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História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

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Arco 3 - A Vilã da Casa Bellerose

Escrita porLiv
Revisada por Lelen

– The Villainess Of The House Bellerose –


Capítulo 26

Tempo estimado de leitura: 16 minutos

Arabella Fiore

Por mais que eu tentasse evitar, eu conseguia sentir o nervosismo percorrer por todo meu corpo. As vozes dos homens iam se distanciando e a única coisa que eu escutava era o som de alguma coruja próxima, já que nem a respiração da pessoa atrás de mim era audível. Minha mente tentava raciocinar maneiras de sair dessa situação, afinal, não havia treinado tanto nos últimos dias para nada, no entanto, não foi preciso. Assim que estávamos completamente sozinhos, o indivíduo se afastou, tirando a mão da minha boca:
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  — A maioria deles são desatentos, fáceis de enganar. Mas os que você acabou de ver, senhorita, são dois dos mais cruéis.
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  — Burros desse jeito? — Me virei para o homem, o analisando brevemente.
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  — Sim. — Deu uma leve risada da minha pergunta. — O poder que lhes foi dado subiu à cabeça, e Perci Fiore não contrataria qualquer um para fazer o seu trabalho sujo. Às vezes, até ele pensa.
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  Semicerrei os olhos ao observar o homem à minha frente, curiosa para descobrir a sua identidade. O seu rosto não me era estranho, contudo, eu precisava analisar mais um pouco para desvendar por completo quem era. Além de chamar a atenção por sua altura — que deveria beirar 1,85cm — os seus olhos possuíam heterocromia, sendo um castanho e o outro azul; a sua barba estava por fazer e o seu cabelo tinha um corte que se assemelhava a um undercut, o que me faz pensar que a autora desse universo adorava pôr elementos modernos em sua história. Suas vestes eram de um cidadão comum, porém, o seu porte e a espada na sua cintura denunciavam que, minimamente, ele havia treinado boa parte da sua vida no exército. Para completar, se esse homem de, no máximo, quarenta anos tivesse uma tatuagem no pescoço, tinha quase certeza do seu perfil...
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  — Emílio? — Arqueei uma sobrancelha ao perguntar, mas não havia dúvidas. Só podia ser ele.
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  — Achei que não fosse me reconhecer, senhorita.
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  O seu pequeno sorriso só me fez ter mais certeza ainda de sua identidade. Não tinha como eu esquecer um dos personagens secundários que foi injustiçado na história original e, de quebra, era apaixonado pela mamãe.
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  — Não imaginava que fosse te encontrar tão cedo — retribuí o sorriso, me aproximando — e nem que fosse me reconhecer.
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  — Mesmo com disfarce, você continua sendo a cópia da sua mãe. — Dava para sentir o carinho na sua voz ao citar Celine.
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  — É o que dizem. — Ri sem humor.
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  — Ela sabe que você está aqui?
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  — Não, e nem vai, provavelmente. Ela está em uma das inúmeras missões em algum reino longe do nosso, e não sei o que chegou para vocês, mas agora eu moro no castelo dos Bellerose.
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  — Isso é algo que eu não esperava, no entanto, não me deixa surpreso.
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  — Como?
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  — Antes de ser mandado para cá, eu fiz algumas missões ao lado de Celine e, apesar de não parecer, a maior preocupação dela era a sua segurança e a dos seus irmãos. — Emílio começou a caminhar e eu o acompanhei, andando ao seu lado. — Só que a comunicação ficou cada vez mais escassa e, da última vez que eu a vi, ela mal recebia um contato da casa Fiore. Então, vocês estarem morando com os melhores amigos dela é algo ótimo.
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  — Eu e meus irmãos mandávamos cartas a cada quinze dias...
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  — Cartas que nunca chegaram, senhorita. E acredito que nem as dela para vocês. Mesmo que a marquesa não demonstre tão bem, ela ama vocês e… bom, podemos continuar esse assunto em uma outra hora, certo? — Havia algo em sua feição que deixava claro a saudade que ele sentia de mamãe, contudo, não queria desviar do foco da minha chegada.
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  Ficamos em silêncio por um momento, apenas indo em direção a algum lugar. Suas palavras sobre mamãe afetaram lugares que eu não imaginava, e uma mistura de raiva com saudades surgiu no meu coração, causando uma confusão um tanto grande. A questão das cartas não foi algo que passou pela minha cabeça, todavia, fazia total sentido Perci interceptar o recebimento das mesmas. Eu queria muito poder falar com ela, no entanto, havia coisas mais urgentes que eu precisava lidar, e sabia que cedo ou tarde Celine daria o ar da graça. Quando isso acontecer, a Arabella do futuro estará esperando.
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  — É ótimo que o amor não tenha tirado a sua capacidade de julgamento, Emílio.
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  — C-como? — O homem parou abruptamente, quase engasgando com a própria saliva. — Ah, você sabe...
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  — Uma das primeiras vezes que eu vi o amor em sua forma mais pura foi a forma como você e mamãe se olhavam. Eu podia ter apenas cinco anos, contudo, a ligação entre vocês sempre foi muito bonita. — Por mais que eu soubesse da paixão por ter lido a triste side story de Emílio, Arabella tinha essa exata memória que eu acabei de falar.
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  — Apesar dos pesares, nunca foi um amor unilateral. — O homem sorriu tristonho, melancólico. — No entanto, não estamos aqui para falarmos sobre isso, senhorita! Vincente conseguiu entregar o recado.
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  — Exato — não me importei com a troca de assunto —, e é por isso que estou aqui. Temos mais informações?
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  — O melhor lugar para se discutir isso é naquele ali. — Apontou para a frente. — Seja bem-vinda a Lone Town.
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  Lone Town nada mais era que um dos bordeis mais conhecidos em Bellary, local que ajudava a manter a economia da vila Ryo girando. Ele era um tanto afastado da vila, e eu só percebi a distância percorrida ao olhar para trás e ver as fumaças que vinham do vilarejo, claramente meio longe de onde estávamos.
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  — Por não ficar necessariamente dentro da vila, a patrulha aqui é menor, quase escassa, na verdade. Nossa sorte é que os capangas de Perci não têm interesse nesse bordel — explicou Emílio ao adentrarmos o estabelecimento, cumprimentando algumas pessoas. — O trajeto que fizemos também não tem fiscalização, por isso chegamos sem maiores problemas.
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  — Viu, eles são burros nesse nível!
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  — Realmente — riu —, contudo, o vilarejo conta com vários caminhos “secretos”, por isso é tanto usado como rota de fuga por quem mora nele. No dia que mandamos o Vincente, magicamente uma parte deles estavam sendo vistoriada, então não foi a missão mais fácil do mundo. Mas, graças a uma certa pessoa...
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  — E ao que devo a honra, Emílio?
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  Uma mulher alta com um sorriso ladino surgiu atrás do mais velho, com um cigarro entre os dedos. Suas longas madeixas roxas caíam sobre o seu ombro nu, enquanto o outro era coberto pela alça do vestido preto que ia até seu pé, combinando com o salto da mesma cor. A sua presença era ímpar, assim como os seus olhos que analisavam cada milímetro da minha existência, fazendo com que fosse difícil desviar do seu olhar.
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  — E essa é a certa pessoa, senhorita. Arabella, conheça Vanessa O’brien, dona e proprietária do Lone Town, e uma das estrategistas do exército do Norte, além de ser líder do nosso esquadrão antibombas.
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  — É um prazer conhecê-la, meu bem. Acredito que por ter sido apresentada assim, você é alguém que posso confiar, mas... — A mulher se aproximou com a feição séria e segurou o meu queixo com delicadeza. — Você não é nova o bastante para estar aqui? Quer que eu me livre dele pra você? É só dizer que ele sumirá sem deixar rastros.
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  — Vanessa! — O homem rolou os olhos.
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  — O prazer é meu, Vanessa! E obrigada, todavia, não será preciso. — Não contive a risada. — No entanto, manterei a oferta em mente, há pessoas que eu quero me livrar.
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  — Começando pelo seu pai, sim? — A sua fala me pegou de surpresa. — Não é difícil reconhecer a filha do amor da minha vida.
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  — Oh? — Troquei rápidos olhares com ambos, visivelmente confusa.
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  — Eu e Emílio sempre gostamos de compartilhar coisas... e amores, como pode ver.
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  — Vanessa fala dessa forma só porque temos interesses em comum, senhorita. — O homem se sentou à uma das mesas, solicitando uma bebida ao garçom.
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  — Não sabia que mamãe também gostava de mulheres.
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  — Bom, isso não sei dizer com certeza, entretanto, antes de ser Vanessa, eu já fui Lucca. — Fechou os olhos brevemente, sorrindo. — E Celine nunca me deu uma chance, ela era completamente apaixonada por esse idiota aqui. — Cutucou o amigo com o cotovelo, rindo. — Eu digo que ela é o amor da minha vida por ser uma das minhas melhores amigas e por ter me apoiado durante a transição, contudo, essa é uma história pra outra hora. Acabei ficando sentimental por lembrar dela. — Sorriu ternamente.
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  — Obrigada por me contar. — Apesar de não ser o foco da minha visita, saber um pouquinho mais sobre a minha mãe me deixava um tanto feliz.
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  — Tenho ótimas histórias para uma outra hora, meu bem. Agora, vamos ao que interessa: quais são seus planos? Não temos tempo a perder e já faz um tempo que quero bater em alguém!
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  Lhe entreguei a papelada que estava na minha bolsa e contei um pouco do que havíamos planejado, porém, teríamos que adaptar vários detalhes, como imaginei.
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  — É claro que tinha dedo do Giovanni aqui, reconheço o seu modus operandi de longe. De fato, o plano é ótimo, porém, Perci tem seus momentos de inteligência. Ele usou a rota de fuga subterrânea pra instalar bombas caso o plano fosse descoberto.
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  — Explodir tudo não seria pior? — De tudo o que o homem poderia fazer, utilizar bombas não estava no meu check-list, por mais que não me causasse surpresa.
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  — Não quando você quer encobrir os seus rastros — Vanessa bebeu todo o conteúdo do seu copo — e usar outras pessoas como culpadas. Não acha que a narrativa de salvador da pátria depois de um teatro bem-feito não cairia bem? Não é como se ele se importasse com as vidas dos moradores daqui.
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  — Uma pergunta: por que mandaram o Vincente ao invés de um de vocês? — Mudei o foco da conversa momentaneamente para sanar minha dúvida logo.
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  — Todos os guardas e adultos estão listados — respondeu Emílio. — São poucos que, assim como eu, conseguem sair a noite, e você verá amanhã que o vilarejo é calmo, então não há muitos guardas do nosso lado. Eles fazem vistoria nos estabelecimentos para garantir que nenhum adulto fugiu, mas esquecem das crianças e adolescentes.
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  — Enviamos com ele uma esfera para mantermos a comunicação, e os meus contatos de fora da vila garantiram que ele chegaria em segurança ao centro, só não esperava que ele fosse esbarrar com você.
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  — Nem eu. — Sorri. — Ninguém fazia ideia da situação até Vincente contar, e que bom que ele esbarrou comigo, mesmo que em breve fosse até ao encontro do duque e da duquesa.
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  — A esfera que foi com ele é muito limitada — Vanessa continuou —, o meu plano era ir até a Viscondessa para melhorá-la, só que Perci Fiore aconteceu. Fomos pegos de surpresa, e mesmo que tenhamos papéis importantes, não quer dizer nada quando se tem bombas em todo o subsolo de um dia pro outro. Esse último mês tem sido um inferno, e ficamos agradecidos de você ter vindo, Arabella. Se Giovanni ou Viviene viessem no seu lugar, chamaria muita atenção independente do disfarce.
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  — Eu quero lidar com isso pessoalmente, afinal, é o meu progenitor que está fazendo essa merda toda e isso é o mínimo que posso fazer. — Apertei o meu copo com força. — Ele teve ajuda de alguém da vila?
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  — Com certeza — respondeu Emílio. — A sua ex-babá.
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  — Como?
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  — Ela tem trocado cartas com um dos moradores, aparentemente eles tinham um relacionamento. Descobrimos por descuido do mesmo, e não foi difícil ligar um ponto no outro, e tudo fez sentido. A entrada no vilarejo não é restrita e nunca precisou de apresentação ou algo do tipo, e como recebemos bastante comerciantes, eles aproveitaram essa deixa para colocarem seu plano em prática. Ela não veio aqui, mas garantia que os capangas de Perci chegassem em segurança por meio do seu namorado... esse aqui, Lambert Farias. — Me mostrou a foto e eu reparei que o homem não devia ter mais de cinquenta anos. Tão novo e sendo tão filho da puta, o que o amor misturado com a burrice não faz com alguém.
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  — De fato, e como apenas moradores sabem das rotas de fuga... — O’brien revirou os olhos, visivelmente irritada com a situação. — Em um mundo ideal já teríamos lidado com a situação, contudo, sendo realista, estamos em desvantagem. Apesar de termos guardas qualificados, não é o suficiente. No momento em que decidirmos atacar, eu estarei desarmando as bombas e, infelizmente, não temos como fazer os dois separados, é só uma questão de tempo até que dê uma louca em Perci e ele decida explodir tudo.
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  — A minha familiar está na vila e temos guardas na região por precaução — encostei as costas na cadeira —, por mais que eu acredite que teremos que lidar com cerca de... trinta capangas tendo dez pessoas e com algumas bombas. — Fechei os olhos por um momento, pensando em como faríamos a logística.
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  — Não podemos contar com a ajuda de pessoas de fora, a comunicação entre os capangas e Perci está bem articulada. — O homem me entregou um papel contendo informações básicas sobre a “equipe” do meu pai. — Mas ele foi burro o suficiente para deixar um bêbado no comando. Uma bebida aqui e ali, uma sedução da nossa querida Vanessa e pronto, o homem explanou tudo relacionado às bombas.
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  — Por isso o nosso foco inicial é nele — Vanessa apontou para a foto do homem —, precisamos pegar a esfera dele até sexta-feira.
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  — Tudo bem, Nymph consegue fazer isso facilmente — garanti —, entretanto, o que tem sexta-feira?
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  — É o dia que abrimos a vila para os comerciantes e, consequentemente, o dia perfeito para atacarmos.
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  Assenti decidida, sentindo também um nervosismo. Só teríamos três dias para nos organizarmos, mas eu estava confiante que seríamos vitoriosos.
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  Afinal, eu gostaria de presentear novamente o meu pai com algo especial.
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  E acredito que não era só eu.
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  N/A: e temos mais uma atualização fresquinha!
  O Emílio tem uma história dele aqui no site (Clique aqui) que conta um pouco sobre ele e a Celine, e eu adoro ele 🤓
  E a Vanessa é simplesmente perfeita! Eu estava ansiosa para trazê-la faz tempo, e finalmente a minha querida chegou! Veremos mais dos dois no próximo capítulo, e o que acham que pode acontecer em relação ao plano?
  Até a próxima <3

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Lelen

APARECEU O BONITOOO!
Gente, não é possível que Arabella seja filha legítima do Perci, NÃO É POSSÍVEL. E por isso eu tô torcendo pra que a Celine tenha mantido um relacionamento extraconjugal e que Emílio seja o pai, no final, todos vivem felizes para sempre HAHAHAHAHAH
Aliás, tô doida pra conhecer a Celine e ver o lado mãe dela, tá? HAHAH
Eu fiquei com medo dessa pergunta final com relação aos planos, vai dar merda, é? Não quero. Quero Perci no desespero de até o plano B ter dado errado. É isso. Sou rancorosa, beijos.

Liv

Mulher, infelizmente ela não é filha dele 🥲
E a bonita vai aparecer em algum momento, pode ficar tranquila hihihi
Vai nada, menina. Já viu algum plano dela dando errado? E se der errado, ela faz dar certo 😂
E ele vai ficar 🤭

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