Alter Ego

Escrita porLelen
Revisada por Lelen

Dois • Descoberta

Tempo estimado de leitura: 9 minutos

  — Olá, lembra de mim? Sou a doutora Hadley — a moça de branco murmurou adentrando meu quarto com um sorriso estranho nos lábios.
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  — Claro que me lembro — respondi devolvendo-lhe o sorriso.
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  — Precisamos fazer uma ressonância para descartar qualquer ameaça de tumor no cérebro — ela murmurou pegando a cadeira de rodas que estava encostada num canto do quarto.
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  — Espera, tumor? — %Michael% perguntou parecendo assustado.
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  — Não se preocupe, só queremos ter certeza de que está tudo bem com o cérebro dela. — A doutora Hadley sorriu tranquilizadoramente em direção a %Mike%. — Vamos %Zoey%? — Ela sorriu em minha direção e então eu me levantei com a ajuda de %Michael% e sentei-me na cadeira de rodas. — Ela estará de volta em alguns minutos, não precisa se preocupar, senhor %Flanagan%. — E então nós partimos para a sala de ressonância.
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  A doutora Hadley foi explicando o procedimento durante todo o caminho antes de me fazer deitar na máquina e ir para trás de uma divisão de vidro onde ficavam os controles da ressonância.
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  — Agora escute, %Zoey%, vou ficar fazendo perguntas e nós ficaremos conversando durante o processo, ajuda a relaxar, ok? — Ouvi a voz da médica soar pelos alto-falantes instalados na sala.
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  — Certo — murmurei, e então o barulho da máquina funcionando começou.
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  — Ok, que tal me dizer como conheceu %Michael%. — Ouvi a voz da médica novamente.
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  — Na escola. Era meu melhor amigo — respondi erguendo a sobrancelha.
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  — Hum, legal. E como é a relação com sua família?
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  — Meus pais estão mortos e não tenho muito contato com meus irmãos. Todos nós trabalhamos muito — respondi.
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  Ficamos em silêncio por alguns instantes.
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  — Não detesta quando isso acontece? Quer dizer, quando o silêncio acaba reinando numa conversa? — doutora Hadley murmurou num suspiro.
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  — É, é… Constrangedor… — concordei.
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  — Me fala de alguma boa lembrança que você tem…
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  Pensei por alguns instantes…
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  — Acho que a melhor lembrança que tenho é da minha lua de mel. %Michael% sempre foi um desses caras românticos e tradicionais, me carregou para dentro do nosso chalé nos Alpes. Fizemos chocolate quente e ficamos felizes com o fato de que, mesmo todos sendo contra nossa união, tudo estava dando certo…
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  Quando terminei de falar ouvi um barulho e constatei que provavelmente o alto-falante estava sendo desligado, alguém tinha entrado na sala de controles com a Drª Hadley.
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  Um minuto se passou em silêncio, eu só podia ficar encarando o branco das luzes da máquina girando ao redor de minha cabeça.
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  — Certo, %Zoey%, terminamos por aqui — Hadley murmurou e logo depois já estava me ajudando a me levantar e a sentar na cadeira de rodas.
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  O Dr. Foreman estava com ela e lhe fez a gentileza de empurrar minha cadeira até chegarmos ao meu quarto onde %Michael% me esperava parecendo impaciente na cadeira que puxara para ficar mais perto de mim na cama.
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  — E então? — perguntou se levantando.
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  — Está tudo certo, sem vestígios de tumor — a doutora Hadley anunciou e eu pude ver %Mike% soltar o ar em sinal de alívio.
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  — Pare de se preocupar, seu bobo! — Dei tapinhas leves em seu rosto enquanto me deitava de volta na cama.
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  — Vamos dar os resultados do exame ao Dr. House — Foreman disse num balançar de cabeça puxando sua colega para fora do quarto de vidro em que eu estava instalada.
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  — São bons médicos… — murmurei vendo que %Mike% ainda tinha ar de preocupação no rosto.
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  — Sim, são os melhores, ao menos é o que dizem, não? — Ele olhou para mim e então sentou-se na beirada da cama ao meu lado passando um dos braços por meus ombros. — Você se sente melhor, %Zô%? — perguntou ajeitando meus cabelos. Assenti. — Acho que você está precisando de férias — murmurou me fazendo rir.
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  — E quem é que vai sustentar a casa? — brinquei e ele riu.
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  Vi de relance a imagem de um homem de bengala falando algo para o Dr. Foreman do lado de fora de meu quarto, instantes depois, o mesmo homem e mais Foreman e Hadley entraram.
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  — Pode dar o fora daqui? — o homem de bengala perguntou olhando para %Michael% que o encarou um tanto espantado, mas mesmo assim ele se levantou lentamente e me encarou, como se me perguntasse se devia ou não sair dali. Eu assenti sorrindo, tentando tranquilizá-lo. — Obrigado. — O homem sorriu assim que %Michael% começou a caminhar para a porta. — Viu, foi o obrigado — ele murmurou para o Dr. Foreman que estava ao seu lado, este apenas revirou os olhos.
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  Encarei os três a minha frente e logo meu olhar acompanhou o andar do homem de blazer cinza com a bengala em minha direção.
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  — Oi, sou o Dr. House. Desde quando é psicopata? — o homem perguntou em tom casual, como se estivesse comentando o tempo ou as horas.
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  Encarei-o descrente.
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  — Está brincando? — questionei encarando a todos a minha volta, esperando que alguém risse do comentário. Não aconteceu. — Tá querendo dizer que sou como Ted Bundy?
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  — A psicopatia tende a má fama, mas ser psicopata não quer dizer que você seja violenta. Você só não tem consciência, não tem emoções normais, manipula todo mundo ao seu redor, é promíscua e mente patologicamente. Algo soa familiar? — o tal Dr. House perguntou com um sorriso.
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  — Por isso estava fazendo todas aquelas perguntas? — perguntei à doutora Hadley que apenas assentiu.
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  — O que podia fazer? Você a assusta — dr. House murmurou. — Claro que isso é normal de se acontecer ao lado de um psicopata.
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  — Olha, eu não sei do que estão falando, só sei que estão me assustando — murmurei olhando a todos.
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  — Relaxa — House murmurou com um sorrisinho nos lábios. — Temos a obrigação de manter sigilo tendo você como paciente e você tem um problema cardíaco não identificado que pode te matar a qualquer momento, então, se quiser continuar a sua “caça”, continue, mas precisamos saber da verdade.
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  Alguns instantes em silêncio para que eu pudesse raciocinar sobre tudo aquilo. Eu corria um risco de vida, ele queria me ajudar…
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  — O que querem saber? — perguntei por fim me decidindo. Era óbvio que eles sabiam, eles tinham a prova no exame de ressonância que eu havia feito, não havia como continuar mentindo e escondendo o fato, não para eles ao menos.
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  — O que seu colega falou, era verdade? — a doutora Hadley perguntou se aproximando séria. — Imagino que ele tinha razão sobre a traição e a demissão — ela disse num tom irritante.
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  — Olha, ele sabia bem no que estava se metendo, certo? — respondi impaciente. — Ele transava toda quinta à noite e eu ficava com os melhores trabalhos dele. Simples.
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  — E o que você ganha com o casamento? — foi a vez do doutor Foreman questionar.
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  Suspirei. Por que mesmo eu tinha que responder todas aquelas baboseiras?
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  — O mesmo que ganho trabalhando — respondi como se fosse óbvio. — %Mike% tem um fundo de pensão, fizeram eu assinar um acordo pré-nupcial — completei.
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  — Viu? Dinheiro. Até que ela não é tão esquisita assim. — House murmurou para os médicos de sua equipe.
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  — Eu não sou tão diferente dos outros quanto pensam. Todos que conheci, colegas de trabalho, irmãos, tios, vizinhos… Todos só pensam em si mesmos, são egoístas, a diferença entre mim e eles? Eu ao menos admito isso — rebati.
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  — Ela me lembra alguém que eu conheço… — a doutora Hadley murmurou desviando levemente seu olhar para o chefe.
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  — Não me diga! — House exclamou em desdém. — Desde quando você é assim? — perguntou o médico voltando-se novamente em minha direção.
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  — Sempre fui assim. — Desviei por um instante meu olhar para a doutora Hadley que me encarava desacreditada. — Será que agora podem tratar do meu problema? — Voltei-me novamente para o doutor House, que franziu o cenho, deu meia volta e então saiu do quarto sem dizer mais nada. Segundos mais tarde Foreman e Hadley saíam atrás do chefe.
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