Alter Ego

Escrita porLelen
Revisada por Lelen

Epílogo • Emoções

Tempo estimado de leitura: 10 minutos

  Meia hora se passou desde a visita de Mary à %Zoey%, esta última permanecia apática e tão sem ânimo quanto qualquer outro doente.
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  Ela e %Mike% estavam juntos quando o Dr. House adentrou a sala acompanhado da Dra. Hadley.
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  — Ela não devia estar aqui. — %Mike% se endireitou pronto para fazer algo a respeito.
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  — Como médica, mas ninguém falou algo sobre assistente de beleza — o homem de bengala murmurou sem dar muita atenção ao marido de sua paciente. — Vejamos, dê-me aqui seu dedo — ele disse pegando um algodão embebido de acetona das mãos de Hadley e o apertou firmemente contra o dedão da moça.
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  Alguns segundos mais tarde House retirou o algodão da unha de %Zoey% com um sorrisinho de triunfo.
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  — Voilà! — exclamou deixando à mostra o que o deixara tão radiante.
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  — A unha dela… Ficou azul… — %Michael% murmurou encarando a unha com espanto.
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  — Pois é. — O médico deu de ombros. — Começa a quelação — concluiu antes de sair do quarto.
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  — O que isso quer dizer? — %Mike% questionou erguendo a sobrancelha.
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  — Sua esposa tem a doença de Wilson — Hadley começou a explicar.
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  — O que tá acontecendo? — %Zoey% questionou sem muita firmeza na voz.
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  — Você vai ficar boa… O seu corpo não consegue processar o cobre e com isso ele vai se acumulando em seu corpo. Explica todos os problemas, até com o seu cérebro — continuou a médica.
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  — Isso vai mudar? — %Michael% perguntou ainda espantado com as novidades.
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  — É provável que os neurônios já estejam afetados demais… — A Dra Hadley começou.
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  — Mas há uma chance? — %Zô% quis saber.
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  — Mínima, mas sim — Hadley disse com um pouco de dúvida. — Vou buscar o equipamento… %Michael%, vem comigo, precisa assinar os papéis para dar permissão — a médica disse já andando para fora do quarto da paciente.
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  Narração em primeira pessoa

  Algumas horas mais tarde a Dra Hadley estava de volta ao meu quarto para verificar o andamento do tratamento.
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  — Os sinais estão melhorando, é uma boa notícia! — ela exclamou sorrindo para mim e para %Michael% que segurou mais forte em minha mão. — O fígado continua danificado, mas você pode entrar na lista de transplantes, vai ficar bem — concluiu.
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  %Michael% sorriu em minha direção parecendo aliviado.
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  — Olha, talvez nós possamos tirar umas férias numa praia, alugar um chalé na montanha ou qualquer coisa assim, vamos relaxar, só nós dois e… — Ele parou de falar assim que percebeu que eu não olhava em sua direção.
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  — Você é um idiota — murmurei sem encará-lo.
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  — O quê?
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  — Você é um idiota! — exclamei voltando meu olhar para ele. — Quando você só suspeitava de como eu era, tudo bem, mas agora que você sabe… — Observei seu olhar incrédulo sobre mim e aquilo de alguma forma fez com que alguma coisa acontecesse dentro de mim.
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  — %Zoey%…
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  — Vai embora, %Michael% — retruquei virando o rosto. Eu não conseguia olhar para ele, não conseguia olhá-lo e ver o ar de decepção, de mágoa que ele tinha.
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  Ele se levantou sem dizer mais nada e saiu.
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  Senti meu coração acelerar e um aperto em meu peito me pegou de surpresa. Havia um nó invisível em minha garganta que tornava difícil respirar.
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  — Por que você faz isso? — Hadley questionou ficando ao meu lado.
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  — Porque ele é um idiota — resmunguei sem encará-la. Ela ficou em silêncio por alguns segundos.
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  — Espera… Ele não mudou — ela começou a dizer e voltou sua atenção ao painel de monitoramento do meu tratamento. — Mas você mudou… O tratamento fez efeito no seu cérebro! Se você ainda fosse uma psicopata continuaria alimentando cada mentira que criou para fazer com que %Michael% continuasse com você…
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  — E o que você quer? — retruquei sentindo meu rosto esquentar e meus olhos arderem ao ouvi-la mencionar o nome de %Mike%.
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  — Você tá sentindo alguma coisa… O que é? — a médica perguntou como se fosse a descoberta do século.
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  Balancei a cabeça sem conseguir responder, sentindo as lágrimas finalmente escorrerem por meus olhos que ardiam.
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  Eu não sabia o que estava sentindo, só sabia que machucava, que fazia doer. Mas não era uma dor física que poderia ser curada com analgésicos ou anestesia, era uma dor interna, uma dor sentimental…
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  A Dra Hadley apenas assentiu, afagou meu braço em forma de compreensão e logo saiu do quarto me deixando a sós com meus sentimentos. Sentimentos que eu não sabia que ainda existiam dentro de mim. Era estranho depois de doze anos ter de lidar com a dor novamente. Mas era um alívio poder soltar as lágrimas que estiveram presas dentro de mim por tanto tempo.
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  Funguei e olhei para o lado encontrando meu celular na mesinha de cabeceira. Estendi a mão e o peguei. De plano de fundo havia uma foto de %Michael% fazendo careta. Eu ri me lembrando daquele dia em que eu fingi me divertir num parque com ele, ao mesmo tempo em que ria senti mais lágrimas chegarem aos meus olhos. Lembrar dos momentos com ele fazia com que um buraco enorme se abrisse em meu interior, doía…
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  Alguns dias haviam se passado desde que o tratamento começou a ter efeito; eu me sentia bem melhor fisicamente, mas lidar com todos aqueles sentimentos não era nem de longe fácil. Parecia que eu havia sido jogada no mundo das emoções sem preparo algum, me abandonaram lá e me mandaram me virar. Não era mesmo fácil deixar o mundo racional para dividi-lo com o mundo emocional.
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  Eu estava encarando a janela do meu quarto que deixava a luz da tarde entrar formando reflexos no chão e na parede, era algo bonito de se ver.
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  Ouvi alguns passos conhecidos vindos da porta, mas demorei um pouco para me virar e ver quem estava ali.
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  — %Michael%? — soltei em espanto ao vê-lo parado encostado no batente da porta enquanto me observava.
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  — Oi… — murmurou dando um leve sorrisinho. Ele não estava muito confortável em falar comigo, nem eu em falar com ele. Eu me sentia mal por tudo o que o havia feito passar.
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  — O que tá fazendo aqui? — Tentei manter a postura deixando de lado o espanto.
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  %Michael% se desencostou da porta e caminhou calmamente em minha direção, observando-me atentamente. Fiquei confusa.
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  — Me disseram que você chorou — foi tudo o que ele disse ao chegar perto da minha cama.
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  Olhei para ele tentando entender, mas ele não me olhou de volta.
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  — %Mike%, eu… — tentei dizer.
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  — Não acredito que chorou, %Zô% — ele disse sério ao me encarar.
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  Ele não acreditava. Não acreditava que eu finalmente podia sentir algo, achava que eu continuava a mesma miserável mentirosa com quem ele havia se casado.
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  Aquela constatação fez com que eu sentisse meu rosto queimar e meus olhos arderem novamente, e logo eu não conseguia segurar as lágrimas. Eu queria que ele acreditasse em mim, queria que ele voltasse a me ver como alguém que pode ser amado, alguém com sentimentos.
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  Comecei a chorar descontrolada de uma forma que eu nunca havia feito na vida, apenas uma vez.
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  — Ah, %Mike%… — consegui murmurar entre fungadas e soluços.
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  Ele me olhou e logo sentou-se perto de mim na cama. Limpou minhas lágrimas.
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  — Não acredito que te vi chorar depois de doze anos — ele sussurrou enquanto continuava a limpar as lágrimas insistentes. — Eu detesto te ver chorar, sempre quando imagino isso as lembranças daquela noite voltam a minha mente… Foi horrível te ver chorando destruída daquela maneira, %Zô%. — Ele acariciou meu rosto e deu-me um sorriso.
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  — %Mike%! — exclamei abraçando-o desajeitada por conta de minha postura na cama. — Eu… Eu…
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  — Você…?
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  — Eu te amo — disse por fim. — E dessa vez eu sei disso porque sinto — disse antes de fungar e limpar outras lágrimas teimosas.
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  %Mike% sorriu em minha direção de uma forma que só analisando naquele momento é que fui perceber que adorava.
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  — Eu sempre te amei — concluiu.
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  Eu não sabia bem o que seria de nós dois depois de tudo aquilo que havia acontecido, mas nunca antes na minha vida eu tinha percebido o quanto era bom amar.
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Fim

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