Capítulo Dez
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À volta para a casa da minha avó foi silenciosa. Em algum momento do trajeto, %Minho% chegou a me questionar sobre onde ele deveria deixar %Jisung% e eu, e imediatamente peço que seja na casa dos meus avós. Eu não deixaria que %Minho% arriscasse a sua vida por aparecer na frente da casa dos meus pais; se existiam pessoas que odiavam %Minho% com todas as forças, tenho certeza de que seriam eles, meus pais ainda não me perdoaram por ter sido expulsa da academia, e muito menos que a causa da expulsão tenha sido %Minho%.
- %Faith%. – sinto %Minho% cutucar meu ombro levemente e desperto.
- Olá. – dou um sorriso ao abrir meus olhos.
- Chegamos. – seu carro estava perfeitamente estacionado na entrada da garagem dos meus avós.
- Você não precisava deixar o carro aqui. – murmuro, pois apesar de ser mais seguro para ele ter nos deixado aqui, ainda era um território difícil para ele estar, afinal, estávamos entre lobos, e não vampiros.
- Sua segurança sempre é mais importante. – ele sorri para mim e solta meu cinto de segurança. – Agora saia. – %Minho% fecha a cara e eu solto uma risada, pois esse era o jeito único dele de expressar o quanto tinha apresso por mim.
- %Jisung%, acorde. – subo no banco e me inclino para trás para mexer em %Jisung%.
- O quê? O quê? – ele desperta assustado.
- Coitado do garoto, %Faith%. – sou repreendida por %Minho%.
- Por que você não o acordou então? – cruzo meus braços e o olho de cara feia.
- %Faith% – %Minho% se aproxima de mim rindo. – Ele é seu amigo, não meu. – ele segura meu queixo e balança minha cabeça de um lado para o outro.
- Idiota. – dou um tapa em sua mão e me viro bem a tempo de ver %Jisung% nos encarando. – Você. – aponto para ele. – Saia do carro. – minha voz soa autoritária.
- Ok. – %Jisung% arregala seus olhos, talvez ligeiramente assustado com minha atitude.
- %Minho%... – solto um suspiro assim que ouço a porta de trás bater e encaro meu amigo.
- Não pense demais, %Faith%, você já sabe a resposta. – solto a respiração que tinha prendido até agora.
- Meu tio é um pouco instável nas luas cheias, geralmente meus avós o prendem para que coisas do gênero não aconteçam. – começo a me explicar no lugar da minha família, porém %Minho% ergue sua mão para me impedir de continuar falando.
- Eu estava com alguns colegas em Nova York quando seu tio atacou um dos meus. – ele suspira. – Imagina o choque que eu tive ao descobrir que aquele homem era seu tio? – sua postura era rígida.
- Isso não pode ser resolvido de outra maneira? – o questiono.
- De que outra maneira nós poderíamos resolver essa situação? Você sabe que é olho por olho, dente por dente. – sua expressão não muda.
- Você estar aqui só irá chamar ainda mais a atenção. – gesticulo com as mãos. – Temos um assassino a solto na cidade, e tenho certeza de que outros caçadores podem achar que é você. – tento fazer com que %Minho% entendesse que era perigoso para ele estar nessa cidade no momento.
- É por isso que pretendo não ser visto na cidade. – ele sorri para mim. – Agora, saia do meu carro, %Faith%. – %Minho% acena com a cabeça em direção a casa da minha avó.
- Eles já devem saber que você quer a cabeça do meu tio. – murmuro enquanto abro a porta do carro. – Então não ache que será fácil chegar até ele. – eu não gostava de brigar com %Minho%, não quando ele sempre fez muito por mim.
- Não se preocupe, %Faith%, eu não irei sair machucado dessa batalha. – a ultima coisa que vejo antes de bater a porta do carro, é um sorriso enorme estampado no rosto de %Minho%.
- Mande um beijo para %Hyunjin%. – era engraçado como %Hyunjin% tinha um sono pesado, eu tinha chacoalhado %Jisung% para que ele pudesse acordar, e mesmo com toda essa movimentação foi impossível de %Hyunjin% despertar.
- Pode deixar, %Faith%. – %Minho% inclina a cabeça levemente, gesto que dizia para eu sair do carro imediatamente.
Caminho dando passadas pesadas até a casa da minha avó e bufo ao ver que realmente todos estavam na varanda me esperando chegar. Eu ainda estava chateada com a minha pequena discussão com %Minho% e somando o fato de que eu não pude me despedir de %Hyunjin% e que eu tinha perdido meu celular quando fui capturada na escola, eu estava quase insuportável, e agora provavelmente eu teria que lidar com a minha família nada feliz.
- Meu Deus do céu. – minha avó é a primeira a se pronunciar. – %Jisung% estava péssimo quando entrou, mas você... – ela aponta da porta para mim e vice-versa. – O que aconteceu? - vovó me dá um olhar preocupado,
- Ele não falou nada? Simplesmente entrou mudo? – decido que não ficaria ali na varanda explicando os fatos que ocorreram na escola e no local que ficamos presos,
não, eu precisava entrar e me sentar um pouco, pois podia sentir minhas pernas um pouco bambas.
- Sim, na realidade ele falou que você explicaria tudo. – reviro meus olhos. – Isso é sangue seco na sua blusa? – %Christopher% se aproxima de mim, seus olhos preocupados passando do meu rosto para a minha blusa e depois me encara diretamente nos olhos.
- Sim. – olho para minha blusa manchada. – Posso pelo menos ir para dentro de casa? – pergunto um pouco exausta. – Juro que irei falar o que aconteceu conosco, apenas preciso me sentar e tomar uma agua gelada. – explico.
- É claro. – minha avó e %Christopher% começam a me seguir, porém noto que tanto meu avô, quanto %Seungmin% estavam parados do lado de fora.
- Vocês irão ficar por ai? – tento falar o mais casualmente possível.
- Se acomode lá dentro, querida, em breve estaremos com você. – semicerro meus olhos.
- Não incomodem %Minho%. – eu sabia muito bem o motivo deles estarem do lado de fora da casa, por isso solto um aviso.
- Você irá ficar do lado de um vampiro? – %Seungmin% me encara.
- Foi seu pai que matou um deles. – dou de ombros.
Não tinha como amenizar a situação de nenhum dos dois lados, pois ambos achavam que estavam na razão.
- Não fale do meu pai. – %Seungmin% estava irritado, e dou um sorriso de lado por saber que aquele era seu ponto fraco.
- Vocês são os culpados por ele estar marcado para morrer. – não queria parecer rude, no entanto essa era a realidade. – Todo mundo sabe como ele age durante as luas cheias. – balanço minha cabeça negativamente.
- %Faith%. – o tom de voz que minha avó usa para chamar minha atenção era autoritário.
- Tudo bem. – eu tinha conseguido atingir %Seungmin% com minhas palavras, e isso bastava.
- Agora me fale, onde vocês estavam? – minha avó pergunta enquanto eu andava até a cozinha.
- Mais ou menos uma hora de carro. – dou de ombros.
- Vocês conseguiram descobrir alguma coisa? – %Echo% aparece de repente e solta um assovio baixo ao ver meu estado. – Amiga, você está péssima. – ela solta uma risada.
- Idiota. – reviro meus olhos.
- Então? – ela me pergunta.
- Estávamos perto de descobrir alguma ligação com as mortes, porém fomos capturados. – explico.
- Na realidade, acredito que o anuário tenha uma ligação com tudo o que está acontecendo. – %Jisung% entra na cozinha parando ao lado de %Christopher%, talvez procurando o apoio do amigo, faço uma careta.
- Como assim? – todos perguntam.
- Estávamos com o anuário na nossa mão quando tudo aconteceu, mas conseguimos ver que algumas das pessoas mortas estudaram na mesma sala. – explico.
- E quem são essas pessoas? – vovó pergunta.
- A primeira pessoa que foi encontrada morta e o diretor. – me sento em uma cadeira para descansar.
- Então as mortes realmente estão ligadas? – %Echo% me pergunta.
- Não tenho certeza, porém é algo para ser investigado. – tomo todo o liquido que tinha no meu copo.
- %Faith%. – fecho meus olhos ao ouvir a voz de %Seungmin% entoar pela cozinha.
- Sim? – acho que todos notaram a mudança de clima de repente, pois aos poucos um a um sai da cozinha, deixando apenas meu primo e meus avós para trás.
- Por que você tem que se envolver com vampiros? – ele parecia irritado com isso.
- E por que não? – sorri para ele. – Vamos lá, %Seungmin%, você sabe que seu pai é culpado, o que eu quero saber, é o que ele fez dessa vez. – apesar de %Minho% ter me contado o que tinha acontecido, eu queria ouvir as palavras do meu primo, não por não acreditar em %Minho%, pelo contrário, eu apenas queria saber até onde minha família iria para proteger meu tio, afinal, não foi uma, nem duas vezes que meu tio se meteu em problemas do gênero.
- Meu pai matou um dos guardas de %Minho% ao tentar atacá-lo. – fecho meus olhos e balanço minha cabeça negativamente, porque era nítida as intenções do meu tio.
- Você sabe que é olho por olho, dente por dente. – apesar de eles serem minha família, um ataque planejado para o príncipe dos vampiros era suicídio, e meu tio sabia disso no momento que se rebelou.
- Ele realmente quer a cabeça do meu pai? – %Seungmin% parecia perdido.
- O que você espera? Sabemos que o submundo não é o melhor lugar do mundo, mas o tratado de lobos e vampiros existe desde a guerra dos caçadores. – reviro meus olhos ao explicar detalhadamente a situação para ele. – Seu pai apenas fez um complô para acabar com um príncipe, não espere que eles tenham misericórdia. – meus avós me encaram de uma maneira completamente estranha. – O quê? – pergunto.
- Desde quando você conhece %Minho%? – minha avó pergunta.
- Ele foi a primeira pessoa que conheci do submundo. – dou de ombros. – Por quê? – a questiono.
- Ele é um príncipe, por que iria se envolver com uma caçadora? – minha avó semicerra os olhos.
- Porque eles se apaixonaram. – %Seungmin% solta de repente e eu o encaro boquiaberta.
- Quem falou isso para você? – solto uma gargalhada.
- As fofocas rolam soltas no submundo. – dou um tapa na minha testa.
- Ninguém se apaixonou por ninguém. – balanço minha cabeça. – Eu estava em perigo, ele ajudou, depois disso viramos amigos. – não era algo grande, mas as pessoas ao nosso redor sempre pareciam surpresas ao saber da nossa amizade.
- Não acredito que uma relação genuína possa crescer entre uma caçadora e um vampiro. – %Seungmin% resmunga.
- É incrível como você jorra idiotices. – %Echo% não parecia muito feliz com as palavras do meu primo, e até eu mesma não estava.
- Vejo que a situação tem ficado cada vez pior. – minha avó parecia ironizar. – São caçadores se tornando amigos de vampiros, lobos e vampiros entrando em uma possível guerra, o que mais falta acontecer? – ela se levanta da cadeira e para ao lado do meu avô. – Vocês dois brigarem por atitudes de terceiros não irá resolver nada no momento. – a ouço suspirar e encaro meu primo de com uma cara feia. – Acho que a melhor coisa a ser feita no momento é todos irem dormir. – ela aponta para o corredor; para ser bem sincera, eu nunca tinha visto minha avó tão esgotada como agora, e mesmo querendo continuar minha discussão com %Seungmin%, eu resolvo respeita-la. Por isso aceno com a cabeça e puxo %Echo% pelas mãos para que pudéssemos ir para o quarto que minha amiga estava utilizando, porém o cinismo em mim é maior e no meio do caminha me sinto na obrigação de passar próxima a %Seungmin% e sussurrar em seu ouvido:
- Babaca. – solto uma risada no final.
- Não sou um babaca. – ele rebate com má vontade. – Não estou no clima para brincadeiras, %Faith%. – %Seungmin% me empurra levemente para liberar o caminho para ele e o deixo passar, abrindo a porta do quarto que eu ficaria em seguida.
- Você é estranha. – %Echo% me segue com um sorriso enorme nos lábios.
- %Echo%... – não preciso falar muito.
- O que está acontecendo? – imediatamente %Echo% me pergunta, afinal, ela realmente me conhecia muito bem.
- Parece que tudo tem ido de mal a pior desde que saí da academia e me mudei para essa cidade. – minha voz soava um pouco manhosa.
- Você está falando das mortes que estão acontecendo em uma quantidade absurda ou sobre sua expulsão da academia? – ela me questiona.
- Talvez sobre tudo? – faço uma careta e me sento no chão, pois não queria sujar a cama. – Parece que tudo está mais difícil, e olha que nossas missões não eram fáceis. – fecho meus olhos ao tentar relembrar tudo o que aconteceu só nessa ultima semana.
- Não estou aqui há muito tempo, mas percebi que temos uma linha tênue sobre como o assassino se movimenta. – %Echo% escolhe esse momento para tirar o celular da mesinha ao lado e começa a mexer nele.
- O que você está fazendo? – me levanto rapidamente para ver o que %Echo% estava fazendo em seu celular.
- Mandando uma mensagem para %Changbin%. – sinto um aperto no peito de repente, e a saudade do meu melhor amigo aperta.
- Espero que ele não invente de sair da academia também. – diferente de %Echo%, %Changbin%, assim como eu, era filho de caçadores, e pelo fato de ser o único filho homem, as expectativas que seus pais colocavam em cima dele eram grandes.
- Você sabe que é o %Changbin%, ele faria qualquer coisa para desestruturar o sistema. – solto uma risada.
- Verdade. – balanço minha cabeça, afinal era como %Changbin% tinha dito uma vez, ele sempre faria o possível para causar uma explosão no mundo dos caçadores, e não me surpreenderia se ele fizesse algo no momento, ainda mais estando sozinho. – Vou tomar um banho, depois conversamos mais. – eu estava me sentindo imunda no momento e um banho demorado era tudo o que eu mais queria no momento.
Levei mais tempo do que o normal para tomar banho, e tomei todo o cuidado para que eu não machucasse ainda mais o meu ferimento da barriga. Depois de estar devidamente de banho tomado, eu visto uma roupa que peguei de %Echo% e tiro o secador do balcão da pia, afinal, não tinha como eu dormir de cabelo molhado e arriscar acordar com uma dor de garganta por causa disso. Geralmente eu fico muito pensativa quando seco o meu cabelo, e hoje não seria diferente; parando para pensar, hoje eu tive muita sorte do meu ferimento ter apenas sangrado e não aberto os pontos durante a minha luta com o wendigo. E por falar em wendigo, eu estava um pouco preocupada com o fato dele não estar morto, afinal, wendigos continuavam perseguindo suas presas até elas morrerem, porém eu não poderia me dar o luxo da preocupação no momento, não quando eu me sentia tão cansada no momento. Assim que termino de secar meu cabelo, guardo o secador no lugar novamente e saio do banheiro, apenas para encontrar %Echo% babando no seu travesseiro.
- Chegue para lá. – a empurro delicadamente, mas peço com a voz mais alta do que o normal, porque %Echo% dormia igual à pedra e acordá-la era quase impossível.
- Ok. – %Echo% murmura enquanto mantém os olhos fechados. – Você disse que iriamos conversar. – sua voz não passa de um resmungo.
- Vamos dormir, amanhã podemos conversar. – digo.
- %Faith%? – %Echo% chama meu nome.
- Você sabe que é minha melhor amiga, certo? – aceno com a cabeça, apesar de ela não conseguir ver. – Então saiba que eu tenho suas costas nessa batalha. – solto uma risada baixa e encosto minha testa na dela.
- E eu tenho as suas. – murmuro por fim antes de me virar para o outro lado e tentar dormir.
Com eu tinha dito anteriormente, enquanto %Changbin% e eu temos uma ligação direta com uma família de caçadores, com %Echo% é totalmente oposto, ela foi retirada de um orfanato quando tinha uns quatro ou cinco anos, porque minha avó naquela época estava atrás de uma nova geração de caçadores, do qual eles seriam ensinados desde crianças todas as regras do nosso mundo e assim os tornando quase imbatíveis, era o que ela desejava, e de certa forma conseguiu, tudo o que ela fez há alguns anos atrás acabou mudando toda a diretriz da academia. Por ter sido “adotada” muito cedo, %Echo% não sabe muito sobre seus anos de orfanato, apenas se lembra do tempo passado dentro da academia, inclusive seu nome foi dado pela minha avó, pois a mesma gostava de mitologia grega e sempre deixava claro o motivo de ter dado esse nome para %Echo%, pois segundo mina avó, minha melhor amiga imitava tudo o que ela falava, principalmente suas ultimas palavras, e por conta disso %Echo% recebeu esse nome. Apesar da história de %Echo% na mitologia grega ser um pouco bizarra, o nome combinava perfeitamente para ela.
Por falar em %Echo%, ela era sem duvidas a pessoa que eu sempre tentei proteger e iria continuar protegendo não importa o que, afinal, quando cheguei à academia, ela foi a primeira pessoa a me acolher e, depois disso, nos tornamos amigas e parceiras em todas as missões e atividades que a academia aplicava.
Marnie e %Changbin% demoraram um pouco para se aproximarem, na realidade, Marnie era uma das poucas caçadoras que esteve na academia desde que nasceu, pois ela tinha sido deixada pelos seus pais no local antes deles partirem para uma missão e nunca mais voltarem. %Changbin%, apesar de aparentar ser uma pessoa fria e que não gosta de se envolver com ninguém, era um das melhores pessoas que eu conhecia, e totalmente atencioso e amoroso com as pessoas próximas a ele. Em um verão, quando meus pais decidiram não ir até a academia, ele gentilmente convidou %Echo% e eu para passarmos o verão com ele e sua família, e apesar de seus pais serem um pouco duros com ele, fizeram nosso verão realmente ser bom, naquela época Marnie estava fora em uma missão e infelizmente não pode se juntar conosco.
- %Faith%. – sinto meu corpo sendo balançado de um lado para o outro e desperto.
- O quê? – noto a cara de %Echo% quase colada na minha e a garota sorri.
- Esqueci que você também tem um sono pesado. – minha amiga se afastada de mim rindo. – Sua avó está nos chamando. – encaro o relógio que tinha no armário ao lado e percebo que já eram nove horas da manhã
- Droga. – passo a mão no meu rosto. – Pensei em dormir até mais tarde. – me levanto da cama resmungando.
- Sei disso, mas parece que é urgente. – encaro minha amiga sem entender muito bem a situação.
- Você já falou com ela? – pergunto.
- Não. – %Echo% parecia tão confusa quanto eu. – Ela acabou de passar aqui no quarto. – semicerro meus olhos.
- Ok. – com um suspiro passo meus braços no de %Echo%. – Vamos ver o que ela quer. – eu ainda me sentia um pouco desorientada, pois tinha acabado de acordar, porém o fato de que minha avó tinha algo urgente para ser tratado me deixou um pouco mais desperta.
Caminho pelo corredor até a cozinha, e sem querer eu esbarro em %Seungmin%. Meu primo solta um rosnado baixo, atitude que arranca uma risada de mim e segue seu caminho ao meu lado.
- Qual o motivo de você nos acordar tão cedo? – meu primo é o primeiro a se pronunciar.
- Precisamos resolver algumas situações. – cruzo meus braços quando minha avó começa a falar. – E isso quer dizer que o assunto envolve a família. – %Echo% imediatamente vira de costas e começa a se retirar da cozinha para deixar eu e minha família conversando, visto que até meu avô estava no local. – Você fica %Echo%. – arregalo meus olhos ao ver que minha avó manda minha melhor amiga ficar.
- A senhora disse que precisava resolver isso em família. – eu conseguia sentir o desconforto de %Echo% mediante a situação.
- Hoje recebi uma ligação bastante curiosa da minha irmã mais velha. – vovó se senta na cadeira e fica nos encarando.
- O que ela falou? – eu sabia que a irmã da minha avó tinha poderes sobrenaturais, mas não tinha ideia do que ligação dela poderia nos envolver.
- É sobre a situação atual. – bufo, eu não queria ter que falar sobre esse assunto tão cedo, ainda mais em um domingo.
- E por que isso me envolveria? – %Echo% pergunta.
- Porque minha irmã citou você, e agora parece que você faz parte da família. – eu ainda estava confusa demais com o que minha avó estava falando.
- Esse assunto seria algo relacionado ao meu tio? – tento ao menos entender o que estava acontecendo.
- Não. – meu avô não parecia muito feliz no momento. – Esse é um assunto que eu irei tratar diretamente com %Minho% e sem a interferência dos mais novos. – abro minha boca para falar, porém sou cortada pelo meu avô. – Nem você, nem %Seungmin% irão se meter nisso. – semicerro meus olhos.
- Espero que você não faça nenhum mal para ele, lembre-se do tratado. – novamente estou aqui para lembrar que lobos e vampiros mantêm um acordo que foi feito diretamente com o rei.
- Eu sei muito bem disso. – meu avô cruza os braços.
- Pois bem, o assunto que temos que tratar é sobre você pedir o auxílio dos seus amigos para entrarem na sua mente. – ergo minha sobrancelha e logo depois encaro %Echo%.
- Por que essa mudança tão repentina? – pergunto.
- Porque as previsões que minha irmã fez é de que se não pararmos essa coisa agora, pessoas inocentes irão morrer. – vovó explica.
- Então por isso você está deixando. – resmungo.
- Eu sei que, mesmo que não fosse permitido, você iria fazer. – a senhora olha diretamente nos meus olhos. – Apenas faça. – vovó determina.
- Com muito prazer. – abro um sorriso imenso e olho para %Echo%.
Eu tinha certeza de que as coisas iriam dar certo.
N/a: Olá meus amores, como vocês estão? Fiquei afastada um pouquinho daqui porque ultimamente eu estava bastante estressada com o serviço e não estava conseguindo revisar a história (já tenho metade dela pronta), ou produzir qualquer coisa por conta do estresse. Então depois de tentar da uma relaxada, esse mês eu irei voltar com as atualizações.
Espero que vocês estejam bem e se cuidando também, beijinhos.