A Ordem


Escrita porNathara Sant'anna
Revisada por Natashia Kitamura


Capítulo Vinte e Quatro

Tempo estimado de leitura: 24 minutos

  A casa estava silenciosa.
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  Tudo estava silencioso, no entanto, o silêncio não era algo que precedia a paz, pelo contrário. Era o silêncio que precede o caos.
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  O ar era espesso demais, pesado, dava a sensação de que a casa dos meus avós sentisse o que estava prestes a acontecer.
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  Me reviro na cama, as palavras dos reis do submundo martelavam em minha mente. “A Ordem nasceu de uma união entre os sobrenaturais e humanos”. Não parava de pensar nisso. Kaer parecia tão convicto de suas palavras, ao mesmo tempo que estava quebrado. Todo mundo sabia sobre a perda que os reis tiveram anos atrás, mas isso nunca foi motivo para eles desistirem do submundo, e muito menos de proteger as pessoas que lá habitavam.
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  O interesse deles não era com os humanos, claro. Mas se o que o rei Kaer falou fosse verdade, então era a nossa obrigação, a dos caçadores, consertar toda a bagunça que foi feita. Ainda assim, a realidade era muito diferente, principalmente quando os caçadores que conhecemos foram os caçadores que nos moldaram para sermos o que somos.
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  Levanto-me da cama e saio para fora do quarto.
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  Indo para a sala, percebi que eu não era a única acordada ali. Meus amigos, assim como eu, aparentemente não conseguiam dormir também. Na sala, o cheiro de chá recém-feito tomava conta do local.
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  A situação de %Hyunjin% era outra que não me permitia dormir por completo. Eu sabia que ele estava bem e que precisava descansar sem nenhum tipo de interrupções, ainda assim eu estava aflita. Ele tinha usado muito de seu poder para nos tirar do Arquivo da Ordem, e isso acabava comigo internamente.
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  Outra coisa que me incomodava era a marca em meu pulso. Ela estava queimando como brasa desde a hora que acordara. Era como se estivesse me avisando que algo estava errado, mas eu não sabia ao certo o quê.
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  Na sala, me sentei ao lado de %Changbin%. Nosso silêncio não incomodava, pelo contrário, esse era o nosso jeito de compartilhar nossos problemas, nossos sentimentos.
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  — Para ser bem sincero, não consigo pensar sobre o que acontecerá se nós falharmos… — %Changbin% fala de repente, para todos ouvirem. — Estranho, não é mesmo? Um caçador sentir isso.
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  — Você não devia estar aqui. — Eu sentia culpa por todo mundo que se envolveu nessa história por minha causa, mas parecia que minha culpa era maior quando %Changbin% estava envolvido.
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  — Não começa com isso, %Faith%. — Ele me cutuca. — Eu vim para cá sabendo que as coisas não estavam boas, mas eu precisava ficar com meus amigos. Se for para morrer, que seja lutando como um caçador, e por uma boa causa.
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  — Não quero que ninguém morra. Ninguém está autorizado a morrer. — Minhas palavras soam duras, mas no fundo eu só sentia medo.
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  — Ainda assim, se alguém morrer, isso continua não sendo culpa sua. — Eu podia senti-lo perdendo a paciência.
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  — Parando para pensar… — %Echo% me olha profundamente. — A Ordem me tirou tudo. — Eu sabia aonde ela queria chegar com sua fala, mas queria que %Echo% falasse isso em voz alta, porque eu queria saber o que ela realmente estava sentindo. — Me tiraram a oportunidade de ter uma infância, de ter meus pais… — Sua voz treme. — Quantas crianças perderam essa mesma oportunidade? — Ela me pergunta e encolho os ombros. — Eu quero lutar por uma Ordem melhor, e se tiver que morrer por isso, irei morrer feliz.
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   Nós três parecíamos melancólicos demais. Mas ainda assim, essa era uma realidade dura que teríamos que aprender a viver.
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  — Sabe… Eu sou novo nesse mundo, mas o pouco que vi me deixou quebrado. — %Minho% entra na sala de repente. — Passei a vida toda achando que era uma pessoa normal, para descobrir que eu era um lobo. E agora que eu finalmente me aceitei, posso morrer.
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   Eu não precisava ter superpoderes para sentir a angústia dele.
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  — Você não precisa lutar. Deixe isso conosco. — Tento sorrir para ele, mas não consigo.
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  — Meus pais sempre falaram que ser bom custava caro, eu nunca entendi isso. Mas agora entendo. — Ele se senta ao lado de %Echo%.
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  — Estamos ferrados.
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   Olho ao redor. De dez pessoas, apenas quatro estavam ali. E todos nós estávamos completamente desanimados.
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  — Crianças… — Minha avó aparece na sala com %Minho% ao seu lado. Sua voz parecia tensa.
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  — Aconteceu alguma coisa? — Me levantei rapidamente.
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  — As barreiras magnéticas que protegem a casa estão enfraquecendo. — Arregalo meus olhos. A casa da minha avó era protegida por magia. Não sua magia. A magia de um povo que há muito tempo deixou de existir. Isso nunca aconteceu antes, eu pesquisei. Apesar de tudo, as pedras dispostas nos quatro cantos do terreno onde a casa da minha avó ficava nunca deixaram de proteger o que deveria ser protegido.
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  — Isso quer dizer…? — %Echo% a pergunta.
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  — Que assim que a lua de sangue aparecer, nossos poderes irão enfraquecer e a barreira deixará de existir.
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  — %Hyunjin%? Ele está seguro? — Nesse momento, tudo o que eu queria era que %Hyunjin% continuasse dormindo profundamente, porque eu conhecia ele, ele tentaria a todo custo manter os campos magnéticos de proteção intactos, mesmo que isso fosse zurpar de toda a sua energia.
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  — Sim… — %Minho% me assegura, mas não tenho certeza.
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  — Eu preciso que alguém fique com ele. Está amanhecendo, então temos até o início da noite para descobrirmos o que fazer. — Minha mente começa a trabalhar rápido demais. — %Echo%?
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  — Desculpe, %Faith%. Eu amo o %Hyunjin%, mas preciso lutar. — Meus olhos então percorrem até %Changbin%, mas seu olhar dizia tudo. Ele não iria recuar.
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  — Vovó? — Pergunto.
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  — Iremos cuidar dele, apesar de eu ser velha o suficiente para matar alguém. — Ela resmunga.
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  — Me prometa que mesmo que ele acorde, você não irá deixar com que ele segure a barreira. — Eu peço.
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  — O que aconteceria se ele tentasse segurar? — %Minho% pergunta.
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  — Ele morre. — Respondemos em uníssono.
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  — Teremos reforços? — %Echo% a pergunta.
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  — Alguns voluntários do submundo… — %Minho% me encara.
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  — Do lado dos caçadores vocês só nos terão. — Aponto para mim e meus amigos.
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  — Isso já basta.
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   Meus olhos se encontram com os da minha avó. Ali era possível ver uma mistura de sentimentos, existia algo como orgulho, mas também resignação. Ela sabia que as coisas poderiam não sair da forma como planejamos. Que de certa forma todos que colocaram expectativas em cima de nós, poderiam ser responsáveis por tudo o que ocorresse negativamente em nossas vidas.
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   Me afasto de todos. Minha mente estava um turbilhão. Eu pensava em tantas coisas.
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   %Echo%, tinha razão. Ela nunca teve a chance de ser uma pessoa livre. De ter uma família. Essas foram as escolhas da academia para aqueles que eram órfãos.
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  Uma escolha da Ordem.
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  Fecho a porta do meu quarto devagar, como se não quisesse denunciar para os demais onde eu estava. Porém, o silêncio daquele lugar parecia me corroer ainda mais do que meus próprios pensamentos. Encosto minha testa na parede fria, tentando reerguer minhas barreiras. Penso nos meus pais, na minha avó. Penso em como as coisas poderiam e seriam diferentes se ela não tivesse feito o que fez. Sinto o peso da marca em meu pulso, e principalmente, o peso que meu nome carregava. Eu meio que era a esperança do submundo, mas como eu poderia ser a esperança? A luta de alguém, sendo que eu me sentia perdida?
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  Acho que essa é a primeira vez que eu não queria ser %Faith%. Não queria que meu nome fosse fruto de uma esperança.
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  Escuto o barulho da minha porta se abrir lentamente e me viro para encarar a pessoa que estava entrando.
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  %Changbin%.
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  Ele para na metade do meu quarto, como se quisesse saber se ele tinha ou não permissão de estar ali, então apenas aceno para ele entrar.
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  — Se alguma coisa acontecer comigo… — Ele quebra o silêncio, sua voz mais baixa que o normal.
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  — Para com isso. — Sinto meu coração se apertar.
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   Ele se aproxima de mim, as costas de sua mão roçando minha bochecha.
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  — Você sabe muito bem por que eu estou aqui. — %Changbin% me encara nos olhos. — Nós dois sabemos que você deve permanecer viva. Então fique viva.
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  — %Changbin%… — Sinto minhas emoções na borda, mas as empurro para dentro, trancando a sete chaves. — Prometa também.
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   Seguro sua mão livre firmemente. Nós já tínhamos passado por situações horríveis enquanto estávamos na academia. Situações de vida e morte. Eu não poderia perder mais ninguém da minha equipe. Nem ele e nem %Echo% iriam morrer hoje.
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  — Vamos…
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   Voltamos para a sala juntos. %Echo% ao nos ver se aproxima.
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  — Tenho algo para vocês. — Ela tira algo do bolso, um pedaço de pano. — Somos o que restou da nossa equipe original, e os únicos caçadores a lutar em prol do bem. — Mordo meus lábios. — Isso aqui foi o que sobrou dos nossos uniformes.
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   Observo minha amiga cortando o pequeno pedaço de pano em três.
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  — Como nos velhos tempos? — %Changbin% pergunta.
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  — Viver ou morrer. Juntos. — %Echo% nos entrega.
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  — Viver ou morrer. Juntos. — Sussurro suas palavras. — Obrigada.
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  — Gente. — %Jisung% se aproxima. Eu tinha planos para ele, planos que o manteriam em segurança. — Somos os únicos que irão testemunhar o que irá acontecer, então é nossa obrigação guardar toda e qualquer memória, para que possamos disseminar essas informações depois.
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  — O que você quer dizer com isso?
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   %Seungmin% aparece, e aceno para ele.
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  — Que mesmo que algum de nós morra hoje, é nosso dever falar sobre o que aconteceu. — Fecho meus olhos, entendendo suas palavras. Mas me sinto aliviada quando %Minho% se aproxima dele e o apaga.
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   Ele definitivamente não iria participar dessa loucura.
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  — Isso foi terrível, até mesmo para alguém como você. — %Seungmin% se aproxima com um sorriso nos lábios.
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  — %Minho%? — Pergunto para saber se ele tinha conseguido seguir com o plano.
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  — Os próprios reis irão tomar conta dele. — Meu primo fala. — Eles ficaram surpresos com toda a história e principalmente preocupados por esta ser a primeira lua de sangue dele, então sabemos que %Minho% está seguro. — Assenti.
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  — Você tem certeza de que irá participar? — Pergunto.
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  — Minha amiga foi morta, quero vingança. — Ele tira algo do bolso. Parecia que todo mundo estava sentimental nessas últimas horas. — Aqui, andei fazendo algumas pesquisas. Caso sua marca comece a doer. Isso irá ajudar. Pego rapidamente a pulseira de sua mão e guardo em meu bolso, dando um sorriso de agradecimento.
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  — Prontos para repassar o plano? — %Minho% volta para a sala depois de deixar %Jisung% em um local seguro.
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  — Sim… — Respondemos em uníssono.
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   %Minho% pede para irmos até os fundos da casa da minha avó, local onde encontramos muitas pessoas, ou melhor, seres sobrenaturais à espera das ordens de um príncipe.
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  — Qualquer mudança em nossos planos, todos irão recuar e se reagrupar. — indicou. — Estamos lidando com transmorfos. E não sabemos quase nada sobre eles.
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  — Graças a Ordem… — Uma pessoa grita, sendo seguida pelos outros.
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  Encolho meus ombros.
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  — Isso não importa agora. Vamos lutar para mudar algo, mas lembrem-se, ninguém aqui é herói, então recuem quando tiverem que recuar. — As palavras de %Minho% são duras, e sinto como se elas fossem dirigidas diretamente para mim.
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  — Pode deixar. — Falo a contragosto.
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  — Iremos lutar lado a lado… — Arregalo meus olhos ao ouvir as palavras exatas que saem da boca de %Minho%.
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  — Não. Você. Não. Vai. — Eu estava puta.
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  — Não estou pedindo autorização. Irei lutar ao lado deles, assim como irei lutar ao lado de vocês. — Ele não me dá brecha para falar mais alguma coisa, e sinto a mão de %Changbin% me impedindo de ir para cima dele.
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  — Lembre-se, %Faith%. Nosso dever é proteger os reis, assim como o seu. — Eu nunca tinha visto %Minho% agir desta forma, mas apenas fecho meus olhos e concordo com ele.
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  A noite ainda nem tinha caído, mas já era possível sentir as barreiras que mantinham a casa da minha avó segura, se dissipando. Consigo sentir o chão tremer levemente diante dos meus pés, acendendo um sinal de alerta. Ao meu lado é possível ver a inquietação das pessoas ao nosso redor. Principalmente o uivo dos lobos.
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  Volto para dentro da casa, cruzando com Lith e Kaer, me inclinando ligeiramente para saudá-los. A tensão era evidente aos olhos dos reis. Eu só não entendia o motivo deles estarem ali, e não na segurança de seu lar.
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  %Echo% aparece ao meu lado de repente, me estendendo as armas necessárias para acabarmos com tudo isso de uma vez. Diferente daqueles que iriam lutar ao nosso lado, apenas %Echo%, eu e %Changbin% tínhamos sido treinados para uma batalha real.
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  Estava quase na hora.
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  A luz da lua aos poucos aparecendo, preenchendo cada canto da casa da minha avó.
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  A barreira que antes nos protegia, finalmente cai, permitindo aquilo que estava à espreita, entrasse.
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  — Lembrem-se de ficarem unidos. — Grito para que todos pudessem me ouvir. A casa da minha avó estava uma desordem e eu rezava para que ela e os demais estivessem protegidos.
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   Corro para a parte da frente, e vejo os primeiros monstros passando pelo quintal. Ali tinha de tudo. Silhuetas de quatro patas que tremiam como miragem, bocas largas em que os dentes não decidiam se eram de lobo ou de gente.
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  — Puta que pariu. — As palavras saem da minha boca de repente.
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   %Echo% passa por mim, jogando uma adaga de prata, acertando diretamente seu alvo.
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  — O que exatamente são essas coisas? — Ela me pergunta.
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  — Transmorfos. — Eles conseguiam aderir a qualquer forma que queriam, e principalmente. Conseguiam ser assustadores.
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  Meu primo já estava no quintal, lutando com eles. Ele não assumiu sua forma de lobo, mas era visível como seu poder aumentou por causa da lua de sangue. Ele atacava sem piedade alguma, cravando suas unhas nos transmorfos que se aproximavam dele.
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   Então não hesitamos mais. Olho para meus amigos e corremos em direção ao meu primo para ajudá-lo. Ao meu lado, uma criatura se aproxima, com suas garras gigantes tentando me alcançar. Eu sabia que eles tinham um limite com os seus poderes, mas não sabia se eles se duplicaram na lua de sangue assim como acontecia com os lobos.
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   Ergo meu braço para evitar que ele ataque meu rosto, e sinto uma leve mordida ali. Doe, mas não é o suficiente para me fazer fraquejar. A marca no meu pulso parecia responder aos meus estilos de luta, porque de repente eu me desvencilhei dele e o acertei diretamente no coração.
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   Minha mente começa a fazer análises rapidamente. A lâmina que eu tinha usado não era uma lâmina de prata. Era uma lâmina que %Felix% tinha me presenteado anos atrás, o que indicava que ela fosse mais poderosa.
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  — A lâmina que %Felix% nos deu é mais eficaz. — Olho para %Echo% que parecia estar tendo dificuldades e corro para o seu lado.
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  — À sua direita! - — %Seungmin% grita para mim e eu desvio a tempo de não ser atingida, ao mesmo tempo que %Changbin% o derruba.
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  — Juntos.
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  — Juntos.
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   Mais algo no ar parecia mudar. Meu pulso latejava à medida que os uivos tomavam conta do local. Era como se eles fossem lobos, só que tinham o dobro da força deles.
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  — Você está sangrando. — %Seungmin% olha para o meu braço.
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  — Se isso não acontecesse, não seria eu. — Resmungo.
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   O local parecia um campo sangrento. Estávamos em menor número e se continuássemos assim, seríamos os próximos a estarmos atirados naquele chão.
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  Mortos.
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  Afasto esses pensamentos. Nós não iríamos morrer. No entanto, meus olhos se arregalaram ao ver quem estava entrando em nosso campo de visão. Suas feições eram parecidas com as da minha mãe, e da minha avó… Essa era Nyssara.
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  — Parece que sua família deixou você para morrer… — Seu sorriso é sombrio. — Que nem fizeram comigo anos atrás. — Eu sabia sobre a sua história, mas eu era diferente dela.
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   Minha avó estava ali, eu preferia que ela estivesse em segurança do que lutando lado a lado em uma luta que não era dela.
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  — E você acredita nisso? — Tudo parecia parar. Mas eu sabia que ao meu redor a batalha acontecia.
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  — Você deveria me agradecer. — Ela fala. — O ódio que sinto pela minha mãe. Sua avó. Foi a única coisa que a manteve viva até hoje, %Faith%.
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  — Então veio terminar o que começaram? — perguntei, minha voz não tremeu.
— Vim tomar o que é meu. — Quando sorriu, mostrou dentes de duas naturezas. — Você só está ocupando o lugar que deveria ter sido meu.
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  — E qual é o seu lugar? — Pergunto.
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  — Minha mãe irá cair hoje, assim como sua mãe e você. Eu serei a única que comandará a Ordem. — As sombras ao nosso redor ficam mais densas. O chão vibrou sob um passo que não era de nenhum de nós.
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  — E se eu falar para você que não irei deixar isso acontecer? — Cuspo minhas palavras.
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  — Isso não é uma opção. — Nyssara avança diretamente em minha direção. Seu ataque era mais como um teste. Sinto suas garras diretamente em mim, e a única coisa que impedia delas terem atravessado meu pescoço, foi o meu reflexo. — Você é lenta. — Ela sussurra em meu ouvido.
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   A afasto e me preparo para atacá-la.
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  Nesse processo, eu bati, recuei… Minha tia era rápida, me deixando surpresa pela sua capacidade de luta. Sinto o chão ao nosso redor tremer ainda mais e por um momento me distraio.
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  — Esquerda. — %Changbin% tenta chegar perto de mim.
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   Sou atingida por um chute na barriga.
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  — Droga. — Sussurro.
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  Observo ele ficando cada vez mais perto. Nyssara recua um pouco quando %Changbin% tenta atingi-la.
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  — Dois contra um? — Nyssara nos provoca.
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  — Você trouxe sua própria ajuda. — Resmungo, enquanto ela ri.
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  Nyssara veio outra vez, rápida, e eu antecipei. Acertei o ombro dela, sentindo a lâmina raspar num osso que estalou. Ela devolveu com um arranhão no meu antebraço e o couro segurou parte da dor.
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  Minha tia se aproximou e arregalo meus olhos. Porque ela mudou.
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  Mudou para mim.
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  A minha fisionomia, era a dela.
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  O corpo dela mudou completamente, sua pele clareou no meu tom, os hematomas ficam iguais aos meus. Seus olhos assumem o tom do meu. Era como se eu estivesse me olhando no espelho. Cada detalhe da minha pele estava estampado no dela. Minha cicatriz, desde a sobrancelha, até a pequena em meu queixo. Tudo era igual.
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  Ouço %Changbin% ao meu lado sussurrando um %Faith% completamente chocado.
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  — Não! Não! Não. — Ela parecia se deleitar com o meu desespero.
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  — Não! Não! Não. — Minha tia repete.
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   Ela aproveita meu pânico. Indo em direção aos meus amigos com o meu rosto. Tudo parecia ser eu, meus movimentos, tudo. %Changbin% recua desnorteado. Mas parecia tarde demais porque ela consegue atacar ele.
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  — Que porra é essa? — %Minho% aparece de repente. — Ela te copiou. — Concordo.
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  — Até nisso. — Nyssara mostra a marca em meu pulso, agora no pulso dela.
— A marca!
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  — Como que a gente acaba com isso? — %Echo% para ao meu lado. Me examinando para saber se eu era eu.
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  — Não conseguem e sabem por quê? Porque eu vivi por muito tempo debaixo da pele dela sem que nenhum de vocês soubessem disso.
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   Ela larga %Changbin%. Vindo em minha direção.
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  — %Faith%! — %Changbin% pulou entre nós, mas Nyssara consegue nos trocar de lugar rapidamente.
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  — Não encosta nele! — Tudo o que eu falava, ela repetia. Deixando tudo ainda mais aterrorizador.
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  — Olhem para a marca — %Minho% insistiu, seco. — Não para o rosto.
— Boa tentativa — disse Nyssara. Mostrando novamente a minha marca no braço dela.
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   Fico pensando em mil alternativas para que eles consigam identificar as diferenças entre mim e minha tia. Mas nada vem à minha mente.
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  — Não percam o foco. — Falo, mas ela fala também.
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   E é aí que eu noto algo diferente. Ela podia falar o que eu falava, mas seu corpo não copiava meus movimentos atuais. Então lembro algo que %Seungmin% tinha me entregado antes de tudo acontecer. A pulseira.
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  Eu a coloco.
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  — Essa pulseira não é nada. Eu posso ser você até eles decidirem quem irão matar. — Seu sorriso é diabólico.
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  — É isso que iremos ver.
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   Ela sorri com o meu sorriso. E isso só aumenta ainda mais a minha raiva.
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   Como Nyssara ousa.
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  N/A: Oiii, gente mais uma atualização para vocês. Espero do fundo do meu coração que as respostas estejam começando a finalmente serem respondidas nesses últimos capítulos. Me contem o que acharam...

Capítulo Vinte e Quatro
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