A Ordem


Escrita porNathara Sant'anna
Revisada por Natashia Kitamura


Capítulo Dezenove

Tempo estimado de leitura: 21 minutos

  O interior do carro se transforma em um eterno silêncio enquanto minha mãe assume o volante, suas mãos agarradas violentamente nele, deixando evidente a tensão que a mesma estava sentindo. O motor do carro parece ecoar a ira contida da minha mãe, e a cada curva da estrada que passávamos, era evidente a crescente onda de ansiedade que surgia diante da extrema tensão que estava no carro.
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  - %Faith%, explique-se! – a indignação na voz da minha mãe ressoa como trovões na noite. Sua entonação deixa claro que aquilo era muito mais que um pedido, era uma ordem. Suas palavras carregam o peso da desaprovação, não que fosse algo diferente do que eu via todos os dias, porém isso não evitou que um arrepio percorresse minha espinha.
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  %Changbin%, que estava ao me lado, exala inquietação. Seu olhar é claro, estamos muito mais do que encrencados, estamos ferrados e dessa vez não haveria como fugir do nosso castigo, e é claro que nesse instante a realidade do que está por vir nos atinge como um trator.
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  O ar dentro do carro parece gelar de repente, e não é apenas a temperatura que contribui para o clima hostil que eu me encontrava. O desconforto era inevitável, pois, mesmo entre palavras não ditas, a névoa de um clima tenso é visível. Cada quilômetro percorrido é em volto de um silêncio mortal que aumenta o frio naquele veículo, enquanto as sombras do entardecer se infiltram pelas janelas, intensificando a sensação do meu desespero.
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  Ao adentrarmos a casa, um manto de escuridão nos envolve, como se as sombras, antes adormecidas, ganhassem vida própria. Os sons familiares da casa, os passos leves e o suave murmurar da TV ecoam de maneira distorcida, como se um véu de tensão pairasse sobre eles. Minha mãe, normalmente autoritária, parece agora envolta em sombras inusitadas. Seus olhos, antes calmos, adquirem uma intensidade de preocupação sob a luz tênue.
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  Algo está errado.
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  A dor no meu peito intensifica-se à medida que avançamos pelo corredor, um eco da minha ansiedade que envolve cada centímetro da casa. A sala, agora impregnada de uma quietude opressiva, revela uma tensão que faz meu estômago se revirar. Algo está errado e o medo se insinua como um frio sussurro na espinha. Eu avanço pelo corredor, consciente de que algo poderia acontecer, mas nada me fez estar preparada para o que me aguardava nas sombras.
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  - Olá, %Faith%!– eu conhecia aquela voz, e automaticamente prendo minha respiração. Meu corpo todos se enrijece. %Changbin%, corre para o meu lado e parece tão tenso quanto eu. O silencio momentâneo se torna mortal. – Você realmente acreditou que poderia escapar? – aos poucos o dono daquela voz se aproxima, revelando-se em meio a escuridão. Meu olhar se fixa no local que vejo uma movimentação distinta e meu coração dispara ao finalmente identificar o rosto que eu tanto procurava conhecer.
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  - Eu... – minha voz falha em ver o meu próprio reflexo, uma imagem sombria, que sorria em meio ao meu desespero.
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  - Você pensou que poderia realmente fugir, %Faith%? Achou que realmente poderia fugir das consequências dos seus atos? Das suas escolhas? – minha voz ressoa por toda a casa, minha própria imagem, sombria, me encarando.
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  - Isso não pode ser real... – Sussurro para mim mesma, tentando entender em como chegamos nessa situação. %Changbin% permanece ao meu lado o tempo todo, observando a cena com uma expressão preocupada e sem entendimento do que estava vendo com seus próprios olhos.
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  - Você tentou destruir tudo! Meus planos, meus sonhos! E agora sua punição está chegando. – Minha imagem distorcida se aproxima lentamente, cada passo que ela dava era como se eu estivesse sendo agredida. Meu peito aperta, uma sensação ruim me atingindo de forma insuportável. – Não existe saída, %Faith%. – Minha cópia sussurra, sua voz penetrando como uma lâmina afiada. – E agora, chegou a hora de você pagar o preço.
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  Eu vejo minha cópia se aproximando em uma velocidade sobrenatural, seus movimentos rápidos me deixam paralisada. O medo que antes estava começando a surgir se intensifica, porém, antes que eu pudesse reagir, %Changbin% se coloca entre nós, agindo como um escudo de proteção para mim.
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  - Não tente se aproximar. – A voz de %Changbin% é firme, e vejo um vestígio destemido em seu olhar.
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  Vejo a minha cópia rindo, uma risada que ecoa na escuridão que minha casa se encontrava.
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  - %Changbin%, você sempre foi a sombra dela, não é mesmo? Mas nesse momento, mesmo sendo sua sombra, você não será capaz de protegê-la. – Meu amigo não se deixa abalar por aquela provocação.
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  - Não subestime a minha disposição de protegê-la. – Ele fala, e sou capaz de sentir a tensão no ar.
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  A sala se torna um campo de batalha, o confronto dos dois é como uma dança mortal, onde cada movimento era crucial para uma tragédia não acontecer. A cena se desenrola diante dos meus olhos atônitos, como se o tempo tivesse decidido desacelerar para dar espaço a um confronto sombrio. %Changbin%, como sempre, enfrenta o perigo de forma destemida.
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  Minha mãe surge em meio as sombras, se colocando entre %Changbin% e a pessoa que se dizia ser eu. Um silêncio tenso preenche a sala quando ela assume uma postura firme diante da minha cópia.
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  - Deixe os adultos brincarem... – Minha mãe olha %Changbin% no fundo dos olhos e o empurra em minha direção. Meu amigo fica atônito com modo que minha mãe lida com ele.
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  Ele respeitosamente recua, percebendo que, naquele momento, a batalha não era mais dele, e sim da minha mãe. Seus olhos se encontram com os meus, um sinal de compreensão.
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  Observamos silenciosamente os movimentos calculados da minha mãe, cada passo refletindo sua determinação como caçador. O brilho de sua faca cortando através da penumbra que se encontrava nossa casa era um espetáculo bem diante dos nossos olhos.
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  Somos pegos de surpresa quando o grito cortante irrompe na sala de estar, o impacto do corpo da minha mãe caindo no chão, sangrando, me deixa paralisada. Meus olhos fixando no cenário aterrorizante diante de mim. O transmorfo, outra hora com a minha forma, parece ceder e assume outra personalidade enquanto foge da cena, deixando para trás um rastro de destruição.
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  %Changbin%, em um reflexo de instinto, corre em direção à minha mãe, tentando conter a hemorragia e estabilizá-la. O brilho escarlate no chão contrasta com a palidez de seu rosto. Envolta pela urgência do momento, me movo rapidamente em direção a minha mãe, cujo o rosto pálido me deixa preocupada e perturbada. Minhas mãos tremem ao tentar pressionar o ferimento, enquanto a voz rouca de minha mãe tenta acalmar-me.
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  - Está tudo bem, %Faith%! Está tudo bem! – Ela sussurra, embora sua expressão revele a dor que ela está tentando esconder.
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  %Changbin% desaparece pela porta em busca de ajuda, deixando um rastro de incerteza no ar. Meus olhos se alternam entre minha mãe frágil e a entrada pela qual espero ansiosamente sua volta.
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  O tempo parece parar, cada segundo, uma eternidade. A atmosfera pesada se intensifica na casa, carregada não apenas pela angústia física, mas também pela incerteza do que o futuro nos reserva.
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  De repente ouço o eco distante de passos se aproximando.
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  A ajuda está a caminho.
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  E enquanto espero, sinto a pulsante necessidade de desvendar os mistérios que envolvem o transmorfo e a ameaça que ele representa para minha família.
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  Suspiro de alívio quando %Changbin% retorna para a minha casa acompanhado da minha avó, uma caçadora experiente, e outros membros da Ordem. A luz que eles trazem ilumina o ambiente, mas ainda assim a tensão permanece.
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  Minha avó e sua aparência impotente avalia rapidamente a situação. Seus olhos penetrantes como os de um falcão examinam minha mãe desmaiada, e por um momento vejo um lampejo de medo em seus olhos.
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  - O que aconteceu aqui? – A voz da minha avó corta o silêncio. E minha mãe, que antes estava apoiada em mim, é amparada por %Changbin%. Seus ferimentos, agora, evidentes por conta da iluminação.
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  - Existe um transmorfo solto... – minha avó ergue a mão, me impedindo de continuar.
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  - Transmorfos não se revelam facilmente. – Seu corte é seco, mas ela precisava me ouvir.
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  - Isso é real, %Changbin% está de prova. – aceno para meu amigo.
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  - Ele assumiu a forma de %Faith%, senhora. – %Changbin% adiciona, sua expressão séria confirmando que o que eu acabei de falar era verdade.
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  Minha avó troca um olhar rápido com %Changbin%, um olhar silencioso que deixava claro seus anos de experiência como caçadora, e sem falar uma palavra, ela volta seus olhar para os outros caçadores, que começam a fazer uma limpeza desenfreada em nossa casa, enquanto minha avó se aproxima da minha mãe.
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  - Ela está viva, mas precisa de cuidados urgentes. – Informa ao verificar seus sinais vitais.
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  Enquanto minha mãe é carregada por outras pessoas e levada para um local mais seguro, me perco em pensamentos. A sala, agora quase vazia, se tornou um cenário sangrento, provocado por um ser que aparentemente procurava vingança.
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  - %Faith%, você está bem? – %Changbin% indaga, seus olhos se repousando nas manchas de sangue que estavam impregnadas na minha roupa.
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  Respiro profundamente, tentando acalmar meus sentimentos sobre os recentes acontecimentos.
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  - Eu, estou... – eu não sabia muito bem o que falar, o choque era evidente na minha voz, afinal, eu jamais pensaria que algo assim pudesse acontecer com a minha mãe.
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  - Ninguém esperava que isso pudesse acontecer. – %Changbin% coloca sua mão em meus ombros, um gesto reconfortante. – Nem mesmo caçadores experientes conseguiriam imaginar que um transmorfo iria aparecer depois de anos. – Balanço minha cabeça em sinal de concordância.
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  - O que faria um transmorfo se revelar? – Eu não sabia muito bem sobre a história dos transmorfos, apenas que eles tinham sido expulsos da sociedade e, principalmente, que muitos tinham perdido suas vidas nas mãos dos caçadores.
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  - Eu também não entendo. – Meu amigo parecia pensar em algo.
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  - Ele estava usando a minha imagem... – engulo em seco, quanto tempo ele poderia estar passando por mim? – Será que ele... – não consigo pensar direito sobre o que levou o transmorfo assumir minha identidade, mas eu tinha certeza que não era por uma boa causa.
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  - Sabemos que transmorfos conseguem explorar nossos maiores medos e segredos. – %Changbin% parecia refletir.
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  - A ideia de isso ser real me assusta. – Isso era alarmante. Como ele conseguiu ter acesso a cada canto obscuro da minha mente? Como ele conseguiu estar comigo no momento em que eu estava apagada.
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  - É claro que não temos certeza, afinal, nunca lidei diretamente com um transmorfo. – O olhar astuto do meu amigo avalia cada canto daquela sala. – Mais uma coisa é certa, precisamos descobrir como ele entrou na sua casa e como conseguiu acesso em suas memórias.
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  %Changbin% se afasta, indo verificar os pontos de entrada da casa, a fim de saber se estávamos seguros.
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  Por um momento, ali parada na sala de estar, olho minhas mãos manchadas de sangue em um momento de reflexão; ainda trêmula, reviso o confronto aterrorizante que acabamos de vivenciar. O ar ainda parecia tenso, mas é quebrado com a abertura abrupta de uma porta, revelando a chegada dos meus amigos.
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  - %Faith%, estamos aqui para ajudar. – %Hyunjin% se aproxima de forma solidária.
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  - O que aconteceu? – sinto um alivia quando vejo %Echo% ao lado de %Hyunjin% e corro para abraçá-la, apenas me dando conta depois que eu estava suja de sangue.
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  - Encontrei alguns possíveis pontos de entrada. – %Changbin% volta para a sala, a seriedade em sua voz, algo não estava certo. – Mas temos um problema. – Engulo em seco.
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  - O que aconteceu? – pergunto. A sensação de vulnerabilidade cresce. Minha mente ainda parecia estar turva, tentando processar tudo o que aconteceu recentemente.
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  - A sala de armamento dos seus pais, ela estava aberta. – Prendo minha respiração.
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  - Isso quer dizer que algo sumiu? – olho para ele, tentando processar a recente informação.
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  A notícia de que a sala de armas dos meus pais estava aberta adiciona uma camada extra de tensão naquele ambiente. %Changbin% parece relutante em continuar e meus amigos aguardam em silêncio, seus olhares compartilhando a mesma preocupação.
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  - Sim... – ele para pôr um momento e coça sua cabeça. – Parece que algumas coisas foram levadas.
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  - Ele pode estar se preparando para algo maior, talvez ele tenha ajuda. – O peso das palavras de %Changbin% se aprofundam em minha mente. Meus amigos pareciam estar tão tensos quanto eu, pois todos estavam tentando absorver as palavras de %Changbin%.
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  - %Faith%! – o silêncio é interrompido pela voz de %Minho%. – Você está bem? – ele se aproxima de mim, seu cenho franzindo ao ver sangue em minha roupa. – Droga! Você está ferida? – Anos de prática levaram %Minho% ao auto controle, esse era o motivo por ele não estava me atacando no momento.
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  - Eu estou bem, no entanto... – acredito que pela rapidez que meus amigos chegaram, a notícia de que minha mãe tinha sido atingida chegou até eles, espero que meu pai esteja com ela, visto que minha avó não me informou para onde a levariam.
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  - O que podemos fazer? – %Seungmin%, que até então permanecia quieto, pergunta.
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  - Primeiro temos que reforçar a segurança e monitorar qualquer movimentação. – %Changbin% para de falar por um momento antes de continuar. – Além disso, teremos que fazer algo que muitos aqui não irão concordar. – Por um momento eu acredito que meu amigo tenha ficado sem jeito, e por conta disso, sabia o que iria vir a seguir. – Vamos ter que solicitar ajuda da Ordem, acredito que eles são os únicos capazes de neutralizar esse transmorfo.
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  - Você está falando que não temos preparo? – meu primo dá um passo para frente, sendo impedido por %Minho%.
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  - Infelizmente, sim. – %Changbin% é duro em suas palavras.
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  Envolver a Ordem era algo que me deixava aliviada e ansiosa ao mesmo tempo, pois eu sabia que pessoas inocentes poderiam perder suas vidas com a alta demanda de caçadores na cidade.
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  - Acho que devemos fazer isso. – Era difícil eu estar dando o braço a torcer, mas não era uma escolha, era uma necessidade e eu precisava prevenir que mais inocentes pudessem morressem.
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  O olhar de %Changbin% encontra o meu, uma mistura de agradecimento e compreensão.
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  A decisão estava tomada.
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  Para termos sucesso, iríamos precisar da ajuda da Ordem, mesmo que isso significasse ir contra todos os princípios que eu sempre defendi com afinco.
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  - Vamos informar a Ordem, mas vamos fazer isso de forma discreta. – %Changbin% nos encara, sua expressão determinada.
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  - Precisamos ser calmos nesse processo e agir rápido. – %Hyunjin% dá um passo para frente. – Quanto mais informações tivermos, melhor será nossa preparação. – Concordo com suas palavras.
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  - Toda pesquisa que fizemos foi como uma rua sem saída. – Cruzo meus braços.
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  - Temos que encontrar uma maneira de rastrear o transmorfo. – %Minho% adiciona. – Ele claramente está envolvido com a sua família, %Faith%. – Tento puxar na memória as palavras daquele transmorfo, mas parece que tudo é um breu.
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  Meu primo, ainda tenso, concorda em silêncio. Sei que envolver a Ordem não era de fato a melhor ideia, mas diante do que aconteceu com a minha mãe, não posso colocar meus amigos em perigo também, afinal, de todos nós, apenas eu, %Echo% e %Changbin% temos treinamento suficiente para uma batalha, e visto como aquele transmorfo se move, nem isso eu tinha certeza que temos.
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  No fim, cada um de nós começa a arquitetar um plano.
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  - %Faith%, você não consegue pensar em nada que sua família tenha feito para os transmorfos? – %Minho% me pergunta.
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  - Ele mencionou algo sobre “consequências”, talvez isso seja relacionado à minha família? Em todos os meus anos como caçadora, eu nunca me envolvi com um transmorfo. – Algumas lembranças vêm como flashes em minha mente, mas a confusão do que era real e do que era fictício ainda perdura.
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  - Parece então que teremos que ir atrás dos registros da Ordem para podermos saber o que pode ter acontecido, afinal, vocês são obrigados a relatar sobre todos os acontecimentos da caçada, não é mesmo? – %Hyunjin% parecia feliz com a possibilidade de entrar nos registros da Ordem.
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  - Sinto muito em decepcioná-los. – Somos pegos de surpresa com a voz do meu pai adentrando o cômodo que estávamos. – Mas não existem registros suficientes sobre transmorfos na sede da Ordem. Eles foram perdidos. – Suas palavras são duras.
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  - Como assim? – Pergunto.
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  - Para vocês entenderem, terei que contar uma pequena história. Uma história de quando eu era um caçador novato, inexperiente. – Ele gesticula para que sentássemos no sofá. – Quando me tornei caçador, uma das minhas primeiras missões foi acompanhar o ataque de uma pequena vila de transmorfos, sua mãe estava na liderança da equipe naquela época. – Meu pai me encara, e eu começo a esperar o pior. – Naquela noite, sob o céu nublado, fizemos um ataque coordenado no vilarejo. – O silêncio paira naquela sala, todos prestando atenção nas palavras do meu pai. – Sabíamos que a aldeia não era pacífica, e a ordem que recebemos foi a de que não deveriam existir sobreviventes. Eles estavam tomando a identidade de outras pessoas, assumindo vidas que não eram suas, provocando o caos entre os humanos. – Arregalo meus olhos. – A Ordem decidiu que seria necessário erradicar aquela vila para evitar que eles pudessem começar a tomar a identidade de outros caçadores. – O tom em sua voz carrega um pesar, como se aquelas lembranças o atormentassem. – A batalha foi cruel, tivemos muitas baixas, mas em meio àquela batalha, conseguimos acabar com todos aqueles que estavam no local. Essa é uma noite que ficou presa em minha mente, mesmo depois de anos, pois eu vi o pior dos dois mundos e não foi bom. – Cada palavra dele corta o véu de nossas mentes imaginarias. – No final, os registros daquela operação foram mantidos em segredo pela Ordem, talvez para esconder a verdadeira extensão dos fatos.
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  O relato do meu pai revela uma faceta sombria para a Ordem, e principalmente para os caçadores.
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  - Então essa é a razão exata por não existir registros suficientes sobre transmorfos? – %Seungmin% quebra o silêncio.
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  - Sim...
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  Enquanto o eco das palavras de meu pai se dissipa na sala, a tensão paira no ar. Um silêncio carregado preenche o ambiente e todos os olhares se encontram, compartilhando a inquietante revelação. O que mais a Ordem esconde sobre os transmorfos? Que segredos obscuros ainda esperam nas sombras da nossa história como caçadores?
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  N/a: Oii meus amores, dessa vez não demorei muito para trazer uma atualização recheada de reviravoltas para vocês. Algum palpite do que está para acontecer? O que acharam do transmorfo tomando a imagem de Faith? O que isso significa? Comentem...

Capítulo Dezenove
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Natashia Kitamura

Nossa, que doideira! To amando que a culpa do que ta acontecendo atualmente é por conta da arrogância da Ordem. To achando que, apesar deles serem as pessoas a pedir a ajuda agora, são eles quem vão ajudar A Ordem.
Animadíssima para a próxima atualização!

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