall e Zayn estavam com vocês?
  - Eles ainda estão na sala. Nós também já temos que voltar, só viemos aqui dar uma espiadinha em você. – Harry me encarou dos pés à cabeça, dando ênfase na “espiadinha”.
  - E eles não quiseram vir me ver também? – Fiz um bico de lado, querendo que meu namorado estivesse ali também.
  - Até que tentaram, mas Ed não deixou eles virem. – Lou deu de ombros.
  - Ele teve medo que os dois desistissem de voltar pra sala depois de ver você e a %Abi%. – Li sorriu e brincou com a saia que eu vestia por cima do colant.
  - Entendi... – Suspirei. Era melhor assim mesmo. – Eu tenho que voltar para a sala agora, mas vejo vocês na saída?
  - Boa aula, %Tah%. – Lou fez um sinal de adeus com a mão e fingiu secar uma lágrima. Dramático como sempre, claro.
  Acenei um beijo para os três e dei meia volta, voltando para a sala. Lá dentro tudo tinha mudado. Os alunos não estava, mais intercalados em filas e a professora já não demonstrava movimentos. Pelo que entendi, nós é que deveríamos demonstrar os passos de dança que eram mais legais para nós, contanto que fossem conhecidos. Todos formaram uma fila e, como se era de esperar, %Abi% estava em último lugar. Fui até ela ainda sorrindo e feliz com a surpresa que acabara de ter e Laura nem pareceu ter notado a minha chegada. O primeiro aluno foi até o meio da sala e fez o Moon Walk. Seus movimentos foram impressionantes, mas previsíveis.
  - O que os meninos estavam fazendo aqui? – %Abi% perguntou baixo, mas a música que ecoava pela sala nos permitia conversar em segurança.
  - Eles vieram conhecer o Ed! – Expliquei animada. – Devem cantar juntos algumas músicas e ouvir dicas profissionais... Acho que é importante pra eles.
  - Com toda certeza! Niall me disse que Ed está com várias ideias pra o One Direction! – Demos um passo para frente quando a segunda aluna foi fazer seu movimento.
  - Eu gosto desse nome cada vez mais. Acho que o Harry acertou em cheio. – Observei a terceira menina fazer alguns passos de um clipe da Katy Perry. Um pouco menos previsível.
  - Eu acho idiota. – Disse simplesmente. – Não tem significado algum!
  - Como não tem significado, %Abigail%? Achei que alguém tão profunda como você entendia de letra! – A olhei sem entender como podia estar falando aquilo e a fila continuou a andar. – O caso é que eles são cinco pessoas diferentes, de personalidades diferentes e que vieram de lugares diferentes, mas que tem um sonho em comum. Só tem uma direção a seguir... Uma direção. One Direction.
  - Que fofo! – Levou as mãos ao rosto, finalmente entendendo o que eu já achava ser óbvio. – Mas podemos falar de algo mais importante no momento?
  - O que? – Continuamos a andar.
  - Está quase na minha vez e eu ainda não sei o que fazer! – %Abi% segurou a minha mão e tentou fazer uma cara de cachorro sem dono, mas eu só a olhei com negação.
  - Eu só estava esperando você perguntar! – Ri. – Sabe fazer a minhoca? Ou algum passo de Embalos de Sábado a noite?
  - Você me deu uma grande ideia! – Celebrou e demos mais alguns passos.
  - Vai fazer a minhoca? – Torci mentalmente para que ela dissesse sim, imaginando-a se mexendo no chão como uma lombriga.
  - Engraçadinha. – Estirou a língua. – Você vai ver!
  Menos de cinco segundos depois a professora indicou que era a vez da ruiva. Fiquei sozinha na fila e a observei tomar o centro, aguardando o que ela iria fazer. Infelizmente minhas esperanças morreram assim que ela imitou um pedaço de uma coreografia do filme que eu recomendara, abaixando e levantando a mão direita com o dedo indicador apontando para cima e para baixo. Eu a aplaudi, mas fui a única na sala. Na verdade, ninguém aplaudiu, mas também não foi aplaudido. A minha vez chegou antes mesmo que eu me desse conta disso e fui para o meio. Esperei alguns instantes para a música entrar na minha cabeça e me lembrei de alguns verões passados, quando a coreografia de uma música era tão ridícula que acabou contagiando meio mundo e todos acabaram aprendendo. Não, eu não estou falando do YMCA.
  Fiz os passos do refrão de Crank That – Soulja Boy e me senti a própria rapper ou dançarina de hip hop. Só escutei a risada de %Abi% assim que terminei, mas ela também me aplaudiu. Viu?! Não fui previsível! A professora encerrou a aula quando viu que ninguém mais restava para se apresentar e nos desejou um feliz natal. Também aproveitei para me despedir dos outros alunos que eu só veria em duas semanas. Era pouco tempo, mas ainda assim eu estava super animada por causa daquela folga que teríamos. %Abi%, por outro lado, achava super injusto eu ter a sexta feira livre de aulas e ela não, o que significava que o Christmas Break dela só começaria no dia seguinte, enquanto o meu começava... Bem, naquele momento.

  Foi discutindo sobre isso que recolhemos as nossas coisas e saímos andando pelo corredor. Muitas pessoas que tiveram a mesma sorte que eu passavam por nós e acenavam cumprimentos de boas festas e bom descanso. Até mesmo alguns professores que juntavam as suas coisas e passavam por nós quase gritando em comemoração às “férias” deixaram a minha melhor amiga irritada. Enquanto nós procurávamos um elevador para subir até o terceiro andar e encontrar os meninos, peguei o meu celular dentro da bolsa para conferir as horas e notei uma mensagem nova na caixa postal. Fiz sinal para %Abi% esperar e levei o aparelho até a orelha:

“Tah? Oi, ern... Aqui é o Harry... Mas você já sabe disso. Olha... Eu estou deixando essa mensagem porque... Ahn, o assunto é confidencial... É que eu estou organizando uma festa surpresa para o Lou. Os outros meninos já sabem, mas ele não pode saber... O que é bem óbvio, porque não seria uma festa surpresa se ele soubesse... Mas enfim... Eu preciso que você fale com o seu pai e seus tios... E quem mais quiser... Vou te explicar direito mais tarde, era só pra avisar mesmo... Então até depois! A não ser que eu esteja na sua frente agora... O que significa que...”

  Desliguei a mensagem antes mesmo que ela acabasse, imaginando que Harry fosse ficar enrolando daquele jeito para sempre. Porque ele não podia ir direto ao ponto? Essa era uma das razões pela qual eu quase nunca falava com ele por telefone. Outra coisa que eu não entendia era porque ele não tinha escolhido me contar aquilo pessoalmente, mas o que importava era que nós teríamos uma festa pra ir em breve.
  - Qual é a piada? – %Abi% segurou o elevador aberto para que eu pudesse passar antes dela.
  - Era o Harry... Ele está planejando uma festa surpresa para o Lou! Mas bico fechado, porque ele não pode saber. – Entrei e apertei o botão com o número três.
  - Eu sei o conceito de uma festa surpresa, %Tah%. – Semicerrou os olhos. – O que devo comprar de presente pra ele?
  - Eu realmente não sei... – Parei um pouco, pensativa. Eu não sabia nem o que eu daria de presente pra ele.
  - Como não sabe? Louis é seu irmão! – Me olhou como se eu tivesse cometido um crime terrível. – Não quero nem ver o que eu vou ganhar de presente de natal!
  - Para a sua informação, eu já sei o que vou te dar de presente de natal! – Menti torcendo para ser convincente. A verdade é que eu tinha me esquecido desse pequeno detalhe e não sabia que presente de natal daria aos meus amigos.
  - Espero que seja algo bem grande e bem lindo! – Saiu do elevador rebolando quando as portas se abriram.
  - Vai ser, vai ser... – Anotei aquela informação na minha lista mental de compras: “Presente da %Abi% – Grande e lindo” e a segui.
  Mais pessoas passaram por nós no caminho para a última sala daquele andar. Todas as aulas pareciam ter terminado e isso causava um pequeno tumulto, mas não era de fato uma bagunça. Acabei esbarrando em alguém sem querer e já me preparava pra pedir desculpas quando percebi que era apenas Nicholas. Nos abraçamos no mesmo instante e eu quase fui xingada ao desejar boas férias e dizer que era o meu último dia na Academy. Ele também teria aula no dia seguinte e quis me matar por eu já estar livre. Como estava com um pouco depressa, não pôde ficar conversando comigo e logo se despediu, afirmando que iria me ligar qualquer dia desses para fazermos alguma coisa.
  Olhei em volta à procura de %Abi% para que pudéssemos continuar com o passeio até a sala dos meninos e percebi que ela já estava bem na frente, sem nem me esperar. Saí correndo atrás da imprestável desejando estar de tênis e não de sapatilha, pois eu quase escorregava e por isso não conseguia ser tão rápida. Mesmo com os meus chamados, a garota chegou primeiro à sala e entrou.
  - %Abi%! – Briguei mesmo sabendo que não seria ouvida e segurei a porta antes que ela se fechasse completamente.
  - E onde está a minha namorada? – Escutei a pergunta de Zayn assim que entrei e quis bater em %Abi% por não ter me esperado.
  - Está aqui! – Apesar de ofegante, respondi. Ele estava encostado ao piano, onde Liam apertava algumas notas. Niall e Louis mexiam em algumas partituras e Harry e Ed conversavam tão animados que pareceram nem notar a minha chegada.
  - Oi, Anjo. – Sorriu alegre e andou na minha direção, passando os braços em torno da minha cintura. – Onde você estava?
  - Estava me despedindo de um amigo, mas não era nada importante. – Preferi omitir a parte de que esse amigo era Nick e colei nossos lábios em um beijo rápido. – Como você está?
  - Agora que eu tenho você em meus braços, estou ótimo. – Retribuiu o meu beijo e deixou outro um pouco mais demorado em meus lábios. – Adivinhe aonde vamos hoje.
  - Vamos a algum lugar hoje? – Dei um pequeno pulo sem sair do lugar, imaginando todos os lugares em que poderíamos ir. – Onde?!
  - Vamos fazer nossas tatuagens! – Respondeu animado, me fazendo congelar.
  - É? – Forcei um sorriso, tentando disfarçar o nervosismo. – Isso é... Espera, você também vai fazer uma tatuagem?
  - Eu gostei tanto da sua que acabei ficando inspirado e fazendo uma pra mim. – Colocou meu cabelo para trás da orelha e tocou minha bochecha com o polegar. – Você não mudou de ideia, certo?
  - Mudar de ideia? Claro que não! Só estou... Ansiosa. – Com aquele pequeno toque eu já fiquei mais tranquila. – Estou pronta pra ser tatuada!
  - Vocês vão fazer tatuagens? – Meu irmão estava ouvindo a conversa e se aproximou de nós dois.
  - Quer vir com a gente? – Zayn o convidou e eu quase o bati.
  - Malik! Você já deu uma olhada no meu irmão? Não se pode convidar uma pessoa cheia de tatuagens pra fazer mais! – Revirei os olhos.
  - Eu acho que vou sim. – Lou ignorou as minhas reclamações e olhou apenas para Zayn. – Estou querendo fazer uma frase no peitoral, mas estava sem oportunidade.
  - Então nós três vamos! – Passei um braço pelos ombros de Louis e o juntei em nosso abraço. Eu tive dezenove anos para conhecer o meu irmão e sabia muito bem que se ele já estava querendo fazer aquela tatuagem há algum tempo, nada o faria mudar de ideia. Melhor aceitar de uma vez. – Mas primeiro precisamos almoçar.
  - Alguém falou em almoço? – Dessa vez foi Niall que se aproximou e se juntou ao abraço antes que o desfizéssemos.
  - Abraço em grupo? – Liam também se juntou a nós.
  - Vocês estão me esmagando! – Ri baixo e me soltei dos braços dos quatro, escapando por baixo.
  Mesmo depois que eu já tinha saído daquele abraço coletivo, os meninos continuaram se agarrando e fazendo brincadeirinhas. Depois que Niall e Liam voltaram para seus afazeres, Lou e Zayn continuaram conversando sobre tattoos e desenhos. Eu queria a atenção do meu namorado, mas ele estava distraindo Louis e aquilo podia ser uma coisa boa. %Abi% foi conversar com Ed e Harry ficou sozinho. Fui até ele no tablado próximo ao quadro negro e o levei para um canto mais afastado. Era a oportunidade perfeita para falarmos sobre a festa surpresa e acabar com todas as minhas duvidas.
  - Haz, eu escutei a sua mensagem... – Falei em um tom baixo e sentei em um banco de madeira. – Qual é a sua ideia?
  - Eu imaginei! – Sorriu e se sentou na minha frente. – Sabe como ele sempre reclama que nasceu na véspera de natal, então nunca sente como se pudesse ter uma festa de aniversário?
  - Sei sim...
  - Eu encontrei a solução! Vamos dar uma festa de aniversário... Antes do aniversário! – Harry contou como se tivesse descoberto a cura para o câncer e eu sorri com a sua animação.
  - Acho uma ideia ótima! E quando pretende dar essa festa?
  - Esse sábado. – Falou casualmente como se dar uma festa surpresa fosse a coisa mais fácil do mundo e dois dias que ele tinha fossem mais que suficiente. – E tem mais! Essa festa vai ter duas partes...
  - %Tah%, temos que ir... – Zayn me chamou do outro lado da sala.
  - Já vou! – Acenei em resposta e me virei para Harry. – Depois conversamos mais sobre isso...

+++

  Depois do almoço, Lou, Zayn e eu fomos para a loja de tatuagens ou salão de tatuagens, dependendo de como você quiser chamar, com o Volvo cinza. Harry levaria o meu carro para casa e Liam dirigia o Range Rover. %Abi% disse que levaria Niall pra casa, mas eu desconfiava que ela fosse acabar ficando por lá também, fazendo quem sabe o que. O importante era que todos estavam bem encaminhados e eu mais nervosa do que nunca. Olhei em volta da loja espaçosa, deixando pra trás todos os meus pré-conceitos. Na minha cabeça salões como aquele deviam ser sujos e cheios de motoqueiros ou lideres de gangues cobertos por tatuagens, mas não podia estar mais enganada. A parede da frente tinha janelas bem grandes que permitiam ver o lado de fora e as outras eram cobertas por desenhos ou fotos de pessoas com tatuagens mais lindas que as outras. Por um momento eu desejei fazer muitas delas e entendi porque Harry e Louis continuavam adicionando várias ao corpo.
  - Eu já volto, tá? – Zayn deu um beijo na minha testa acenou para que Louis o acompanhasse.
  - Não demore... – Pedi com um sorriso.
  Os meninos foram até a mesa onde a recepcionista terminava uma ligação e eu fiquei ali parada, olhando o desenho de uma árvore de cerejeira que uma mulher tinha tatuado na base das costas e que se desenvolvia delicadamente até chegar aos ombros. Fiquei tão distraída que não vi quando um homem de aproximadamente vinte e cinco anos de idade se aproximou sorrateiramente.
  - Gostou? – O homem perguntou e eu levei um pequeno susto que logo tratei de disfarçar.
  - É linda. – Respondi sem tirar os olhos da imagem.
  - Você também. – Apoiou o braço na parede e me encarou quase descaradamente.
  - Eu gosto de como os galhos seguem o movimento da cintura. – O ignorei, pois era o melhor a se fazer.
  - Isso aqui é pra você. – Ele tirou um pedaço de papel do bolso e me entregou.
  - O que é isso? – Mesmo relutante, segurei o papel e o abri, vendo uma série de números.
  - Meu telefone. – Piscou e eu já começava a me irritar. – Me liga, gata.
  - Você tem cinco segundos pra sair de perto da minha garota. – A voz de Zayn me tranquilizou instantaneamente. Com ele ali, o homem logo iria embora. – Eu estou falando sério.
  - Wow, não precisa ficar assim, amigo. Nós só estávamos conversando. – O homem era bem maior que Zayn, mas isso não o intimidava. Pra falar a verdade, eu nunca havia visto Zayn tão firme e frio. Eu amassei o pedaço de papel e o cara tocou o meu ombro.
  - Tire as mãos dela. Agora. – Falou entre dentes e eu afastei o toque do estranho.
  - Vamos sair daqui. – Tudo que eu menos queria era uma briga naquele momento.
  Passei o braço pelo dele e o tirei dali. Eu não duvidava da força de Zayn ou da sua capacidade de lutar, mas não queria ter que assistir a isso e não suportaria que ele sofresse um arranhão que fosse. Mesmo relutante, consegui levá-lo de volta à mesa da recepção onde Louis nos esperava. Por sorte o homem não voltou a vir atrás de mim e saiu pela porta, me deixando bem mais relaxada. A secretária chamada Judy sorriu simpática e se apresentou, dizendo que já seríamos atendidos. Louis foi o primeiro a ser chamado, porque Zayn pediu para que eu e ele fossemos atendidos ao mesmo tempo por duas pessoas diferentes. Ele queria que passássemos por isso juntos em uma tentativa de me manter tranquila, e tenho que concordar que foi uma ótima ideia.
  - Eu podia ter arrebentado aquele cara. – Bateu com o punho fechado na parede.
  - Eu sei disso! – Toquei seus ombros com carinho, apertando de leve e tentando mantê-lo calmo. – Mas já passou... Eu sou sua e é o que importa.
  - Aquele idiota... – Fechou os olhos e apertou as têmporas, respirando profundamente.
  - Por mais que seja meio excitante te ver assim... – Dei um sorrisinho malicioso assim que Zayn voltou a abrir os olhos.
  - É? – Acabou sorrindo também e deixando a raiva de lado.
  - Uh hu... – Mordi o lábio inferior e puxei mais pra perto pelo pescoço.
  - Me fale mais sobre isso... – Seu tom de voz era baixo e cheio de segundas intenções. Zayn me segurou pela lateral do quadril e encostou a testa à minha.
  - Acho que gostei de ver você assim... Possessivo... – Brinquei com os fios em sua nuca enquanto falava baixinho pra ninguém mais escutar. – Defendendo o que é seu...
  - Tudo isso aqui é meu. – Me apertou com mais força e me puxou pra perto. Seu tom se voz mais uma vez foi firme e um arrepio tomou conta de mim.
  - Eu acho que está na nossa hora... – Falei totalmente sem vontade, mas não tinha muita escolha. Se continuássemos naquele assunto o resultado não seria nada apropriado para o local onde estávamos.
  - Como é? – Fez uma careta que me fez rir.
  - Vamos fazer as nossas tatuagens! – Apontei com a cabeça para a secretária que nos aguardava.
  - Eu não queria chamar vocês pra não atrapalhar... – Judy explicou e Zayn a olhou de cara feia. – Estão prontos pra vocês.
  - Obrigada, Judy! – Fiz Zayn me soltar mesmo com a sua resistência e entrelacei os dedos nos dele. – Estamos prontos?
  - Estamos. – Alisou a minha mão com o polegar e indicou o caminho que já conhecia bem. – Vai dar tudo certo.
  - Sei disso... – Não tinha tanta certeza quanto demonstrava.
  Atravessamos o salão e passamos pela mesa da recepção, seguindo pela direita e chegando em um novo cômodo onde várias macas parecidas com as de hospital estavam espalhadas. Algumas estavam vazias, mas a maioria era ocupada por pessoas sendo tatuadas. Uma ou outra fazia caretas de dor e outras estavam mais tranquilas. De qualquer maneira, não prestei muita atenção para não acabar me apavorando de vez. Zayn acenou para um homem careca que nos aguardava perto de duas daquelas macas com estofado de couro azul. Fomos até ele, mas eu me escondi inconscientemente atrás do meu namorado enquanto caminhávamos.
  - What’s up, man? – O tatuador cumprimentou Zayn com um daqueles apertos de mão que todo homem parece conhecer.
  - Quanto tempo, Ami. – Sorriu como se fosse íntimo do homem. – Essa aqui é a minha namorada.
  - %Star%. – Apertei a mão que Ami estendia. – Muito prazer.
  - %Tah%, foi o Ami aqui que fez muitas das minhas tatuagens, como o lobo na minha perna e todas as minhas caveiras. – Contou. Se aquele homem fez as caveiras de Zayn então eram muitas mesmo. – E a do passarinho que você gosta tanto.
  - Uau, então ele tem talento!
  - Que bom que gosta do meu trabalho, porque sou eu quem vai tatuar a sua hoje. – Sorriu mais uma vez e indicou uma das macas para que eu pudesse me acomodar. – A Judy já me entregou os desenhos que você passou pra ela, Zayn.
  - Ótimo! Então podemos começar? Quem vai fazer em mim? – Zayn se sentou na maca ao lado da minha e sorriu pra mim, querendo passar confiança.
  - Você se lembra do Many? – Ami apontou para o homem que estava próximo a nós, mas que não fora notado ainda. – Podem combinar a sua enquanto eu converso com a minha amiga %Tah%.
  - Pode falar, Ami. – Imitei uma falsa coragem e fitei o meu tatuador.
  - O seu desenho é bem simples, então deve levar no máximo uns vinte minutos e não deve doer muito, dependendo do local. – Explicou o mais profissional possível. – Onde você quer colocá-la?
  - Nas costelas... Lado esquerdo. – Toquei o local com a ponta dos dedos e levantei o braço pra mostrar onde queria. – Vai doer muito?
  - Eu serei sincero com você, ok? Essa é uma região delicada, porque ossos doem mais que músculos, mas a dor varia muito de pessoa pra pessoa. Você pode sentir muita dor, mas também pode não sentir nada.
  - Ok, acho que não quero sentir mais nada. – Ri de nervosa e aceitei que começássemos logo.
  Coloquei as pernas sob a maca, mas continuei sentada. Dei uma boa olhada em Zayn, que também tinha terminado de conversar com Many. Eu vi o papel que o tatuador segurava com o desenho de duas asas e uma boca entre elas. A tatuagem dele seria bem mais detalhada que a minha e ficaria perfeita nele, até porque eu já achava que sabia bem onde ele pretendia colocá-la. Meu palpite foi confirmado assim que Zayn tirou o casaco e a camisa, deixando-os na maca para usar de apoio para a cabeça. Por uns instantes não consegui olhar para nada que não fosse o abdômen definido do meu namorado. Eu sabia que ele tinha um corpo bonito e já tinha visto-o de perto, mas senti como se fosse a primeira vez. O menino notou o meu olhar e sorriu divertido, flexionando os braços pra me matar de vez.
  Eu percebi o que ele estava querendo fazer e balancei a cabeça para afastar os meus pensamentos impróprios para menores de dezoito anos. Suspirei e sorri de volta. Dois podiam jogar esse jogo e era isso o que eu pretendia fazer. Entrei na onda e também tirei o casaco, sentindo todos os olhares em mim. Bem... Se a minha tatuagem seria na costela, era óbvio que eu não ficaria vestida pra isso, certo? Troquei o uniforme de ballet por roupas normais antes de sair da Academy e por isso, quando tirei a blusa de mangas compridas, fiquei com um sutiã comportado, mas ainda assim era um sutiã. Zayn teve a mesma reação que eu, encarando meu colo e minha barriga, porém, foi bem mais explícito do que eu.
  - Será que você poderia babar menos? – Perguntei com tom de brincadeira e deitei de lado na maca com o lado esquerdo para cima.
  - O que é? Eu só estava tentando ver se o seu machucado foi curado direito. – Também se deitou, ficando de barriga pra cima.
  - Agora eu vou marcar o desenho na sua pele, ok? – Ami nos ignorou e aproximou um papel transparente da minha pele, marcando-a com o desenho das asas e da frase que eu teria marcada permanente no meu corpo. – O lugar está bom? É isso mesmo que você quer?
  - Está perfeito! – Dei uma boa olhada no local sabendo que eu levaria aquela decisão para o resto da vida. – Podemos começar.
  - Ótimo! Já estou com tudo pronto. – Puxou uma cadeira e ligou a máquina de tatuar, ou seja lá o nome dela. – Vou começar com uma linha pequena e aí você me diz o que achou.
  - Certo, certo. – Afirmei que sim com a cabeça e me mantive o mais quieta possível. A próxima coisa que senti foi um pequeno choque na pele, me fazendo reprimir um gemido de dor. – Ok, acho que posso aguentar isso...
  - Muito bem, %Tah%. – Zayn segurou a minha mão e brincou com os meus dedos. Many já o tatuava sem esperar por nada e eu me senti um pouco boba.
  - Então vamos lá! – Ami molhou a ponta da máquina em sua mão no potinho de tinta preta na bandeja ao seu lado se curvou sobre mim.
  Admito que poderia ter sido bem pior do que eu estava esperando. Eu chegava a sentir a agulha sendo arrastada e furando a minha pele, causando um pouco de dor, mas dava pra suportar. Fiz uma careta ou outra quando ele chegava bem em cima do osso, mas não cheguei a gritar hora nenhuma. Por essa razão me senti bem orgulhosa de mim mesma e Zayn parecia sentir o mesmo, já que sorria pra mim entre as suas próprias caretas. Apoiei a cabeça no meu casaco dobrado pra ficar mais confortável e poder olhar para ele em todo momento. Eu queria puxá-lo para um beijo, mas não seria muito seguro, então reprimi aquela vontade repentina culpando a nossa falta de roupas por aquele desejo.
  De vez em quando eu espiava o trabalho de Ami e ele me perguntava se estava tudo bem. Eu afirmava que sim com a cabeça e sorria pelo bom trabalho que o tatuador estava fazendo. O desenho que Zayn fizera especialmente pra mim estaria gravado na minha pele junto com a frase de meu avô que tanto me inspirava. Dias antes andei pesquisando o significado por trás de tatuagens de asas e o que descobri foi bem interessante. Pelo que li, asas podiam significar pureza, segurança, liberdade e outras coisas. Sem falar que asas de anjo especificamente tem significados ainda mais profundos, pois sem elas eles não são nada. Quero dizer... São as asas que lhe dão a graça e por isso são arrancadas quando os anjos caem do céu. As penas queimam ao chegar à Terra, mas uma delas ainda é guardada pelos Arcanjos... Ok, talvez eu tenha lido demais. Mas o que importa de verdade é que eu estava ainda mais apaixonada por aquele desenho e Zayn acertara em cheio na sua escolha.
  - Ainda estão por aí? – Louis chegou perto das nossas macas e se sentou na ponta da minha.
  - Já acabou a sua, Lou? – Tive que perguntar, já que não conseguia olhar pra ele.
  - Minha frase está perfeita! – Considerei aquilo como um sim. – É no mesmo lugar da de Zayn.
  - E qual é a frase? – O outro menino perguntou para matar nossa curiosidade.
  - It is what it is. – Senti que ele estava sorrindo.
  - Eu quero ver! – Estiquei o pescoço e só o que vi foi Ami fazendo cara feia.
  - Vai poder ver quando eu terminar!
  - Desculpa... – Voltei a deitar a cabeça e vi que Zayn ria. – O que foi?
  - Eu sabia que você não aguentaria ficar parada por muito tempo. – Continuou rindo e foi a vez de Many reclamar.
  - Zayn, se você rir assim mais uma vez vai me atrapalhar.
  - Bem feito! – Desdenhei e segurei o riso pra não acabar ouvindo reclamação novamente.
  - Judy tem uma TV se você quiser assistir enquanto espera. – Ami deu uma furada mais violenta e eu senti que agora ele fazia as letras e intercalava com o papel higiênico que usava pra limpar o pouco de sangue que acabava saindo. – Não falta muito para a %Star% terminar, mas o Zayn ainda vai ter que ficar aqui mais um pouco.
  - E o que me garante que ela vai sair do lado dele quando estiver livre? – Lou me conhecia tão bem!
  - Absolutamente nada. – Fui eu quem respondeu e meu irmão riu.
  - Quando passamos de carro eu vi uma sorveteria na esquina. Acho que vou dar um pulo lá...
  - Aceito um Milk Shake, por favor. – Levantei o braço, já que não tinha como olhar pra ele.
  - Vocês tem que provar o Milk Shake de Ferrero Rocher que eles tem. É bom demais. – Many deu uma parada no trabalho para demonstrar com um gesto o quanto era gostoso.
  - Pois é desse aí mesmo que eu quero! – Fechei os olhos em uma careta e suspirei. Seria melhor me concentrar no Milk Shake do que na dor que parecia estar aumentando.
  - Tudo bem... – Lou parecia entediado por ter que me trazer algo e por eu estar sendo tão mole com algo que ele já sofrera tantas vezes antes. – Quer algo, Zayn?
  - O que eu quero você não pode me dar. – Aquela resposta me fez olhar para Zayn e notei que suas íris miravam exatamente o meu decote.
  - Ok, essa é a minha deixa pra ir embora. – Aposto qualquer coisa que Louis fez cara de nojo ao se afastar de nós.
  - Já estou quase acabando aqui... – Ami informou.
  Os últimos traços foram ainda piores que os primeiros. Acho que o segredo é que eu deitei naquela maca esperando uma dor muito grande e por isso quando não sofri tanto assim acabei fincando surpresa e relaxando, o que acabou causando a dor no final... Pode ser que não faça tanto sentido assim, mas na minha cabeça era uma boa teoria. Ami finalizou com cuidado e eu senti a agulha afundando ainda mais na minha pele. “Está acabando. Só mais um pouco!” Repeti para mim mesma. Zayn esticou a mão e tocou o meu cabelo, bagunçando alguns fios. Seu toque era tão terno que eu esqueci da dor por preciosos instantes.
  - Prontinho! – Ami borrifou algo que parecia muito com água e eu senti a pele arder quando ele secou com um algodão. – Pode ir dar uma olhada no espelho e volte pra cobrirmos.
  - Tudo bem! – Sentei sobre a maca e saltei para o chão.
  - Ficou ótima, babe. – Zayn deve ter visto quando eu levantei.
  - Tenho certeza que sim! – Dei pequenos passos para chegar até o espelho que ficava ali perto e virei de lado para estudar o resultado final. – Nossa, Ami... Ficou melhor do que eu esperava! Eu simplesmente amei.
  - Fico feliz que tenha gostado tanto assim! Agora venha aqui que eu vou te ensinar como cuidar.
  - Pode falar, estou ouvindo! – Obediente, voltei para a maca e fiquei sentada de frente para ele. Senti os dedos quentes de Zayn deslizando por minha coluna e tentei ignorar.
  - O básico que você precisa saber é o seguinte... – Ami pegou uma pomada transparente de embalagem azul e aplicou suavemente por cima da tatuagem. – Estou fazendo esse curativo pra impedir alguma infecção e bactérias, porque a sua pele está fragilizada. Você deve manter a gaze por no mínimo duas horas. Pode tomar banho, mas cuidado pra não ensopar e nem esfregar a tatuagem. Sol? Não diretamente, ou com bastante protetor solar.
  - Entendi! – Fiz sinal de ok e o tatuador terminou de cobrir minha nova tattoo.
  - Você vai ver só, logo vai querer fazer outras! – Me encorajou e entregou a blusa para que eu pudesse me vestir.
  - Eu que o diga. – A voz de Louis veio pela lateral e ele carregava o meu Milk Shake em uma mão e tomava do seu próprio na outra.
  - Você chegou rápido! – Estiquei os braços como uma criancinha pede doce. – Dá! Dá!
  - Eu vim rápido porque a minha irmãzinha merecia um prêmio depois da sua primeira tattoo. – Desconfiei que houvesse algo estranho na sua frase, mas preferi acreditar que Lou fizera aquilo pela bondade de seu coração.
  - Obrigada, Boo bear! – Peguei o meu copo quase gigante e dei o primeiro gole, deixando o sabor do chocolate com amêndoas me invadir. – Bloody mercy... é bom demais!
  - Eu falei que era bom! – Many se gabou.
  - Anjo, eu quero provar... – Zayn me cutucou devagar no meio de minhas costas.
  - Nem pensar, Zayn! Você não vai se mexer e nem sair daqui. – Many o segurou antes que tivesse a chance de levantar.
  - Mas isso é tortura! Só um gole... %Tah%?
  - Não vou deixar meu amor passar vontade. – Fiz bico e olhei pra ele naquela maca, fazendo um bico maior que o meu. – Lou, segura aqui, por favor.
  - Por que eu estou com medo disso? – Louis segurou o meu corpo e arqueou uma sobrancelha.
  Ignorei suas caretas e me virei até ficar deitada na maca de barriga pra baixo. Zayn pareceu ler meus pensamentos, pois abriu um sorriso maior que tudo. Ainda bem que as macas estavam bem próximas, fazendo com que fosse mais fácil pra eu me inclinar sobre Zayn sem cair e, principalmente, sem atrapalhar o trabalho do tatuador e nem estragar a tatuagem. Segurei a lateral do rosto de Zayn e encostei os lábios nos dele, encaixando-os. Sorrateiramente arrastei a minha língua até receber passagem e o permiti chupá-la para sentir o gosto do Milk Shake. Aprofundei o beijo depois de um suspiro, deslizando a minha mão até a nuca de Zayn e a deixei ali. Com o braço que tinha mais mobilidade, ele tocou meus cabelos e fez pequenas caricias, me instigando a continuar. Não sei o que acontece quando nós dois estamos juntos, mas é algo que nem eletricidade pode ser comparada.
  - Essa é a minha irmã, senhoras e senhores! – Louis ironizou assim que relutantemente separei-me do meu namorado.
  - Gostou do Milk Shake? – Passei o nariz pelo de Zayn de olhos fechados, sorrindo sapeca.
  - É o melhor que eu já provei. – Roubou um selinho. – Mas só pra ter certeza, acho que deveria provar de novo...
  - Nem pensar! – Many se meteu mais uma vez. – Já terminei uma asa, daqui a pouco vocês vão poder se pegar em paz.
  - Vai demorar muito! – Resmunguei, mas sentei novamente e peguei minha bebida. Teria que acalmar os hormônios com chocolate.

Capítulo LI
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