A Fox With Two Tails

Escrita porLelen
Editada por Lelen

Capítulo 8 • Arrependimentos, amizade e uma dose de sonhos bons

Tempo estimado de leitura: 7 minutos

  Algumas semanas mais tarde

Lucien não estava num bom humor, os pesadelos o vinham atormentando há semanas e aquilo não ajudava, mesmo com %Nami% constantemente surgindo nos seus arredores para ajudá-lo no ânimo. Agora ele conseguia saber na maioria das vezes quando as sensações vinham dela. Ele a agradecia por atenuar seu humor, aquele não era um lado que ele gostava de mostrar.
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  Tentando dar alguma paz ao feérico, a princesa lhe mostrou um dos jardins reais no qual ele poderia ficar à vontade e sozinho quanto tempo precisasse. Foi ali que ele adormeceu e teve novos pesadelos, despertou com lágrimas nos olhos e um grito entalado na garganta. As coisas só pareciam piorar em sua mente.
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  Apesar de ter dito que ele ficaria sozinho naquele jardim, logo Lucien pôde sentir a presença de %Nami% ao longe, ele esperou que ela se aproximasse, mas isso não aconteceu. Suspirou.
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  — Tudo bem, %Nami% — murmurou baixo.
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  Logo a mulher-raposa se tornou visível, saindo de trás de uma cerca viva. Ela se aproximou silenciosa e majestosa como quase sempre. A princesa não disse nada, mas se sentou ao lado do feérico enviando uma sensação de conforto a ele, era como se ele estivesse sendo abraçado por alguém que realmente se importava.
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  Longos minutos de silêncio se passaram, e apesar de se questionar se não era uma sensação enviada por %Nami%, ele sentiu a urgência de dizer o que estava se passando em sua mente.
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  — Eu sou um grande covarde imprestável — disse num sussurro.
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  A mulher ergueu o olhar para encarar o companheiro, tinha um ar de questionamento, mas não queria interromper a linha de pensamento.
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  — Fui um covarde quando deixei Jesminda morrer, ser assassinada por meus irmãos. — A última palavra saiu com certo asco. — Eu deixei minha melhor amiga morrer sem mover um dedo! — exclamou exasperado. — A pior coisa é que depois disso eu ainda a decepcionei novamente quando não a ajudei, mesmo que me pedisse, mesmo que eu pudesse ver o seu desespero pela liberdade...
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  %Nami% não sabia muito bem de quem o grã-feérico falava ou da situação em si. Soube algum tempo antes sobre Jesminda, seu primeiro amor, já sobre aquela sua melhor amiga, a princesa não tinha ideia de quem poderia ser. Mas não questionaria, ao menos não naquele momento. Lucien se deixou levar pelas emoções, balbuciou sobre outras questões que o esmagavam e quase sem perceber, se agarrou à princesa como um garotinho assustado se agarrando à mãe.
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  A kitsune o envolveu num abraço reconfortante e cantarolou algumas canções, já era noite quando Lucien Vanserra finalmente se acalmou e caiu no sono. A princesa não quis acordar o feérico, então apenas fez ambos confortáveis e tocou nas mãos de seu parceiro.
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  Uma coisa que uma raposa de nove caudas podia fazer era entrar nos sonhos de alguém, podendo trazer alegria ou completo terror. %Nami% não costumava usar aquele seu dom, achava que era algo invasivo demais, mas dado o cenário em que se encontrava, ela não queria que seu novo amigo de Prythian fosse atormentado mais uma vez com pesadelos. A kitsune adentrou o mundo dos sonhos de Lucien que parecia pronto para montar algo tenebroso, mas que, com sua presença, passou a se transformar em algo colorido e alegre.
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  Quando Lucien despertou — o sol batendo em seu rosto —, se surpreendeu por ainda estar no jardim real, ele não se lembrava muito bem do que havia acontecido, os pensamentos ainda nebulosos pelo sono. Olhou ao redor e se deu conta de que %Nami% estava ali, sentada próxima a ele e muito bem desperta.
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  Não demorou muito até flashes de seu sono surgirem. Ele se lembrou da agonia e da aflição quando percebeu que tudo estava para se repetir em sua cabeça, até que... até que a bela raposa branca de duas caudas surgiu a sua frente, dissipando a névoa negra que precedia seus pesadelos. Vanserra não se lembrava do que havia sonhado depois daquilo, mas algo na sensação de paz em seu peito dizia que havia sido algo bom.
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  Após aquele dia, os laços — fosse de parceria ou simplesmente de amizade — entre ambos se estreitaram. Com o passar dos dias, o feérico já não precisava temer fechar os olhos, os pesadelos haviam ido embora e caso ousassem retornar, ele tinha %Nami% para afugentar os sonhos ruins novamente.
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  — Você não estava em missão para sua terra, Lucien Vanserra? — a princesa perguntou em um dia no qual ambos caminhavam pela floresta que rodeava a vila ao pé da montanha.
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  — Até quando pretende me chamar dessa forma? — o feérico questionou erguendo a sobrancelha ao encarar a mulher-raposa.
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  Ela parou sua caminhada e se voltou para Vanserra.
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  — Não achei que estivéssemos no nível de apelidos — %Nami% brincou deixando um sorriso leve surgir.
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  — Talvez eu devesse passar a chamá-la de princesa. — Lucien cruzou os braços com um sorriso de canto.
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  A mulher-raposa lançou ao grão-feérico um olhar não muito amigável ou satisfeito, parou para pensar um pouco e então, com uma careta, respondeu:
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  — Tudo bem, Lucien — a soberana murmurou o nome do feérico em tom quase zombeteiro, logo lançando um sorriso e voltando a caminhar. — Mas você não respondeu à minha pergunta: não estava em missão para Prythian?
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  — Por sorte, consegui completar grande parte da tarefa antes de... tudo isso. — Deu de ombros, não querendo entrar em detalhes.
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  Embora por um lado fosse uma boa forma de se redimir pelo que tinha acontecido com um estrangeiro em Shinrin, Lucien não teria a ousadia de pedir que lutassem na guerra contra Hybern, não depois de a princesa o ajudar quando parecia não haver esperança.
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  — Seja o que for, espero que tudo dê certo em suas terras, Lucien.
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  O feérico riu, seu nome dito por %Nami% soava um tanto estranho e ele podia sentir a estranheza para a princesa também. Os costumes de Shinrin eram um tanto diferentes dos de Prythian e dos de outras partes do continente também, apenas pessoas muito próximas se tratavam pelo primeiro nome e, se ele fosse seguir aquela regra, estaria ofendendo %Nami% ao se dirigir a ela pelo nome e não por seu título, mas a princesa não parecia se importar, tratando Lucien como um velho amigo... Seria o efeito do laço de parceria?
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  — Vamos, visitante de Prythian, você deve histórias de sua terra aos filhotes do meu povo! — %Nami% cortou a linha de pensamento do feérico que riu e seguiu a mulher-raposa para a clareira de costume.
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  De alguma forma, Lucien Vanserra havia sido inserido em meio àquele povo com uma naturalidade que chegava a assustar. Ele gostava de interagir com os moradores da vila e sua maior diversão era poder contar histórias de Prythian aos pequenos filhotes de kitsunes, que a cada vez pareciam mais e mais empolgados e ávidos por mais tramas. Lucien quase podia se esquecer de seu lar do outro lado do oceano e também de que tinha alguém lá que ele esperava que estivesse sentindo sua falta... quase.
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Capítulo 8
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