Alter Ego

Escrita porLelen
Revisada por Lelen

Introdução • Marco zero

Tempo estimado de leitura: 4 minutos

  As risadas divertidas das crianças ecoavam por toda a casa naquela noite de sexta-feira como sempre fora. Era fim de semana, elas queriam comemorar! %Zoey% brincava com sua irmã mais velha e seus outros dois irmãos, eles adoravam brincar de pega-pega dentro da casa exatamente pelo fato de haver a mobília da casa como obstáculos. A pequena %Zô% se divertia mais do que nunca, ria e corria dos irmãos, sua mãe olhando-os com alegria.
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  %Zoey% %McDowell% sempre fora como qualquer criança, esperta, brincalhona… Sempre até aquele momento.
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  Aos quatorze anos nada mais era uma maravilha como quando eram todos crianças inocentes, a mãe havia adoecido e há alguns anos falecera deixando um enorme vazio na família e no coração das pequenas crianças que mal sabiam lidar com aquilo. O pai havia se tornado alcoolista e violento, descontando suas mágoas em seus filhos.
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  Allan e Mark já haviam saído da casa, estavam estudando em outra cidade; restaram apenas %Zoey% e sua irmã, Mary. As duas sofriam com a agressividade do pai durante as piores noites, mas %Zô% sofria mais. Ela nunca fora de aceitar tais atos.
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  Numa noite chuvosa, o homem que um dia as duas chamaram de pai, chegou caindo de bêbado em casa e, como de costume, foi de encontro às irmãs para descontar sua ira. Ele pegou Mary fortemente pelo braço gritando frases incompreensíveis deixando a garota assustada. A irmã mais velha sempre fora a mais frágil e as duas eram unidas demais para que %Zoey% deixasse Mary sofrer sozinha. Naquela noite chuvosa %Zô% resolveu intervir. Com toda a força que conseguira juntar, ela separou o pai da irmã e o empurrou para longe. Mary chorava e soluçava ainda assustada quando %Zô% gritou para que ela corresse. %Zoey% tentou acompanhar, mas foi pega de surpresa pelo pai. Aquela foi a pior das noites. O homem bêbado a espancou, bateu na própria filha com um ódio incontrolável; quando finalmente acabou, largou-a no piso de madeira da sala e foi trancar-se em seu quarto.
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  %Zoey% permaneceu encolhida onde fora largada. Sentia dores em todo seu corpo, já havia passado por aquilo milhares de vezes desde que sua mãe morrera, mas nunca apanhou tanto, não de forma que machucasse daquele jeito. Ela escorou-se num dos braços tentando fazer o mínimo de movimentos bruscos, suas costelas doíam ao inflar os pulmões de ar. Ainda sentia o sangue escorrendo de algum machucado em seu rosto. Com certa dificuldade levantou-se e direcionou-se para fora da casa. Não se importava com a chuva forte que caía na rua, precisava de alguém naquele momento, precisava de alguém que pudesse fazê-la se sentir protegida.
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  %Michael% atendeu a porta e por um segundo ficou sem ação. À sua frente se encontrava uma %Zoey% ensanguentada e dolorida.
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  — %Zô%? — murmurou abrindo mais a porta enquanto puxava a amiga para dentro da casa. — O que houve?
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  A garota não respondeu, tudo o que conseguiu fazer foi chorar. Chorou tudo o que havia segurado por anos apenas para si. Chorou de raiva, de dor, de tristeza.
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  %Michael% não questionou, levou a amiga para a garagem onde geralmente os dois passavam os dias de tédio, e a fez se sentar no sofá velho, mas aconchegante, que se encontrava ali. Ele a abraçou tentando confortá-la. Doía vê-la daquela forma, doía saber que quase todas as noites ela tinha de lidar com a loucura e ira do pai; doía saber disso e não poder ajudá-la de uma forma definitiva…
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  — Tudo vai ficar bem, %Zô%… — o rapaz murmurou dando um beijo na testa da menina.
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  Os dois passaram vários minutos daquela maneira, em silêncio e abraçados. %Zoey% sentia-se protegida ao lado do amigo, poder sentir que ele estava ali com ela trazia-lhe alívio, mas ela estava cansada de se sentir com medo, de ter de se sentir aliviada.
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  — Eu cansei, %Mike% — ela murmurou desfazendo o abraço.
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  — As coisas vão mudar. — O rapaz encarou o olhar distante de %Zoey% tentando decifrá-lo.
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  — É, as coisas vão mudar — retrucou ela, o brilho no olhar apagando-se.
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  Naquela noite, %Zoey% %McDowell% decidiu não sentir mais medo, não se sentiria mais intimidada por nada e por ninguém. Ela não sentiria mais nada.
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