Capítulo Três
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Aproveito o máximo de tempo que tenho antes dos meus pais chegarem ao local, e encaro um pouco mais o corpo, era estranho como a trilha de sangue seguia pelo escritório, respingado por alguns móveis do local. A pessoa que tinha feito isso não se preocupou em deixar o ambiente limpo, pelo contrário, parecia que deixá-lo desse jeito era seu plano, ou quem fez isso era um iniciante, não sei ao certo. As marcas no corpo do diretor também me deixaram intrigada, pois eram marcas de garras, e completamente profundas, mas não eram as marcas de garras que me chamaram a atenção, e sim o corte irregular que ia até o seu coração.
- %Faith%. – meus pais, assim como eu, tinham sido treinados para serem fantasmas, por isso não escuto eles entrando, um grande erro meu, pois ao me perder nos pensamentos, deixei minha guarda baixa.
- Olá. – com um suspiro me levanto da onde estava agachada e encaro meus pais. – Não mereço parabéns? – pergunto ao apontar para o corpo.
- Isso foi apenas uma coincidência. – minha mãe se aproxima do corpo. – Por acaso você não afetou a cena do crime, certo? – ela olha para mim em busca de afirmação e eu reviro meus olhos.
- Vá em frente, a cena está a mesma desde que cheguei. – eu não precisava especificar para minha mãe que havia outras pessoas aqui.
- Quem poderia fazer isso? – observo minha mãe e meu pai se agacharem próximos ao corpo.
- Talvez seja algo que nós não conhecemos. – eu tinha estudado todo o ambiente e tentei puxar na minha mente alguma coisa que poderia ter causado isso, mas nada que eu tentasse encaixar caia no conceito que tínhamos na nossa frente.
Não. Essa morte tinha sido diferente de tudo o que eu tinha visto na minha vida e olha que tive uma boa cota de pessoas mortas por causas sobrenaturais, e nenhuma delas tinha sido desse jeito.
- Isso é impossível. – minha mãe parecia descrente com a minha sugestão.
- Ok. – solto um suspiro. – Irei deixar esse trabalho para vocês. – meus pais não prestam atenção em mim. – Estou indo embora. – comunico.
- Apenas vá. – meu pai acena com a mão para eu seguir em frente e bufo.
Me sinto um pouco irritada com a ignorância dos meus pais, porém eu sabia que jamais receberia um convite dos dois para que ficasse naquele local, mesmo que a pessoa que achou o corpo fosse eu. Com um suspiro eu volto a caminhar para onde deixei meu carro, pensando em mil e uma teorias para o que eu tinha visto hoje, porém nada que eu puxasse na mente me levava para uma cena de crime como aquela.
- Mesmo você sendo uma caçadora, andar sozinha por aqui é perigoso. – solto uma risada, pois apesar de estar um pouco pensativa, eu tinha visto %Christopher% tentar se aproximar de forma silenciosa.
- Tem certeza que eu sou o perigo por aqui? – me viro rapidamente e desvio de %Christopher%, porém seguro seu braço no processo e o derrubo.
- Como? – sorrio ao ver o choque em seu rosto, afinal, lobos tem uma força descomunal, e geralmente não eram fáceis de ser derrubados.
- Como você mesmo falou, eu sou uma caçadora. – ajudo %Christopher% a se levantar do chão. – O que trás você até aqui? – caminho lentamente para o meu carro e %Christopher% me segue.
- Descobriu o que causou a morte do diretor? – reviro meus olhos.
- Apesar de eu ser uma caçadora. – paro no meio do caminho para encara-lo. – Eu não virei vidente. – explico. – E para ser bem sincera, não tenho ideia de quem possa ter feito aquilo. – aponto para trás, me referindo à escola e consequentemente o corpo do diretor.
- Por que você age de forma tão fria? – %Christopher% parecia um pouco inquieto com a minha atitude.
- Aprendi a nunca me envolver emocionalmente nos meus casos, então a morte do diretor não me afeta diretamente. – dou de ombros e destravo o carro.
- Isso é terrível. – %Christopher% faz questão de bloquear minha porta para que eu não pudesse entrar.
- Ossos do ofício. – cruzo meus braços e espero que ele saia da frente. – Preciso ir para casa, você vai ficar muito tempo ai? – pergunto.
- O que eu irei fazer com Eleanor? – fecho meus olhos ao me lembrar de que a garota estava mais cedo na escola.
- O que vocês falaram para ela? – pergunto.
- Nada. – bato na minha testa, com tamanha ignorância.
- E vocês esperam que a garota irá ficar em casa, tranquila, depois de ver um corpo completamente mutilado? – irritada eu emburro %Christopher% para sair da frente do meu carro.
- Aonde você vai? – ele me acompanha.
- Onde você acha? – sinalizo para que ele entre no carro. – Aonde a garota mora? – pergunto.
- Eu instruo você. – %Christopher% gesticula para eu dar partida no carro.
***
Eu estava tão irritada, irritada por ter confiado que %Christopher% ao menos fosse fazer algo certo, não que eu o conhecesse para confiar nele, porém %Christopher% tinha que ser o primeiro a querer que nenhum humano soubesse sobre o submundo, e o que ele faz? Ele apenas deixa uma testemunha livre para chamar a polícia.
Droga. Eu realmente precisava de um pó da amnésia, então no meio do caminho eu faço algo que não queria fazer no momento, mando uma mensagem desesperada para %Hyunjin%, onde nela eu falo que o mundo dele depende disso. Claro que esse era o tipo de mensagem que deveria ser enviada para %Hyunjin%, pois o mesmo tinha deixado claro da última vez que não me daria nenhum pó da amnésia, tudo porque eu o usava repetidas vezes e para %Hyunjin% o processo de preparo era longo e cansativo.
- O que você irá fazer? – paro o carro na frente da casa de Eleanor.
- Vá até lá. – aponto para a porta.
- Por que eu? – %Christopher% aponta para si.
- Acredito que não devo explicar o motivo. – semicerro meus olhos.
- Não pense que você pode mandar em mim. – ele bufa, porém abre a porta.
- Talvez a sua pele de lobo fique bonita na minha sala. – o provoco.
Não que eu fosse fazer isso realmente.
- Você chegou hoje na cidade, e olha o que acontece. – %Christopher% se apoia na janela do meu carro e continua falando.
- Como se isso não estivesse acontecendo há muito tempo. – finjo soltar um bocejo. – Vá logo. – inclino minha cabeça para o lado e %Christopher% acaba me mostrando o dedo do meio antes de sair.
Assim que ele passa a caminhar até a porta de Eleanor, eu mando novamente uma mensagem para %Hyunjin%, o pó da amnésia era mais do que necessário no momento, pois eu precisava ter as memórias dessa noite apagadas da mente de Eleanor, para que a mesma não causasse mais confusões.
Como %Hyunjin% não me respondia, decido sair do meu carro e ir até a casa dela, apenas para saber como a garota estava, pois eu não gostava de deixar pontas soltas, e me culpava muito por nessa noite deixar isso acontecer, um erro de iniciante, sendo que
eu não sou iniciante.
- Ela não abriu a porta ainda? – paro atrás de %Christopher% e ele dá um pulo. – Não precisa se assustar. – solto uma risada e bato em suas costas.
- Acho que ela não está em casa. – reviro meus olhos com sua ingenuidade.
- Vamos ser sinceros, ela deve estar em choque. – coloco minha mão na cintura. – Então acredito que ela não irá atender a campainha. – o jeito era arrombar porta mesmo, pois eu tinha certeza de que ela não iria abrir essa porta por nada.
- E o que você sugere? – %Christopher% me encara.
- Arrombe a porta. – gesticulo para a porta na nossa frente.
- Não posso fazer isso. – ele balança a cabeça negativamente.
- Apenas não quero causar prejuízo. – reviro meus olhos.
- Não. – irritada com sua atitude, tiro meu quite para poder arrombar portas para poder entrar dentro daquela casa.
- Deixa que eu faço então. – me agacho próximo ao miolo da fechadura e faço minha mágica.
- Isso é errado. – paro o que comecei a fazer e o encaro sem paciência.
- Vai ficar aqui batendo na porta calmamente enquanto ela chama a polícia? – pergunto. – Ou você se esqueceu de que era uma das pessoas que estava na escola quando encontramos o corpo? – o questiono.
- O que...? – respiro profundamente e conto até dez para manter minha paciência no controle.
- Se ela chamar a policia, nós iremos nos tornar os principais suspeitos da morte do diretor. – explico pausadamente.
- %Faith%, você está brincando, certo? – era visível o medo que ele estava sentindo.
- Óbvio que não. – termino de abrir a porta. – Vá nafrente. – gesticulo para ele ir.
- Por que eu? – %Christopher% me pergunta.
- Porque você é um lobo. – dou uma piscadinha para ele.
Ao entrar na casa eu fico mais alerta, afinal, eu estava entrando em um ambiente completamente desconhecido, não queria ter que usar nenhuma arma, pois eu era contra, mas nesses momentos minha segurança era mais importante do que qualquer coisa.
- Como vocês conseguiram entrar aqui? – Eleanor estava sentada no sofá e coberta da cabeça aos pés.
- A gente... – %Christopher% começa a falar, e pressentindo que ele nos entregaria, o interfiro.
- A porta estava aberta. – aponto para o local que havíamos passado.
- Impossível. – Eleanor fala. – Tenho certeza de que a tranquei. – ela reage.
- Talvez o choque que você está a fez pensar isso. – tento convencê-la.
- Eu não sou louca. – encaro %Christopher% em busca de apoio.
- Ninguém falou que você é. – ele solta um suspiro. – A porta realmente estava aberta, Eleanor. – cruzo meus braços ao ver a cena se desenrolar diante dos meus olhos.
- Você chamou a policia? – decido que eu não deveria perder meu tempo com uma conversa supérflua.
- O que você acha? – ela me pergunta. – O diretor está morto. – fecho meus olhos e penso calmamente. Quais seriam as possibilidades de ter algum caçador trabalhando como policial em uma cidade como essa? Minha mãe tinha dito que Fallen Hills era um farol para os sobrenaturais, então seria normal se houvessem outros caçadores trabalhando por aqui.
- Estou preocupada. – finjo pensar um pouco e logo tenho a atenção de %Christopher% e Eleanor.
- Com o quê? – não estava nos meus planos ter que atuar, porém nesse momento era mais do que necessário.
- Vocês não se preocupam de nós sermos presos? – encaro os dois.
- Como assim? – a voz de Eleanor gagueja.
- Veja bem, nós estávamos reunidos na escola quando de repente você achou o corpo do diretor. – para ser bem sincera, Eleanor era uma das minhas principais suspeitas, então ao usar o pó da amnésia nela, eu poderia apagar suas memórias sobre os assassinatos; caso eles sejam interrompidos, eu teria a prova de que Eleanor era a assassina o tempo todo, o plano era meia boca, mas que parecia solucionar muitas coisas. – Então isso torna você uma das principais suspeitas de assassinato. – termino de falar calmamente e fico atenta as suas expressões.
- Talvez você esteja falando isso porque é a verdadeira assassina. – Eleanor aponta para mim.
- Foi você quem encontrou o corpo. – %Christopher% se pronúncia pela primeira vez. – E para ser bem sincero, esse não é o primeiro. – minha cabeça vira em direção a %Christopher% rapidamente.
- O que você quer dizer com isso? – o questiono.
- Esse não foi o primeiro corpo que ela achou. – ele me encara. – Ano passado, quando os casos aumentaram, tivemos toque de recolher, mas você sabe como os adolescentes são, não é mesmo? – balanço minha cabeça negativamente, afinal, minha educação tinha sido completamente diferente da dele. – Enfim, fizemos um luau próximo à cachoeira, e nisso Eleanor acabou sumindo por um tempo. – o tom de acusação era bem visível.
- Eu não matei ninguém. – Eleanor coloca as mãos sobre seus ouvidos, como se escutar as palavras de %Christopher% fossem doloridas demais.
- Prove. – %Christopher% parecia aborrecido.
- Não tenho como provar agora, não depois de vocês me encontrarem na escola, mas eu dou a minha palavra de que não sou em quem está matando essas pessoas. – ela me encara.
- Eu não tenho nada haver com isso. – ergo minhas mãos para cima. – Cheguei ontem. – eu não queria parecer à pessoa má da história, porém apesar de falar para ela que não tinha nada haver com suas desculpas, eu entendia perfeitamente o posicionamento de %Christopher% sobre as outras mortes.
- A polícia precisa achar o corpo. – cruzo meus braços e a encaro.
- E eles irão. – não é como se fossemos deixar o corpo do diretor na escola, esperando ser achado por alguém no dia seguinte.
- Como? – Eleanor me pergunta.
- Isso já não tem nada haver com você. – sorrio.
- Você acha que sou louca? – a garota pergunta de repente.
- Por que eu acharia isso? – ergo minha sobrancelha e olho para %Christopher%.
- Deve ser porque sou a única a surtar aqui? – ela pergunta.
- Eleanor... – começo a caminhar até o sofá. – Existem coisas que você não precisava ver. – suspiro.
- Tipo? – seus questionamentos começam a me irritar.
- Esqueça. – gesticulo com a mão. – O que eu preciso saber é quando e como você ligou para a polícia. – meu maior interesse em vir até aqui era saber quando ela tinha feito à ligação, pois dependendo de sua resposta, eu precisaria agir rápido.
- Eu liguei assim que eles saíram daqui. – ela aponta para %Christopher% que estava parado no meio da sala.
- O que você falou? – Eleanor me pergunta.
- Nada demais. – sorrio para ela. – Então... O que eles falaram para você? – a necessidade de saber era maior do que minha preocupação com meus pais, afinal, eles sabiam se virar.
- Eles iriam verificar a escola. – Eleanor se envolve ainda mais na coberta.
- Sua denúncia foi anônima? – pergunto.
- É claro. – ela parecia um pouco exaltada com a minha pergunta.
- Mesmo que sua denúncia seja anônima, eles ainda podem rastrear seu número e vir até aqui. – explico.
- Isso não é possível. – Eleanor balança a cabeça negativamente.
- Claro que é. – %Christopher% se aproxima da gente. – Você é idiota? – ele pergunta. – Não devia ter se metido nisso. – suspiro, era compreensivo a irritabilidade de %Christopher%, porém ele tinha sido um dos maiores irresponsáveis da noite, com uma parcela de culpa minha.
Claro. - Não me chame assim. – Eleanor se levanta do sofá de repente.
- Que bagunça é essa? – fecho meus olhos, aliviada por ouvir uma voz conhecida finalmente.
- O que... – pelo canto dos olhos eu vejo %Christopher% correndo até onde %Hyunjin% tinha aparecido. – Quem é você?
- Meu amigo. – me aproximo de %Hyunjin% com um sorriso no rosto. – Você veio. – me sinto aliviada.
- Depois da sua mensagem? Claro que eu viria. – %Hyunjin% me abraça. – Um lobo? – ele começa a rir. – Você está se afundando cada vez mais no submundo. – %Hyunjin% me solta. – Sou %Hyunjin%, e você? – ele pergunta para %Christopher% que se mantinha em posição de ataque.
- %Christopher%. – ele fala entre dentes, e era visível que %Christopher% estava se controlando para não ocorrer uma transformação e eu fico um pouco hipnotizada com seu controle excepcional.
- Relaxe. – eu ia me aproximar do garoto, porém %Hyunjin% me segura.
- Não acho seguro você ir até ele nesse momento. – o mesmo sussurra nos meus ouvidos.
- Ok. – fico ao seu lado. – Você trouxe? – pergunto ao olhar para Eleanor em choque.
- Claro. – %Hyunjin% me entrega um frasquinho.
- Obrigada. – praticamente corro em direção à garota. – Ei. – estralo meus dedos para chamar sua atenção.
- O que está acontecendo aqui? – ela me pergunta.
- Você quer mesmo saber? – como eu iria apagar a memória dela, não tinha o porquê de não acabar com esse sentimento de perturbação.
- Espera ai. – %Christopher% corre em minha direção. – O que você irá falar?
- O que você vai me falar? – Eleanor me pergunta desconfiada.
- Você acabou de se envolver com o submundo. – não queria provocar a garota, ou causar algum desconforto nela, porém, apesar de usarmos o pó da amnésia para apagar as memórias desejadas, não podemos mudar nosso subconsciente, por isso era importante ela ter o fechamento necessário das suas dúvidas.
- Essas coisas não existem. – ouço %Hyunjin% soltar uma risada e dou um olhar de aviso para ele.
- Desculpe. – imediatamente ele se retrata.
- Como eu ia falando antes de ser interrompida. – volto meu olhar para Eleanor. – Não só existe, como temos um lobo e um bruxo nessa sala. – explico.
- Claro, e você vai me falar que vampiros existem. – coço minha cabeça e prendo uma risada.
- Na realidade, sim. – fecho meus olhos. – Esse mundo é bem real. – eu não precisava entrar em detalhes, mas tinha que falar o necessário para que ela não buscasse por respostas depois.
- Vocês acham que sou louca. – ela balança a cabeça.
- Se você não acredita, como acha que cheguei até aqui? – %Hyunjin% caminha perfeitamente até nós. – Eu sou um bruxo. – o garoto não tinha problemas em revelar sua identidade para ninguém, na realidade, isso sempre nos colocou em algumas situações complicadas.
- O que eles estão falando é verdade. – %Christopher% fala. – Mas o que eu não entendo, é que se vocês irão fazer o que estão prestes a fazer, por que ficam falando essas coisas para ela? – ele parecia um pouco furioso.
- Quando eu tiver um tempo sobrando, irei contar. – pisco para ele. – Eleanor, eu preciso que você olhe atentamente para mim. – pego o pequeno frasco do meu bolso e tiro a tampa.
- O que você irá fazer? – ela me pergunta.
- Irei acabar com seu tormento. – inclino minha cabeça para o lado e encaro suas feições. – Não precisa sentir medo. – tento passar uma maior confiança para ela.
- Faça logo, %Faith%. – %Hyunjin% pede.
- Ok. – pego o lenço que %Hyunjin% me oferece e coloco sobre o meu nariz. – Derrame para mim. – peço para ele.
- Aqui. – ele coloca um pouco de pó na minha mão. – Tome cuidado. – %Hyunjin% me pede.
- Pode deixar. – sorrio docemente para ele. – Preste atenção em mim. – chamo Eleanor. – Você irá se esquecer dessa noite para sempre, isso jamais aconteceu, você esteve a noite toda em casa assistindo um seriado e ficará completamente chocada ao receber uma noticia amanhã de manhã. – assopro o pó no rosto da garota. – Agora durma. – imediatamente ela fecha seus olhos e antes que ela pudesse cair, %Christopher% a segura.
- É isso? – ele me pergunta. – Ela não vai se lembrar de nada? – balanço minha cabeça negativamente.
- Não. – respondo. – Nada sobre essa noite ou qualquer outra coisa relacionada aos assassinatos. – dou de ombros.
- Como assim? – %Christopher% coloca a garota delicadamente no sofá.
- Se ela for a assassina, tudo está acabado. – sorrio.
- Foi por isso que você veio até aqui. – %Christopher% aponta para mim.
- Vai me falar que em nenhum momento passou pela sua cabeça que poderia ser ela, ou seu melhor amigo? – pensando bem, %Jisung% também poderia ser um suspeito, e %Christopher% estava o acobertando.
- %Jisung% é meio avoado, mas nunca faria mal a ninguém. – como esperado, %Christopher% o defende.
- Vamos deixar as coisas do jeito que estão por agora, mas eu estarei de olho em vocês. – sorrio. – Podemos ir? – olho para %Hyunjin%.
- Para onde? – ele me pergunta.
- Que tal uma volta pelo submundo? – peço esperançosamente.
- Por quê? – faço um beicinho.
- Depois do que aconteceu com o %Minho%, você está proibida de entrar lá por um tempo. – reviro meus olhos.
- Ele saiu ileso. – reviro meus olhos, indignada.
- Sua avó tacou o terror em muita gente. – bufo. Aquela mulher era relutante em aceitar minhas opiniões.
- Como ele está? – pergunto.
- Ele se isolou. – suspiro.
- Tenho certeza de que em breve irei vê-lo novamente. – falo com convicção.
- Quem é %Minho%? – %Christopher% nos interrompe.
- Meu amigo. – não presto muito atenção nele.
- Você deveria falar que ele é o seu amigo vampiro. – %Hyunjin% sorri quando pega a expressão fácil de %Christopher%. – Não achou que você era único no mundo, não é mesmo? – ele pergunta.
- Não, porém não fazia ideia de que outros existiam. – solto uma risada com a sua ingenuidade.
- Isso não é nada. – abano as mãos.
- O que você quer dizer com isso? – %Christopher% me pergunta.
- Em breve você saberá. – sorrio, não por sentir o medo dele de longe, mas simplesmente pelo fato dele não saber nada sobre seu mundo.
N/A: Oii gente! Demorei um pouco mais para fazer essa atualização porque a semana foi cheia e tinha muita coisa acontecendo, principalmente com os meninos, então eu estava resolvendo muito coisa, mas antes tarde do que nunca, certo?
Espero que vocês gostem, beijos.