Young Folks

Escrito por Giovanna Gomes | Revisado por Natashia Kitamura

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Parte do Projeto Songfics - 14ª Temporada // Música: End Up Here, por 5 Seconds Of Summer

  You walked in
  Everyone was asking for your name
  You just smiled
  And told them, "Trouble"

  (Você entrou
  Todo mundo estava perguntando o seu nome
  Você apenas sorriu
  E lhes disse, "Problema")

  Ser transferido na metade do ano era péssimo.
  Era pior ainda quando você era um garoto tímido e considerado nerd por todos a sua volta.
   respirou fundo e entrou na sala de aula.
  Todos que estavam lá dentro o olharam como se ele fosse um ET ou alguma espécie nova de seres vivos.
  Ele caminhou até a última cadeira e sentou-se lá ao lado de um garoto que tinha cabelos loiros e uma franja que cobria sua testa.

  — Oi. — Falou baixinho. Era o suficiente apenas para que o garoto ao lado ouvisse.
  — Oi, você é novato, não é? — Perguntou.
  — Sou, meu nome é .
  — Prazer , sou . — O outro garoto esticou a mão para um aperto de mão rápido e simpático com .

  A aula já havia começado quando alguém abriu a porta bruscamente e se jogou para dentro da sala.
  Algumas pessoas reclamaram e a professora de literatura franziu o cenho em reprovação.
  — Quem é essa? — Perguntou quando ele viu a garota de cabelos castanhos e mechas coloridas azuis e rosa.
  — Se afaste dela porque essa garota é o problema em pessoa. — escrevia furiosamente em seu caderno.
  — Qual é o nome dela? — Perguntou desviando o olhar.
  — . — O garota fez cara de desdém ao pronunciar o nome da garota que sorriu ao passar ao lado da cadeira de como se o conhecesse.
  — Por que ela é tão problemática?
  — Que tal perguntar a ela? Só estou te alertando, ela é chave de cadeia.

  My head spins
  I'm pressed against the wall
  Just watching your every move
  You're way too cool
  And you're coming this way
  Coming this way

  (Minha cabeça gira
  Estou pressionado contra a parede
  Apenas observando todos os seus movimentos
  Você é legal demais
  E você está vindo desta forma
  Chegando dessa maneira)

  O sinal tocou e todos os alunos sairam da sala como se fosse sexta-feira.
  — Ei? — ouviu uma voz feminina chama-lo e apertou a alça da mochila.
  Ele olhou para trás e viu que era .
  — Oi. — Ele acenou tímido.
  — Você é o novato, não é? — Peguntou , sorrindo.
  — Sou. — Respondeu olhando para os pés.
  — É melhor nós irmos . — cutucou o ombro do garoto distraído alguns passos de distância.

  — Você deveria experimentar a quiche de espinafre da cantina. É um dos melhores pratos que servem aqui.
  — Obrigado pela dica, até mais. — acenou para .
  — Espere! — aumentou seu tom de voz e se virou para olhá-la. — Qual é o seu nome? — Perguntou.
  — . — Respondeu ele. — E você, quem é?
  — . Mas pode me chamar de . — Respondeu ela sorrindo discretamente.

   se foi, acompanhado do . observava ela sair da sala. Seu olhar estava preso naquele garoto.

  — Ela é tão legal! — Falou quando ele e o novo amigo estavam no corredor.
  — É, ela é realmente legal. No primeiro dia, ou talvez com você, ela seja legal por uma semana, mas experimente ficar 2 anos ao lado dela ai você verá quem tem razão. — suspirou carrancudo.
  — Você tem alguma coisa contra a ?
  — , , o nome dela é ! Por que você insiste em chama-la de ? — estava nervoso.
  — Ei, calma, eu só queria saber se você tem algo contra a . — deu bastante ênfase no nome da garota.
  — Não. — o fitou. — Não é nada.

  How did we end up talking in the first place
  You said you like my cobain shirt
  Now were walking back to your place
  You're telling me how you love that song
  About living on a prayer
  I'm pretty sure that we're halfway there
  And when I wake up next to you I wonder how
  How did we end up here?

  (Como é que acabamos nos falando, em primeiro lugar
  Você disse que gosta da minha camisa cobain
  Agora estavam andando de volta para a sua casa
  Você está me dizendo como você ama essa canção
  Sobre viver em uma oração
  Tenho certeza de que estamos na metade do caminho
  E quando eu acordar ao seu lado eu me pergunto como
  Como fomos parar aqui?)

  Do mesmo jeito que a semana chegou, ela se foi.
  Era sexta-feira e estava sentado em seu quarto, estudando.
  Seus pais haviam saído, para um jantar de negócios, e estava sozinho.
  Seu celular tocou e ele se levantou procurando o aparelho barulhento.
  O número era desconhecido, mas mesmo assim ele resolveu atender.
  — Alô? — Perguntou.
  — ? — Uma voz feminina respondeu.
  — Sim, ele mesmo, quem fala?
  — É a . Tudo bem?
  — Tudo , e você como vai? — ligando para ? Ele estranhou, já que ele não havia dado seu número para ela.
  — Eu vou bem, você está ocupado? — franziu a testa.
  — Não, por quê?   — Porque eu queria te convidar para ir ao bar do meu irmão hoje, a banda dele vai tocar lá. Vai ser legal.
  — E o que ele toca? — não gostava de qualquer tipo de música, seu gosto musical era bem raro e diferente para jovens da sua idade.
  — Ele tem uma banda de rock, vamos você vai gostar. — insistiu.
  — Acho que é melhor não, , eu estou estudando.
  — , hoje é sexta-feira. O que custa dar uma passadinha lá no bar comigo? Se você não gostar eu prometo que te levo para casa. — queria muito ver novamente.
  — Mas, e meus pais? — Perguntou em dúvida se deveria realmente aceitar o convite de .
  — Não ligue para as pessoas velhas, elas tem seu próprio estilo antigo. — abriu a boca de susto dou outro lado da linha enquanto falava. — Nós somos pessoas jovens, e temos nosso próprio estilo de vida.
  — Não é uma boa ideia isso, ! — Afirmou não querendo sair de casa. Mesmo que ele se sentisse atraído por de alguma forma, ele não queria seguir as instruções dela.
  — Esqueça tudo que você ouviu. Esqueça de tudo o que te falaram sobre ser um bom garoto e tudo mais. Venha apenas ver a banda tocar, não custa nada. Por enquanto. — riu. — Aproveite enquanto é de graça, porque essa banda tem futuro, não perca essa chance.
  — Ah... — reclamou.
  — Vem, por favor, eu amo a música que eles vão tocar hoje. Ela fala sobre anjos e sobre uma oração. E fala também sobre um amor esquecido. — estava animada e não desistiria até ouvir um "sim" de .
  — Ok, ok, você conseguiu. Eu vou. — comemorou do outro lado da linha. — Mas com uma condição.
  — E qual é? — Perguntou a garota.
  — O vai conosco.
   não gostou muito da ideia, já que e ela tinham suas diferenças — grades diferenças na verdade — e pelo visto, ele ainda não havia superado os acontecimentos do passado.
  — Tudo bem, mas diga para ele nos encontrar no bar.
  — , é melhor fazermos assim, eu vou com ele até o bar e te vejo lá. Tudo bem assim?
  — Pode ser. Até mais. — desligou o telefone desanimada.

  Next day out
  Everybody thought you were so insane
  Cause you were so far out of my league
  My friends say I should lock you down
  Before you figure me out and you run away
  But you don't and you wont as you kiss me
  And you tell me that you're here to stay

  (No dia seguinte
  Todo mundo pensou que você estava louca
  Porque você era tão fora do meu alcance
  Meus amigos dizem que eu deveria guardá-la
  Antes de me descobrir e fugir
  Mas você não foge e você não vai fugir enquanto você me beija
  E você me disse que você está aqui para ficar)

  O sábado estava ensolarado. Já passava das onze da manhã quando a mãe de abriu as cortinas do seu quarto e disse que era para ele se levantar.
  Ele havia chegado tarde em casa. Uma e quarenta e cinco da manhã. Essa era a hora que ele pisava na sala de sua casa.
  Até que sua sexta-feira havia sido legal.
  Melhor ainda quando se havia beijado sem ao menos esperar.
  A banda do irmão dela arrasava no rock.
  Se gostasse de rock essa banda seria uma de suas favoritas.

  — Nem pensar. — Sua mãe o repreendeu quando ele pegou um copo e a caixa de leite.
  — Por que? — Perguntou ele sonolento e extremamente cansado. Parecia que ele não havia dormido nada.
  Bom, na verdade ele não dormiu muito bem mesmo, já que ficou a noite inteira pensando em , e no jeito que ela olhava para ele.
  E o engraçado, é que eles nem se conheciam direito!
   desde então passou a acreditar em amor à primeira vista.
  — Então o que eu vou comer?
  — Vá tomar banho e espere pelo almoço. Já está quase pronto. — Respondeu ela docemente.
   bufou e foi tomar banho.

  How did we end up talking in the first place
  You said you like my Cobain shirt
  Now were walking back to your place
  You're telling me how you love that song
  About living on a prayer
  I'm pretty sure that we're halfway there
  And when I wake up next to you I wonder how
  How did we end up here?

  (Como é que acabamos nos falando, em primeiro lugar
  Você disse que gosta da minha camisa do Cobain
  Agora estavam andando de volta para a sua casa
  Você está me dizendo como você ama essa canção
  Sobre viver em uma oração
  Tenho certeza de que estamos na metade do caminho
  E quando eu acordar ao seu lado eu me pergunto como
  Como fomos parar aqui?)

  — Não mexa não celular durante as refeições . — Reclamou seu pai.
  — Pai, é rapidinho. — bloqueou o aperelho. — Pronto.
  — Quem era? — Sua mãe, curiosa, quis saber.
  — A , uma amiga da escola. — Respondeu ele com um sorriso bobo nos lábios.
  — Hum, sei. — Seu pai riu.
  — Então pai, mãe... — deu uma última garfada na comida e se levantou. — Eu tenho que ir.
  — Onde você vai? Ainda não terminou de almoçar! — Falou sua mãe.
  — Me desculpe, eu tenho que sair. — Ele acenou. — Volto antes das 17:00 horas.

   saiu correndo para encontrar na praça.
  Ele preferia não dizer aos seus pais onde ia pois havia o perigo dos dois segui-lo, e não queria isso.
  Quando ele a viu, ela estava sentada no banco da praça olhando para as mãos.
  — Oi. — Ele disse quando estava ao seu lado.
  — . — disse seu nome de um jeito estranho. — Gostei da sua camisa. Não pensei que fosse usar. — sorriu fraco.
  — O que aconteceu? — Perguntou ele.
  — Sente-se. — Ela chegou para o lado. — Eu quero te contar toda a verdade.

  Call me lucky 'cause in the end
  I'm a 6 and she's a 10
  She's so fit
  I'm insecure
  But she keeps coming back for more

  (Me chame de sortudo porque no final
  Eu sou um 6 e ela é um 10
  Ela está tão em forma
  Estou inseguro
  Mas ela continua voltando para mais)

  — Que verdade? — Perguntou sentando-se ao lado de .
  — Sabe quem é a ? — Perguntou ela com um suspiro.
  — Já ouvi falar, por quê?
  — Então, ela é minha melhor amiga. — abaixou a cabeça.
  — Ok, mas o que foi? — perguntou nervoso.
  — Então, eu e a apostamos que eu poderia te conquistar em menos de um mês. — Terminou e se levantou. Ele pensava que gostava dele, ou pelo menos começava a gostar.
  — Entendi. — cerrou os punhos. — Eu fui alvo de uma aposta.
  — , mas, me desculpe, eu descobri que você é legal. — Ela esticou a mão para toca-lo.
  — , por que você fez isso? — estava nervoso. — Eu deveria ter escutado o , ele me disse que você não prestava. Mas eu como sempre... Não ouvi. E me ferrei!
  — , por favor... — Ela se levantou.
  — Não, me deixe. — virou as costas e partiu, deixando parada lá. Sozinha.

  Ele estava decepcionado. Ele era um 6 e ela um 10, muito maior e mais esperta que ele.
   era tão convincente não que fazia que era difícil perceber quando ela estava mentindo ou não.
  Ela era segura demais. Isso fazia com que qualquer um acreditasse e se sentisse atraído por ela de alguma forma.
  Ela o havia "passado para trás" muito bem.

  How did we end up talking in the first place
  You said you like my Cobain shirt
  Now were walking back to your place
  You're telling me how you love that song
  About living on a prayer
  I'm pretty sure that we're halfway there
  And when I wake up next to you I wonder how
  How did we end up here?

  (Como é que acabamos nos falando, em primeiro lugar
  Você disse que gosta da minha camisa do Cobain
  Agora estavam andando de volta para a sua casa
  Você está me dizendo como você ama essa canção
  Sobre viver em uma oração
  Tenho certeza de que estamos na metade do caminho
  E quando eu acordar ao seu lado eu me pergunto como
  Como fomos parar aqui?)

  — Onde estava? — Perguntou sua mãe quando passou pela porta.
  — Depois a gente conversa. — Ele subiu as escadas arrancando a camisa que havia dado a ele na noite anterior e se trancou no quarto.
  Ele pensou que se ligasse para ele se sentiria melhor, mas na verdade só sentiu pior do que já estava.
  O amigo disse para ele que já havia feito isso com outras pessoas pela escola e ele foi uma vítima.

  A noite caiu silenciosa, não saiu do quarto desde que chegou em casa às 14:25 da tarde.
  — ! — Sua mãe bateu na porta do quarto. — !
  — O quê?
  — Tem uma pessoa querendo falar com você.
  — Diga que eu estou tomando banho. — Respondeu de má vontade.
  — Ela disse que não vai embora enquanto não falar com você. Vai lá.

   calçou os chinelos e saiu do quarto batendo os pés com força no piso de madeira.
  — Olha só, pare de bater os pés no chão ou eu vou te acertar com a coisa mais próxima. — arregalou os olhos e assentiu andando mais suavemente.

  O garota abriu a porta da sala e deu de cara com do lado fora.
  — O que você faz aqui? — Ele não queria ser nenhum pouco simpático com .
  — Eu não podia deixar as coisas como estavam. — Respondeu ela. — Será que podemos conversar?
  — , quer dizer, eu não tenho nada a falar com você.
  — , por favor... — Ela suspirou. — Eu fui uma idiota de aceitar essa aposta da , mas por um lado ela valeu a pena, porque eu tive a oportunidade de te conhecer. Nós estávamos a meio caminho andado, mas eu estraguei tudo. Não sei como chegamos até aqui, não sei como chegamos a esse ponto... — Ela fitou os olhos de com intensidade. — Só sei que não posso te deixar ir. Podemos ser pessoas jovens que tem muita coisas para viver ainda, mas você é uma coisa que eu gostaria de levar comigo.

   não sabia o que dizer. Ele sentia que estava realmente arrependida.
  Ela merecia uma outra chance.

  — Que tal começarmos novamente? — Perguntou ele com um sorriso.
  — Obrigada. — Ela o abraçou fortemente.
  — Quer tomar uma xicara de chá? — Perguntou ele.
  — Eu adoraria.
  — Então entre. — Ele segurou a porta para que ela entrasse.

  Pessoas jovens cometiam erros, mas também amavam.
  E aprendeu a lição, ela olhou para o lado e viu nos olhos de todas as palavras que precisavam ser ditas.
  Era um novo começo.



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