Soldado 45

Escrito por Arcanjo Winchester | Revisado por Jubs

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Capítulo 1

  Mais um dia clareava em Hoboken, uma cidade não muito grande do estado de New Jersey, nos Estados Unidos. As lojas subiam as portas todos os dias ás sete horas da manhã, exceto as padarias, que adiantavam os ponteiros para entregar um delicioso café da manhã. Como de costume, juntou seu dinheiro e foi até a padaria buscar seu café. Agradeceu o padeiro e seguia contente seu caminho para casa, quando uma bicicleta quase a atropela na calçada.
  - Você está cego, imbecil!
  - Desculpe-me.
   não era uma garota muito fácil de se lidar. Desde que nasceu, morou em um orfanato de freiras da cidade, e aos dez anos de idade, fugiu de lá. Hoje, com dezesseis anos, mora sozinha em uma casa afastada do centro. Não há vizinhos por perto, apenas um poste para iluminar a casa e muitas árvores ao redor. A casa não tinha jeito de assombrada ou abandonada, a menina fazia questão de deixar tudo limpo, inclusive o caminho até a sua moradia.
  Mas apresentava qualidades diferentes de qualquer outra pessoa. Ela não era uma aberração, monstro ou alienígena, apenas tinha poderes. tem gelo, fogo, ar, água... Tudo em suas mãos, só não fazia mágica, como fazer brotar dinheiro de uma árvore, por isso, trabalhava depois do almoço no restaurante da Mary, a mais famosa cozinheira da cidade. almoçava e jantava lá todos os dias e tinha o dinheiro descontado do salário, o pouco que sobrava, a menina usava para pagar suas contas e despesas.
  - Bom dia, Mary – disse , já com o uniforme para o trabalho.
  - Bom dia minha querida, se apresse, que eu preciso que você vá fazer entregas hoje. – disse Mary dando a chave do carro para .
  Após pegar todos os pedidos, foi de casa em casa, entregá-los. Após sua tarefa cumprida, ela deixou os pensamentos vagarem no caminho de volta para o restaurante.
  “Nesse último ano, as coisas andam muito difícil para mim. Eu preciso fugir, mas para onde vou? Não quero deixar Mary, não quero perder minha liberdade e viver como uma fugitiva.”
   estacionou o carro e foi ajudar Dan, que é filho de Mary, nos pedidos. Assim que o movimento da hora do almoço passou, Dan e foram almoçar. Como de costume, os dois comiam na parte dos fundos do restaurante.
  - Estou te achando preocupada, o que foi?
  - Não é nada, Dan, almoça aí e fica quieto.
  - Tudo bem garota mais bem humorada da terra.
  Eis aqui o grande motivo de preocupação de : O Exército, marinha, aeronáutica e pode ser que até os astronautas e xerifes de cidadezinhas dos Estados Unidos estavam atrás de . Eles queriam ter a garota como sua maior arma, pois como todo aquele poder, seria fácil derrotar o inimigo, e como já sabemos, o grade e glorioso Estados Unidos da América não gosta de perder nem briga de galo. Eles queriam treinar e ter para servir ao país. Isso também incluía fazer de um ratinho de laboratório, para desenvolverem super soldados ou mais armas. Porém, não queria aquilo para ela. Ela gosta de liberdade e não quer ver milhares de agulhas por seu corpo, não quer ser um objeto de disputas entre países. O grande temor americano era ver se aliar ao inimigo.
  Há um ano, ela tem recebido cartas do governo americano com a proposta de se juntar a ele, mas ela não respondeu. Nos últimos dois meses, ela recebeu a visita de oficiais duas vezes, mas bateu com a porta em suas caras. Agora, aquele silêncio todo agitava .
  - É minha amiga, parece que o dia vai ser longo novamente. – disse Dan lavando o prato.
  - É óbvio que vai ser, esta é a semana do festival de Hoboken, o restaurante vai lotar de gente. – disse enxugando a louça lavada.
  - Vai lotar mais que o normal! Vamos terminar o serviço aqui de madrugada.
  - Eu gosto disso.
  - Por quê?
  - Pelo menos não vou ficar em casa sozinha.
  - Eu já te disse isso... – disse Dan, agora a encarando bravo.
  - O quê?
  - Você fica sozinha por que quer! Nós formaríamos um casal bonit...
  - Ah! Lá vem você com esse papo chato de novo, tchau, vou para a recepção.
   tacou o pano na cara de Dan e saiu bufando para a recepção.
  Mary percebeu a agitação da garota e foi até ela para conversar.
  - Vocês brigaram de novo? – disse Mary, rindo.
  - Ele fica com aquela conversa chata de namoro aqui, namoro ali... Eu me irrito.
  - Ele gosta de você, .
  - Mas eu não gosto dele.
  - E de quem você gosta?
   continuou anotando as reservas na agenda e preferiu ficar em silêncio.
  - Esse é o seu problema, minha doce menina, você não ama ninguém e não abre seu coração para amar.
  - Eu me sinto bem assim. Bom, vou arrumar as coisas, porque hoje virá muita gente aqui.
  Mal acabou de falar e já saiu para arrumar as mesas e recepcionar as pessoas que chegavam.
  E como já era previsto, o restaurante lotou de gente. O final do expediente foi apenas duas horas da manhã.
  - Quer uma carona, ? – disse Mary, guardando as chaves no bolso.
  - Não, obrigada, Mary.
  - Para ela é fácil recusar... É só ela bater as asinhas de dragão e logo chega em casa. – disse Dan, cruzando os braços.
  - Parem de brigar crianças...
  - Eu não estou brigando, foi ele que começou. – disse chutando a canela de Dan.
  - Você é muito retardada, viu? Vamos embora logo mãe, antes que ela me mate aqui.
  - Isso não seria má idéia Dan.
  Como já era muito tarde, naquele dia usou seus poderes e voou até sua casa.
  Esse silêncio, minha casa, minha cama... Tudo o que eu gosto.
  Após um banho quente, ajeita as coisas e vai dormir.

Capítulo 2

  Seu despertador tocou mais cedo para poder arrumar limpar a casa. Mas antes, como de costume, foi até a padaria tomar seu café voltou para casa.
  Apenas uma cerca baixa rodeava a casa e no canto, a caixa de correio chamou a atenção de . O remetente era o mesmo das últimas vezes. Porém, a mensagem desta vez era diferente.
  ‘’Prezada , viemos por meio deste, avisar da ida dos nossos oficiais para buscá-la e juntar-se a nós. A chegada é prevista em dois dias.
  Atenciosamente, Marechal James’’
  What the hell?
   estava assustada, sua única ação foi correr para dentro da casa, trancar as portas e levar as mãos á cabeça.
  Que droga é essa? Como assim eles irão vir me buscar? Eu não quero ir! Quem eles pensam que são? Quem é esse Marechal James de merda, quem ele pensa que é? Eu tenho que fugir! Vou avisar para Mary e vou embora o mais rápido possível. Que droga!
   espionou o lado de fora da janela e foi correndo, ou melhor, voando até o restaurante.
  - O que foi, Megan? – disse Dan parando tudo o que fazia para socorrer a amiga.
  - Chama a sua mãe, eu preciso falar com ela.
  Dan acompanhou e permaneceu ali para saber o motivo do desespero da menina.
  - Eu não devia ter bancado a heroína Mary, fui burra! – me sentei na cadeira e tentei me acalmar.
  - O que foi minha querida, o que aconteceu?
  - Mary, todos sabem que eu tenho poderes e quando eu falo todos, não são apenas as pessoas aqui desta cidade.
  - Mas por que todo este desespero? – disse Dan, sem entender ainda.
  - Dan, o exército quer que eu trabalhe para eles. Eles querem fazem experiências comigo, querem me treinar para matar, querem me tornar uma maquina de guerra. E tudo isso porque eu uso meus poderes para ajudar as pessoas aqui da cidade e com certeza, a notícia se espalhou até chegar ao ouvido daqueles desgraçados.
  - E o que você vai fazer agora? Espera... Eles podem fazer isso com você?
  - E você acha que eles se importam com a minha opinião? Eu vou fugir!
  - Como assim fugir? – disse, Dan bravo.
  - Nossa Dan, eu sabia que você era burro, mas não tanto! Vou fugir, merda, eu não vou me aliar a ninguém!
  - Querida, acho que fugir não vai adiantar... Eles ficarão te perseguindo até te pegarem.
  - Mas o que eu faço então, Mary?
  - Eles virão atrás de você, e nós vamos falar que você fugiu. Eles não ficarão por muito tempo aqui em Hoboken e assim que eles forem embora para te procurar, você volta a sua rotinha normal.
  - Mas onde eu me escondo?
  - Você não voa, querida? É só ficar pulando de canto em canto. Só que você não irá para sua casa, nem aqui no restaurante.
  - Até que é uma boa idéia.
  - A sua comida, nós combinaremos um lugar e você passa lá para pegar todo dia, ok?
  - Tudo bem Mary, muito obrigada. – disse a abraçando.
  - E quando eles chegam? – perguntou Dan.
  - É provável que amanhã. Então hoje mesmo, não ficarei em casa. Mary, eu vou arrumar uma mala com as coisas que eu tenho e vou deixar aqui no restaurante, caso algo dê errado e eu tenha que fugir, eu passo aqui e adeus.
  - Tudo bem.
  - Eu vou para casa arrumar minhas coisas e já venho.
  - Hey, , se você quiser dormir esta noite comigo, o convite está lançado.
  - Pare de ser atrevido, Dan. – disse Mary.
  Pronto, tenho um plano e se tudo der certo, aqueles idiotas de farda vão embora e eu posso seguir minha vida tranquilamente por um tempo.
   pegou suas roupas e colocou tudo dentro de uma mala. Foi para o restaurante e Mary pediu para ela ficar no quartinho dos fundos que tinha uma TV e um sofá até a noite chegar.
  - Vocês já vão fechar o restaurante? – disse , ajudando Mary com as sacolas.
  - Sim.
  - Olha, eu já sei onde vou passar a noite.
  - Resolveu aceitar meu convite? – disse Dan, se intrometendo.
  - Não seu idiota! Eu vou me esconder na igreja. – disse .
  - Tudo bem, boa sorte querida. Vou deixar sua comida todo dia, dez horas da manhã na biblioteca com a minha irmã. Onze horas você vai lá buscar, ok?
  - Muito obrigado Mary, de coração. – disse , abraçando a cozinheira.
  Assim que se soltou de Mary, Dan a abraçou, surpreendendo-a.   - Eu sei que a gente briga muito, mas toma cuidado.
  - Pode deixar Dan. Obrigado por tudo.
  E como o festival ainda ocorria em Hoboke, deixou o restaurante tarde e foi logo até a igreja onde mais cedo, havia deixado um travesseiro e um cobertor na parte superior da igreja, onde a sala que controlava os sinos e relógios estava vazia.

Capítulo 3

  Já eram quase onze horas quando acordou com o sol batendo em seu rosto. Ela escondeu o travesseiro e o cobertor em um canto discreto e quando se preparava para voar até a biblioteca, foi surpreendida com uma visão não muito agradável pela janela: O exército estava ali na praça, em frente a igreja. Eles não sabiam que ela estava ali, somente montaram sua base na praça.
  Caramba, o que vou fazer agora? Vou sair de fininho pelos fundos da igreja e vou correndo para a biblioteca.
   desceu as longas escadas da igreja e após esperar uns soldados passarem, saiu pelas portas do fundo. O que surpreendeu a garota, é que havia soldados por todas as partes e ela então resolveu colocar o cabelo pela frente, abaixar a cabeça e seguir escondida em busca da comida.
  Mais cedo naquele dia, o exército bateu na porta da casa de e como ela não os recebeu, eles invadiram. O general se chama , é um homem com um porte físico invejável, tem os cabelos pretos como um carvão e os olhos azuis que são o caminho do perigo. Ele já previa que não seria fácil, por saber que a garota apresentava um comportamento rebelde, mas por este general ser especial dos demais, foi encarregado de cumprir a captura. O próximo passo era seguir caminho para o restaurante onde trabalhava e em segundo plano para a casa de Mary.
  - Senhora Mary, sou o general e estou procurando por . A senhora poderia me dizer onde ela está?
  - Bom dia general, ela sumiu! Ela trabalha aqui comigo há muito tempo e ontem ela chegou eufórica dizendo que não ia mais ficar nesta cidade maldita e sumiu. Mas, o que aquela garota fez para o exército estar atrás dela?
  - Não se preocupe senhora, ela vai ficar bem. Vou pedir para meus homens revistarem o restaurante e se puder, gostaria que a senhora nos acompanhasse em uma revista na sua casa.
  - Na minha casa? Isso não é preciso general. Se eu soubesse onde ela está eu falaria para você.
  Sem dar muito crédito para Mary, mandou seus soldados revistarem o restaurante. Após alguns minutos e nada encontrado, ele deixou alguns de seus homens continuarem a revista no restaurante e seguiu caminho com Mary e seus soldados para a casa da cozinheira.
  - Entrem e fiquem a vontade soldados. Meu filho Dan está em casa.
   colocou os pés na casa e olhava para todos os cantos. O general era conhecido por concluir trabalhos importantes e por sua postura. Ele era sério, não era fácil tirar um sorriso do rosto dele, mas ele tinha seus quarenta e quatro soldados como uma família. É respeitado mundialmente e sempre mostra uma postura de comando, parado, com as mãos para trás e os olhos fixados no inimigo.
  - Mãe, o que está acontecendo aqui? – disse Dan, descendo as escadas, confuso.
  - Filho, os soldados estão procurando e pediram para revistar nossa casa. Esse aqui é o general . – disse Mary, apresentando o general para o filho.
   estendeu as mãos para cumprimentar Dan, mas a única resposta que teve foi a cara fechada do garoto. O soldado então sorriu descaradamente e deu um passo em direção do garoto.
  - Você é amigo de ou até pode ser um namoradinho. Cadê a garota? – disse , fixando os olhos em Dan.
  - Eu detesto a ! Ela é muito irritada e se eu soubesse onde ela está, eu falaria para você. Mãe, vou subir para me trocar, porque daqui a pouco começo meu serviço.
  Dan já estava subindo as escadas quando resolveu complementar.
  - Ah, soldado , se você achar , agradece a ela por deixar todo o serviço do restaurante para mim.
  - É general, meu caro. – disse .
  Os soldados voltaram ao encontro do general, e este viu que não estava ali.
   agradeceu a colaboração de Mary e quando ele e toda sua equipe voltaram para o restaurante com Mary tiveram uma surpresa. Um dos soldados de encontrou a mala escondida.
  - A senhora poderia me dizer o que é isto? – disse , franzindo a sobrancelha.
  - Isto não é meu. – disse Mary tentando dar um jeito na situação.
   puxou uma cadeira e pediu para Mary se sentar. O general tinha uma forma de pressionar o oponente: Ele se aproximava da pessoa para um contato olhos no olhos, sem piscar uma vez, apenas dizendo o necessário.
  - Minha cara senhora, se a senhora não sabe onde está, o que uma mala cheia de coisas dela está fazendo aqui? – disse , aumentando o tom da voz.
  - Eu já te disse que não, ela fugiu.
  - Soldados, vamos para nossa base em frente à igreja, logo voltaremos as buscas.
   e seus soldados foram para a base em frente a igreja e quando chegavam foi a hora que acordava.
   conseguiu sair de lá e foi para a biblioteca onde encontrou Thereza, irmã de Mary. Ela comeu e agradeceu à bibliotecária.
  - Mary pediu para eu dar um recado para você. – disse Thereza, antes de ir.
  - O que ela disse? – disse se sentando na cadeira para ouvir o que Thereza tinha a dizer.
  - Os soldados foram até o restaurante e na casa de Mary. Eles estão muito desconfiados.
  - Que droga! Espero que eles vão embora logo.
  - Você tem que ter calma, mas nós estaremos aqui para te ajudar.
  - Obrigada Thereza... Vocês estão sendo uns anjos para mim. Eu tenho que ir, não posso ficar dando bobeira.
   se despediu e quando fechou a porta e saiu na rua, sentiu seu coração disparar. O exército estava todo ali, com armas apontadas e carros preparados.
  Lascou-se tudo! Acharam-me! Tem muitos soldados aqui, todos estão muito bem armados... E que armas! Não precisava daquele tamanho de armas, eu tenho poder, mas não sou um alienígena tentando dominar a terra.
  - , viemos te buscar. – disse, se aproximando.
  - Não se aproxime!
  - , não queremos tornar isto tão difícil. Você colabora e eu colaboro.
  - Eu não quero ir com vocês, é o meu direito de decidir isto.
  - Desculpe-me, mas você não está em condições de escolher algo. É vir comigo ou vir comigo.
  - Nenhumas dessas duas opções me agradam, soldado.
  - É general, e como eu já disse, você não está em condições de escolher algo.
  - Desculpe-me generalzinho, mas eu tenho mais o que fazer.
  - Não ouse se mexer ou eu atiro.
  - É sério que você está me ameaçando? – disse , já furiosa.
  - Você acha que eu estou aqui para brincadeiras, ?
   começou a voar e ordenou que seus soldados atirassem contra ela. Eles atiravam com redes para tentar prende-la e com dardos tranqüilizantes. Porém, estava atenta e fez com as redes e os dardos caíssem congelados em questão de segundos. Assim que conseguiu uma brecha dos tiros, fugiu.
  Agora eles já sabem que ainda está na cidade. A pobre garota não poderá mais procurar ajuda no restaurante, na biblioteca e na casa de Mary. A igreja também não é mais um local seguro, já que se eles a seguiram até a biblioteca, é porque algum soldado a reconheceu em seu local de repouso.
   ficou voando pelos sítios que rodeavam a cidade, pegava algumas frutas do pé, tomava banho em um posto de gasolina e dormia em grandes árvores afastadas da cidade. E assim uma semana se passou. Já esgotada com aquela vida, ela vai até um telefone público e liga para Mary.
  - Mary, sou eu, .
  - Oi minha querida, está tudo bem com você? Você sumiu!
  - Mary, eu te liguei para avisar que vou comer algo daqui a pouco e vou embora de Hoboken, vou embora deste país. Eu gostaria de agradecer por tudo o que vocês fizeram por mim. Eu estou esgotada, com sono, com dor no corpo, pois dormi este tempo todo em cima de árvores. Mas obrigado por tudo minha amiga.
  - Tudo bem minha criança, vá com Deus, vou rezar por você aqui.
  - Obrigado Mary. Ah, dá um abraço no Dan por mim.
  - Pode deixar que eu dou sim.
   desligou o telefone, pegou o pouco dinheiro que lhe restava e foi até a padaria. Ela se sentou e esperou que seu pedido fosse entregue. Um belo jovem se sentou ao seu lado e puxou papo com ela.
  - A seleção dos Estados Unidos vem melhorando a cada dia. – disse o jovem olhando para a TV.
  - É verdade, é uma ótima equipe. – disse , o encarando.
  - Poderia saber o nome desta bela garota?
  - Na verdade, não. – respondeu de mau humor.
  - Meu nome é Henry. – insistiu o belo moço.
  - Está bem... Meu nome é .
  O pedido de chegou e Henry derrubou algo no chão e fez o favor de pegar. Enquanto a menina se abaixava, Henry colocou um líquido na bebida da mesma.
  - Obrigado. – agradeceu Henry.
  - Não foi nada.
  - Será que hoje vai chover? – disse ele tentando distraí-la.
  - Não sei, espero que não.
  - Você não gosta de chuva?
  - Gosto, mas hoje não é um bom dia para chover.
  - Por quê? Vai sair com os amigos?
  - Não, vou fazer uma viagem.
   logo começou a sentir os efeitos do sonífero. Ela já estava cansada e com aquela bebida, o sono a dominava mais.
  - Cara, não diz que você fez isso comigo... – disse levando a mão na testa.
  - Fiz o que? – disse Henry tentando disfarçar.
  - Você é um dos soldadinhos do mal humorado lá, não é?
  - Estamos fazendo isso para o seu bem, apenas me acompanhe. – disse ele amparando .
  - Não toque em mim, eu vou embora.
  - Não tente fugir! Você vai se machucar, em minutos você estará dormindo.
  Já sabendo da situação que a garota se encontrava, Henry a deixou ir para fora da padaria, onde o exército a esperava. Uma multidão observava curiosa.
  - Você de novo general? Desculpe, mas hoje não é o seu dia de sorte.
  - Pode me chamar de , .
  - Eu chamo você do jeito que você quiser.
  Merda! Minha vista está embaçando e estou cercada por todos os lados.
  - Não tente fugir ou vai se machucar. Estou querendo ser seu amigo, . – disse , tentando acalmar a garota.
  - Vai ser amigo do capeta, seu idiota.
  - Tão educada... – respondeu .
   tentou voar dali, mas caiu um metro adiante.
  - Você vai se machucar, fique quieta. – alertou novamente.
  Ignorando o general, tentou voar novamente e desta vez conseguiu subir uns metros a mais. Imediatamente, ordenou que um de seus soldados atirasse o dardo tranqüilizante nela.
  - Para, isso dói. – gritou caindo no chão.
  - Você é dura na queda, ! Já era para você estar dormindo, mas ainda está de pé.
   insistia em sair dali, juntou forçar e tentou voar novamente, e desta vez foi atingida por dois dardos. Ela não conseguiu mais se mover, sua respiração era ofegante e ela lutava para não dormir. Foi então que se ajoelhou ao seu lado e colocou algemas nos pés e nãos mãos de .
  - Avisa para aquele seu soldado vagabundo, que assim que eu acordar, vou caçá-lo e dar uma boa surra nele. – disse , sem forças.
  - Mas você é difícil, hein? Fica quieta e apenas nos obedeça. Quanto mais você tentar lutar, mais vamos atirar.
  - Eu nunca matei ninguém, , mas posso pensar no caso.Garanto que você e seus soldados terão um lugar especial no topo.
  - Fico muito grato com as palavras, . Vejo que seremos bons amigos. – disse , colocando em uma maca.
   já estava quase dormindo quando um helicóptero pousou ali perto e ela foi levada para dentro. e alguns soldados foram com ela, enquanto os outros aguardavam a chegada de outro helicóptero.
  - Senhor, pegamos ela, estamos a caminho de New York neste exato momento. – disse no telefone para James.

Capítulo 4

  Assim que o helicóptero pousou em New York, no exército, os soldados puxaram a maca e levaram para um quarto. O marechal James subiu até o quarto com os soldados e fez questão de apreciar com os próprios olhos deitada e imobilizada. Após alguns minutos, ele chamou para ter uma conversa do lado de fora do quarto.
  - , sabemos que ele é muito problemática e o único a altura para concluir o serviço é você. Espero que você a treine muito bem para servir nosso país.
  - Meu senhor, concluirei meu trabalho com muita honra.
  - Assim espero, gerenal. Voltarei daqui uma semana para conversar com a garota.
  James logo foi embora e os soldados estavam organizando tudo para quando acordasse.
  Aonde é que eu estou? É um quarto enorme. Minha visão ainda estava embaralhada e minha cabeça está doendo muito! Será que fui atropelada por um trator enquanto dormia? E para completar a desgraça de vez, vejo de pé ao lado cama. Tentei me levantar, mas percebi que minhas mãos, pés e se duvidar até meus cabelos estavam presos naquela cama.
  - Acho que você perdeu.
  - Eu vou é perder o juízo e vou fincar uma faca na sua cabeça!
  - Já era previsto que acordasse de mau humor.
  - Cara, eu já estou aqui no exército, então você poderia me soltar?
  - Antes terei que passar algumas regras para você. – disse se sentando em uma cadeira que estava ao lado da cama.
  - Já até sei... A louça é minha a semana toda, limpe os banheiros todos os dias, blá blá blá.
  - Primeira coisa que eu tenho para falar, você não pode sair aqui da nossa base militar.
  - Por que não? – deu um sorriso irônico.
  - Se você tentar sair daqui, vai cair desmaiada dentro de um minuto, ou seja, pegamos você de volta, pois implantamos um chip em você que vai liberar cinco soníferos fortíssimos no seu sangue e você logo apagará.
  - Que bosta é essa? Pode tratar de tirar esse negócio de mim!
  - Segunda coisa, meu nome é e eu sou o general aqui. Ao todo, tenho quarenta e quatro soldados aqui e você será o soldado quarenta e cinco. Minha base militar e minha equipe são diferentes das demais. Somos conhecidos como batalhão misto, pois meus soldados e eu somos os únicos que podemos atuar no exército, marinha e aeronáutica. Somos poucos soldados, porém, os melhores do país. Tanto é que fui encarregado de pegar você. Aqui nós te treinaremos para servir nosso país e no prazo de uma semana o Marechal James e sua equipe estará aqui para uma reunião comigo e com você.
  - Que bom, não posso esperar para dar um soco na cara desse tal de James. O que foi? Perdeu o cu na minha cara?
  - Por que você é assim tão chata? Você fez algum curso para ser tão chata assim?
  - A tua sorte é que meus braços estão presos.
  - Não seja por isso, .
   soltou os braços e os pés de e agora assim que ficou te pé acertou uma tapa muito forte na cara de .
  - Está feliz agora? – perguntou ele com um sorriso extremo na cara.
  - Para ser sincera, me sinto um pouco melhor.
  - Vamos descer para almoçar.
  - Não estou com fome.
  - E isto não foi um pedido, foi uma ordem. – disse , apontando para a porta.
  Ele saiu e o acompanhou até o refeitório. Ele mostrou onde pegava a comida e logo após foi se sentar em uma mesa sozinha. Alguns soldados até arriscaram um bom dia, mas a garota os deixou no vácuo. Quando termina a refeição, se levanta da mesa, vai deixar sua bandeja na cozinha e quando vira de costas vê Henry atrás dela.
  - Meu dia não poderia ficar melhor!
   percebeu que a garota não estava afim de ser amigável e foi logo se levantando da mesa.
  - Oi , está gostando daqui?
  - Não sei, será que você vai gostar de lá?
  Henry não entendeu ao certo o que aquela frase queria dizer, mas logo entendeu quando a garota fez seu corpo ficar prensado ao teto.
  - Me solta, sua louca. – gritava Henry, desesperado do alto.
   se divertia com aquela cena, mas logo estava gritando ao seu lado.
  - Solte ele, . – disse sério e com postura desafiadora.
  - Soltar? Claro que eu solto! Vai ser uma queda e tanto não é, meu amigo Henry?
  - O coloque no chão, .
   o soltou e antes que Henry pudesse se esborrachar no chão, ela o segurou com seus poderes e o colocou com segurança em terra firme.
  - , suba para o seu quarto.
  Ela ainda o desafiou em ficar ali parada, mas quando ele a encarou dizendo ‘’agora‘’, ela logo foi tomando seu caminho. Ela chegou ao seu quarto, trancou a porta e se jogou na cama. Logo, chegou bravo, irritando a garota novamente.
  - Essa porta não tranca não? – disse , enfiando a cara no travesseiro.
  - A sua porta não.
  - Que ótimo... Privacidade zero! Posso ficar sozinha? Tipo, por uma semana?
  - Por que você fez aquilo com Henry?
  - Eu ainda estou irritada com você, com ele e se duvidar até com o papa.
  - Vou perguntar mais uma vez! Por que você é assim, ?
  - E por que você é tão chato?
  - Sabe o que me diferencia dos demais? Eu trato meus soldados como uma família. Em um campo de batalha o medo supera a lealdade, mas não o amor, a família.
  - Que bonitinho... Ele dá beijinho de boa noite nos soldadinho antes de dormir.
   já estava sem paciência e resolveu sair dali antes que perdesse a cabeça.
  - Em meia hora estou de volta. E seu uniforme está na gaveta, fique pronta logo.
  - Adeus, . – zombou .
  Ela tirou um cochilo e quando quase chegava ao sono profundo, ela escuta alguém entrando no quarto.
  - Eu tinha certeza que você não faria o que eu mandei, por isso vim dez minutos mais cedo. – disse , com um enorme sorriso irônico.
  - Eu estou dormindo, não está vendo?
  - Levanta, você precisa treinar.
  - Treinar? Eu não preciso de treino! Se eu usar meu poder, posso matar qualquer um sentada, numa cadeira de praia, tomando uma água de coco.
  - Esse é o seu problema. E se um dia você não tiver seus poderes?
  - Aí eu não estarei mais no exército.
  - Você tem medo de lutar sem seus poderes, não é isso? Ou melhor, você não consegue fazer nada sem seus poderes.
  - Eu não tenho medo.
  - Então prove!
  - Eu não preciso provar para ninguém.
  - Viu só? Você tem medo. Na primeira atividade que faremos já não conseguirá acompanhar meus soldados.
  - Vamos logo então, bosta! – disse se levantando da cama irritada.
   continuou parado de frente para , sem esboçar nenhuma reação.
  - O que foi, não temos que ir?
  - E você vai assim, com essa roupa? Seu uniforme está na gaveta.
   abriu a gaveta com pouco caso e se impressionou com a variedade do uniforme: Todos iguais.
  - Nossa, que criatividade para um uniforme... Camisa branca e calça militar.
  - Eu acho que isso daqui não é um desfile de moda.
  A vontade de naquela hora. era de pegar os lençóis da cama, enrolar no pescoço de e fazer ele implorar por sua vida. Mas ela se conteve só de imaginar a cena.
  - Você pode me dar licença ou terei que trocar de roupa na sua frente?
   a encarou firmemente e saiu dando risadas.
  - Estou te esperando aqui fora. E seu sapato está no guarda roupa.
  Enquanto trocava de roupa, ouvia as reclamações dela do lado de fora, tais como “que roupa estranha”, “estou parecendo Hitler” e “Esses sapatos parecem coturno de soldado aposentado que ainda quer ir para guerra lutar no meio do barro”. Assim que terminou, abriu a porta e foi com ela até os outros soldados que os esperavam do lado de fora.
  - Soldados, acho que cada um de vocês me deve cinco dólares, pois ela está aqui e ainda é 13h05. – disse ganhando a aposta.
  - O que? Vocês fizeram uma aposta? – esperneou , inconformada.
  - Acalme-se soldado, vá para o seu lugar.
  - Não me chame de soldado, meu nome é ! Onde será que eu compro uma ogiva nuclear?
  Após aquela cena engraçada do indignação de , começou a dar as primeiras instruções.
  - Hoje pegaremos a AK105. 200 metros de distância do alvo.
   se sentiu totalmente perdida naquela situação.
  - E você , usará esta aqui. – disse entregando uma arma bem menor e mais simples para ela.
  Logo, percebeu que aquilo se tratava de um treinamento de tiros.
  - Por que eles usam aquela arma grandona e eu uso esse pequena aqui? – reclamou a garota.
  - Mostre–me que pelo menos a pequena você sabe usar.
  - Eu nunca atirei na minha vida.
  - Então, boa sorte. Eu não disse que sem os seus poderes você não acompanharia meus soldados? E você pode ficar a 30 metros do alvo, estou bonzinho hoje.
   entregou o protetor de ouvido para e disse para todos iniciarem. Os outros soldados acertavam o alvo com maior facilidade, enquanto se concentrava e no máximo que conseguiu atingir foi o lado de fora do alvo. Já no final do treinamento, se posicionou ao lado da rebelde e cruzou os braços.
  - Que ótima mira você tem! Em um campo de batalha você sobreviveria surpreendentemente 3 segundos.
  Aquilo irritou mais ainda , que começou a atirar sem parar até suas balas acabarem. Pelo menos ela acertou um tiro um pouco melhor que os últimos. tirou a arma da mão de , se afastou uns dez metros e deu três tiros, todos acertaram o alvo.
  - Controle sua respiração e se concentre. Você está tão nervosa em acertar o alvo que não acerta.
  Em seguida, o treinamento foi na academia. até que se comportou um pouco mais já que aquele exercício requeria força.
  - Vamos agora lá para fora, formem duplas e peguem cordas. – comandou .
   primeiro pediu para os soldados correrem 500 metros. Ele acompanha os soldados em cada exercício.
  - Está cansada, ?
  - Eu? Cansada? Ainda agüento correr mais!
  - Soldados, ainda não está cansada... Vamos correr mais 200 metros.
  - Você está louco? – parou de correr.
  - Não, estou treinando vocês! Eu ainda agüento correr muito, vamos?
  - Você é muito chato e infantil.
  - Eu sou infantil? – disse , inconformado.
  - Sim! Infantil, chato, arrogante e metido.
   colocou as mãos na cintura e a encarou ironicamente.
  - , era só você aceitar que não agüentava mais correr e nós pararíamos. Estamos tentando ser legais, mas você não ajuda.
  - Como você me disse antes, estou aqui para treinar e não para fazer amigos.
   saiu batendo o pé para beber água e pediu que a corrida terminasse ali.
  - Ela é muito chata! – disse aos seus soldados.
  - Pelo menos ela não te pendurou no teto senhor. – disse Henry.
  - Mas do jeito que ela está aqui, logo logo vai aprontar mais. – disse Joe, outro soldado.
   voltou para a formação aguardando as próximas ordens de , calada.
  - Formem as duplas e peguem as cordas.
  O próximo exercício era um cabo de guerra com apenas um soldado de cada lado da corda. Todos se arrumaram, cada um de um lado da risca branca que cortava o meio. deu inicio aos exercícios.
  - Não vai fazer, ? – chamou , ao perceber a garota no canto.
  - Vou sim, eu e o Gasparzinho. – disse ela acenando para o vácuo.
  - Além de chata é louca. Vamos, eu faço com você. – disse pegando a corda de mão dela.
  - Não, não preciso disso.
  - Está com medo de perder de novo? Tudo bem.
  - Eu não estou com medo!
  - Deu para ver – disse , zombando dela.
  - Dá logo essa porcaria de corda aqui.
   ficou de um lado e ficou de outro. Os outros soldados até pararam o exercício para ver aquela disputa.
  - Está pronta?
  - Vai logo.
  Os dois começaram a puxar a corda e a disputa permaneceu acirrada. Porém, após um tempo, se cansou e perdeu totalmente a força em seus braços, e a força com que a puxava do outro lado fez com que ela caísse de boca no chão.
  - Desculpe-me, eu não queria te machucar. – disse ajudando a se levantar.
  - Não toca em mim! – berrou limpando o sangue no canto de sua boca.
  - Vem comigo, vamos lavar isto daí.
  - Sai de perto de mim!
   deu as costas e saiu furiosa para o seu quarto. Como já estava escurecendo, encerrou os exercícios para aquele dia e dispensou os soldados. foi para o banheiro, ligou o chuveiro e deixou aquela água escorrer por seu corpo. Seu machucado ainda doía, mas não era nada grave, foi apenas um corte. não foi atrás dela, pois saberia que no mínimo levaria outro tapa na cara.
  Ela saiu do banho e observava o machucado no espelho. Aquela cena lhe fez lembrar-se de um ocorrido na infância. Era manhã quando os alunos do 1º ano saiam para o intervalo. A última a descer era , que sempre vinha quieta e nos cantos. Ela comia a merenda, isso quando não tacavam terra na comida dela ou cuspiam no prato. Após a refeição, ela sempre se sentava no banco perto aonde era formada a fila e aguardava o término do intervalo. Certa vez, as crianças de sua sala fizeram-na tropeçar e ela bateu a boca no chão. Pegaram o seu sapato e arremessaram em cima do telhado. A professora logo chegou e as crianças falaram que tinha tropeçado e caiu no chão. A garota não disse uma palavra, apenas chorou e encarou as outras crianças que davam risada.
  - O que aconteceu lá embaixo, ? – perguntou a professora cuidando do machucado da garota.
  - Nada professora.
  - Cadê os seus sapatos?
  - Eu perdi.
  E assim, ia encarando os fatos.
  Uma batida na porta à fez cair de suas lembranças.
  - , sou eu, o Joe. Tudo bem com você?
  - Seu general ficou com medo de vir aqui e apanhar, por isso mandou você? – disse ela abrindo a porta.
  - Na verdade eu é que decidi vir aqui. Ele não fez aquilo de propósito.
  - Eu sei que não, mas fez! O problema é que eu odeio todos aqui, eu odeio ficar aqui.
  - Vamos lá jantar?
  Joe parecia ser legal e já que ficaria ali por mais alguns dias, era preciso ter um aliado
  - Vamos então.
  - E você vai descer assim, sem fazer birra alguma?
  - Eu não faço birra.
  - Tudo bem. – disse Joe tentando evitar uma explosão.
  Os dois chegaram rindo no refeitório, o que surpreendeu a todos. apenas observou de lado e resolveu não se meter. Desta vez se sentou com Joe e começou a conversar com os outros soldados amigos dele. Achou até dois que estavam ali bonitinhos e simpáticos, que eram Jack e Max. Quando todos já quase terminavam, se aproximou da mesa deles e chamou por .
  - , eu gostaria de ped...
  - Ela me odeia mais que todo mundo aqui. – disse .
  - Calma senhor, com calma nós conseguiremos a amizade dela. – disse Joe.
  - Falando nisso, o que você fez para ela ficar calma daquele jeito? – perguntou , surpreso.
  - Não fiz nada senhor, apenas fui chamá-la para jantar e ela veio normalmente.
  - Vocês se comportem porque eu já vou dormir. Minha cabeça está estourando! – disse se despedindo dos seus soldados e dando boa noite.
  Quando seguia caminho para seu quarto, viu saindo do seu.
  - Vai ficar me perseguindo agora? – disse irritada.
  - Simpatia, meu quarto é ao lado do seu.
  - Nossa, o que eu fiz para Deus para merecer isto... Cadê o Joe?
  - Está lá embaixo, por quê?
  - Por acaso aqui tem remédio para dor de cabeça?
  - Tem lá embaixo na enfermaria, mas eu tenho aqui, quer?
  - Partiu enfermaria.
  - Boa noite para você também.
   desceu as escadas e foi correndo atrás de Joe para que ele pudesse lhe mostrar qual remédio tomar. Ele a acompanhou até a enfermaria e agradeceu. Os exercícios deixaram exausta, então logo ela foi dormir.

Capítulo 5

  Quando entrou no quarto de na manhã seguinte, viu que a cama já estava arrumada e o local estava vazio. Ele seguiu para o refeitório e viu que estava sentada com os outros soldados e dando muita risada.
  Algum milagre aconteceu, só pode! O que deu naquela garota para mudar assim do nada? Ela é bipolar?
   foi se aproximando dela para dar um recado, mas parou atrás dela para ouvir o que ela tanto falava para fazer os soldados rirem e pediu para que quem estava ali na mesa ficasse quieto para ela não perceber que ele estava ali.
  - Temos que aproveitar para conversar enquanto aquele demônio encubado em uniforme militar não chega. – disse .
  - Por que você o odeia tanto, ? – perguntou Jack, tentando dar continuidade na bagunça.
  - Talvez por que ele seja chato, irritante, pensa que sabe de tudo. Vocês já viram o jeito que ele anda? Ele anda tão concentrado que se uma borboleta passar do lado dele, ele morre de susto. Não, eu tenho que imitar ele andando.
   se levanta da mesa e logo se esbarra em , que estava com a cara mais fechada do que cofre de banco. Ela ficou sem graça e assustada.
  - De onde você tira tanta besteira? Demônio encubado em uniforme militar?
   caiu na gargalhada e fez a tensão da garota sumir.
  - Desculpa , é que eu estava... – disse , tentando concertar.
  - Não precisa pedir desculpas, está tudo bem.
  Aqueles olhos azuis muito próximos a ela a fizeram ficar sem jeito, tanto é que ela se sentou para aumentar aquela distância.
  - , nós queremos que você seja assim todos os dias.
  - Então eu posso falar mal de você todos os dias?
  - Se for para você ter um bom humor, até que pode. – disse , bagunçando o cabelo de .
  - Tira a mão do meu cabelo. Quer que eu bote fogo no seu?
  - Já imaginaram o General sem cabelo? – Zombou Max.
  - Já imaginou eu pedir para você correr 20 km, soldado? – tacou .
  - Só a pode falar mal do senhor? – reclamou Max, ainda brincando.
  - Na verdade, ninguém vai falar mal de mim. Eu é que vou me sentar aqui neste exato momento e vou falar mal de todo mundo. Vou começar com você Max. Você com esse topete parece uma maritaca, deixa meia jogada embaixo da cama, o Joe até que é organizado, mas lembra aquela vez que ele quase chorou por causa de uma barata no quarto dele? E o Jack então, ele ronca tão alto que eu tenho medo que a parede do quarto dele rache. O Henry então, acha que é cantor e faz uma tour no chuveiro. O Bob fica se achando o baterista, e não toca nada.
  - Ele toca muito bem sim. Eu já vi um vídeo dele tocando bateria. – interrompeu .
  - E você mocinha, é... – tentou continuar .
  - Você vai falar mal de mim? – reclamou a garota.
  - Continuando, é chata, adora fazer birra, tem medo de desafios, é péssima com tiro, deve ter medo de barata também, tem horas que eu queria pegar um tanque de guerra e passar por cima da sua cabeça, pegar um míssil e enfiar na sua boca até você parar de reclamar.
   estava chocada com aquelas palavras.
  - Acabou as reclamações? – disse mostrando pouco caso ao olhar as unhas.
  - Vou parar por aqui, por que se não perderíamos o dia inteiro. Vamos começar nossos afazeres , hoje é dia de fôlego.
  - Piscina, senhor? – perguntou Joe.
  - Isso mesmo. Vão se trocar e eu espero vocês lá em meia hora.
  Cada um foi se trocar e vasculhou em sua gaveta até achar o maiô do uniforme. Ela observou que havia um roupão e colocou por cima. Ser a única menina no meio do exército totalmente masculino não era fácil assim. já havia começado o treinamento e percebeu que estava demorando demais, então decidiu procurar a menina.
  - Por que você está demorando tanto assim? – disse , assustando .
  - Será que eu posso ficar aqui hoje?
  - Esqueci de colocar na sua ficha de defeitos que você é insegura. Vamos lá, você vai gostar, não precisa ter vergonha. – disse ele levantando da cama.
  E com aqueles olhos azuis fixados nos dela, é óbvio que a resposta foi a aceitação. Chegando à parte da piscina, ainda se sentia insegura de tirar o roupão na frente daqueles homens com um porte físico invejável e apenas de sungas. Com muito custo, tirou o roupão.
  - Um mergulho e entrem em posição. Vou me trocar e já volto. – comandou .
  Sem saber o que fazer, fez as mesmas coisas que os outros soldados e logo entendeu. Cada um deveria nadar os 100 metros de ida na piscina e voltar por fora entrando em seguida em formação, em cinco fileiras com nove soldados.
  - Deixa a vir aqui para frente – chamou Joe.
  Eles foram empurrando ela até ela ser a primeira da fila, ao lado de Joe.
  - Está pronta para competir comigo? – desafiou Joe.
  - Isso é uma competição? Já ganhei então. – esnobou .
  - Ela é pouco exibida, não é, Max?
  - É sim Joe, acho até que deveríamos dar uma lição nela. – brincou Max, abraçando fortemente .
  - Me solta seu projeto de ornitorrinco. – disse , se soltando do abraço de Max.
  Assim que voltou sua atenção para a piscina, vê ao fundo de sunga. E bom... Joe, Max e Henry que falavam com ela ficaram no vácuo. Eles logo perceberam que observava cada passo de . Ela percorria com os olhos cada parte daquele corpo.
  - Soldado Megan, concentre-se. – berrou Max no ouvido da garota.
  - Seu idiota, vai assustar a sua mãe, canalha.
  Ela se contentou em acertar três tapas nele.
  - E após essa linda demonstração de amor da , podemos começar nossas atividades. – brincou , se posicionando ao lado de .
  E ele ao lado dela, sem blusa, sem calça, apenas de sunga apenas a deixava mais sem jeito e desconcentrada. Ela só foi acordar do transe quando alguém segurou seu braço.
  - Hey , você sabe nadar? – perguntou . – parece até que você entrou em transe! Acorda garota!
  - Desculpa, eu estava pensando em... O que você perguntou mesmo?
  - Você sabe nadar? – disse rindo.
  - Sei, eu sei sim, eu sei nadar.
  - Que bom. Vê se não dorme no fundo da piscina. - brincou , o único inocente no meio daqueles soldados que estavam se divertindo com a cena.
  - O que tem que fazer? – perguntou .
  - Para você conhecer a piscina, ela tem 100 metros de cumprimento e 6 metros de profundidade. Eu joguei no fundo da piscina vários tubinhos de 10 cm. Cada um de vocês deve pegar um e voltar por fora. Prontos? Primeira equipe pode ir.
  Enquanto os cinco primeiro faziam o exercício, foi para trás e ficou observando o desenvolvimento de cada soldado. já estava saindo da piscina...
  - General, o senhor está acompanhando o desenvolvimento da soldado. Está analisando muito bem. Cuidado para não secar ela. – disse Bob fazendo todos os soldados na fila rirem da situação.
  - Se ele for secar a piscina do jeito que seca a , a piscina estaria vazia – disse Henry.
  - Cinquenta! – disse dando um sorriso lado ainda olhando para a garota.
  - Cinquenta o que senhor?
  - Já que vocês acordaram engraçadinhos hoje, eu tenho que me divertir também. Cinquenta abdominais, já! Agora!
  - Nós precisamos fazer também senhor? – perguntou Joe que chegou junto com os outros.
  - Não precisa, apenas aguardem ao lado.
  Assim que eles terminaram, retomou os exercícios. A próxima atividade era nado, a qual eles faziam questão de apostar quem era o mais rápido. A disputa funcionava da seguinte forma: Cinco filas eram formadas e apenas quem chegasse em primeiro, iria se classificando para a grande final. Na vez de , ela foi a primeira a chegar e logo ficou aguardando com os outros classificados. Enfim, na final deu , Bob, Max, Michael e . Henry ficou de fiscal e logo se iniciou a disputa. Nos metros finais a batalha estava acirrada para e , mas ela acabou chegando primeiro.
  - Achei uma qualidade em você, que milagre. – zombou .
  - E olha que eu não nado muito.
  - Eu vou buscar o cronômetro e já venho. – disse saindo com aquele corpo molhado iluminado pela luz do sol.
  É óbvio que nem prestou atenção no que ele disse, apenas apreciou a paisagem. Ele ia se distanciando, mas ela continua olhando ele.
  - , gostou do corpinho do general? – disse Joe puxando ela para fora da piscina.
  - Não, nem vi direito. Estava mais concentrada em ganhar.
  - Deu para perceber.
  Quando ela percebeu que eles notaram o jeito que ela ficava ao ver daquele jeito, logo tratou de puni-los.
  - Pelo visto vocês querem brincar, então vamos brincar.
  E os 44 soldados que estavam ali, foram levitados á dez metros do chão em cima da piscina.
  - , o que você está fazendo? – chegou , desesperado.
  - General, hoje os seus homens estão muito engraçadinhos.
  - Pior que terei que concordar.
   veio se aproximando cada vez mais dela.
  - Senhor, não chegue muito perto dela, acho melhor o senhor ir colocar uma roup...
  E antes que Max pudesse terminar a frase, ela os soltou daquela altura e todos caíram na água.
  - Eu posso saber o que está acontecendo aqui?
  Caramba, o tem essa mania chata de se aproximar demais das pessoas. Eu não gosto disso, perco a concentração, que saco!
  - Não está acontecendo nada. Eles é que são uns idiotas.
  - O que eles estão falando para você? – disse com receio de que eles tivessem contado algo.
  - Não é nada, que saco! Vai me irritar também?
  - Ok bom humor.

Capítulo 6

  Ele continuou seu serviço na piscina. Os soldados deveriam ter sempre um bom fôlego.
  - Treinamento de fôlego, aguardem no fundo da piscina. – disse segurando o cronometro.
  Ele ordenou que começassem e todos os soltados tentavam ficar o máximo possível no fundo da piscina. O último soldado a subir foi Joe com quase dois minutos, mas ainda não deu sinal. notou seu bom desempenho na piscina e ainda aguardava. Porém, o cronômetro marcava cinco minutos e nada da garota subir. Sem esperar mais um segundo, mergulhou e foi até . A garota estava de olhos fechados e se assustou com que chegou a agarrando para puxar até a superfície. Devido ao susto, engoliu água e chegou na borda da piscina engasgada.
  - Você enlouqueceu? – disse ainda cuspindo água.
  - Você está bem, ? – perguntou .
  - Faz respiração boca a boca general. – disse Max ao redor da cena.
  - Prefiro morrer afogada! – disse ela tacando água no soldado.
  - É bom saber disso – disse saindo da piscina.
  Eles continuaram treinando na piscina, usaram materiais pesados e treinaram saltos de muito alto. dispensou todos para o banho e para aproveitarem o resto da noite.
  - Senta aqui, . – chamou Joe.
   chegou, mas resolveu jantar sozinho, no silêncio.
  - , meu amigo aqui está querendo saber se você tem namorado. – falou Max.
  - Na verdade , é Max que quer saber se você tem namorado. – entregou Henry.
  - Eu não tenho, nunca tive...
  - E nunca vai ter, do jeito que é chata. – interrompeu passando por eles.
  - Pelo visto você também não! Se eu sou chata você é três vezes mais! Se acha o pegador só porque tem os olhos azuis e um corpo bonito, mas na verdade é um arrogante, metido e péssimo general.
  - Então você achou meu corpo bonito – disse se virando para ela.
  - Não!
  - Você acabou de dizer isto, . – provocou Max.
  - Quer saber? Eu vou dormir, é único jeito que eu tenho de ficar em paz aqui, seus idiotas!
  Ela saiu batendo os pés e todos apenas riram da birra dela.
  Quando o relógio marcava dez horas da noite, ouviu um barulho do lado de fora e saiu para ver. Após perseguir o som, encontrou atirando, tentando acertar o alvo, mas ela ainda não conseguia bons resultados.
  - Você não ia dormir? – disse .
  - Estou sem sono. – disse ela dando um tiro para cada palavra.
  - Você está totalmente errada para um tiro. Atirar precisa de concentração e respiração.
  - Eu não pedi sua opinião.
  - Vai começar a ficar rebelde de novo?
  - Eu? Você é que começa! – disse ela atirando novamente.
   perdeu a paciência e agarrou por trás segurando os braços dela firme e os colocando na posição certa para um tiro. sentiu seu corpo todo travar, não disse nada e não reagiu. A voz de saía no seu ouvido causando vibrações no corpo todo.
  - Eu disse que você precisa ter concentração e respirar. – disse ofegante.
  - Me solta , ou eu vou treinar meu tiro em você.
  - Respira comigo. – disse ele ainda a segurando.
  - Que mané é esse de respira comigo, tu está louco?
  - Tenta igualar a sua respiração com a minha, se acalme e olhe bem para o alvo. Mantenha os braços firmes e só quando estiver pronta, atire.
  Os corpos estavam colados e quando respirava, pressionava o corpo dele contra o de . Quando ela sentiu a respiração dos dois estavam iguais, ela atirou e acertou o alvo em cheio.
  - Custava ter feito o que mandava?
  - Você não mandava, você pedia.
  - Você não baixa a guarda nem por um segundo!
  - Até aonde eu sei, se um soldado baixar a guarda por um segundo em um campo de batalha, ele morre.
  - Estamos em um campo de batalha no momento?
  - Eu estou!
  - Estamos todos tentando serem seus amigos, mas você sempre...
  - Eu estou tentando ser amiga também, mas aí você chega e acaba tudo. Meu problema aqui é você. Você me faz ficar irritada, você me faz ficar querendo matar todo mundo que vejo pela frente.
  Sem dizer mais nada, sai de lá magoado e vai para o quarto. desiste do treino e vai até o quarto de Joe.
  - Você veio aqui para me matar? – disse Joe abrindo a porta do quarto.
  - Ainda não. Fiquei sabendo que você ama ler e eu gostaria que você me emprestasse um livro.
  - Entra aí, tenho vários. Aqueles livros da biblioteca não fazem muito a minha, gosto mais desses daqui.
  - Eu dei uma olhada lá, mas nada me chamou a atenção.
  Joe mostrou a imensa estante repleta de livros e deixou a vontade para escolher.
  - Você gosta do que? Romance?
  - Prefiro livros que tenham muita morte, sofrimento e coisas sobrenaturais.
  - Então eu aconselho este aqui... Sobrenatural. – entregou Joe.
  - É legal?
  - Demais! É bem o seu estilo, conta a história de dois irmãos que seguem o negócio da família. Caçar coisas, matar monstros...
  - Gostei, você me empresta então?
  - Claro, sempre que você quiser ler pode vir aqui e pegar.
  - Obrigado. Eu vou para o meu quarto, até amanhã.
  - Espera aí. – disse Joe dando um beijo na bochecha de . – Boa noite.

Capítulo 7

  - Soldados, após o café da manhã vão para o ginásio e faremos defesa pessoal.
   apenas passou o recado e nem se quer tomou café da manhã. Os soldados logo terminaram e logo foram para o ginásio. O general nem olhava para , apenas deu seu treino calado. Antes de partirem para os golpes, fizeram muitos treinos para melhorar o desempenho físico e já estava esgotada.
  - Eu preciso beber água, volto logo. – disse esperando uma permissão. Porém nada lhe foi dito, nem olhou para a garota e continuou a falar. Os soldados ali presentes perceberam que o clima estava tenso.
  Ela voltou e Joe a chamou para treinar os golpes com ela. Com paciência, observou as instruções de e conseguiu aplicá-las em Joe. Mesmo sabendo todos os golpes para derrubar uma mamute, Joe foi delicado com , para não machucá-la.
  - Mais rápido Joe, complete os movimentos. – disse o general se aproximando.
  - Senhor, ela está iniciando agora, se eu for mais rápido posso machucá-la.
  - Não Joe, pode continuar. – disse .
  - Continue Joe. Ela pode enfrentar coisas piores, vai se machucar muito mais.
  - Eu não vou me machucar.
  Joe foi com mais garra para os golpes e quando acertava , ele parava na hora para conferir se a garota estava bem, mas esta, insistia que ele continuasse. Um treino cansativo se estendeu ao longo do dia e naquela noite após o banho, nem e nem foram jantar. Já no final da noite, observava o céu da sacada do seu quarto e algo lhe chama a atenção no quarto ao lado.
  - Aonde você vai? – disse ele assustando a garota.
  - Nossa, que merda! Você não dorme não?
  - Por que você não foi jantar?
  - Eu é quem te pergunto... Por que você não foi jantar, general?
  - Eu também, por isso não fui.
  - Mas o que deixou você sem fome? – disse ele como se já soubesse a resposta.
  - Estava sem fome, só isso. O mesmo motivo que o seu.
  - Diga-me uma coisa... Está acontecendo alguma coisa entre você e o Joe, o Max?
  - Como assim?
  - Você sabe... Você está ficando com algum deles?
  - Não! Não! Que pergunta idiota! Eu não gosto de ninguém aqui. – disse ela inconformada.
  - Não é o que parece... Você fica fazendo visitinhas noturnas no quarto do Joe.
  - O quê? – voou até a sacada de . – Você está merecendo um chute no saco! Que história é essa? Eu só fui pegar um livro. Espera aí, você fica me vigiando agora?
  - Até parece! Eu só estava passando por perto e vi você entrando.
  - Você vê? É só a gente ficar perto e você já vem com mil pedras na mão me atacando! Que saco!
  - Sim, é isso! Você é que me odeia! Parece até que nós nascemos para nos odiarmos! Você só me dá dor de cabeça, mas parece que o destino fez questão de ficar rindo da nossa situação.
  - Eu te odeio? Eu não te odeio , só que você me irrita muito! Quer saber, eu vou embora.
  - Como assim? Não, você não pode ir. Tem um chip no seu corpo que vai te derrubar no sono assim que você ultrapassar os limites.
  - Eu sobrevivo.
  - , você vai se machucar. Fica aqui. – disse ele tentando te segurar.
  - Me solta, general.
  Ela saiu chorando e voou o mais rápido possível, mas antes que pudesse alcançar maior altura, a segura pelo pé e a puxa de volta para a sacada.
  - Não me deixa.
  Aquele olhar de cãozinho abandonado atingiu em cheio os sentimentos de .
  - Eu não posso . Nós dois não podemos ficar perto que já sai faísca!
  - Eu juro que não falarei mais nada para te irritar. Mas fica, por favor.
  - Promete, mas não cumpre! Mas é óbvio que você não pode me deixar ir embora... Eu sou o projeto de guerra, se eu for embora seu querido amigo James come seu fígado. Você quer é ficar brincando com meus sentimentos para me manter aqui. Você devia é ter vergonha nessa sua cara!
   projetou seu braço direito para acertar um tapa na cara de , mas ele com um reflexo incrível a segurou. Ainda na esperança de acertá-lo, ela usou o braço esquerdo e agora tinha ambos seguros por . Com um tipo de abraço, ele fez os braços da garota ficarem cruzados para trás e aquilo fez com que os dois corpos se encostassem e suas bocas ficassem a centímetros de distância uma da outra. Ele era mais alto e abaixou a cabeça na tentativa de encontrar o olhar de , mas ela mantinha o olhar para baixo e o comportamento de redenção. Ela sabia que se olhasse para cima, se perderia nos olhos azuis e na boca provocativa do general, aquele cheiro dele, a presença dele estava fazendo ficar cada vez mais nervosa.
  - Eu não estou pedindo como general, eu, que estou pedindo, como homem.
  Ele soltou os braços de e esta continuou paralisada com a situação e aguardou alguma reação da garota.
  - Eu vou para me quarto , acho que o dia de hoje foi longo demais...
  Ele relaxou com a resposta, mas estava à espera de algo mais. Ele só teve o silêncio e o desespero de e resolveu apenas acrescentar um assunto para a despedida.
  - Amanhã é o dia de folga dos soldados. Eles podem sair, mas como você não pode, eu acredito que você possa dormir até mais tarde.
  - Tudo bem.
  - Boa noite , durma bem.
  - Boa noite.
  Eu realmente não sei o que deu em mim. A última coisa que eu quero é brincar com os sentimentos da . Eu não sei mais o que faço, ela me tira do controle, me deixa maluco. As vezes suas palavras machucam, mesmo assim não consigo ignorar sua presença e sua provocação. O que ele está fazendo comigo? Será que ela tem o poder de deixar as pessoas malucas?
  E após toda aquela cena, a única forma achada de relaxar por , foi um banho na água mais gelada possível. Saiu do banho, pegou o livro emprestado por Joe e se jogou na cama debaixo do cobertor para ler. Tentativa em vão de se distrair, pois seus olhos estavam no livro, mas sua cabeça estava vagando...
document.write(Ian) me dominou de uma forma assustadora e eu apenas o obedeci. Não vou deixar que ele me comande assim com tanta facilidade. O que mais me dá raiva é que eu não estou conseguindo odiá-lo como o odiava antes. E é óbvio que eu não gosto dele, tipo, como um namorado. Ele acha que é dono da verdade e quer mandar em tudo. Vou parar de pender meu tempo pensando nele e vou ler este incrível livro e depois vou dormir.

Capítulo 8

  Os soldados acordaram bem cedo para aproveitarem o dia de folga para fazer umas comprinhas no shopping, ver amigos e se divertirem. Enquanto isso, dormia no mais profundo sono possível, o sol brilhava lá fora com intensidade e a brisa começou a entrar no seu quarto.
  - Bom dia. – disse com a voz alta.
  - Bom para quem?
  - Bom para todo mundo! Vamos acordar, olha que dia lindo está lá fora. – disse ele ameaçando puxar o cobertor de .
  - Ouse puxar e você vai ficar pendurado no teto até seus soldadinhos de chumbo chegarem.
  - Eu vim aqui para te dar uma notícia... Uma boa e uma ruim, qual você quer primeiro?
  - Qualquer uma, fala logo!
  - A ruim, é que o Marechal James está a caminho, ele chega amanhã. A boa, é que será o aniversário dele e ele fará uma festa e tanto aqui. Receberemos várias pessoas importantes do mundo inteiro.
  - Para mim, as duas notícias são catastróficas!
  - E a costureira está vindo neste exato momento tirar as medidas para fazer um vestido para você.
  - O quê? Eu não pretendo participar da festa , vou ficar aqui no quarto lendo Sobrenatural e pronto.
  - Por favor, James gostaria muito de conhecer você. No dia seguinte após a festa será o dia em que ele e mais a equipe dele terão aquela reunião conosco.
  - , eu não gosto de festas...
  - O que eu tenho que fazer para te convencer?
  - Ajoelhe e implore, depois você raspa seu cabelo e pinga detergente com limão nos olhos... Talvez eu decida ir.
  E enquanto se sentava na cama ainda sonolenta, se ajoelhou no chão, cruzou as mãos e riu muito da cena.
  - Idiota, eu estou brincando, levanta daí.
  - Você me disse o que era preciso fazer para te convencer... É sério , por favor.
  - Eu detesto festa , você é surdo?
  - Então vou te contar uma coisa. Eu também detesto este tipo de festa. Você me faz companhia só por um tempinho.
  - Só se você me prometer que eu poderei subir e ficar no meu quarto depois do meu papel cumprido.
  - Tudo bem.
  A costureira chega, era uma das mais famosas estilistas do país e estava acostumada a vestir famosas para eventos. O general a levou até o quarto de , que estava acabando de escovar os dentes.
  - Olá , é um prazer te conhecer. – disse a mulher.
  - O prazer é todo meu. Qual o seu nome?
  - Me desculpe, é Suzan. Então, podemos começar?
  - Claro. Tchau ... – disse , acenando para que ele saísse do quarto.
  E após um enorme tempo, Suzan termina.
  - Mulheres sempre são tão complicadas! Se fosse um homem o serviço terminaria em cinco minutos. Vamos, eu estava te esperando para almoçar.
  - Homens falam que são melhores que as mulheres. Mulheres provam que são melhores que os homens.
  - Nossa, está filosofando hoje?
   e foram caminhando para o refeitório como se fossem melhores amigos. contava algumas manias de seus soldados e alguns acontecimentos irônicos e fazia dar muita risada. As pessoas que trabalhavam no refeitório até estranharam, pois já haviam se acostumado com a briga diária do dois.
  - Que horas eles voltarão?
  - O horário limite é meia noite. É um dia inteiro de folga, só que eles são responsáveis.
  - Eu vou subir e continuar lendo, pelo visto hoje o dia será tedioso.
  - Sério que você vai me deixar aqui sozinho?
  - Por que você não foi junto com os soldados? Você pode ir, não pode?
  - Sim, eu posso. Mas não queria te deixar aqui sozinha.
  - , não se preocupe comigo. Pode ir com eles. – disse com dó da escolha de .
  - Não, vamos nos divertir muito hoje! Vamos?
  Ele estendeu as mãos e puxou , continuaram caminhando de mãos dadas e somente após muitos metros, eles perceberam o que estava acontecendo. Imediatamente, soltou-se das mãos dele e nenhum dos dois se arriscaram a cruzar um olhar após aquela cena.Logo a garota percebeu onde o general estava a levando.
  - Você está brincando comigo que aqui tem cavalos? – disse surpresa.
  - Temos sim. São belos, não são?
  - São fofos! E lindos também.
  - Você sabe andar?
  - Eu só andei uma vez com o Dan.
  - Eu te ajudo... Pode escolher qualquer um, exceto o meu.
  - Não preciso de ajuda.
   foi passando por cada cavalo e não sabia qual escolher. Após olhar um por um, escolheu o que mais lhe chamou a atenção.
  - Você está brincando comigo... – disse , rindo. – você escolheu o cavalo que mais se parece com você.
  - Ele é talentoso e tem super poderes?
  - Ele é teimoso, ninguém conseguiu amansá-lo.
  - Não faz mal.
  Aquele lindo cavalo negro estranhou a aproximação de . estava com medo dele machucá-la e tentou ajudar, mas ela disse que conseguiria sozinha. Com o pouco que sabia, selou o cavalo e surpreendentemente, este, deixou subir nele. Ela saiu caminhando com o cavalo calmamente, enquanto olhava para a cara do com tamanha ironia que ele chegou a zombar dela.
  - Pronto, pode casar e namorar com este cavalo. Você achou sua alma gêmea.
  - É que você não tem talento para lidar com animais. Eles precisam de carinho, cuidado e...
  - Queria que você um cavalo, seria muito mais fácil de te amansar. – disse .
  Eles cavalgaram por todo o lugar e aproveitou para mostrar a , as partes da base que ela ainda não conhecia. Ela ainda teve a oportunidade de voar livre por toda a base e sentir o vento em seu rosto. Eles voltaram para o estábulo onde guardaram os cavalos.
  - Vamos aproveitar que eles não estão aqui e vou pedir uma pizza de frango e catupiri e milkshake de morango. O que acha?
  - Você estaria pedindo minha pizza favorita e meu milkshake favorito.
  - Sério? Achei alguma coisa de semelhante em nós dois.
  - Milagres acontecem, general.
  - Não me chame de general, nem fale senhor...
  - Por quê?
  - Eu não gosto.
  - Mas porque seus soldados podem e eu não?
  - Por que não. Parece tão agressivo quando você me chama assim.
  - Sério, senhor general?
  - Sério. – se deu conta que estava brincando com a cara dele. – você sempre adora me contrariar. Da próxima vez que eu quiser algo de você, pedirei ao contrário para que meu pedido seja atendido.
  - Você pode falar certo ou ao contrário, mas nunca vou concordar com você. – disse ela o provocando.
  - Antes que isso termine em uma guerra, vamos escolher um filme antes que a comida chegue.
  - Filme? Aqui?
  - Sério, você é um doente.
  Eles foram para o quarto de e ficou impressionada com a grandeza do lugar. Tinha o quarto, banheiro, cozinha e sala. Pelo visto, todo decorado pelo próprio general.
  - Eu separei estes aqui ontem á noite e pensei que você gostaria de assistir. Esse daqui eu acho que é legal, ainda não assisti...
  - Gostei da capa deste. – disse ela o interrompendo.
  - Nunca julgue um livro pela capa. Você não conhece esta frase?
  - Exatamente! Nunca julgue um livro pela capa, e não um DVD.
  - Mas o pior é que você tem razão. Li sobre este filme e recebeu muitos elogios, eu ainda não assisti, parece ser bom.
   foi receber o pedido e assim que voltou, ainda o esperava.
  - Que surpresa, você não fugiu para seu quarto para ler.
  - Cara, você tem pizza e milkshake, porque eu iria fugir?
  - Descobri uma maneira de te conquistar então: Pizza e Milkshake.
  E jogados na sala em meio as almofadas, e comiam e bebiam assistindo ao filme. Eles cruzavam o olhar e rapidamente faziam questão de desviá-lo, pois se nada estivesse rolando entre os dois, o normal seria que prestassem atenção ao filme e não um no outro. O filme acabou e olhou para que acabou dormindo ali. Os soldados chegaram entrando no quarto de e logo começaram com a agitação.
  - O senhor está pegando a estressadinha? – disse Max agitando mais ainda os outros de uma maneira divertida.
  - Quieto, ela está dormindo. – disse pedindo silêncio.
  - O senhor foi rápido no gatilho – brincou Joe.
  - Não tem nada entre a gente.
  - É, deu para perceber.
  - Se ela acordar e ouvir vocês falando isso, ela corta a cabeça de vocês e pendura no varal.
  A noite já havia chegado e o restando dos soldados já voltaram. ficou com dó de acordar que estava dormindo feito anjo ali, então decidiu pegar umas cobertas e cobrir ela. Em seguida foi tomar banho e resolveu dormir, pois no dia seguinte teria a festa e era preciso receber as decorações logo cedo.

Capítulo 9

  Na manhã seguinte, acorda e percebeu que dormiu no lugar errado. Mesmo tentando sair sem fazer barulho, acorda e lhe dá bom dia.
  - Eu dormi sem banho, preciso urgente de um!
  - Suzan trará sua roupa aqui às 18h. A festa começa ás 19h. Dá tempo de você se arrumar?
  - Claro que sim. Eu me troco em dez minutos.
  - Olha, eu fiz uma coisa e talvez você me bata por causa disso...
  - Lá vem... O que você aprontou dessa vez?
  - Hoje será uma festa muito grande, todo mundo vai querer te conhecer, e eu tenho uma irmã chamada Lucy.
  - E o que isso tem a ver...?
  - Eu pedi para que ela viesse às cinco horas para que ela pudesse fazer algum penteado legal que você queira, uma maquiagem. Eu também não sei por que fiz isso. Garotas gostam de se arrumar para festas e a Lucy também queria muito te conhecer.
  - Ela é irmã mais nova ou mais velha?
  - Mais nova. Eu sou o único irmão dela.
  - Então tudo bem, vou esperar por ela. Eles sempre falam que irmão mais velho é chato.
  O dia foi passando, o local foi ficando decorado, os treinos foram suspenso naquele dia e mais de cem página de sobrenatural foram lidas por , antes que Lucy chegasse, foi tomar banho e assim que saiu, chega apresentando a irmã.
  - Oi , você é a , não é? Você é muito linda! – disse Lucy animada ao encontrar com .
  - Você deve ser a Lucy, ok?
  - Sim. Ainda bem que te conheci, o não para mais de falar de você! – e naquele momento as bochechas de ficaram vermelhas. – vamos logo fazer uma maquiagem muito linda. Eu separei umas imagens e você pode escolher qual maquiagem e qual penteado combina mais com você e eu os farei.
  - Tudo bem.
   deixou as garotas no quarto sozinhas e foi ver se os preparativos para a festa estavam em ordem.
  Lucy parecia ser uma pessoa legal. Era mais velha que eu, mas tinha uma energia tão positiva. A cor de olhos e cabelo eram iguais as do irmão. Porém, ela é mais divertida e educada que ele.
  Restava pouco tempo para o início da festa e já estava quase pronta. Suzan veio entregar o vestido e o sapato e agradeceu ao carinho da estilista.
  - Você é tão linda e tão educada. Pode até ser minha cunhada.
  - Não, eu não gosto do .
  - Sério? – disse desanimada. – ele parece gostar tanto de você, ele me ligou quatro vezes esta semana, e todas ele falou de você.
  - Falou mal, é óbvio.
  - Ele disse que você o irritava um pouco, que quer mandar mais que ele e é mal humorada. Ele começava a ligação reclamando de você e terminava falando que você é uma boa garota e que é muito bonita.
  - Ele fala isso? – disse , corando.
  - Sim. Você acha ele muito velho para você, não é?
  - Quantos anos ele tem?
  - Tem trinta e cinco.
  - Caramba, eu imaginava que ele tinha no máximo vinte e sete anos. Mas mesmo assim, nós não combinamos.
  - Eu já discordo disso. Pronto, penteado e maquiagem finalizados. Você está mais linda do que já é!
  - Nossa Lucy, muito obrigada, ficou bem legal.
  - Quando precisar de mim é só chamar. E dá uma chance para o meu irmão, ele é chato, mas é legal. Pode parecer um homem fechado e temido, mas por dentro é carinhoso e família. Eu tenho que ir para casa, pois mais tarde tenho um cinema com meu namorado.
   se despede de Lucy e assim que olha no relógio, vê que resta pouco tempo. Ela abre a caixa e retira o vestido com curiosidade, pois não sabia como ele era. Ela o esticou na cama e retirou o lindo par de sapatos preto com um enorme salto. Ela colocou o vestido e logo implicou com o comprimento, pois o achou muito curto e em seguida colocou o sapato. O vestido era preto com um tecido liso e sem brilho, não era decotado e tinha mangas simples, iguais a de uma camiseta, porém, mais justinhas e curtas. Após um tempo ainda implicando com o comprimento, ela coloco os sapatos e se equilibrou com dificuldades e em seguida é despertada por uma batida na porta.
  - Pode entrar.
   entrou e assim que bateu os olhos em , ficou sem palavras, sem reações, sem ar. Sem disfarçar, ele olhou da cabeça aos pés.
  - , eu estou falando com você. – disse ela o trazendo de volta a consciência.
  - Oi, me desculpe. Nossa, você está muito linda.
  - Esse vestido está muito curto, olha o tamanho desse sapato. Se eu cair lá e alguém rir, eu enfio esse salto nos olhos de quem riu.
  - Você está linda, e não está curto e não vou te deixar cair.
  - Parece que não está curto porque embaixo ele é solto e rodado. E para de ser cafona.
  E após parar de olhar para o espelho e para o vestido e botar os olhos em ... Que homem era aquele! Ele com aquele uniforme de gente importante no exército, com aqueles olhos azuis e aquele perfume másculo fizeram se arrepiar e ficar assustada com tanta beleza. Aquela cena mais parecia o jovem garoto levando a amada para o baile na escola.
   deu o braço para , mas ela logo revirou os olhos e começou a implicar.
  - Eu não vou aparecer em público de braços cruzados com você. – disse ela.
  - Por que não? Você tem vergonha de mim? Olha, você está de salto alto, te ajudarei a se equilibrar e outra, você é o meu par nesta festa!
  - O quê? Não, eu sou sua refém que não tem outra escolha.
  - Eu também não gosto muito de festas. Nós combinamos que você ficaria um pouco comigo e depois você poderia se trancar no seu quarto.
  E afim de acabar com o drama para a festa, passou logo seu braço no de e eles seguiram para a festa para cumprimentar os convidados. Quando chegaram, olhou assustada a quantidade de gente, todos estavam bem vestidos e o lugar estava incrivelmente perfeito. O general sentiu as mãos de gelarem e seu corpo travar.
  - É só me acompanhar e não matar ninguém que logo sairemos daqui.
  - Mas e se eu fizer algo errado e o James mandar alguém atirar em mim? Ou ele me prender...
  E aquele olhar que lançou trouxe o que mais de seguro poderia haver na vida de uma pessoa. Saber que ele estava ali deixava mais segura, mas ao mesmo tempo ele a deixava apreensiva pelo jeito que olhava sua boca.
  Eles foram andando e cumprimentando as pessoas por onde passavam. Todos ali já tinham ouvido falar de e aquela situação estava deixando-a sem jeito. Não foi preciso palavras ou sinais para a garota perceber quem era o marechal James. Ele parecia ter a mesma idade de , seus olhos eram verdes como a esmeraldas e seu cabelo era dourado como o ouro, tinha um sorriso branco que escondia perigos. Se fosse uma dessas patricinhas, o marechal estaria no topo de sua lista de homens perfeitos.
  O jeito com que ele se aproximou para conhecer ‘’ acordada’’ fez com que ela paralisasse e ficasse tensa, e percebeu por ela ter apertado seu braço com mais força.
  - , este é o Marechal James. – disse os apresentando.
  - É uma honra conhecê-la, . – disse ele beijando a mão da menina.
  E por minuto, desligou-se. Não falou, não piscou, não respondeu, não conseguiu esboçar nenhuma reação. Saiu do transe devido ao cutucão que Ian fez e em seguida, deus as costas para os dois e fugiu para algum canto.
  - O que deu nela, general? – perguntou James.
  - Não sei senhor. Ela não gosta muito de festas e deve estar com dor de cabeça.
  - Espero que ela não apronte nada. Ela já está ciente da nossa reunião amanhã?
  - Está sim. Garanto que ela se comportará. Com licença, vou ver se melhorou.
  O general saiu procurando por toda parte, foi no quarto de , olhou por toda festa, mas nada de achar a garota. As pessoas o paravam para conversar, e ele para não ser mal educado ouvia as conversas, mas seus olhos percorriam o local todo.
  Ele deve estar se divertindo com aquelas mulheres peitudas e bundudas dando em cima dele! Elas estão se jogando para ele, que cafajeste. Estou sentada bem próxima a ele, mas não dá para me ver porque tem uma dessas coisas grandes da decoração no meio e um monte de pessoas andando de lá para cá. Sentei-me no canto da fonte e fiquei brincando com a água que estava gelada. As pessoas que me viram ali arriscaram um contato, mas eu logo fechei a cara. Se eu for para meu quarto o vai lá me infernizar para eu voltar e ficar escondida na festa é menos provável. No momento uma música de depressão começava e os casais começaram a dançar. As oferecidas ao lado de logo o puxaram para a pista e é óbvio que ele aceitou. Entre giros para lá e giros para cá aquele infeliz conseguiu me ver, disse alguma coisa no ouvido da vadia e começou a vir em minha direção. Nem tentei sair dali, quero é xinga-lo, isso sim e depois vou para meu quarto.
  - Aonde é que você estava? Você me deixou sozinho lá.
  - Sozinho? Você está muito bem acompanhado.
  - Vamos lá comigo?
  - Ah! Vai lá com vadiazinha! – disse com estresse.
   relaxou e abriu o maior sorriso do mundo.
  - Você está com ciúmes?
  - Eu, com ciúmes? , tchau!
  - Você está com ciúmes sim. , a que ponto você foi chegar? – ele estava adorando a cara de raiva que ela fazia.
  - Então prova! Dança comigo!
  - Nunca! Eu odeio dançar e odeio mais ainda você.
  - Então vou entender isto como um sinal gigantesco de ciúmes.
   entendeu o silêncio como um sim e puxou pela cintura. Ela quis contrariá-lo, mas ele lançou aquele olhar que fez a garota sentir aquilo de novo. Ao mesmo tempo em sua cabeça passava um tornado de como ele teria aquele domínio tão fácil sobre ela.
  - , eu não sei dançar. - disse perdida.
  - A chave não é você saber dançar, mas sim, saber sentir. Dê-me sua mão e tente acompanhar meus passos.
  Se arrepiando toda e causando o mesmo em , eles juntaram as mãos e ele começou a balançar o corpo de um lado para o outro no ritmo da música. olhava para o chão, não pelo medo de pisar nos pés de , mas por medo de encarar aquela imensidão azul em seus olhos. O general percebendo a timidez da garota, com a ponta do indicador ergueu o queixo dela e fez o que a garota mais temia.
  - Você tem medo de mim ? Eu não mordo. – disse ele a sufocando com um sorriso.
  - Eu não tenho medo de você. Nem de ninguém.
  - Você mudou bastante nesses últimos dias, está calma e mais alegre.
  - Se não pode contra eles, junte-se a eles.
  - Não acho que seja por estratégia que você tenha mudado.
  - E por que então eu mudaria seu besta?
  Que silêncio maldito é esse? Por que ele está me olhando assim? Ele não fala nada.
  - , eu já vou dormir. Nós tínhamos um combinado. Um monte de gente veio falar comigo, não fui com a cara daquele James e estou com sono.
   tentou se soltar dos braços dele, mas ele a segura firme como se esperasse algo mais. Eles se encararam em um olhar perdido e eufórico.
  - Eu te acompanho. – disse .
  - Não precisa, eu vou logo.
  - Obrigado por ter ficado comigo na festa.
  - Boa sorte para aturar eles falando na sua orelha por mais algumas horas.
  Ela chegou a seu quarto, tirou os sapatos e logo se jogou na cama. Não queria ler, não queria dormir, não queria pensar.
   olhou para aquela festa cheia de pessoas e se sentiu sozinho. Seus soldados estavam conversando com lindas garotas, os outros oficiais estavam bebendo, comendo, jogando conversa fora. Por educação e ele puxava alguns assuntos com alguém que viesse até ele, mas na verdade ele não queria a companhia de ninguém que ali estava. Ele então resolveu seguir o estilo de e foi se sentar na fonte.
  - Isto é sério? Reclama de mim, mas faz igual. – disse , o surpreendendo.
  - O quê? Você não ia dormir?
  - Eu fiquei com dó de deixar você aqui sozinho. Você não se enturma.
  - É... Cadê seus sapatos?
  - Para quê sapatos se ficar descalça é bem melhor?
  - Para nós, esta festa está chata, então que tal sairmos daqui?
  - Para onde nós vamos?
  - Vamos andar a cavalo?
  - Sério? De noite? Vamos!!! - disse ela entusiasmada.
  Após selados, eles cavalgavam em círculos apenas jogando conversa fora e por se sentirem bem um com o outro.
  - Você não bebe, ?
  - Não. Espero que você também não beba.
  - Fica tranqüilo, só bebo umas duas garrafas de vodka.
  Ele a olhou como se tivesse cometido um crime.
  - É brincadeira. Eu não bebo.
  E quase no final do passeio, foi insistir em um assunto delicado.
  - , eu preciso te conhecer mais. Conte-me por que você fugiu da escola, por que você se tornou uma menina tão mal humorada assim.
  - Mas eu estou sendo legais com vocês!
  - Eu sei, mas eu quero saber por que você é assim.
  - Olha, eu nunca me abri para ninguém e como você vai ser o primeiro, se você me zoar, eu juro que eu enfio sua cabeça em uma privada e dou descarga até você morrer afogado.
  - Se você vai me contar é porque confia em mim.
  - Tudo bem. Como você já deve saber, não conheci meus pais e fiquei desde recém nascida com as freiras. O orfanato tinha bastante criança por ser regional. Sempre gostei se ficar sozinha, no meu canto. Mas as crianças não perdoam, elas começaram a me tratar diferente. Por volta dos meus seis anos, meus poderes começaram a surgir. Ou talvez já estivesse em mim, mas me trouxe mudanças físicas.
  - Que mudanças?
  - Você vai ficar me interrompendo? Deixa-me voltar a falar. Meu cabelo ficou branco, não igual de uma pessoa idosa. Era um branco forte e cheio de vida. Meus olhos ficaram escuros e manchas pretas começaram a surgir por todo meu corpo. As freiras ficaram desesperadas, me levaram no médico, fizeram muitos exames e nada foi descoberto. Por sorte, em três meses eu fui voltando ao normal. Só que aquilo ia ficar registrado para sempre na maldosa mente das crianças dali. Eles começaram a me chamar de assombração, monstro e me isolaram totalmente de suas vidas. As brincadeiras de mau gosto eram freqüentes. Eu sabia dos meus poderes, mas não que eles eram tão fortes assim. Comecei a treiná-los causando mudanças no lugar. Fazia nevar, chuvas com fortes raios e até fiz tornados, mas sempre sem machucar ninguém ou destruir algo. As crianças me batiam, escondiam minhas coisas, botavam meus livros no fogo, roubavam minha comida. Até que certo dia, a brincadeira chegou ao limite. Era meu aniversário de dez anos e já estava no final do dia quando fui dormir, quando deitei na minha cama logo senti algo diferente e vi a luz acender. As malditas crianças forraram minha cama com cocô de vaca, jogaram minhocas e ração dos porcos. Eu me levantei e vi meu corpo todo sujo, eles estavam rindo de mim. Eu chorei. As freiras tiraram as crianças dali e aconselharam que tomasse banho, mas as ignorei. Com o pouco que sabia, fiz uma forte nevasca atingir o orfanato e o vento ensurdecedor abriu as janelas com violência fazendo a neve cair no quarto de todos. Um tornado tocou o solo e este veio para destruir, as freiras corriam para levar todas as crianças para o abrigo até que uma delas escorregou na neve e caiu de cabeça no chão. Não tinha mais nada a fazer, ela estava morta. Naquele mesmo momento, parei com a neve e com o vento. Eu matei aquela pobre mulher, ela não tinha culpa de nada, talvez ela pudesse punir as crianças malvadas, mas ela era inocente e eu a matei. Sem esperar mais um segundo, fiz minha mala e aprendi a voar naquele momento, pois me joguei da janela do quinto andar e fugi. Tive muita sorte em achar aquela casa abandonada, cuidei dela e comecei a trabalhar para me sustentar. Mesmo sem ir à escola, sei de tudo que preciso saber, pois estudei em casa sozinha. Pegava livros na biblioteca e fiquei amiga de Thereza até que ela me apresentou o sobrinho dela Dan, e ele me apresentou á sua mãe e comecei a trabalhar no restaurante. Com meus poderes dominados, ajudei algumas pessoas em um acidente que ocorreu na cidade, alguém gravou, colocou na internet e aqui estou eu.
  - , eu sinto muito por tudo isso que você passou.
  Mesmo sabendo que ela ia reclamar, xingar e empurrá-lo, ela a abraçou, mas ele se surpreendeu ao sentir o abraço dela ser mais forte que o seu.Os dois se negavam a se soltar do abraço. Ele passava a mão em seu cabelo e sentia ela se entregar.
  - Não se sinta culpada pela morte da freira . Aquilo foi um acidente. Eu acredito muito no destino, e ele já tinha programado para ela morrer ali.
  - Se a neve e o tornado não estivessem ali, ela não morreria.
  - Não dá para saber . Talvez ela poderia cair da escada, ser atingida por uma bala perdida, não dá para saber. Não se culpe, era a hora dela.
  Eu não estava mais agüentando ver sofrer daquele jeito. Ela passou por tudo aquilo e se culpava pelo ocorrido. Talvez numa maneira de consolá-la ou por minha necessidade eu beijei a testa dela uma vez, beijei a bochecha e me arrisquei beijá-la no muito próximo a sua boca. Na verdade, eu queria atingir aquela boca, mas não consegui. Ela me deixa inseguro, mas seguro ao mesmo tempo. Tenho certeza que ela notou o clima que ficou entre nós e se soltou do abraço.
  - Vamos voltar? Acho que a festa já está terminando. – disse .
  - É uma pena, mas vamos então.
  - Só para deixar claro, não gostei daquele James.
  - Por favor, não brigue com ele amanhã na reunião. Apenas deixe que fale com ele.
  - Está bem. Mas que horas é esta reunião?
  - Começa nove horas.
  - Vai ter muitas pessoas lá?
  - Um pouco.
  - Então eu vou dormir logo porque o dia amanhã será longo e chato.
  - Eu ainda tenho que ficar mais um pouquinho na festa, mas te acompanho até seu quarto.
  - Está bem.
  - Isto é sério? Você vai deixar eu te acompanhar? Não vai me xingar?
  - Não, por que eu te xingaria? Nossa, você também complica as coisas!
  Os dois guardaram os cavalos, passaram rapidamente pela festa e correram para o quarto.
  - Boa noite , até amanhã.
  Ela se recusou fechar a porta e largar aqueles olhos brilhantes longe dela. Chamá-lo para entrar não seria a melhor opção. também não fez a mínima de sair dali. Mas fez questão de devolver o beijo perigoso perto da boca que lhe deu hoje. Assim, ela tomou coragem, fechou a porta e logo em seguida se jogou no chão encostando-se à parede.
  Eu juro por Deus que aquela garota me surpreendeu com aquele beijo. Não tenho mais forças para segurar meu corpo, não consigo mais me afastar dela. Naquele exato momento minha única força e vontade era de abrir aquela porta, tacar na cama e beijá-la até o dia clarear. Mas não é tudo que se consegue na vida. Eu tenho que voltar para a festa.
  A festa terminou e o relógio marcava quatro horas da manhã. O vento gelado entrava pela janela semi-aberta e balançava a cortina. A lua enorme clareava os quartos com muita intensidade. Ironicamente o destino levou e para a sacada de seus quartos no mesmo instante.
  - Vai fugir de novo? – disse assustando .
  - Ai, você me assustou caramba! Eu não vou fugir daqui, estou apenas fugindo do sono. Ou melhor, acho que ele fugiu de mim.
  - Eu também estou sem sono. Quer saber? Já vou aí.
   entrou no quarto de com seu notebook na mão e se deitou na cama dela puxando a coberta.
  - Vem, deita aqui. Vamos assistir a série do livro que você está lendo.
  - Eu não vou deitar aí, e sai de cima da minha cama, seu folgado.
  - Calma, eu não vou te estuprar, querida. Vem aqui e relaxa.
  - Nossa que engraçado. Agora saia daqui, vai lá para seu quarto, vai dormir, vai pescar, vai andar de cavalo...
  - Eu não vou sair daqui. – disse ele convencido de que ficaria.
  - Tudo bem, pode ficar. – e quando já abria um sorriso no rosto pela aceitação de , ela logo o surpreendeu de novo. – tudo bem, eu durmo no seu quarto.
   saiu correndo para o quarto de e ele a perseguiu. As portas em seu caminho foram arremessadas para dar passagem e em questão de segundos, o corpo de estava debaixo da coberta que estava na cama dele.
  - Trazer você para minha cama foi mais fácil do que eu pensava... – disse ele se escorando na porta.
  - Pare de ser idiota! Isso nunca vai acontecer, quer dizer, no sentido que você está falando!
  - E que sentido eu estou falando?
  - Não se faça de idiota, que sentido você acha que é? – disse ela deixando bem óbvio.
  - O sentido que eu deitaria nessa cama, tiraria sua roupa e faria você gritar de dor e prazer?
  - Quem gritaria de dor seria você, pois eu simplesmente te picaria em pedacinhos!
  - Quer fazer o teste para ver quem tem razão?
  Que sem vergonha! Homens são todos aproveitadores e só querem levar garotas inocentes para suas camas, se bem que no meu caso fui eu quem vim aqui. O que mais me irrita nele é que ele fala com frieza e convicção, parece até que ele fala sério.
  - Você não presta ! Eu vou para o meu quarto dormir e você some do meu campo de vista. E quer saber, não precisa falar comigo também.
  - O que é isso , eu estava brincando. – ele a viu fechar a porta na cara dele, sumindo dali. – ou não.

Capítulo 10

  Já tentei falar com hoje mais de cinco vezes e todas as vezes ela virou a cara e saiu andando. Eu já pedi desculpas mais de mil vezes, mas ela não queria falar comigo. Ela ficou observando o treinamento dos soldados, já que hoje não participaria devido á reunião. Ela foi devolver o livro para o Joe e lhe deu um abraço que nada me agradou.
  Ele não percebe que eu não quero falar com ele? Que merda! Eu abracei o Joe daquele jeito de propósito para ele pensar que está rolando um clima entre nós, como ele já tinha me perguntado antes. Eu não fiquei magoada, nem brava para falar a verdade do que ele disse ontem, mas sim nervosa e aflita. Ultimamente o tem me olhado de uma maneira estranha e se aproxima muito para falar. Quero deixar bem claro que nada vai acontecer entre nós, porque eu não gosto dele, ele é o general, ele que me prendeu.
  - Vamos , só estamos esperando você para a reunião começar. – Chamou .
  Ela se despediu dos soldados que continuariam o treinamento passado por antes e logo foi batendo os pés na maior velocidade, deixando o general para trás. se sentou em uma cadeira ao lado de James que ali foi reservada para ela e uma longa mesa cheia de pessoas com cara de militares exorcistas que a encarava com curiosidade. logo chegou e obviamente se sentou ao lado dela. James ficou de pé e começou a falar.
  - , o nosso principal objetivo da nossa reunião de hoje é explicar sua missão ao nosso lado. Todas essas pessoas estão aqui para ensiná-la e passar as ordens a ser feitas. Gostaria de agradecer ao general pelo seu treinamento e recepção por todos esses dias. , dentro de três dias, viremos te buscar para te levar ao nosso laboratório. Temos os melhores cientistas e especialistas que farão um ótimo trabalho. Em seguida, você se dirigirá para a aeronáutica, pois há uma possível missão breve para você.
  - Desculpe-me, mas eu não serei seu ratinho de laboratório. Eu até posso participar da missão, mas o restante, não. Ou eu fico aqui ou eu sumo pelo mundo e vou me aliar aos seus inimigos.
  Essa garota me enche de orgulho, caramba! Ela não deveria ter falado isso, pensou .
  - , isso não é uma escolha, é uma ordem. Como eu disse, você está aqui para segui-las.
  - Querido, tira a ironia do olhar, porque eu só faço o que eu quero. – disse se irritando.
  - , eu não gostam que me desafiem. Seja uma boa garota e escute o que temos que te falar que é o papel da sua primeira missão que será muito importante. – disse James.
  - Eu vou para o laboratório? Tenho certeza que não será apenas um exame de sangue e ressonância magnética. Eles vão abrir meu corpo inteiro e me entupirão de remédios.
  - É para o bem da ciência e para o seu próprio bem.
  - Não! Não e não! Nas missões eu ajudo, mas eu só receberei ordens do general . Somente dele e de mais ninguém.
  - São as minhas ordens que você tem que receber, . Você vai e ponto final, este não é o assunto que temos que discutir. Sua missão na guerra é muito mais importante! – disse o marechal James batendo a mão na mesa.
  - Guerra? Para mim já chega! Eu não vou matar ninguém, não vou prejudicar ninguém.
   se levantou e se dirigia em direção a porta quando James deu cinco tiros com dardos tranqüilizadores em suas costas e ordenou que a algemasse e a levasse para uma cela feita especialmente para ela, forte o suficiente para resistir aos seus poderes. a algemou e pediu para que ela não reagisse e que ficaria tudo bem. Sem condições de andar, a pegou no colo e a levou para a cela. James deu a reunião por encerrada e disse que por dentro de três dias voltaria para buscar . O general dormiu onde estava presa e foi assustado ao ouvir um barulho forte nas grades.
  - , abre esse negócio agora.
  - , eu não posso.
  - Você está aleijado? Não pode andar ou mexer as mãos? Não. Então abre agora.
  Max e Henry chegavam trazendo algo para a garota comer.
  - Max, abre aqui, por favor. – insistiu .
  O soldado olhou para o general que fez uma cara nada agradável e entendeu aquilo como um não.
  - Então é isso, ? Desde o princípio você já sabia que eu seria um animalzinho de laboratório para eles, não é? Ou melhor, todos aqui já sabiam. – grudou na grade e impressionou todos ali com lágrimas escorrendo de seus rosto. – Eu fui muito idiota por acreditar que havia uma esperança, que tudo poderia ser levado numa boa. E o pior de tudo, é que você , brincou com meus sentimentos.
  - , não fale desse jeito. Eu não sabia, a única ordem que recebi foi a de manter você aqui até segundas ordens. E a última coisa que eu faria com você, é brincar com seus sentimentos.
  A última coisa que eu queria era ver chorando. Max atendeu ao meu sinal e nos deixou sozinhos. Eu juro que não sabia das segundas intenções do marechal James. Até eu fiquei surpreso, mas não deveria ter reagido daquela forma. Eles vão é explora-la, e acredito que não seja uma pessoa para lutar em guerras. Ela é teimosa, abusada, irritada e fria, mas nunca mataria outra pessoa. Que opção eu tenho agora?
  - Não venha com este discurso de inocente , para mim já chega! Eu não sei o que vocês fizeram com esta bosta de jaula, mas assim que sair aqui vou embora e vocês nunca mais vão me ver na vida.
  - Você não pode ir, não tem como. Se tentar fugir cairá desmaiada no chão e se conseguir escapar, eles te acharão logo e a captura será agressiva. Mas se você ficar, também não... Não tem outra escolha, !
  - Se não vai me soltar, sai daqui.
  - , não fique brava comigo. – implorou .
  - Eu? Brava? Não se preocupe, não perco meu tempo tão fácil assim.
  - Se eu te soltar, jura que não tentará fugir até nós sentarmos e conversarmos o que será preciso fazer?
  - Conversar? Eu não quero conversar com você. – esnobou .
  - Então fica aí.
  O general já estava chegando perto da porta quando ouviu um “tudo bem” que o fez virar as costas e soltar . Como prometido, não fugiu, mas deixou falando sozinho, pois foi correndo para o seu quarto. Joe, Max, Henry e vários outros soldados tentaram falar com ela. fez algo na porta de seu quarto e ninguém pode abrir. O dia passou rápido para os soldados que fizeram um treinamento aéreo, mas para a garota que ficou trancada no quarto, o dia foi longo e sofrido.
  Após o jantar, foi na sua sacada e tentou chamar . Ela não o respondeu.
  - , se você não sair desse quarto, eu juro que jogo uma corda e pulo aí na sua sacada, te amarro em uma cadeira e você vai ouvir tudo o que eu tenho para te dizer.
  Será que ele não entende que eu não quero conversar? Infelizmente, eu não sei o que fazer. Não acredito no , ele me enganou e brincou com meus sentimentos. Todos fizeram isto. Agora, ele pode ficar gritando o quanto for, mas não vou lá para fora. Ele que se dane!
  - , eu vou pular. – e pulou.
  Um barulho estranho fez a garota levantar correndo da cama e ir para a sacada. estava pendurado só com uma mão, já que a distância era grande e o impulso não foi o suficiente. Uma queda daquela altura poderia ser catastrófica.
  - Você é idiota? Quer morrer? – disse indignada ao vê-lo pendurado.
  - Será que você poderia me dar uma mãozinha? – disse ele olhando a distância até o chão.
  - Eu deveria deixar você cair daí, talvez morresse.
  - Mas você não vai, porque você não quer que eu morra.
  - Como você sabe? Consegue ler mentes agora?
  - Tudo bem então , tchau.
   soltou as mãos de seu único apoio e sentiu seu corpo despencar. A imagem do rosto de cada vez mais ia se distanciando e mesmo que a queda fosse rápida, o tempo parecia tardar.
  Está tudo tão confuso na minha cabeça. Ou não. É claro até demais o que eu quero fazer, mas é difícil fazer uma escolha importante sem prejudicar ninguém. Agora, sinto somente o vento atravessando meu corpo e logo não mais o sentirei. Eu esperava mais dela, ou talvez mais de mim. Já posso fechar meus olhos e dizer adeus a esta vida. Espero que na minha próxima encarnação possamos nos ver de novo, quem sabe se nós nos casaremos e teremos filhos, uma casa com um belo jardim. Mas terei que deixar para uma próxima vida.
   usou seus poderes e segurou o corpo de antes de tocar no chão e rapidamente o trouxe para sua sacada. Irada, o jogou para dentro do quarto e trancou tudo para ter uma conversa séria com ele.
  - Você ficou maluco? E se eu não te segurasse? Era para você estar morto agora.
  - Mas eu tinha certeza de que você iria me segurar! – disse ele se recuperando do susto.
  - Certeza? Eu ia te deixar cair sim!
  - Você está mentindo. – insistiu ele.
  Furiosa, arremessou a cama contra a parede e grudou em seus braços tentando controlar o desespero da menina.
  - , eu sabia que você iria me segurar. – disse ele abraçando . – Porque você me ama.
  - Não, isso é mentira. – disse ela tremendo.
  - Porque negar algo que é tão claro assim? Se você quer saber, eu também te amo, e nossa, caramba! Como eu precisava falar isso... Eu te amo, .
   limpou a lágrima que se soltou dos olhos de e acariciou seus lábios com o polegar. Sua mão direita começou a contar a nuca da garota e sua mão esquerda colou os corpos. Aquela respiração ofegante tomou conta do ambiente. As bocas estavam alinhadas e cada vez mais se aproximavam uma da outra. Os olhos azuis de Ian já se fechavam e um minúsculo espaço separava um beijo.
  - , vai embora. – disse o surpreendendo.
  - Mas, ... – o general estava realmente confuso.
  - Por favor, me deixe sozinha. Amanhã nós conversamos, pode ser?
  - Tudo bem, mas você não comeu nada hoje. Eu vou preparar alguma coisa bem gostosa e trago aqui.
  - Não Ian, nós conversaremos amanhã, ok? – disse mais firme.
   saiu e voltou para seu quarto, aonde ficou rolando na cama de um lado para o outro até encontrar o sono.
  Eu não sei por que pedi para ele ir embora se eu queria tanto aquele beijo. Ele disse que me ama, mas não sei se posso confiar tanto assim. As palavras e o olhar dele parecem tão sinceros, mas é aí que mora o perigo. Aqui, nesta base militar, o lugar onde eu menos imaginava... Encontrei uma família e acho que descobri o que é amar. São muitos soldados, mas todos eles me tratam como a irmã caçula, e eu gosto disso
  Eu pensei que gostasse de mim, mas pela reação dela hoje, talvez eu esteja errado. Fui me apaixonar logo por ela, a problemática que não consegue amar, a garota que exala problema. Não posso culpá-la por não gostar de mim. Fui eu que exigi demais dela e mesmo ela me rejeitando deste jeito, vou ajudá-la com os problemas, afinal, só quero o melhor para .

Capítulo 11

   puxava um treinamento rigoroso com armas e condicionamento físico com os quarenta e quatro soldados. O sol estava a pino e o suor escorria no rosto dos homens. O general dispensou os soldados para o almoço e viu que os observava de longe e dirigiu-se até ela.
  - Faz tempo que você está aqui? – disse ele tampando o sol com a mão.
  - Desde que vocês começaram.
  - E deixa eu adivinhar... Você quer conversar?
  - Ainda não, mais tarde, pode ser? – disse ela tentando evitar o contado visual.
  - Vamos almoçar? – estendeu as mão para ajudar a se levantar.
  - Valeu, mas estou sem fome.
  - Não. Você não comeu nada ontem. Não me obrigue a trazer a comida aqui e fazer aviãozinho na sua boca.
  - É sério , eu estou bem.
  - Ok.
   foi almoçar e se deitou debaixo da enorme árvore que fazia uma sombra gelada e aconchegante. Mal relaxou e já ouviu passos que devia ser dos soldados que voltariam para o treinamento. Mas a cena foi diferente do que ela imagina. Sim, eram os soldados que estavam vindos, mas todos eles estavam com o prato de comida na mão e começaram a se sentar ao lado dela. Mais adiante, vinha que logo se sentou ao lado dela.
  - O que é isso? – disse ela envergonhada.
  - Se Maomé não vai até a montanha, a montanha vem até Maomé.
  - É sério, isso não é necessário, .   - Come logo, . – insistiu Joe.
  E com os olhares em volta, pegou o prato e começou a comer.
  - Quer que eu faça aviãozinho? – disse , fazendo todos rirem.
  - Vai se fuder! – ela deu uma pausa. – foi mau, me desculpe. Obrigado por trazer a comida.
  - , você está diferente. Nada em você mudou, seu jeito continua o mesmo, mas parece que se libertou. – disse Max.
  - Concordo com você Max. Sou muito grata por tudo que vocês me ensinaram.
  - A última coisa que eu queria falar agora, mas terei que falar. Recebi a ligação hoje, dizendo que James e sua equipe virão te buscar amanhã de manhã. – disse estragando o dia.
  - Amanhã cedo? Tudo bem.
  - , esperamos que tudo dê certo com você lá. – falou Henry.
  - Garotos, não se preocupem comigo. Eu sempre dou um jeito. E antes que o general já alerte todos vocês, eu não vou fugir antes deles chegarem. Não tenho outra escolha, eu juro que vou me comportar.
  E o mais emocional de todos começou a chorar, Joe.
  - Para vai cara, finge que é homem. – disse tentando consolá-lo.
  - , eu não queria que você se fosse, você sabe que todos nós aqui te amamos muito.
   conversou com Max e pediu para ele liderar o treinamento na piscina, pois precisaria de um tempo.
  - , vamos conversar?
  - Vamos. Venha comigo.
  O general tinha um escritório e levou a garota para lá.
  - , eu queria te pedir desculpas por ontem. Não queria forçar você a fazer nada.
  - Você não tem que pedir desculpas. Eu é que fui tola. Você tem que me entender que sou insegura, nunca namorei, beijei ou amei um garoto. Eu sei que é evidente, não para esconder isso de você. Eu gosto de você e gostar de alguém, ou melhor, amar alguém é um sentimento novo para mim.
  - Garota, você está acaba de dizer as palavras mais bonitas que eu já ouvi na minha vida. Não precisa ter medo, eu estou aqui e sempre estarei. Se você deixar, essa coisinha nova chamada amor que você tanto teme, te trará a maior felicidade do mundo.
  Ele parou de falar quando percebeu que começou a chorar. entende que está tudo confuso para e a conforta em seus braços quentes. Hoje mesmo ela resolve se entregar para o amor, mas no dia seguinte seria levada para o mais longe dali. Que vida complicada!
   olhou aqueles olhos perdidos que percorriam por sua boca vagarosamente e selou seu lábio no de .
  Eu senti aquela boca quente tocar a minha, foi de uma maneira bem simples, mas ele me beijou. Se isso tivesse acontecido há uma semana, talvez eu estivesse batendo nele. Mas não, eu gostei desse beijo e se havia alguma dúvida de que ele estivesse mentindo para mim só para me manter ali, essas dúvidas acabaram. Eu sorri, é óbvio... Não dava para segurar aquele sorriso.
  - Eu acho que eu vou... Eu vou... Não sei, vou por aí. – disse , ainda sobre o efeito do beijo.
  - Espera. – disse , fazendo-a alterar a rota. – você gostou?
  - Sim. – ela continuou a andar, mas logo se virou novamente para .
  - , eu te amo.
  E depois daquelas palavras que sem dúvida alguma nunca mais sairiam de sua cabeça, ela foi para o quarto.
   voltou para o treinamento e o surpreendeu pedindo para treinar. A noite já chegava quando todos foram dispensados para o banho. Como de costume, todos foram tomar banho e depois começaram a se reunir no refeitório. desceu para o refeitório, mas viu todas as luzes apagadas e a porta estava fechada. Ela chamou por , Joe, Max, mas não teve nenhuma resposta. Curiosa, abriu a porta e foi se embicando na escuridão. De repente, as luzes se acenderam e todos os soldados estavam ali cantando parabéns para você e terminava de acender as velas.
  - Você pensou que nós nos esqueceríamos do seu aniversário? – Disse Joe a abraçando.
  - Realmente não tinha como vocês esquecerem! Eu nunca falei a data do meu aniversário para ninguém.
  - , quando você entrou aqui querendo matar todo mundo, fui atrás de todas as informações possíveis sobre você. A ficha não foi muito grande, mas achei a data do seu aniversário no meio. – disse .
  - Vamos , sopre as velas e faça um desejo. – pediu George.
  - Nossa, que coisa mais infantil... Mas vamos lá.
   soprou as velas e fez um pedido, mesmo sabendo que ele nunca poderia se realizar.
  - Com licença que o primeiro pedaço é meu... – disse Max se gabando.
  - Deixa ela escolher em paz! – disse Marcel na expectativa.
  - Tudo bem... O primeiro pedaço vai para... – ela fez uma pausa para aumentar o suspense. – vai para mim, porque o aniversário é meu. – disse ela pegando seu pedaço de bolo e caminhando até a mesa.
  A decisão de causou risos nos soldados. Era o jeitinho dela, mesmo não querendo admitir sua enorme felicidade pela primeira festa de aniversário. Um por um, todos vieram abraçá-la e parabenizá-la. Ganhou muitos livros, filmes, perfumes... Após muita conversa, histórias engraçadas de Henry e comida, cada um começou a se encaminhar para seu quarto, pois o dia seguinte seria longo e cheio de despedida.
   se sentou na sacada do seu quarto e observava tudo delicadamente pela última vez.
  Caramba, é difícil admitir isso, mas eu amo estar aqui. Eu amo esses soldados idiotas. Estou com medo de ir com o James. Ele e a equipe dele farão de mim uma escrava, me levarão para guerra se for preciso, me tratarão como uma arma, usando-me para colocar medo no inimigo. Eu não quero ferir ninguém, quero apenas ajudar as pessoas.
  - Está ficando velha... – disse entrando no quarto.
  - Quem você está chamando de velha? Eu?
  - Gostou da surpresa?
  - Não gostei... Eu amei!!! Você sabia que foi a minha primeira festa de aniversário?
  - E se depender de mim, você terá muitas festas de aniversário, terá muitas velas para soprar. – disse abraçando a garota.
  - Mas vão nos separar, .   - Eu queria falar uma coisa muito séria com você.
  - Eu não estou gostando desse seu olhar! O que é? – disse ela curiosa.
  - , não quero te ver sofrer. Eu desativei o sistema de segurança e você poderá fugir daqui sem nenhum problema. Você tem que ir, vai para bem longe, mude de país. Eu tenho certeza que você vai encontrar alguém para amar, vocês poderão ser felizes, ter uma casa, formar uma família.
  - Eu já achei alguém para amar, já achei uma família. Eu não quero ir.
  - Por favor, vá! Vá para o lugar mais longe daqui.
  - Olha aqui general, você não manda na minha vida. Eu decidi que vou ficar e amanhã cedo vou com o James fazer o que ele quer e após tudo terminar eu voltarei.
  - , você não vai voltar.
  - General, cala a boca, por favor! Eu escolhi isto e pronto.
  - Mas você não queria ser livre? Ir embora?
  - Eu queria até começar a gostar de você.
  - Por que você tem que escolher sempre o jeito mais difícil?
  - A vida tem que ser cheia de emoção.
  Eles ficaram ali, apenas tentando achar a aceitação de que seriam separados. acreditava que seria só por um tempo, mas sabia que seria para sempre.
  - Você sabe que eles vão te aprisionar?
  - , eu sei. Sei que vou, eles vão me machucar se eu fizer algo errado, eu sei de tudo isso.
  - Eu não entendo! Por que você não foge então?
  - Eu vou falar umas coisinhas para você, e você apenas me diz se estou certa ou errada. Há alguns dias atrás, entrei no seu computar e descobri algumas coisas. Se eu quisesse, poderia ter desligado o sistema de segurança e fugido, mas ao mexer em seu celular anteriormente e ver algumas ligação suas recebidas do James, percebi que deveria ficar!
  - Que ligações? – ele já sabia, mas apenas queria confirmar.
  - James ameaçou vocês. Ameaça de morte! O acordo é que você teria que manter aqui e me adestrar até que ele chegasse e tomasse posse de mim. Caso isso fosse feito ou você fizesse algo para prejudicar a operação, a sua família e de todos os soldados estariam em risco e se necessário, a vida de todos os soldados aqui também. E ao desligar o sistema de segurança hoje, você colocou a vida de todo mundo aqui em risco.
  - Eu conversei com os soldados e todos concordaram com minha ação.
  - Vocês não deveriam ter feito isso.
   começou a rir e causou espanto no general.
  - Por que está rindo?
  - A sua cara de desapontado é incrível!
  - Isso não tem graça, eu vou te perder.
   se sentou em uma poltrona que ficava ali no canto e acolheu em seu colo. Ele passava a mão em seu cabelo e apenas tentava aproveitar suas últimas horas com a garota.
  - Sabe o que eu não entendo até agora? Como você foi gostar de mim? Eu sempre te maltratei, xinguei, humilhei.
  - , não tem como escolher amar uma pessoa ou não. Você somente a ama. Eu percebi que gostava de você quando não conseguia mais ficar sem brigar, xingar. Eu só queria ficar perto de você cada vez mais, e ainda quero. Você nunca foi uma garota ruim, apenas não recebeu carinho e aqui, acredito que tenha recebido de sobra.
   aproximou-se da garota e foi a segurando com aquelas enorme mãos. Com o indicador, puxou a mecha de cabelo que estava caída sobre e rosto da menina e com delicadeza a beijou. Ele investia cada vez mais profundo com a língua e sentiu os dois em pura harmonia. sentiu que era sua vez de dar tudo de si e se sentou de frente no colo de . Ela foi entrelaçando a mão no pescoço de e ele interrompeu o movimento dela para tirar camisa.
  - E só para deixar bem claro, eu sei que você pira quando eu fico sem camisa. Percebi isto naquele dia na piscina. – falou .
  - O que eu fiz de errado? Você é que não parava de me olhar!
  - E o que tem demais nisto? É proibido?
  - É! – disse ela como se fosse óbvio.
  - Então se eu quiser transar com você, terei que ficar de olhos fechados?
  - Eu não vou fazer isto com você.
  - E com quem então?
  - Com ninguém!
  - Vai morrer virgem?
  - Vou.
  - E se eu te estuprar?
  - Nossa , que saco! Para de falar dessas coisas, dá vergonha. Esse tipo de conversa não existe, ok? Não se fala desses tipos de coisas para outra pessoa. Seu sem vergonha assanhado, só quer me levar para a cama, não é? Idiota! – disse o xingando mesmo percebendo que falou aquilo para irritá-la de propósito.
  - Eu estava brincando com você meu amor, adoro te irritar. Você faz essa carinha de brava com um desespero enorme para evitar olhar nos meus olhos e neste caso, no meu corpo.
  - Falando nisso... Vamos lá para assistir um filme novo que chegou hoje? – ele fez cara de cachorro abandonado e aqueles olhos azuis...
  - Tudo bem. Mas coloque essa camisa, por favor.
  - Eu não vou colocar.
  - Vai sim.
  E assim eles se ajeitaram debaixo da coberta na cama de , no começo até que pestanejou, mas logo aceitou.
  - Boa noite, . – disse se levantando da cama ao ver que o filme acabou.
  - Não, aonde você vai?
  - Vou dormir, não é óbvio? Vou acordar bem cedo, não quero ver aquele James me acordando para ir embora.
  - Fica, só hoje. Eu prometo que te acordarei bem cedo.
  - Promete que não vai me estuprar? – disse ela rindo e mostrando que era um sim.
  - , eu nunca faria nada de mal com você.
  - Sério? Então porque você mandou atirarem aqueles dardos tranquilizantes em mim? Doeu!
  - Não dói tanto assim, mas me desculpa.   - Não dói tanto assim... Você já levou um tiro para saber?
  - Na verdade, sim. E não foi tranquilizante, foi tiro mesmo!
  - Como foi isso? Quem atirou em você?
  - Não foi nada, fiquei só uma semana me recuperando e logo estava de volta ao serviço. O tiro atingiu perto da minha virilha. – Ele abaixou a calça para ver a cicatriz.
  - General, vamos dormir logo, pois amanhã acordaremos cedo com aquele idiota circulando por aqui.
  - Tudo bem, boa noite. – disse ele a beijando.
  - Pode parar com isso agora. – disse afastando-se do abraço de.
  - O que foi?
  - Eu durmo nesse canto e você dorme no outro!
  - Que namoro é esse que eu não posso dormir abraçado em você?
  - Namoro? Nós não estamos namorando!
  - Não?
  - Não!
  - Já entendi...
   se levantou da cama e se ajoelhou para pedir a garota em namoro.
  - , aceita namorar comigo?
  - Não também.
  - Eu não te entendo!
  - Volta para a cama e dorme logo.
   foi se deitar resmungando.
  - Está difícil, viu? Se eu quiser dormir abraçado em alguém vou ter que pedir para algum de meus soldados... – falou brincando.
  - Isso. Vai dormir com o Max. Quando eu dormi com ele, tive um abraço gostoso e quente me esquentando a noite toda.
   se sentou na cama assustado, perdido, nervoso e chocado.
  - Você dormiu com ele?
  - Sim. Como você acha que perdi minha virgindade? – e ao ver aquela cara de espanto, logo soltou uma gargalhada fazendo relaxar.
  - Nossa, você me assustou agora. Se alguém der em cima de você, eu corto o brinquedinho que eles tem no meio das pernas!
  - !!! Para de ser ciumento e pelo amor de Deus, dorme!
  - Está bem! Posso ganhar um beijo de boa noite?
  - Mas eu já dei!
  - Aquela hora não valeu – disse ele a beijando.
  Como ele é perfeito. Nem tanto! É chato e adora ficar me irritando, mas já imagino como será difícil ficar sem ele.
  Se eu tivesse uma faca aqui perto, enfiava na minha cabeça agora! Por que eu tinha que falar todas aquelas coisas para a ? Eu sinto que ela me ama e agora a farei sofrer, pois eu já sabia que nos separariam, mas nunca imaginei que amaria ela. Fui dar esperança para algo que nunca poderá acontecer, não por que eu não quero, mas porque não podemos. Mas vê-la sorrir de jeito que ela sorriu hoje... Talvez não tenha sido tão má ideia assim. Eu não quero que ela se vá. Vê-la dormindo é tão bom, melhor ainda e ter perto de mim. Não me importo se eu vou sofrer com a nossa separação, mas me importa se ela irá sofrer.
  - , você ainda está acordada?
  - O que foi?
  - Ainda dá tempo de fugir. Você pode se esconder na casa de campo dos meus pais.
  - , eu já fiz minha escolha.

Capítulo 12

  O despertador tocou e bateu a mão sobre ele para desligá-lo. O vento gelado e úmido da manhã entrava no quarto indicando que a porta para a sacada estava aberta. O general se virou para o lado e não viu , logo presumiu que ela estivesse ali, do lado de fora. Acertou. Ela estava amparada com os cotovelos apoiado no contorno da sacada. Ao fundo, o sol começava a mostrar seus raios, bem fracos ainda. Ele se aproximou e a abraçou.
  Pude sentir o abraço quente que me deu, talvez a última chance de me sentir segura e amada. Eu não queria mostrar que estava triste para ele não ficar preocupado, por isso, sorri lhe desejando bom dia e fui retribuída com um beijo molhado, simples, mas me tirou o fôlego. Ele foi me conduzindo pela cintura até a cozinha, puxou a cadeira e me sentei.
  - Hoje eu preparei o café da manhã.
  - Será que eu corro o risco de comer algo queimado? – Disse e vi segurar o sorriso no canto da boca.
  - O risco que você corre é o de algum general maluco arremessar seu corpo naquele lugar ali e te fazer a mulher mais feliz do mundo – disse ele apontando para a cama.
   apreciou minha bela fala com um olhar exprimido e malicioso, e em seguida tomei o melhor café da manhã da minha vida. Tudo bem que eu estava morta de fome e quando alguém tem fome, qualquer coisa é uma maravilha; realmente estava ótimo! O sol estava mais forte e fui para o meu quarto tomar um banho. Sinceramente, dane-se a economia de água, eu merecia aquele banho, queria um momento de tranquilidade e reflexão. Ou melhor, sem reflexão... Esvaziar a cabeça agora é a melhor opção. Saí do banho e me troquei. Coloquei meu uniforme e desta vez deixei o cabelo solto. Enquanto o penteava sentada de frente para o espelho, vi no reflexo a porta se abrindo e entrando. Ele se aproximou de mim e massageou meus ombros com firmeza.
  - Daqui alguns minutos James e sua equipe chegarão. – silêncio. – e eu vim aqui para me despedir de uma forma adequada antes da chegada dele.
   me segurou pelas mãos e me puxou para perto dele. Nada mais separava nossos corpos. Foquei-me naquela imensidão azul que deixou escapar uma lágrima enquanto sua mão puxava meu cabelo para trás.
  - Por favor, não chore. – disse enquanto limpava a lágrima em seu rosto.
  Eu fechei meus olhos e senti o nariz e a boca dele passando por todo o meu rosto. Senti sua mão ficando mais centrada em minha cintura e senti sua boca me tocar. Sua língua se entrelaçou com a minha e senti aquele calor todo passar pelo meu corpo. Ele me puxou em seu colo e eu me sentei sobre a penteadeira, e sem dar um segundo de trégua, continuou me beijando cada vez mais intensivamente. Sua boca agora atingia todo meu pescoço, e sem me controlar aquele momento, soltei um pequeno gemido de satisfação.
  Senti que era minha vez de retribuir e o vi revirar os olhos quando beijei seu pescoço. Ele ergueu minha blusa, mas fiz logo o favor de me livrar dela. Seria injusto deixar a camisa dele nos atrapalhar também, por isso a tirei e beijei todo o seu corpo. Eu acho que estava em febre. Parece que uma chama invadiu meu corpo e não sairia tão fácil assim. Eu o larguei já sem fôlego e timidamente coloquei minha blusa de volta.
  - Preciso me despedir dos outros.
  Ele se sentou na cama e parecia estar totalmente exausto, sua respiração estava ofegante e seus olhos arregalados. Senti-me competente ao deixar o general com preparo físico naquela situação. Saí e fechei a porta.
  Cheguei ao refeitório e vi todos ali tomando café da manhã. Eles se levantaram e vieram até mim me envolvendo em um abraço coletivo. Não pude segurar as lágrimas. Vi encarando de braços cruzados na porta.
  - Meus amigos, que posso chamar de família, vocês são as pessoas mais especiais na minha vida. Obrigado por tudo, e desculpem-me pela grosseria. Obrigado principalmente pela paciência. Vou sentir muita saudade e espero vê-los novamente. – disse e recebi um abraço carinhoso de cada um.
   pediu para que todos se colocassem em posição na frente da nossa base, pois um dos helicópteros da equipe de James iria pousar em três minutos. Todos os soldados foram para fora e eu me encaminhava para fora também. Graças a Deus, ficou ao meu lado. Antes de ele abrir a porta, segurei a maçaneta e impedi a passagem dele. Ele me encarou curioso.
  - Eu te amo. – disse isto e o vi ficar sem chão.
  - Essa foi a coisa mais linda que já ouvi na minha vida. Eu também te amo, .
  Soltei a maçaneta e fui para o lado de fora avistando as hélices dos helicópteros parando o movimento. Os soldados bateram continência para James e ele veio caminhando até mim. Cumprimentou e teve meu vácuo novamente.
  - Bom trabalho, general. – elogiou James.- Vamos, ?
  Olhei friamente para James e caminhei para o helicóptero sem olhar para trás. Se fizesse isto, estaria perdida. James seguiu autentico atrás de mim e percebeu meu desconforto com aquelas enormes armas. O helicóptero levantou voo e via de longe bater continência em direção ao helicóptero e alguns soldados limpando a lágrima do rosto. Recusei falar qualquer coisa com aquele maldito. James não fez a mínima de esconder aquele sorriso de satisfação, então eu também não seria obrigada a esconder o choro de tristeza. Ele olhou para mim como se eu fosse uma aberração chorando, mas ao ver os olhos deles fixos aos meus, limpei logo o olho fungando o nariz e me virei para o outro lado.
  Se eu achava a base militar que estava sob os comandos de grande, essa agora não tem nem descrição. Do alto, ainda no helicóptero, vi a extensão do lugar. E com certeza, ali havia mais de 45 soldados. James desceu do helicóptero e eu fui logo em seguida. Ele até estendeu a mão para me ajudar na descida, mas é óbvio que eu recusei.
  - , nos acompanhe. – disse James escoltado por vários soldados.
  O segui na sensação desconfortável de estar a beira da morta. Fomos andando e a frente estava um enorme prédio branco, com um vasto jardim na frente e a água jorrava do chafariz ao lado. Entramos no prédio e tomamos o elevador. O que me surpreendeu foram os números ficando negativo.
  - Vamos para o subsolo. – falou James me encarando.
  A porta se abriu e várias pessoas usando um jaleco de médico me olharam. Como o marechal continuou caminhando, o segui. Ele abriu uma porta cinza e pesada.
  - Pode entrar.
  Entrei curiosa naquela sala toda branca e com as paredes acolchoadas. A porta se fechou atrás de mim e o que parecia ser entradas de ar, foram abertas liberando um gás com cheiro estranho que logo me fizeram adormecer.

Capítulo 13

  Acordei com uma dor de cabeça horrível e com uma luz dificultando a abertura dos meus olhos. Meus braços e pernas estavam presos e logo percebi que estava em uma mesa de cirurgia. Tentei me soltar, mas vários médicos chegaram colocando um tubo no meu nariz e fui perdendo as forças rapidamente. Percebi a porta se abrir e vi James entrando com um jaleco e máscara igualmente a todos nessa sala.
  - Olá . – ele parou ao meu lado. – Está sentindo muita dor?
  Na verdade, não. Eu não estava sentindo meu corpo. Lutei para ficar acordada e abri o máximo que podia os meus olhos. Balancei a cabeça para o lado para dizer que não.
  - E a coluna dela, que nível está? – perguntou o marechal para a equipe.
  Avistei uma cadeira de rodas se aproximar. Os braceletes que me prendiam naquela mesa foram soltos e um doutor me sentou na cama. Ele pediu para que eu tentasse me levantar, mas não senti minhas pernas se moverem. O encarei assustada.
  - O que vocês fizeram comigo? Quanto tempo fiquei desacordada?
  - Duas semanas. – respondeu James com a voz fria.
  Fiquei surpresa com os resultados, mas ainda não sabia o que fizeram com as minhas pernas.
  - , rompemos sua coluna com o intuito de afirmar que seu corpo se arrumará sozinho. Estamos aguardando a resposta.
  - Como assim? Eu não posso andar? Espera, vocês me deixaram paraplégica? Quando eu vou voltar a andar?
  - Ainda não sabemos.
  - Esperem! Eu vou andar novamente, não vou?
  What The hell? Serei obrigada a andar em uma cadeira de rodas o resto de minha vida? Eles fizeram isto comigo! Eu quero andar novamente. O pior de tudo isso é que não sei se isso acontecerá. Quero ir embora, não posso mais ficar aqui. Se ficar, posso ter meus olhos arrancados, e mais alguns órgãos. Passei a mão na minha barriga que agora ameaçava a doer e senti uma elevação com fios. Ergui a blusa e vi que minha pele estava com pontos. Estremeci.
  - Desenvolvemos um estudo e pelo que tudo indica, você voltará a andar. As chances de você ser cadeirante são de 38%. – afirmou um médico.
  Tentei fugir, atirando com a ajuda de meus poderes, todos os aparelhos médicos naquela sala contra a porta. Como não podia ficar de pé, voei em direção a porta, mas fui atingida por oito tiros, isso foi o que pude contar enquanto estava acordada.
  Quando acordei novamente, estava deitada naquela prisão branca sem janelas. Arrastei-me até a porta e após alguns minutos, uma equipe bem equipada chegou e me colocaram na cadeira de rodas. Eu não tinha mais forças para qualquer reação. Pelo que entendi, não me alimentava por duas semanas. Passei a mão na minha barriga novamente e os pontos não estavam mais lá. Passei a mão nas minhas costas e pude sentir as cicatrizes. Empurraram-me para o prédio maior e meus olhos arderam ao ver o sol depois de tanto tempo. Entramos no elevador e fui conduzida para a sala que tinha uma placa escrita “Marechal James”. Ele estava lá e pediu que nos deixassem a sós.
  - Eu vou embora. - disse autêntica.
  - Primeiro me escute e depois você me dirá sua decisão.
  O marechal puxou a cadeira e se sentou de frente para mim, puxando a cadeira de rodas mais perto dele. Com as mãos, puxou-me cabelo para trás e me encarou.
  - , você foi agredida na base mista?
  - Claro que não! Fui muito bem tratada lá.
  - Então o que explica essas manchas roxas em seu pescoço?
  Senti meu corpo gelar, ou melhor, senti da cintura para cima. As marcas em meu pescoço foram feitas por Ian, sem dúvida alguma.
  - Não sei. Não tinha percebido. – evitei o encarar.
  - Então vamos jogar limpo. – James esfregou as mãos. – Essas são marcas de chupões. Você estava se relacionando com algum soldado da base mista antes de vir para cá. Quem?
  Ele era mais esperto do que eu imaginara. Fiz-me de inocente, mas pelo visto, não convenci.
  - Eu não tive relação com qualquer soldado de lá. Com ninguém para ser sincera. Deve ser os gases que vocês me fizeram inalar.
  - A minha pergunta foi “Quem”? Quem é o soldado? Ou talvez... General? – franziu as sobrancelhas com a última palavra.
  - Não estou brincando. Falei a verdade.
  - Mais cedo ou mais tarde, descobrirei. Mas deixarei bem claro, que se você não colaborar ou obedecer, acidentes poderão acontecer!
  - Que acidentes? - entendi a ameaça.
  - Serei direto: Ou você colabora ou mataremos seus soldados queridos da base mista, Dan, Mary e qualquer outra pessoa que você goste.
  Eu abaixei a cabeça e comecei a medir minhas escolhas. Não permitiria que ninguém morresse por minha causa.
  - Eu já sabia. Agora só me falta descobrir quem é o soldado.
  - Já disse que não é ninguém!
  James pegou o telefone sobre a mesa e discou. Disse que tinha uma ligação para mim.
  - General ? – disse ao telefone sorrindo para mim.
  - Sim, senhor. Como está? – respondeu reconhecendo a voz de James.
  - Ela está bem. Muito bem.
  James me entregou o telefone. Eu e permanecemos calados por um instante.
  - ? – perguntou ele.
  - Oi.
  Foi tão bom ouvir a voz dele. Condenei-me por chorar na frente de James enquanto falava com ao telefone. Algo dentro de mim balançou, talvez fosse a saudade tentando sair.
  - Está tudo bem com você? – ele dizia pausadamente. – você está chorando?
  - Estou bem. – gaguejei. – eu não estou chorando.   Era óbvio que ele sabia que eu estava chorando.
  - Está gostando de ficar aí? – ele tentava prolongar a conversa para ouvir minha voz.
  - Sim.
  Não aguentava mais e desabei em um choro profundo. Abaixei o telefone para não ouvir, mas voltei-o ao ouvido ao escutá-lo gritando.
  - Hey garota... Acalme-se.
  - Estou bem, .
  - Você quer que eu vá te tira daí? Só diz que sim e eu enfrentarei o que for preciso para te ver sorrir. Venha para mim.
  - Não.
  Desliguei o telefone e encarei a cara gelada de James.
  - É ele, não é? – disse convicto.
  - Não.
  - Tudo bem. Agora você vai com a equipe médica para fazer exame de sangue e em seguida, se alimentará bem. O resto do dia será para o seu descanso e recuperação. Espero que não tente fugir ou seja agressiva. Pela manhã, lhe apresentarei os serviços.
  James empurrou minha cadeira de rodas e me entregou para a equipe médica que me aguardava.

Capítulo 14

  Quando desligou o telefone, entrei em desespero. Estou sentindo muita a falta dela, mas não é por isso que eu quero retirá-la das garras do marechal James e sim, por que minha garota está sofrendo. Senti que ela queria falar mais, queria desabafar, porém sua voz e seus sentimentos ficaram presos. Apliquei o treinamento com meus soldados. A angústia de não ter ali, nos mesmos lugares de sempre, a voz dela para irritar todos...
  - Estamos preocupados com o senhor. – disse Joe dando leves tapinhas nas minhas costas e toda a atenção foi voltada para mim. Senti que eles esperavam alguma coisa a mais.
  - Estou preocupado com . Falei com ela hoje cedo e a reação dela não foi a das melhores.
  - O que está acontecendo com ela? – perguntou Max.
  - Não sei, esse é o problema. Tenho certeza de que ela está sendo reprimida. – disse contornando a boca com o polegar, pensativo.
  - O senhor tem nosso apoio para tirar de lá. – disse Henry.
  - É isso. Eu tenho que tirar do comando de James.
   saiu andando a caminho de seus escritório e chamou todos os soldados para uma reunião. Explicou os riscos e apresentou ideias.
  O sol estava a pino quando finalmente terminou os exames e foi levada para se alimentar.
  Eles estão tirando minha vida. Não posso mais andar, e pelo visto será assim até o último dia da minha vida. Não estou com fome, esse cheiro de comida está me embrulhando o estomago. James se aproximou trazendo o que seria meu almoço. Observei calmamente a comida e após alguns minutos, dei a primeira garfada. Senti meu estômago arder. Empurrei o prato para o lado e fiz sinal negativo com a cabeça.
  - Coma, . – falou James autentico.
  - Eu não consigo.
  - Está precisando de motivos para comer?
  Ele me olhou com firmeza e logo entendi que se tratava de uma ameaça. Puxei o prato para mais próximo e tentei comer novamente. A cada garfada que descia, sentia uma forte dor que fazia meus olhos lacrimejarem. Já não aguentando mais, senti uma vontade de vomitar e tapei a minha boca. James continuou me encarando sem nenhuma reação até que vomitei em cima da mesa. Alguns funcionários e soldados que estavam passando ali, pararam e viram a cena. Percebi que em meio ao meu vômito, havia uma forte presença de sangue.
  James começou a empurrar minha cadeira até que chegássemos ao laboratório médico. Deixou-me em um canto e entrou em uma sala com as divisórias transparentes para conversar com a equipe médica. Rapidamente, todos vieram até mim e me levaram para dentro. Aplicaram três injeções nos meus braços e me deixaram ali no canto tomando soro. Quando o recipiente se esvaziou, James e um homem com cabelo negro, olhos azuis e jaleco de médico entraram segurando uma prancheta.
  - , este aqui é o Dr. Derick e viemos trazer notícias. – disse James.
  - A notícia é boa ou ruim? É óbvio que é ruim. – disse irônica.
  O doutor se desembestou a falar.
  - , havia chances de você voltar a andar, pois estava tomando uma medicação forte e a chances de sentir suas pernas novamente eram de 95 %. Realizamos esta pesquisa para encontrar uma solução para os cadeirantes. Porém, este remédio que você está consumindo trouxe complicações no seu quadro e poderá lhe causar a morte. Então, decidimos parar o seu uso.
  - Então, ficarei assim para sempre. – apontei para a cadeira de rodas.
  - Deixe-me! – ordenei.
  - Precisamos conversar.
  - Não tem nada para conversar.
  Usei meus poderes e levitei daquela cadeira. Já estava pronta para voar para o mais longe dali, mas um revólver e uma fala dura foram o suficiente para me lembrar de quem estava no comando.
  - Boa escolha, .
  James me conduziu até sua sala. No caminho, os soldados me encaravam com um olhar piedoso e apreensivo, o que me deixava constrangida. Eu perdi, minha cara era de uma perdedora. Que humilhação.
  James abriu um mapa sobre sua enorme mesa e eu me aproximei.
  - Conhece este lugar? – disse ele colocando o dedo sobre uma região do mapa.
  - Iraque?
  - Sim. Estamos lutando contra extremistas e ontem fizemos o primeiro ataque. O problema é que nosso caça (avião) foi abatido perto da fronteira. Amanhã , você atacará nosso inimigo e não deixará um vivo.
  - Vá com calma aí, Marechal, eu não vou matar ninguém.
  Ele deu um soco na mesa e arremessou os papéis para longe.
  - É a última vez que vou lhe lembrar. Você vai me obedecer, não vai reclamar ou eu vou matar todos que você gosta.
  Que ódio! Eu queria matar o James, vagabundo miserável! Eu não vou matar ninguém. Estava disposta a ajudar em resgates, mas não para ser um serial killer! Encarreguei-me de girar as rodas da cadeira com minhas mãos, mas foi complicado, minha mão suava igual a um jogador de futebol nos quarenta e cinco minutos do segundo tempo.
  Enquanto isto, na base mista, se reunião com seus soldados em volta do telefone. Discou rapidamente e sentiu os músculos se contraírem ao ouvir a voz de James do outro lado da linha.
  - É o general , senhor.
  - Claro. Está ligando para saber como está sua garota?
  - Eu sei como ela está, por isso estou ligando.
  - Creio que o general está com a voz medida.
  - Creio que não esteja bem.
  - Posso lhe garantir que você está errado.
  - Peço vossa permissão para visitá-la.
  - General, seu papel já foi cumprido e não é sua propriedade. Ela está bem, já fez amizade com todos aqui e está apta para cumprir sua missão. Amanhã, fará sua primeira missão e precisamos que ela fique concentrada.
  James desligou o telefone.
   teve a certeza de que algo estava com . Primeiramente, não faria amizade com os soldados de lá facilmente, pois os soldados da equipe do Marechal James, são arrogantes e frios, bem diferentes dos da base mista, que constroem um laço de família para que possam fazer o melhor serviço.
   inclinou-se na cadeira para trás, cruzou os dedos das mãos e abriu um sorriso que se esticou por todo seu rosto.
  - Soldados, vamos buscar . – Disse o general fazendo os soldados comemorarem. – Mas é óbvio que será contra a vontade do Marechal. – todos os soldados ficaram em silêncio.
  - Faremos o que combinamos senhor. Vamos buscar , não importa se nossa vida correrá risco, nós vamos. – disse Max.
  Todos os soldados estavam dispostos a arriscarem sua vida para buscar .
  - Soldados, partiremos durante a madrugada e chegaremos lá antes do amanhecer. Cinco soldamos ficarão em Hoboken para a proteção dos amigos de . Pousaremos longe do local para não levantar alarde e teremos uma longa caminhada. Soldados, função resgate pronta em poucas horas! – ordenou .
  Os soldados correram para arrumar suas coisas, arrumar o helicóptero.

Capítulo 15

  Se eu tivesse um desejo, ou acreditasse em estrela cadente, pediria a liberdade. Preciso sentir o cheiro marcante do general , o cabelo molhado e provocante dele após o banho, sua boca macia e quente que me faziam viajar para outro mundo, as conversas com os soldados. Preciso da minha família de volta.
  Estava deitada na minha cama quando mais homens de jaleco entraram trazendo uma caixinha. Eles a abriram e tiraram de lá três seringas. Mais três injeções. Perguntei como eu atacaria os extremistas no dia seguinte, mas ninguém me respondeu. Vi que minha pergunta seria respondida pelo homem que entrava pela porta, mas não queria falar com ele, James.
  - , você tem seus poderes. Se você quiser, pode matar eles queimados, congelados, eletrocutados, afogados. Fica a seu critério escolher. Mas apreciamos mais o que seria catastrófico ao ponto de ser bonito: Queime-os.
  - Não perguntei nada para você. - disse impaciente.
  James se sentou na beirada da cama ao meu lado, enquanto os médicos tiravam minha pressão. Eles pediram que eu ficasse quieta para obterem o resultado.
  - O general ligou hoje.
  - Ligou? O que ele disse? – não contive minha curiosidade e tive que aguentar a satisfação no sorriso de James por estar certo.
  - O vínculo entre os dois é forte. Acho que até estou surpreso por você não ter vindo grávida. Ele acha que você não está bem aqui e é óbvio que quer a sua volta.
  - Exijo respeito de sua parte e já cansei de dizer que não tive nada com ninguém! Se o senhor puder me dar licença, vou tomar banho agora.
  - Seus poderes a ajudam, mas caso haja uma dificuldade por conta de suas pernas, é só pedir e eu darei um jeito. E amanhã, você voará ao lado de nossos aviões, então na se preocupe, suas pernas não serão necessárias. – ele se virou cruzando os braços para trás e deixou o local junto com os médicos.
  Peguei minha roupa e a coloquei sobre minhas pernas. Movi a cadeira para dentro do banheiro e me despi. Deixei a água cair sobre meu corpo e tentei me apoiar sobre as pernas vagarosamente, mas não as senti e me mantive no ar com os poderes. Saí do banho e senti a brisa gelada arrepiar meus braços. Enxuguei o cabelo e me sentei na cama. Puxei a coberta para cima do meu corpo e me preparava para dormir, mesmo que o sol ainda marcasse presença. Não havia motivos para ficar acordada naquele local, mas o romper da porta novamente me tirou nos pensamentos.
  - Preciso dormir, Marechal.
  - Precisa comer.
  Percebi um prato fundo em suas mãos e uma colher dentro. Provavelmente era uma sopa, mas ao se aproximar, observei um delicioso e cheiroso mingau. Eu realmente estava com fome e aceitei o prato. James puxou o uma cadeira, pegou um envelope que estava na estante e que eu não havia percebi e sentou próximo a mim. Abriu e puxou papéis grossos e grandes, quando os virou e me mostrou, vi fotos dos locais onde os extremistas se abrigavam.
  - Esses são os locais que você deverá atacar. Não se preocupe, teremos uma equipe dando cobertura e instruções.
  - Eu não posso prende-los ao invés de matá-los?
  - Não. – ele guardou as fotos. – tenho uma péssima notícia e pedirei mais atenção sua. Os russos, ingleses e alemães já sabem que você está trabalhando para nós e sabem de suas habilidades. Não dirija uma palavra para outra pessoa, senão nós. Ter você no exército do país nos torna o mais poderoso e ter você em mão inimiga significa derrota para nós. Você partirá com os aviões perto do anoitecer amanhã e chegarão ao Iraque após algumas horas. Assim que terminada a missão, deverá retornar imediatamente para cá. – James se levantou da cadeira e pegou meu prato que estava vazio. – Quer mais?
  - Não.
  Enfiei-me debaixo da coberta e ouvi a porta bater. Ele foi embora. Excluí a possibilidade de fuga, já que mais países sabiam da minha existência e de meus poderes, os únicos que poderiam me proteger eram os americanos. Como não estou no “time” britânico, russo ou alemão, sou inimiga para eles e ambos querem minha morte. Eles vão querer que me torne uma aliada, mas os que não tiverem meu apoio, almejarão minha morte. Liguei a TV que estava a minha frente e deixei meus pensamentos escaparem para aliviar a tensão.

Capítulo 16

   e seus soldados estavam pronto para decolar. O general organizou a equipe e os dois helicópteros já se preparavam para a subida. passou as ordens para os cinco soldados que ficariam em Hoboken para proteger Mary e Dan.
  - Soldados, sigam o que combinamos. Imprevistos acontecem, mas é para isto que treinamos tanto. Outros países estão cientes da existência e poderes de , então cuidado com a comunicação. De forma alguma, entreguem o jogo. Três etapas, chegar, resgatar, terminar. Não queremos mortes, mas se necessário for, matem. Vocês colocaram a vossa vida e de suas famílias em perigo. Alerta máximo até que alguém compre nossa causa. – disse o general.
  Cinco soldados ficaram na base e o resto foi ao resgate. O tempo não estava tão bom. Ao fundo, nuvens com relâmpagos trouxeram mais atenção. O vento soou mais forte e a apreensão dos soldados só aumentava. Já próximos ao local, eles pousaram.
  Uma floresta limpa e conservada rodeava o lugar. Eles se dividiram em três equipes e seguiram em frente. O vento forte fazia as folhas secas caírem cada vez mais e exigia dos soldados passos mais delicados para não fazer muito barulho. Os relâmpagos iluminavam a base militar, trazendo a sensação de que estavam cada vez mais próximos.
   acenou com a mão e três soldados se prepararam com as armas apontadas para cima. Ao segundo sinal, os três puxaram o gatilho e fizeram os três soldados que estavam de vigia caírem inconscientes. A arma não era letal se usada do jeito certo. Imediatamente, entrou e se escorou na parede perto ao portão ao ouvir passos. Dois soldados passaram conversando e logo o general seguiu seu caminho. Como era madrugada, a maioria das luzes estavam apagadas. se encarregou de estudar detalhadamente a planta do local e após subir as escadas, virou a esquerda e contou algumas portas. Max e Joe se encarregaram de bisbilhotar o laboratório. Andando cautelosamente, parou de frente com porta e girou a maçaneta sem fazer barulho. A luz pálida que entrava pela janela iluminava o rosto de e fez com que percebesse que ela estava ali. Ele entrou e fechou a porta.
  Eu literalmente apaguei, devido aos remédios que ainda era obrigada a tomar. Senti minha cama se mexer e acordei no meio da madrugada. Virei para o lado ainda com os olhos fechados e puxei o cobertor para me esquentar. Ouvi barulho de trovões e percebi os clarões provenientes dos raios e quando uma brisa mais forte invadiu o quarto, abri os olhos desesperada. Eu senti o cheiro dele. Aquele cheiro que me trazia segurança, paz, amor. Senti sua mão me tocar e me virei para ele.
  - Se eu ficasse mais um dia sem te ver, me mataria. – disse beijando .
  - Não brinque com isso. Eu te proíbo de morrer!
  - Eu vim te buscar, vamos. – disse ele puxando o cobertor. – vista uma blusa, tem uma tempestade a caminho.
  - Eu não posso.
  - Já sabemos das consequências, mas já tenho em mente o que precisamos fazer.
  - Eu não posso, . Se eu fugir, colocarei a vida dos soldados e de suas famílias em risco!
   se sentou novamente ao meu lado e segurou minhas mãos.
  - Meu amor, nós já sabemos de tudo isso. Confie em mim, vai dar certo.
  - Vai dar certo? Desculpe- me , mas o que pode dar certo na minha vida? Já está tudo estragado, é como um pão embolorado, não tem mais volta. Do fundo do meu coração , eu desejo que você volte para a base mista junto com seus soldados, tenho certeza de que eles estão lá embaixo nos esperando, e siga uma vida normal, como se eu nunca tivesse existido na sua vida.
  - Se eu fizer isso, estarei negando minha própria existência. A única escolha é você vir comigo . Você recusa e eu sairei gritando e atirando para cima, então mais de duzentos soldados aparecerão e farão de mim uma peneira.
  Não quero que morra e do jeito que ele falou, parece estar convicto do que quer. Arrastei-me até a beirada da cama e usando meus poderes, fiz o casaco vir até minhas mãos. me puxou para me levantar e como estava distraída terminando de vestir o casaco, caí de cara no chão.
  - , me desculpe. – ele tentou me colocar de pé.
  Fiz sinal de negativo com a cabeça e ele me voltou ao chão.
  Eu não posso mais andar.
   arregalou os olhos até que uma lágrima escorreu pelo seu rosto. Ele mordeu os dedos para segurar um possível grito e andou pelo quarto.
  - O que eles fizeram com você? – disse se ajoelhando ao meu lado.
  - Eles me abriram, fizeram testes e um não deu certo. Como meu corpo reagiu negativamente aos fortes remédios, recebi a notícia de que não andaria mais.
  - Eu juro, vou matar um por um daqueles desgraçados, começando por James!
  - Não ! Se você fizer isto colocará tudo a perder. Vamos embora.
  Levitei e aconselhei que saíssemos por baixo devido ao forte esquema de segurança que estava me vigiando do lado de fora. Ou seja, era impossível sair voando dali. colocou a mão no ouvido como se estivesse com uma escuta e ordenou que começassem a etapa 3. Do seu bolso direito, tirou uma caixinha e pediu para eu tomar um comprimido que estava ali dentro, para que o alarme não disparasse ao deixar o local. O comprimido era grande, mas não entregaria nossa localização. Quando conseguimos sair, vi Max voltando com uma pasta na mão devido aos relâmpagos. O vento soprou mais forte e me conduzia para a floresta que cercava o local. Assustei-me quando vi um homem armado apontando para nós. Rapidamente, usei meus poderes e o arremessei contra a árvore.
  - Não reaja. Não quero te matar. – o vi encostar na árvore e puxar a arma para seu colo.
  Inesperadamente, o soldado ergueu e arma pronto para puxar o gatilho, mas estava atento e atirou sem hesitar. Arregalei os olhos ao ver aquela terrível cena e encarei os olhos frios de .
  - Precisamos sair imediatamente daqui. – disse o general puxando minha mão.
  Confesso que ainda estava assustada. O silenciador usado na arma evitou mais escarcéus, mas ainda era perigoso estar ali. Estou pensando, quando James descobrir, o que ele fará conosco? A morte é o nosso destino?
  O helicóptero estava a nossa frente. Entrei e me sentei no fundo com os outros soldados. Eles me receberam com carinho, mas por conta do meu medo, não consegui retribuir.
  - , não coloque os cintos. Caso algo aconteça, voe para o mais longe que puder. De preferência para fora dos Estados Unidos. – disse .   Conforme íamos subindo, as luzes do lugar foram se acendendo, provavelmente tinham notado nossa presença.
  Após 10 minutos de voo, senti uma agitação dos pilotos.
  - Atenção, temos quatro aviões de abate vindo em nossa direção. – disse Patrick que estava pilotando.
  Os soldados vestiram uma mochila e alguns prepararam o armamento. Nosso outro helicóptero estava ao nosso lado e tinham as mesmas informações. O general veio até mim e se agachou segurando minha mão.
  - Olha bem nos meus olhos e entenda, eu vou abrir aquela porta e você vai para o mais longe que puder e nem pensar em olhar para trás.
  Eu percebi que seus olhos começaram a lacrimejar e os outros soldados ficaram em silêncio.
  - Corre . – disse Henry. – não temos tempo.
  Fiquei de pé e limpei a lágrima que escorreu do meu rosto.
  - Isso que você acabou de me falar, foi um adeus?
  - , não temos tempo para discutir. – disse abrindo a porta.
  Caminhei até a porta e me segurei para ainda não ser jogada para fora do helicóptero. se aproximou e me deu, o que seria para ele, o último beijo. Ele se afastou um pouco e sua cara foi de espanto ao me ver gargalhando. Sua testa franzida fez seus olhos se arregalarem ao perceber o que de fato iria acontecer.
  - Nem pense nis... - disse e eu o interrompi.
  - , leve seus soldados para o lugar mais seguro. Eu vou ficar bem.
  - , aqueles aviões estão altamente equipados, eu ordenei que você fuja, eu sou o general, eu mando!
  Tarde demais. Soltei minhas mãos que evitavam a queda e comecei a cair em alta velocidade. Curvei meu corpo e voltei para altura necessária. Os aviões estavam se aproximando, mas eu não ficaria ali os esperando, partiria para o ataque. Eu teria que ser muito rápida, pois havia quatro aviões. Inclinei meu corpo para frente e comecei a voar a toda velocidade. Produzi uma bola elétrica do tamanho de uma bola de basquete com minhas mãos e quando um dos aviões estava bem perto, arremessei-a com todo o ódio que eu tinha. A explosão foi tão grande que me arremessou para trás e graças a isso não fui atingida por dois mísseis que vinham em minha direção. Um avião a menos. Enquanto os outros dois se recompunham para continuar a caçada e abater os dois helicópteros, o outro venho para cima de mim sem dó nem piedade. Atirou vários mísseis e criei uma barreira de proteção para não ser atingida, mas com a força do impacto, mais uma vez fui arremessada para trás e senti meus braços queimarem.Aquilo ali precisava de uma boa atadura. O avião vinha novamente e não poupei minha agressividade. Não tinha tempo a perder, pois os outros dois aviões continuavam a caçada para derrubar nossos helicópteros. O vento soprou mais forte e senti meus braços arderem, então, fiz uma camada de gelo se formar em volta do avião que logo começou queda livre e explodiu ao tocar no chão. Sinceramente, minha consciência não estava medindo o peso das minhas atitudes no momento. Voei desesperadamente e percebi que os aviões estavam muito perto de atingir e seus soldados, precisava de uma atitude imediata que derrubasse os dois de uma só vez. Senti minhas mãos pesarem e arremessei uma onde elétrica que atingiu os aviões, mas percebi que ainda não consegui derrubá-los. Nossos helicópteros tentaram um ataque, mas o forte vento causou problemas. Os aviões atirariam e matariam todos, mas minha última chance de derrubá-los surgiu quando um forte raio cruzou o céu e fez acender uma lâmpada na minha cabeça, tinha uma ideia em mente. Acompanhei a velocidade dos aviões e me posicionei no meio dos dois. Usando meus poderes tentei atrais um raio para meu corpo para poder canalizar o poder e consegui. Um forte raio iluminou o céu e me atingiu em cheio. Eu já estava preparada e atingi os dois aviões de uma só vez, que explodiram no ar. Infelizmente, não consegui escapar da explosão. Meu ouvido fez um forte chiado e meus olhos ardiam muito. O que me surpreendeu naquela queda livre é que eu podia sentir minha pernas, eu as sentia. Não senti meu corpo responder para ficar acordada, fui desmaiando aos poucos, sentindo o vento atravessando meu corpo que logo iria colidir com o chão. Para minha sorte, pulou do helicóptero e foi caindo até alcançar meu corpo. Quando me segurou, abriu o para quedas e fomos caindo, bem lentamente. Por completo, desmaiei.

Capítulo 17

  A primeira coisa que notei ao abrir meus olhos, foi que meus braços estavam enfaixados. Uma coberta grossa cobria meu corpo até a metade. Uma cortina amarelada tampava a pouca luz que se atrevia a entrar. Não sei se estava entre aliados ou inimigos, pois a única coisa de que me lembrava, era de uma queda rápida e dos olhos marcantes de . Tomei coragem e tentei me levantar. Aquele raio me fez sentir minhas pernas novamente e milagrosamente, caminhei até a porta e vi Henry sentado em um banco no final de um corredor comprido, com as paredes um pouco sujas e rachadas.
  - Henry, está tudo bem? – perguntei.
  Ele se levantou e veio até mim.
  - Oi , volte para o quarto, vou chamar o general.
  Obedeci estranhando o tom da voz de Henry. Entrei, fechei a porta, mas a curiosidade falou mais alto e fui até a janela espiar o que acontecia lá fora. Vi conversando com quatro homens bem vestidos, provavelmente eram militares. Muitas árvores cercavam o local, mas mal podia se ver suas folhas. Após esperam quase meia hora, ouvi a porta bater e vi colocando seu chapéu em cima da mesa ao lado da porta. Ele sorriu ao perceber que eu podia andar novamente. Não esperei mais um segundo e pulei em seus braços, aonde ele me segurou por muito tempo.
  - Você está bem? E seu braço? – ele perguntou.
  - Não sinto dor, estou bem. , obrigado por ter me salvado. Se não fosse você, provavelmente estaria morta.
  - Você não tem que me agradecer. Eu é lhe devo desculpas, por ter te colocado nessa confusão. Nunca podia ter deixado tirarem você de mim.
  - Não foi sua culpa.
  - , se eu pudesse voltar no tempo e ter te deixado em paz, na sua vidinha monótona, calma e feliz... Agora você corre risco de vida, machucou-se. Tudo isso é culpa minha.
  - General . – eu disse brava. – nunca mais repita isso! Se eu não tivesse te conhecido eu nunca teria encontrado uma razão para viver! Você é e sempre será a melhor coisa que já aconteceu na minha vida.
  Aqueles braços fortes e aquela grossa mão envolveram todo meu corpo de uma maneira tão quente que fiquei com medo daquele lugar pegar fogo. me beijou tanto que parecia que todo o ar do mundo era ineficiente naquela circunstância.
  - O que você conversava com aqueles homens? Não entendi nada. Vocês estavam falando mandarim? Grego? Egípcio? Marciano?
  - Não, falei russo porque estamos na Rússia.
  - O quê? Como chegamos aqui? Eu dormi por muito tempo de novo, não é?
  - Sim, mas esta viagem estava programada. – entregou-me um casaco grosso. – Vista-o.
  - Aonde vamos?
  - Nada sério no momento, vamos andar um pouquinho lá fora e vou contar tudo para você.
  Assim que abriu a porte pude sentir o forte vento e entendi porque Hitler perdeu a guerra, se bem que não havia neve no local, ainda. Fui surpreendida por um forte abraço do Max, mas o encarou de uma forma ciumenta tão engraçada que Max ficou envergonhado.
  - Desculpe senhor, estava com saudade dessa encrenqueira aqui.
  - Não tem que se desculpar seu bobo, pode me abraçar o quanto quiser, eu também estava com saudade! – eu disse e o abracei novamente.
   pigarreou ao meu lado e ri do ciúmes idiota dele.
  - Como assim ele pode te abraçar o quanto quiser? – fez pose de machão.
  Senti que era hora de zoar e soltei as palavras naturalmente.
  - É claro que ele pode. – cruzei meus braços nos de Max. – Nós vamos nos casar, não é verdade, Max? – O cutuquei pelo braço e ele me encarou de uma forma muito engraçado, uma mistura de medo e muito medo.
  - É claro que vamos nos casar, . – Max entendeu e entrou na brincadeira.
   cruzou os braços e começou a rir.
  - Do mesmo jeito que eu não te trocaria por nenhuma outra pessoa no mundo, você também não me trocaria. – disse ele convicto, acabando com minha graça.
  Como assim? com aquela pose toda e aquela fala pausada acabou com minha brincadeira. Max voltou para continuar seus serviços e eu e o general ciumento continuamos a andar pelo local. Ao fundo, percebi um muro bem alto.
  - Onde fica o portão desse lugar?
  - Ainda bem que você não o encontrou. – disse .
  - Como se eu precisasse dele para sair daqui. – retruquei e foi admirável a cara dele.
  - Hoje você quer me provocar, não é? Como nos velhos tempos.
  - Nossa, falando assim, parece que nos conhecemos há séculos atrás. E outra, não estou te provocando.
   pegou na minha mão e a beijou. O frio que estava me incomodando sumiu em questão de segundos. Ele foi me guiando até chegarmos em uma casinha no meio do nada. Educadamente, ele abriu a porta e eu entrei. Merda! Rapidamente, a porta se fechou atrás de mim e percebi que estava sozinha.
  - General , o que pensa que está fazendo? – eu disse batendo na porta.
  Ele abriu uma pequena janelinha que ficava na porta para que pudéssemos ter uma conversa cara a cara.
  - , conheço você como ninguém. Se eu pedisse para você ficar, você não ficaria, assim como você não me obedeceu no helicóptero.
  - Mas as circunstâncias eram diferentes. E outra, você realmente acha que esse cubículo pode me deter? – observei o local.
  - Meu amor, as coisas mudaram, e para pior! Daqui a pouco, estarei em uma reunião com os líderes da Rússia e do Japão para termos uma conversa para lutarmos por sua liberdade.
  - , assim que o Marechal James ficar sabendo disso ele mandará matar todos nós, inclusive quem estiver nos ajudando. Deixe-me sair daqui.
  - Não. E só para avisar, este cubículo aqui. – ele apontou para o lugar. - é bem forte sim, mas teremos uma ajudinha. Por favor, deite-se naquela cama.
  Quando percebi, era tarde demais. Uma fumaça com cheiro de milkshake de morango invadiu o lugar e fui sentindo meu corpo desabar. Não tive tempo de chegar até a cama e fiquei ali paralisada no chão. então abriu a porta e com uma máscara entrou no lugar. Ele ergueu meu corpo e me colocou na cama.
  - Desculpa ter que fazer isto com você, mas faço isso porque te amo, e não quero que se machuque novamente. – ele se despediu com um beijo bem demorado, com aquela boca quente.
  Dessa vez não fiquei com raiva, só estava querendo me proteger. O que eu sinto na verdade é medo, a situação fugiu do controle, não temos amigos ou inimigos definidos. Acordei e estava na Rússia, estou tão confusa. O que eu preciso fazer é sumir da vida desses soldados, do general e deixá-los viver em paz, sem perigo.

Capítulo 18

  Fazer aquilo com me partiu o coração, mas foi necessário. Entrei no carro e fui até o local de encontro com os líderes do Japão e da Rússia. Chegando lá, vi um forte esquema de segurança, passei por uma revista e depois me sentei para conversar com eles. Contei toda a história para eles, desde o começo. Eles ficaram irritados ao saber que os Estados Unidos pretendiam usar como uma arma extremamente letal, o que no caso, seria péssimo para os outros países. Após quase duas horas de conversa, decidimos que faríamos uma reunião com o presidente dos Estados Unidos, Marechal James, com representantes da ONU, e muitos outros chefes de Estado.
  - Marcarei a data e ligarei amanhã para lhe informar. – disse o presidente Russo.
  Voltei imediatamente para nosso local seguro e fui informado que a mídia estava a todo vapor trabalhando nesse assunto.
  Não abri um sorriso quando vi o general abrindo aquela porta para eu poder ficar livre daquele mal estar e da paralisação.
  - Você está se sentindo bem? – ele disse acariciando minha cabeça.
  - Não vou ficar bem enquanto você não parar dessa ideia idiota de querer me proteger a qualquer custo. Eu já tenho idade, morei sozinha, me virei sozinha.
  - Para mim, você ainda é nova demais e eu não quero que você sofra, nunca mais.
  - Mas eu estou sofrendo muito mais vendo você se arriscando por mim. Não quero mais isso .
  - Tudo bem. Eu prometo que não irei mais exila-la da situação.
  Fomos para um lugar mais quentinho e aconchegante, onde ligamos a TV e pude ver o que acabara de acontecer.
  - Isso vai dar bosta. – eu disse o encarando.
  - Não vai. Vamos tentar entrar em um acordo, tentar apaziguar a situação.
  - Nossa, aonde é que eles arrumaram uma foto minha? Estou parecendo um godzila.
  - Para, você é linda de qualquer jeito.
  - Isso porque você nunca me viu acordando de cabelo arrepiado, olheira e tudo mais.
  Max chegou e nos chamou. Ele tinha preparado o jantar e agora estamos todos ali, os 45 soldados e o general.
  - Essa família é difícil de ser separada. – disse Henry.
  Comemos e apresentei cansaço. aconselhou que eu fosse dormir e me acompanhou até a porta do meu quarto.
  - Então? – ele disse cheio de esperanças. – posso entrar?
  Confesso que minha gargalhada foi um pouco diabólica.
  - Desculpe-me, mas prefiro ficar trancada e sozinha. – bati a porta na cara dele.
  Deitei na cama e estiquei as pernas. Puxei o cobertor de um lado para o outro, mas não me senti confortável. Droga! Levantei da cama, destranquei a porta e a abri, vendo a imagem de na minha frente.
  - Sabia que não resistiria. – disse ele convicto entrando no quarto e trancando a porta.
  - O quê? Nem pensar general. Se quiser, durma no chão. – eu disse e fiquei ali batendo os pés esperando que ele fosse embora. Mas na verdade, eu não queria.
  - tudo bem, então vou arrumar aqui o chão para me deitar.
   tirou o casaco e esticou no chão ao lado da cama. Fez cara de pensativo como se estivesse montando uma cama com as roupas e começou a despi-las do corpo. Quando ele tirou a camisa, o ar que tinha naquele lugar pareceu sumir.
  - Eu tenho que dormir em um lugar confortável. – disse tirando as calças. – O que foi? Gostou da minha cueca?
  É-claro-que-gostei. Eu estava sem graça, paralisada, sem ar...
  - Pare com isso antes que fique pelado. Você pode dormir na minha cama.
  O sorriso não escondeu a satisfação do general. Ele se deitou na cama e cruzou os braços atrás da cabeça, ainda semi nu. Seria mais fácil acabar com aquela confusão toda com James que dizer um “não” para o olhar voraz de . Deitei ao seu lado e abracei aquele corpo esculpido por deuses gregos. O general começou a passar a mão na minha cabeça, fazendo até os pelos dos pés se arrepiarem. A Rússia não tem um clima favorável para um dia ensolarado, quente, piscina e sorvete, por isso fiz questão de puxar aquela enorme coberta cinza em cima de nossos corpos.
  - Está com frio? – ele disse praticamente sussurrando as palavras na minha boca. – eu te esquento.
  - , eu sei que isso é embaraçoso e eu realmente não queria tocar nesse assunto, mas é que eu preciso falar e preciso de sua compreensão, porque é muito estranho isso, falar disso com você. – notei a cara dele de espanto.
  - E após um texto enorme de enrolação, será que você poderia me contar? É sobre você ser virgem? – ele disse como se fosse a coisa mais simples do mundo.
  Assenti com a cabeça. Ele riu. Não gostei disso.
  - Primeiro, não farei nada que você não queira e segundo... Somos marinheiros de primeira viagem nesse assunto. – p.a.r.a t.u.d.o
  - O que? Você... Você é virgem? – eu disse surpresa, muito! – desculpa, mas não posso acreditar.
  - Por que não? – sentou-se na cama.
  - Isso pode parecer estranho, mas namoramos e não sei sua idade!
  - Tenho 33 anos.
  Se eu fosse um pouco mais flexível, meu queixo estaria no chão.
  - 33 anos e ainda é virgem... Desculpa, mas um general, lindo, com esse corpo, com esses olhos, sorriso e coração. Eu vi naquela festa como as mulheres te olhavam. Parecia que elas iam te comer com os olhos.
  - E você estava morrendo de ciúmes.
  - Imagina. - Ele soltou uma gargalhada. – Foi engraçado. Você sempre me contrariando, querendo arrumar intriga e hoje está aqui, na minha cama.
  - Hey. – eu o encarei inconformada com o que disse. – É minha cama!
  - Está bem. Mas voltando ao assunto, não precisa ficar assustada, quando tiver que ser, será. Confesso que para mim também é um pouco inusitado. Você , é a mulher que eu escolhi,para toda minha vida e quero que saiba que estarei aqui, respeitando, amando infinitamente.
  - Para! Isso já está ficando melado demais. – eu disse, impaciente por fora, derretida por dentro.
  Ele me beijou, como se minha boca fosse um favo de mel e ele precisasse sugar todo meu amor. O que mais me arrepia no , é aquela boca carnuda, quente e precisa. Ele faz questão de atingir o meu limite, como se fosse uma ferida, mas uma ferida boa que me leva a outras dimensões.
  - Eu sei que você gosta de coisas mais quentes. – ele beliscou minha bunda.
  Soltei um grito inconformada e acabei caindo na risada junto com ele. Eu já disse que aquele homem sorrindo fica inexplicavelmente sexy? Fomo interrompidos por um toque do celular de e pela cara que ele fez, não gostou nem um pouco de ser interrompido. Ele ficou de pé imediatamente ao atender o telefone e andava de um lado para o outro naquele quarto, o que para mim era um desfile daquele corpo semi nu. Seu semblante foi de preocupação. Ele desligou o celular e sentou-se quieto na beira da cama.
  - O que foi? – eu disse abraçando as costas dele.
  - Pelo visto, ninguém quer esperar. A reunião já foi marcada, para amanhã. Você vai precisar ir junto, é uma exigência de James.
  - Tudo bem, eu vou.
  - Fique pronta em no máximo uma hora. Pegaremos um voo ainda hoje para o Reino Unido.
  O general pegou suas roupas do chão e saiu do jeito que estava para fora do quarto. Os soldados que estavam ali por perto o viram naquelas condições e começaram a zoar com ele.
  - Por que estão rindo? – ele disse sério, mas logo abriu um sorriso - Quero todos reunidos em 5 minutos no salão principal.
  Arrumei-me rapidamente e esperei vir me chamar. Vi da janela três carros chegando e presumi que somente eu e iríamos para Londres. O general chegouao quarto e me chamou, descemos as escadas e ele me apresentou dois homens, que não falavam minha língua. Apenas sorri e apertei as mãos, torcendo para que não estivessem falando mal de mim. Seguimos até o carro e um deles até abriu a porta para mim. Após alguns minutos de estrada e vários carros pretos nos dando escolta, chegamos ao aeroporto. O jatinho particular decolou e aproveitei para dormir a viagem toda. Aquela tensão estava dando dor de cabeça e o ombro de pareceu confortável demais.

Capítulo 19

  - , acorda, já chegamos.- disse , tirando-me de um pesadelo. Sonhei que nosso avião tinha caído.
  Levantei do assento ainda com tontura devido ao sono. me amparou ao descer as escadas e as luzes dos carros da polícia britânica definitivamente me segaram. Não contei direito, mas juro que pude ver o maior esquema de segurança da história. deu-me seu casaco e fomos inundados por uma avalanche de flashs. Se a quantidade de seguranças era grande, a de jornalistas era 3 vezes maior. Entramos em um carro e fomos escoltados por mais um tempo até chegarmos onde ficaríamos hospedados. Dormimos algumas horas, o general recusou dormir em outro quarto a não ser o meu, pois agora estávamos em alerta máximo. No café da manhã ainda estava tentando me recuperar dos flashs quando li na capa do jornal a matéria “General trai o país por namorada e abala o mundo”
  - Desculpa . – pude perceber encarando o jornal.
  - , não é culpa sua. Isso não foi uma traição, estou fazendo apenas o que é certo e para seu bem. Por você não tenho limites.
  Após esperarmos impacientemente, a hora chegou. estava naquele traje de general. Minha roupa também era formal, pois aquele encontro seria... Histórico. O local de nossa reunião parecia um palácio e agora o número de seguranças havia se elevado a uma potência de 10. Assim que entrei, eu e James nos encaramos. recusou-se a olhar para o Marechal. Sentamos em uma nossos lugares, como em um tribunal. Pessoas que eu nunca tinha visto na vida entravam a todo o momento e se posicionavam naquele pedacinho de inferno, provavelmente eram presidentes de algum país. Reconheci o primeiro ministro britânico, David Cameron porque ele fez um vídeo com uma boyband que eu gosto muito uma vez. Reconheci também o presidente dos Estados Unidos. Não fui com a cara dele. Muita gente começou a falar até chegar a vez de .
  - Senhores, o plano beta tinha como objetivo ter e seus poderes nas mãos do exército, já que esta garota é a arma mais poderosa de todo o planeta. Ou melhor, ela é a pessoa. Eles a tratam como se fosse um objeto. O intuito do plano era estudar para poder “fabricar” mais pessoas iguais a ela. Assim, todos os outros países estariam nas mãos do grande EUA.
  - Acho que o general esqueceu-se de contar que invadiu nossa base e baleou um de meus soldados. – disse James interrompendo.
  - Esqueci de contar que quando fui resgatar , a encontrei paraplégica. – disse , vingativo.
  Pediram para que os ânimos fossem contidos e continuaram a reunião. Não entendi muito, mas deu a entender que todos os outros chefes de Estados estavam furiosos com a atitude americana e exigiam uma punição.
  - Devo lembrar que estamos aqui para discutir, primeiramente, a liberdade de . – disse o presidente russo.
  Percebi que estavam folheando muitos papéis e decidindo o meu futuro sem ao mesmo perguntarem o que eu queria. Então decidi me intrometer, o máximo que poderia acontecer era eu levar alguns tiros. Só isso.
  - Desculpem-me interromper, mas eu gostaria de falar algumas coisas. – todos ficaram em silêncio. – Gostaria de pedir total segurança para toda nossa equipe, eu, o general e todos os soldados da base mista. Antes que decidam por mim, não defenderei nenhum país, não atacarei nenhum país. Não tenho mais uma casa, isso tudo é confuso para mim.
  - , você gostaria de se afastar do general e seus soldados? – perguntou um homem que parecia ser o juiz daquela confusão toda.
  - Não. Eles são minha família, só quero viver em paz.
  Mais minutos de papeis para todos os lados, um homem até se exaltou e teve que ser contido até que James soltou as palavras e minha vida se tornaria um inferno.
  - matou três pilotos meus. Deve ser julgada e condenada, por isso, deve voltar imediatamente para os Estados Unidos, antes que se torne uma foragida pela Interpol. – disse James convicto.
  - Eu agi por defesa. Seus aviões estavam nos atacando e se eu não os derrubasse, eles nos matariam, não foi essa a sua ordem, nos matar?
Quatro horas depois, chegamos a uma conclusão. Um homem começou a falar.
  - A punição para os EUA será uma indenização a vítima e seus sigilos militares serão quebrados. Membros correspondentes se implantarão na área militar por 25 anos. A garota , estará livre para decidir seu destino, escolhendo um país para morar. O prazo para a sua escolha é de três dias, .
  Assenti com a cabeça e vi James sair da mesa bem estressado. Após eu e assinarmos uns 10 papéis, fomos escoltados até o carro para seguirmos até o aeroporto e voltarmos para a Rússia, onde eu tomaria minha decisão.
  Estiquei-me na poltrona, apoiei minha cabeça no ombro do e aproveitei para cochilar. Após muito tempo de viagem, tirei meu cinto de segurança e me levantei para esticar o corpo. De repente, o barulho de uma explosão surge e tudo treme com muita intensidade. Fui arremessada cinco metros para frente e bati a cabeça em alguma quina. As máscaras de oxigênio caíram e um barulho parecido com uma sirene soava sem parar. O piloto pediu para que nos sentássemos e apertássemos o cinto, já que o avião estava em queda. Fomos tomados pelo pânico. Encarei por alguns segundos até que uma ideia surgisse. Abracei-o fortemente e pedi para que me obedecesse. Fui até a saída de emergência e a abri com dificuldade. Em seguida, pedi que e o presidente Russo segurassem meu corpo com toda a força possível. Saí voando do avião em chamas e descemos praticamente em queda livre até próximo ao chão, onde soltei os dois. Voltei o mais rápido que pude e resgatei o piloto e o co-piloto. O avião já estava quase atingindo o chão quando pousei com a aeromoça. Todos estavam muito abalados.
  Persegui o avião com meu olhar para vê-lo despencando no chão e explodindo em seguida. Fui procurar ajuda e encontrei após cinco minutos de vôo intenso. Por sorte, caímos na fronteira da Rússia e o resgate já estava a caminho. Depois de quase uma hora, carros das forças armadas russas e algumas ambulâncias chegaram. Os paramédicos insistiam em me atender por conta de um corte na minha cabeça.
  - , acho que isso precisa de uns pontos. – disse .
  - Ponto? Para quê? Eu estou ótima.
  Os paramédicos me encararam.
  - Ele tem razão. Seguiremos para o hospital mais próximo.
  É óbvio que minha cara não foi a das melhores. Entrei na ambulância e fui obrigada a deitar e ficar quieta naquela maca. Sinceramente, eu estava bem. sentou-se ao meu lado e foi a viagem toda segurando minhas mãos. Entrei no hospital e fui submetida, após ganhar alguns pontos na cabeça, a uma ressonância magnética.
  Aguardei impaciente no quarto do hospital os resultados.
  - Você sabe... Mais uma vez James tentou nos matar. – vi abaixando a cabeça.
  - , todos sabem, e agora estamos á um triz de uma guerra. – disse ele.
  Que droga! Quando falamos em guerra, falamos em pessoas inocentes morrendo, perdendo a família, um contexto de terror.
  O telefone de tocou e vi ele saindo para fora da sala imediatamente. Pela janelinha da porta, o vi andando no corredor de um lado para o outro e levando as mãos na cabeça. Ele socou a parede e ficou parado refletindo com o acontecido. Imediatamente, tirei aquela agulha que levava alguma coisa que não era soro para dentro do meu braço e fui até ele.
  - O que aconteceu? – Vi se virando para mim com os olhos vermelhos e cheio de lágrimas.
  - Atacaram nosso abrigo na Rússia. – me abraçou.
  - Atacaram como? – eu perguntei gaguejando.
  - Com uma bomba. Explodiu tudo lá. Não sabemos se há mortos, feridos, sobreviventes...
  - Eu vou direto para lá! E não ouse me impedir, general!
  Ele entendeu e soltou meus braços devagar.
  - Chegarei logo , tome cuidado. – ele disse.
  Olhei para trás e nem pensei duas vezes.
  - Quer saber? Segure forte em mim, você vem junto. E preciso de ajuda para chegar lá.
   agarrou-se nas minhas costas assim que saímos de dentro do hospital. Voamos e erramos o caminho umas três vezes. Íamos parando em algumas cidades para perguntar o caminho. Ainda bem que levei o general junto, pois só ele sabia falar russo. Depois de duas horas, chegamos na cidade em que estávamos hospedados. Após sobrevoarmos algumas áreas verdes, avistamos o local. Estava aos pedaços. As luzes dos carros da polícia davam mais tensão ao lugar. Assim que pisamos em terra firme, corremos em busca de informações. Ao lado direito, debaixo de uma árvore, vi três corpos cobertos com aqueles papéis platinados. Corri até eles, mas dois homens, senhores já, me proibiram de vê-los. se aproximou e conversou com eles. Senti um pequeno alívio ao saber que não era nenhum de nossos soldados, mas ainda sofri ao lembrar que aqueles homens estavam mortos. A equipe de resgate estava a caminho e o dia já começava a clarear.
  - Não vou ficar parada aqui. – Segui a caminho dos escombros.
  Com o auxílio dos meus poderes, movi cada bloco de cimento pesado para as laterais, a fim de encontrar meus soldados. Com o tempo, retirei 16 soldados dos escombros, vivos, mas nenhum era da nossa base americana.
  Um soldado todo havia acabado de chegar, estava fora quando a explosão aconteceu. Assim que viu o ocorrido, nos informou que antes de sair, alguns soldados russos levariam nossos soldados ao subsolo para conhecer aquela área e se ainda estivessem lá, a chance de terem sobrevivido era muito maior.
  Retirei mais e mais pedaços quebrados de concreto até achar a porta que levava ao subterrâneo. Destranquei aquela porta pesada e escura e vi os olhos atordoados dos soldados. A surpresa e o caos eram vistos nos olhos de cada soldado que saía porta a fora. Graças a Deus, todos estavam bem. Disseram que ouviram uma forte explosão e depois não conseguiam abrir a porta. As equipes médicas atendiam a todos os soldados e eu aproveitei para me sentar e limpar a poeira do rosto. se sentou ao meu lado.
  - Estou com medo.
  - . – ele me abraçou. – não vou negar que também estou com medo. Isso tudo atingiu proporções gigantescas.
  - Senhor. – disse um soldado russo para o general. – Acabamos de receber a informação de que os ataques vieram de aviões e comandos americanos. Peço que o senhor e a senhora nos acompanhe para um local de proteção. Bombardearemos os Estados Unidos em questão de minutos.
  - O quê? – me levantei inconformada. – Como assim?
  O soldado voltou a prestar informações.
  - Senhora, a situação tomou rumos inevitáveis para uma guerra. Estamos falando do primeiro uso da bomba de hidrogênio.
  Eu ri em sinal de desespero .
  - Vocês têm noção de que uma bomba daquela destruirá mais que uma bomba atômica? Vocês tem noção do tanto de vidas inocentes morrerão? Não. Não. E não! Ninguém vai atacar ninguém.
  - Ela tem razão soldado. Uma 3ª Guerra Mundial é totalmente inaceitável. - disse .
  - Desculpem-me, mas as ordens já foram dadas. Eles nos atacaram, agora é nossa vez de retribuir. Estou aqui apenas para levá-los ao lugar mais seguro possível. Estamos estudando como os americanos conseguiram descobrir nosso esconderijo. Acompanhem-me, por favor.
  - Não. – eu disse com a maior raiva do mundo. Olhei para e ele estava totalmente atordoado. Virei-me para ele e segurei forte em suas mãos.
  - Nem pensar . – ele disse já tentando cortar o meu barato. – Estamos falando de bomba de hidrogênio.
  Aquele olhar azul de desespero tomou conta de mim, as lágrimas começavam a brotar em seus olhos e fui falando logo porque não gosto de despedidas.
  - Isso tudo foi culpa minha. Não deixarei pessoas inocentes morrerem por minha causa. Eu vou arrumar um jeito de parar aquela bomba. Ou melhor, evitarei que ela seja lançada.
  - Nã... – tentou acabar com meus planos, mas parei sua fala com um beijo. Talvez o último.
  - Eu te amo, ok? Você tem que seguir em frente e proteger seus soldados.
  - Não , não... – ele se negava acreditar.
  - Não adianta tentar me parar. – fui me soltando dele.
   me puxou para mais perto e me beijou novamente.
  - Eu também te amo.
  Nós dois sabíamos que se não conseguisse evitar o lançamento da bomba, tentar acabar com ela no ar seria praticamente uma missão suicida. Saí correndo o mais rápido dali e voei direto para Moscow, de ontem seria autorizado o lançamento da bomba. Não sei por que cargas d’água, segui o caminho certo. Vi aquele palácio enorme onde o governo se concentrava e me atirei contra o vidro do que seria a sala do presidente. Não sei se foi sorte ou azar, mais o encontrei ali com mais 10 homens. Cortei um pouco dos meus braços com os estilhaços. Ergui as mãos para o alto ao ver todas aquelas armas apontadas para mim.
  - Não dispare a bomba. Por favor. Milhares de pessoas inocentes morrerão. – eu praticamente supliquei.
  - Tarde demais, . – ele disse indicando que tinha acabado de concluir o lançamento.
  Sua mão direita havia se soltado da maleta, o que provavelmente, após o escaneamento das digitais, tinha autorizado a bomba.
  - Agradeço por ter me acolhido em seu país, mas não é assim que funciona.
  Com uma onda de choque, estourei tudo naquela sala. Todos caíram no chão, não sei se mortos ou desacordados, não me importava naquele momento. Tinha uma bomba altamente destrutiva a caminho da maior potencia econômica mundial. Sai pelo mesmo buraco que entrei e tentei seguir aquela bomba, mas ela ia sumindo no horizonte. Naquela altura do campeonato, os americanos e todo o mundo já devem estar sabendo da atrocidade russa. Aquela não era um bom momento para pensar, apenas para agir. Levei um susto ao perceber que o celular no meu bolso estava tocando, me obrigou a levá-lo comigo, já que a James estava disposto a colocar em prática a vingança mais cruel possível.
  - , saia logo daí, os EUA estão rebatendo, há uma outra bomba á caminho da Rússia. – disse do outro lado da linha.
  Se continuasse ouvindo a voz dele, logo ele me convenceria com todo aquele drama, por isso, deixei que o celular escorregasse pela minha mão e fosse sumindo conforme se aproxima do chão. Dei toda a energia que tinha para me aproximar da bomba. Quando a distância entre mim e ela foi praticamente excluída, avistei a segundo bomba se aproximando em uma velocidade praticamente impossível. Como já disse, não era hora para pensar, mas sim, agir.
  Como o alvo das duas eram diferentes, não colidiriam, mas cada um seguiria seu caminho e eu teria tempo de impedir somente uma, por isso, fiz um campo de força para o ponto de interseção. As duas passaram e as englobei com o campo, de onde elas não sairiam. Elas já se aproximavam das paredes e não sei se sobreviveria aquela situação.
  Vivi como um broto na sombra minha vida inteira, e quando apareceu, minha alma libertou as pétalas mais belas. Ele foi como um sol que chegou me inundando de luz. Mas tudo na vida tem um fim, e esse é o final da nossa história. Confesso não ser um final feliz, mas já deveria ter previsto, o começo foi bem abalado, mas o meio foi indescritivelmente perfeito. Seria bem legal ver minha história contada nos livros didáticos, como a garota que salvou milhares de pessoas, talvez, ainda não sei se serei capaz de segurar duas bombas tão potentes. Espero que receba o Nobel da paz, pois ele sempre tentou conciliar esta situação difícil, mesmo que tenha me deixado muito irritada por sua teimosia, mas entendi que ele sempre fez tudo por mim. E os 44 soldados... Meus irmãos, sempre me apoiando, animando, ensinando os truques e os laços de uma família. Acho que não posso reclamar da minha vida, não vou. Tive um final feliz, essa parte em que impeço as bombas de matarem milhares de pessoas é apenas uma despedida, um jeito de partir. Como queria poder agradecer as pessoas de Hoboken, graça a elas cresci forte. Na escola aprendi a lidar com os desafios, com Mary e Dan aprendi a seguir em frente.
  Usei meus poderes como nunca antes para segurar as duas bombas e enfim, ao colidirem com o campo de força, explodiram. Não tive tempo para ter medo, apenas senti meu corpo todo formigar e em seguida, um calor intenso tomou conta do lugar. Perdi a consciência em menos de um segundo.

Capítulo 20

  O dia era de festa no mundo inteiro. Bandeiras brancas estavam penduradas nas ruas, janelas, dentro dos lares e aonde houvesse comemoração, o lugar estaria enfeitado, cheio de crianças correndo e uma música tocando. Um ano se passara desde a explosão das bombas. Em comemoração ao salvamento de milhares de pessoas e de uma possível 3ª Guerra, as pessoas comemoravam a data celebrando a heroína . Uma hora da tarde foi o horário da explosão e neste horário, em qualquer lugar do mundo, as pessoas se reuniram para uma oração, não importando a religião. Todos rezaram para agradecerem a vida que têm. e seus 44 soldados se reuniram no Reino Unido juntamente com todos os representantes de cada Estado para fazerem a oração. O general ainda em silêncio desde aquele dia não esboçou nenhum sorriso. Os sinos tocaram e 10 minutos de silêncio foram mantidos. No final do tempo, aplausos e pombas brancas inundaram o mundo.
  Um por um, todos os líderes de Estados cumprimentaram o General. Desde o ocorrido, e seus soldados decidiram que voltariam para os Estados Unidos, cada um voltaria a sua função desde que as forças armadas fossem para combater o verdadeiro mal. ficou responsável pela transparência bélica dos países e ao longo desse tempo, conseguiu eliminar a existência de 3 bombas atômicas.
  Ao longo deste interminável ano, manteve-se no Reino Unido, porque lá estava , internada no quadro mais grave que possa existir. Os médicos decretaram morte cerebral, e a garota estava viva apenas pelo funcionamento dos aparelhos. Devido a gravidade da explosão, os médicos foram realistas e disseram a que viveria por no máximo 2 anos.
  O general subiu diante do microfone para discursar sobre aquela data. Todos os países do planeta acompanhavam a transmissão.
  - Hoje é uma data, acima de tudo, de reflexão para pensarmos no egoísmo e ganância que existe dentro de cada um de nós. Esses males podem ser extintos com a expansão da paz, do amor ao próximo. Há um ano – lágrimas escorreram do seu rosto. – perdi a pessoa mais importante da minha vida.
  Um soldado entrou as pressas e foi até . As câmeras capturaram toda a ação.
  - Senhor - disse o soldado - é melhor me acompanhar. apresentou mudanças no estado clínico.
  - O que aconteceu com ela? Ela morreu? – disse , desesperado.
  - Acho melhor o senhor ver com os próprios olhos, general.
  Imediatamente, saiu correndo, deixando todos com olhar curioso e foi direto para o hospital que estava. A mídia já estava ciente do ocorrido e todos os carros das emissoras foram atrás do General.
   contornou as curvas do hospital mais rápido que um corredor olímpico. Assim que entrou no quarto, viu as cortinas balançando com o vento e a cama vazia.
  Pensando no pior, caiu ajoelhado e chorou incondicionalmente. A porta se fechou e uma risada fez o general sentir um calor dos pés á cabeça.
  - Por que está chorando, General? Pensou que tinha se livrado de mim tão fácil assim? – disse uma sombra saindo do canto do quarto.
  Só pela voz, reconheceu . Ele se levantou e a abraçou. Como se fossem crianças, os choros saíram tão inocentes e um vento de paz soou no local.
  - , eu te amo, amo, amo,amo, amo,amo... – dizia o general intercalando com muitos beijos – Eu senti tanta saudade, eu sabia, você tinha que voltar para mim.
  Os médicos entraram no quarto e abriram um sorriso enorme. Após algumas horas e alguns exames, foi liberada do hospital. Um milagre aconteceu, a garota estava totalmente saudável e curada.
  - , poderia me acompanhar, por favor? – disse .
  Os dois saíram correndo do hospital no meio da onda de flashs e entraram em um carro que saiu a todo vapor. No caminho, o general explicou o tempo que se passara e que hoje estavam comemorando um ano desde o ocorrido. Disse também que ficou esse tempo todo ao seu lado e que as coisas agora estavam apaziguadas. James foi preso e condenado a prisão perpétua, Estados Unidos e Rússia assinaram um tratado de paz junto com a assinatura de todos os outros países do mundo.
  - Então podemos voltar para nossa casa, nossa base?
  - Sim, podemos. Mas antes, vamos a um lugar. Graças a você estamos comemorando esse dia, você tem que ver seus 44 irmãos.
  Ao abrir a porta do carro, mais de cem soldados formaram um corredor com espadas. Um tapete vermelho abriu caminho para os dois. Conforme caminhavam, as pessoas acenavam com lenços brancos a passagem dos heróis. Ao chegar mais perto do palco montado, fez cara de assustada.
  - Vem comigo. – disse com o maior sorrido do mundo.
  Eles foram até o centro do palco onde um padre os esperava. levou a mão direita no bolso e de lá tirou uma caixinha. Ele se ajoelhou e a plateia foi a loucura de tanta alegria.
  - , aceita se casar comigo? – disse mostrando a linda aliança.
  - . Ai meu deus, minhas pernas estão tremendo.
  Na verdade, estava tremendo mais aguardando a resposta. Suas sobrancelhas se franziram na ansiedade.
  - Claro, sim! É óbvio que sim!
   se levantou e a girou em seus braços com o repouso em seu beijo.
  O padre não estava ali por um acaso. Em uma cerimônia de última hora, o padre abençoou o casal, eles assinaram os papéis e foram declarados oficialmente, marido e mulher.
  - Os pombinhos terão lua de mel? - disse um repórter.
  - Sinceramente, neste último ano, não tive muito tempo para escolher o destino. – disse ironicamente , e todos caíram na gargalhada.
  - Eu já sei para onde vamos. Mas é claro que manteremos segredo. Acho que nossa heroína precisa de férias. A madame gostaria de me acompanhar em uma lua de mel? – perguntou o general.
   passou seus braços nos de e os dois seguiram pelo carro.
  - , primeiramente gostaria de dizer que te amo muito, agradecer por sempre estar ao meu lado. Gostaria de informar que a partir de agora, estou livre dos meus poderes, sou uma pessoa normal e pretendo ser uma esposa normal.
  - Sinto muito pelos seus poderes, . E sinto muito, mas você nunca será uma pessoa normal, mas uma louquinha e teimosa. E será uma esposa especial, a mais amada de todo o universo.
  Não queria ter mentido para , mas dizer que meus poderes se acabaram era a melhor chance de oferecer uma vida em paz para nós dois e para o resto das pessoas. Meus poderes ainda existem e talvez até mais fortes que antes, mas a partir de hoje, nunca mais os usarei. Serei apenas , apenas eu, do meu jeito, ao lado da paixão da minha vida.
  - Só para avisar , quero no mínimo cinco filhos!
  - Você está louco?

Fim



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