Stories Of A Broken Heart Girl

Escrito por Cami | Revisado por Mah

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Parte do Projeto Songfics - 6ª Temporada // Música: Heartbreak Story, por The Wanted

  Flashback On

  Acordo com os raios de sol atingindo meu rosto. Provavelmente eu havia me esquecido de fechar as cortinas. Outra vez.
  — ! – Grita uma vozinha conhecida, jogando-se em cima de mim.
  Abro os olhos lentamente, tentando acostumar-me com a claridade do quarto. , que se encontrava deitada sobre mim, sorria abertamente, esbanjando uma estranha felicidade matinal.
  — … - Resmungo. – Será que pode sair de cima de mim, por favor? Você pode não ser gorda, mas ainda assim é pesada.
  A ruiva ri, mas levanta.
  — O que faz aqui tão cedo? – Pergunto, esfregando os olhos com as costas da mão.
  — Vim te contar uma novidade! – Diz animada. – Queria que você fosse o primeiro a saber!
  Franzo as sobrancelhas.
  — Tirou A+ em francês?
  Ela faz uma careta.
  — O quê? Não!
  Abro a boca para zoá-la, mas começa a falar antes mesmo que eu pense no que dizer.
  — Mas isso também seria bom. Minhas médias em francês são terríveis, você sabe disso. Além do mais, isso deixaria minha mãe muito feliz e faria ela me dar um celular novo… - Interrompo-a.
  — !
  A ruiva se cala e me encara.
  — Você não tinha algo para me contar?
  Ela assente.
  — Sim, sim!
  — Então, o que é?
   sorri alegre antes de pronunciar as seguintes duas palavras:
  — Estou namorando!

  Flashback Off

  Agora, uma semana depois disso, se encontra com a cabeça enterrada na curva de meu pescoço, chorando. Seu “namorado” havia terminado com ela essa manhã, depois da aula, usando a clássica desculpa de “não é você, sou eu”.
  Isso sempre acontecia. Ela se apaixonava pelo cara rápido demais, logo começavam a namorar e, pouco tempo depois, ele termina tudo. Eu sempre disse que ela conseguiria escrever um livro com todas as furadas relacionadas à relacionamentos que já se metera. E não foram poucas. Ela sempre dizia que, se um dia chegasse a realmente escrever esse livro, iria chama-lo de Histórias De Uma Garota De Coração Partido.
  — D-desculpe por… vir te incomodar, . – pede entre soluços. – Eu só… não aguentei… não aguentei ficar sozinha em casa.
  Acaricio seus cabelos ruivos e beijo-lhe o topo da cabeça.
  — Não tem problema nenhum, . Amigos são para isso, não é? – Digo forçando um sorriso.
  O problema é que eu não quero ser apenas seu amigo, – penso – Eu te amo, ruiva.
  Ela suspira.
  — Como fui deixar isso acontecer, ? – Pergunta melancólica.
  Dou de ombros.
  — Talvez eles que não tenham feito o suficiente para merecer você.
  A ruiva sorri triste.
  — Muito gentil da sua parte me dizer isso, , mas o problema sou eu. Estou gorda, meu cabelo está mais que seco… - Interrompo-a.
  — Pare já com isso, ! Você é a garota mais linda que já vi na vida! Não precisa ficar se pondo para baixo!
  Ela fica cabisbaixa.
  — Então por que todos me dão um pé na bunda?
  Suspiro.
  — Porque eles não sabem o quanto você é preciosa, querida.

(…)

  Novamente acordo com os raios de sol no rosto. Depois de passar a tarde consolando , ela me obrigou a assistir a maratona da Saga Crepúsculo e logo depois dormiu. Então a peguei em meus braços e deitamos juntos.
  — Bom dia, . – Era a voz de .
  Esfrego meus olhos com as costas da mão e a encaro.
  — Bom dia, .
  Percebo que a ruiva já estava pronta para ir para o colégio. Última semana de aulas antes do natal, e depois faltaria apenas um ano para nos formarmos. Então eu iria para Stanford e ela para Yale. Traduzindo: eu estaria no extremo oeste dos Estados Unidos e no extremo leste.
  — Por que já está pronta tão cedo? – Pergunto confuso.
  Ela ri.
  — Já são 06h45, .
  Arregalo os olhos.
  — E por que você não me acordou antes, ruiva maluca?! – Pergunto, pulando da cama para o banheiro.
  — Você estava tão bonitinho dormindo, . – Brinca.
  Tomo um banho voando, ponho a primeira roupa que vejo no armário e saio. Antes de chegar ao carro, vislumbro meu reflexo no espelho. Eu estava horrível! Meus cabelos loiros estavam completamente desgrenhados, meus olhos castanhos possuíam olheiras escuras logo abaixo e eu estava mais pálido que o normal. Tudo isso apenas por ter ficado até tarde consolando .
  — Vamos logo, ! – Berra a ruiva do carro.
  Balanço a cabeça para afastar pensamentos inúteis e corro para o carro.
  — Pronta para encontrar Nate? – Pergunto-a.
   nega com a cabeça.
  — Não sei nem com que cara olhar para ele sem demonstrar que estou arrasada.
  Suspiro alto.
  — O que está feito, está feito agora, . O que importa é que estamos juntos nessa, não? Como sempre estivemos.
  A ruiva assente, sorrindo.
  — Obrigada por estar aqui, .
  Sorrio.
  — Eu vou estar sempre aqui, .

  

(…)

  Assim que adentramos o Westwood High School, sinto ficar tensa. A ruiva mexia as mãos incansavelmente: entrelaçava, desentrelaçava e estalava os dedos. Ela tremia um pouco e suava frio. Estava realmente tensa com a certeza de que iria encontrar com o cara que havia lhe dado um pé na bunda no dia anterior.
  — Ei, se acalme, ruiva. – Peço. – Vou te manter por perto e segura, ok? Todos os dias. Sei que você nunca gostou de ficar sozinha e agora você não precisa mais.
   sorri.
  — Obrigada outra vez, .
  As aulas passavam se arrastando. Mesmo conversando com o tempo inteiro, estar ouvindo os professores falarem era um saco. E também não estava no clima das nossas conversas que nos faziam esquecer o mundo ao nosso redor.
  Assim que passamos pelos portões de saída, vemos Nate agarrando uma vadia qualquer do segundo ano. As pernas da garota loira estavam entrelaçadas na cintura do moreno e ele estava prensando-a na parede, beijando-a fervorosamente.
  — Eu não acredito nisso. – murmura baixinho.
  Uma ideia louca me passa pela cabeça. Eu não costumava fazer essas coisas, mas pela minha ruiva eu faço qualquer coisa. Inclusive jogar suco de limão num casal aos amassos na saída do colégio.
  — Você ainda está com aquela garrafinha de limonada, ? – Pergunto, lhe lançando um sorriso malicioso.
  Ela arregala seus olhinhos castanhos.
  — Você não está pensando em… - A ruiva deixa a frase no ar.
  Apenas assinto.
  — Você é louco, ! – Exclama, rindo e me entregando a garrafinha.
  Caminho silenciosamente até Nate e a loira e rapidamente despejo o conteúdo da garrafa neles.
  — Nunca mais olhe para a outra vez, seu verme! – Digo duro. - Ela não merece um ser tão podre como você na vida dela.
  Os dois me encaram atônitos, mas eu apenas lhes dou as costas e vou ao encontro da minha ruiva, que se dobrava de rir em frente ao meu carro.
  — Isso foi muito foda, ! – Exclama. – Você viu a cara do Nate? Foi hilário!
  Assinto rindo.
  — Você foi demais, !
  Sorrio em agradecimento.
  Dirijo até em casa sem dizer uma única palavra, apenas rindo e sorrindo para de vez em quando. A verdade é que aquela proximidade com a ruiva estava me matando por dentro. Eu a amava, mas a nunca retribuíra meus sentimentos. nem sequer sabia deles.

  

(…)

  Já havia se passado umas três semanas desde o pseudo-incidente da limonada. e eu estávamos mais próximos nessas semanas. Próximos demais. E aquilo estava me deixando um tanto incomodado, porque eu não sabia mais como agir perto da ruiva! Minhas mãos suavam frio, eu gaguejava, eu…
  — ! Hello! Terra para ! – Ouço me chamar, tirando-me dos meus devaneios.
  Balanço a cabeça, tentando ignorar meus pensamentos e a proximidade do meu corpo com o de .
  — Sim?
  A ruiva ri.
  — Tô te chamando há uns dois minutos, garoto! Onde você tava com a cabeça?
  Suspiro.
  — Desculpe, estava meio que voando.
  Ela sorri.
  — Percebi… tava pensando em uma garota, não era?
  Sinto minhas bochechas arderem e assinto levemente.
  — Quem?
  Suspiro outra vez e faz uma careta.
  — Você suspira demais, .
  Eu ri.
  — Em quem você estava pensando, hein, Sr. ?
  Solto uma leve risada triste e a ruiva me encara com as sobrancelhas franzidas.
  — Se eu te dissesse você não iria acreditar, .
  Ela bufa.
  — Então me conte pelo menos como ela é!
  — Ela é linda, sabe? Mas ela está magoada demais com outros caras para perceber meus sentimentos. Eles a animaram e depois a decepcionaram, toda a confiança dela agora está rompida, e… por mais que eu me lembre do sorriso doce e verdadeiro dela, não consigo me lembrar com clareza de como era quando ela não estava sofrendo por algum rapaz. Mas se ela estivesse comigo, não haveria mais uma história de mágoa para o seu livrinho. Eu queria que ela apenas me deixasse seu coração, porque eu estava lá desde o início, sabe ? E eu prometi a mim mesmo que se ela ficar comigo, eu não me tornaria apenas mais uma história de mágoa.
   me encarava atônita. Minhas bochechas deveriam estar da cor dos cabelos da ruiva, pois eu as sentia queimar. Eu olhava para qualquer lugar, menos para ela. Eu tinha medo do que poderia dizer, tinha medo de acabar levando um pé na bunda – coisa que eu tinha certeza que iria acontecer.
  — , eu… - Ela começa, mas eu a interrompo.
  — Você não sente o mesmo, eu sei. – Digo, me sentindo derrotado. – Acho melhor eu voltar para casa… - Pego minha mochila do chão e sigo até a porta.
  Mas sou impedido pela mão firme de .
  — Se você soubesse o quanto eu esperei para ouvir isso, , não iria embora assim.
  Pisco algumas vezes para saber se aquilo era um sonho, mas era completamente real.
  — Você o quê? – Pergunto num sussurro.
   não responde, apenas deposita seus lábios nos meus, num simples beijo.
  — Eu amo você, . – Diz a ruiva. – Todos os caras com quem fiquei foi apenas para tentar esconder o quanto eu amo você, idiota.
  Eu ri. Mesmo se declarando para mim, não consegue deixar de me xingar, ruiva maluca essa, né?
  — Eu te amo, maluca.
  Ela ri.
  — Eu te amo mais.
  E novamente nossos lábios estão grudados, mas dessa vez o beijo foi bem mais intenso. Demonstrava todo o amor reprimido que sentíamos um pelo outro. E eu sabia que se ficássemos juntos, esse amor só cresceria mais e mais. E eu tinha certeza de que ficaríamos juntos, e eu teria que aturar esse furacão ruivo que tanto amo pelo resto da vida.
  É, até que me declarar para foi bom.

FIM



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