Remember of 2011

Escrito por Rêh Lima | Revisado por Pepper

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Capítulo 01 - The Truth

  Segunda-feira, 14 de novembro de 2011 às 9:35 – intervalo

  É hoje. É hoje. É hoje.
  É hoje que eu vou querer esconder minha cara num buraco ou socar a cara de um certo alguém chamado . Há dias atrás, inventei de falar com ele pra ajuda-lo a conquistar minha amiga “não quero ficar porque ele é meu amigo” e como uma completa lesada, fui incentiva-lo dizendo que estava há meses tentando conquistar um garoto da minha sala e depois de umas 5 insistências, a idiota foi contar quem era e eu tenho c-e-r-t-e-z-a que ele vai me zoar pelo resto do mês.
  — Hey, ! – foi só pensar pro dito cujo aparecer.
  — Hey – sorri torto, um pouco nervosa só de imaginar o que viria pela frente.
  — Cara, eu ainda não acredito que você gosta do ‘cabeça’, véi! – e o garoto desatou a rir do apelido escroto no qual era conhecido na escola.
  — Afe, para de rir, é sério isso. E responde logo, vai me ajudar a ficar com ele ou não? – cruzei os braços e fiz careta, ele já podia parar de rir igual a um cavalo.
  — Tá, tá, tá, vou tentar falar com ele.
  — E sem citar meu nome, senão eu conto pra todos os “mimimis” que você fala sobre ela.
  — Okay madame, sem citar seu nome! – ele bateu continência e revirei os olhos.
  Procurei que estava encostada em uma parede entre a cantina e a sala dos professores, apenas me esperando para contar o que tinha conversado com . Como sempre, ela foi carinhosa e me abraçou desejando que desse tudo certo pra mim. E eu esperava que sim.

– x –

  Sexta feira, 18 de novembro de 2011 às 9:30 – intervalo

  Desci as escadas correndo para falar com . Já haviam se passado alguns dias desde quando ele disse que iria me ajudar, queria saber se ele já tinha alguma novidade. Logo o encontrei com os amigos e o chamei, fazendo com que rapidamente os tais olhassem para mim. Quando foi que eles aprenderam a imitar a menina do Exorcista?
  — Diz aí, o que aconteceu? – sorriu, me fazendo se perguntar como ele podia parecer tão cafajeste e fofo ao mesmo tempo.
  — Então, é... Já falou com ele sobre aquilo que você iria me ajudar? – poxa , nervosismo agora não, te acalma mulher!
  — Falei sim, e... – foi interrompido por , que nos olhava de cima da escada, já que estávamos próximos a mesma.
  — EITA, SÓ NOS ESQUEMAS AÍ, NÉ? – mandei o dedo do meio pra ele, isso não era hora de me fazer de centro das atenções.
  — Enfim, vai, continua – falei me voltando para o momento tenso que poderia mudar minha vida.
  — Pois é, eu falei com ele que...

  P.O.V. flashback

  Quinta feira, 17 de novembro de 2011 às 11:40 – saída

  — E aí, cara? – fiz um toque de mão com e sentei ao lado dele na arquibancada.
  — Diz mano, o que foi?
  — Então cara, é que tem uma menina querendo ficar contigo, ela é super gente boa e tal, da tua sala.
  — Eu sei quem é... A , né? – como assim ele sabe que é ela? Foi o que perguntei.
  — É, cara... Mas como você sabe disso?
  — Ahn... – ele pareceu desconfortável – Enfim, fala pra ela que não vai dar certo.
  — Hum, okay...
  – fim do flashback –

  P.O.V.

  — Bom, eu tentei te ajudar, mas não deu muito certo – falou bastante sem graça.
  — Eu sei... Mas como que ele descobriu que eu gosto dele?
  — Ele não me disse exatamente, mas acho que talvez você demonstrava muito, não sei.
  — E falou por que não ia dar certo?
  — Também não... Desculpa.
  — Não precisa se desculpar, isso acontece... O jeito agora é seguir em frente, não é? – sorri, mas acho que meus olhos estavam querendo denunciar o que não deveria.
  — Verdade, tem que fazer a fila andar – ri, tentando descontrair aquele clima pesado e ele me abraçou, fazendo com que que ainda assistia tudo de camarote, falar merda de novo. Como é que o orifício dele não sente inveja da boca?, pensei, tentando me distrair da notícia impactante que havia recebido. Eu estava em um estado de choque tão profundo que tinha que tentar fazer qualquer outra coisa para não demonstrar minha decepção.

  Assim que se afastou, veio quase gritando me perguntar o que ele falou, se deu certo e blá blá blá. Como faltavam 3 minutos pra acabar o intervalo, subimos as escadas indo para a sala, sendo parada por e sua pulga (vulgo, ).
  — Hey, é verdade que você gosta do ? – ah meu Senhor, era só o que me faltava. Caí na gargalhada (modéstia a parte, mas sou boa atriz) e o respondi.
  — Eu, sério? Nossa, nem sabia disso!
  — Foi o que falou – respondeu, já posso matar aquele filho de uma mãe? Ele tentou me ajudar, tudo bem, mas não precisava espalhar sobre o caso por aí, né?
  — Afe, vocês acreditam em cada coisa que ele fala...
  — Mas é verdade ou não? – o tá pedindo pra cair “acidentalmente” dessa escada.
  — Não, claro que não, que merda! – saí balançando a cabeça negativamente e entrei na sala, seguida por .
  — Enfim, me conta logo, o que aconteceu?
  Contei rapidamente e em voz baixa para ela, já que o intervalo acabara e o povo já enchia a sala novamente. Logo o professor de artes chegou e começou a falar suas baboseiras, abri meu caderno nas últimas folhas e comecei a escrever, eu tinha que desabafar de alguma forma. Não conseguia chorar e nem queria, mas eu sentia a necessidade de colocar aquilo pra fora de alguma forma. Mais uma vez, eu estava despedaçada.

I’m all out of faith
This is how I feel
I’m cold and I am shamed
Lying naked on the floor
Illusion never changed into something real
I’m wide awake and I can see the perfect sky is torn
And I’m already torn

Capítulo 02 - Trying to Let You Go

  Dezembro de 2011 – férias

  — AMIGA, FICOU SABENDO DA NOVA?
  Essa era , outra amiga que acompanhou desde o começo o “caso ” durante esse ano e, foi quem mais me apoiou.
  — Poxa, não precisa me deixar surda, tá? – reclamei, afastando o celular da orelha e mexendo na mesma – O que foi?
  — Sabia que o tá namorando? - what?
  — O que? Como assim? Desde quando? Com quem? – me desesperei, ainda não tinha aceitado totalmente o fato ocorrido no fim do ano letivo.
  — Calma menina! – a criatura começou a rir.
  — Para de rir e fala logo!
  — Enfim, ele mudou o status de relacionamento no Orkut e trocou a foto de perfil, colocou uma em que está ele e uma menina horrorosa.
  Como eu já estava no site, procurei o perfil dele e vi, sentindo um misto de tristeza e indignação.
  — PUTA QUE PARIU, CARA! SÉRIO MESMO QUE ELE TÁ COM ELA? – eu ainda olhava com um ódio extremo aquela foto.
  — Te acalma, mulher! E sim, é verdade.
  — PORRA VELHO, QUE MAU GOSTO DO CARALHO, ELA É FEIA, HORROROSA, RIDÍCULA! – eu estava descontrolada, sério que ele me deu um fora pra ficar com essa coisa horrível?
  — Calma , fica calma!
  — NÃO TEM COMO! Olha, eu vou desligar, estou com muita raiva agora.
  — Okay, okay, okay, te entendo. Beijos!
  — Beijos, tchau!

  Desliguei o celular e só não o quebrei com minhas próprias mãos porque eu não tinha essa força toda. Eu estava com muito, mas muito ódio mesmo, como ele era capaz daquilo? Era cego, só podia ser! Não sou a miss universo e nem rainha da beleza, mas também não era tão feia daquela maneira.

– x –

  Janeiro de 2012 – férias

  Desde que descobri sobre o namoro, ao mesmo tempo em que sentia ódio de , eu começava a sentir com mais intensidade a dor de um coração partido, me permitindo a chorar por tudo o que aconteceu. Nós tínhamos tudo, tudo pra dar certo, eu sabia que ele havia gostado de mim no começo do ano passado, o que foi que deu errado e fez a história desandar? Era o que eu queria descobrir.

Onde estiver, espero que esteja feliz
Encontre o seu caminho
Guarde o que foi bom
E jogue fora o que restou

– x –

  Começaram as aulas e mais uma bomba: havia saído da escola. Aliás, muitos da turma que eu estava acostumada no ano passado saíram dali, me fazendo ficar totalmente desolada nos primeiros dias. Mas com o tempo foi melhorando: fiz novos e verdadeiros amigos, tendo o meu grupinho de pessoas que eu realmente podia contar, coisa que nunca havia acontecido comigo; me revoltei por uns meses, querendo me manter distante da ideia de me apaixonar, joguei fora uma pulseira que me fazia lembrar dele e o diário de 2011 que metade das folhas foram gastas escrevendo sobre e até pensei que havia superado – e também pensaram a mesma coisa –, mas percebi que estava enganada quando certo dia o vi na rua com a namorada. Ele fez questão de mostrar que estava com ela, tentou chamar minha atenção, já que eu fingia que não o via, mas foi tudo em vão. Eu poderia manter minha pose de durona na frente de todas as outras pessoas, menos para quem mais deveria demonstrar: Ele.

I throw all of your stuff away
Then I clear you out of my head
I tear you out of my heart
And ignore all your messages

Capítulo 03 - Here We Go Again

  Sexta feira, 6 de setembro de 2013 às 8:45 – desfile cívico das maiores escolas do bairro

  — BU! – gritei, fazendo com que a de cabelos longos virasse pra mim, assustada. Logo sua expressão passou de “ai que susto” para “não acredito que você veio”.
  — OIEEEEEE, QUE SAUDADES DE VOCÊ, MENINA! Não vai desfilar esse ano? – gritou e logo em seguida me abraçou.
  — Não, hoje eu quero ver esses fubazentos de camarote, só na sombra e água fresca – falei e ela riu, enquanto contávamos as novidades uma pra outra e andávamos no meio daquela lotação de pessoas naquele terreno.
  — Então, já encontrou quem por aqui? – perguntei.
  — Nossa, tanta gente – rimos – ah, eu vi o quando cheguei – parei de andar e olhei para os lados.
  — Mentira, é sério isso? – assentiu – Mas onde?
  — Por ali, onde a escola que não lembro nome e que ele estuda tá se organizando.
  — O DPB? [n/a: “DPB” é uma sigla para o nome da escola]
  — É esse mesmo, e acho que ele tá com a namorada, estava de mãos dadas com uma menina horrorosa – essa minha amiga não perdoava mesmo.
  — Depois que ele terminou com aquela de quando estudávamos juntos, só namorou com mais feias.
  — Verdade, nunca vi uma pessoa ter tanto mau gosto!
  — HEY! – dei um leve empurrão nela, poxa, ele já gostou de mim.
  — Exceto você amiga, calma – ela fez bico e eu ri.
  Chegamos perto do suposto pelotão que ele estaria, pois estava procurando por um conhecido dela que estudava no DPB também, mas ela não o achou e fomos para um apoio cimentado que ficava próximo de algumas árvores para poder ver melhor a saída das escolas para as ruas.
  — Cara, o tá olhando o tempo todo pra cá.
  — Onde é que ele está? – perguntei, passando meus olhos pelas pessoas da tal escola.
  — Ali, o último da fila de roupa vermelha com uns detalhes – ela apontou discretamente e então eu pude vê-lo. Não tinha mudado praticamente nada.
  — Ah – continuei olhando, constatando que era verdade o que falou – Será que ele tá me reconhecendo?
  — Não sei, você mudou bastante daquele ano pra esse.
  — Concordo, desde que nos “separamos” – fiz aspas com os dedos – eu pintei meu cabelo, emagreci, fiquei mais linda, poderosa e alguém que não precisa dele – joguei meus cabelos para trás.

I tell everyone we are through
‘Cause I’m so much better without you

  — Vish, nem parece aquela ciumenta psicopata que sofria por ele – ela riu e eu fiz uma careta, rindo em seguida. Mas nisso eu não tinha mudado, sempre ficava vulnerável estando no mesmo local ou quando ele se aproximava, principalmente agora que a escola dele está saindo e estamos acompanhando, já que minha amiga insiste em procurar o amigo dela.

But it’s just another pretty lie
‘Cause I break down
Every time you come around

– x –

  O desfile de todas as escolas havia acabado, eu já havia cumprimentado alguns conhecidos que encontrei e foi embora porque precisava levar a irmãzinha para casa, pois ela desfilou e estava cansada. Como eu infelizmente voltaria para meu lar doce lar de ônibus, fui caminhando pela avenida onde se encontravam um grupo de pessoas do DPB debaixo de algumas árvores do canteiro central, todas com uma roupa parecida a que usava. Quando eu estava passando por elas, escuto repetidas vezes “psiu” e “hey, gatinha!”. Fingi que não era comigo e continuei andando, porém sinto alguém chegando perto e segurando meu braço. Me virei assustada e não acreditei naquilo.
  — Hey, gatinha, não me ouviu te chamando? – ele me perguntou com um sorriso zombador no rosto.
  — Não, você sabe que meu nome não é “gatinha” – fiz aspas com os dedos e revirei os olhos.
  — Vish, desde quando você ficou tão grossa assim?
  — Desde que descobri que você tinha passado o ano inteiro brincando com a minha cara – falei, ele não poderia ficar sem essa.
  — Coitadinha, tá toda magoadinha porque não fiquei contigo – ele fez uma falsa expressão de chateado e eu tive vontade de socá-lo naquele instante.
  — Olha aqui, dá pra falar logo o que você quer ou vai ficar só zoando mesmo? – cruzei os braços.

You never know what you want
And you never say what you mean
But I start to go insane
Every time that you look at me

  — Dá pra parar de reclamar, ô estressadinha? – ele falou e olhou em meus olhos, se aproximando de mim. Golpe baixo!
  — Dá pra parar de enrolação, por favor? – ironizei, me afastando e pra minha incrível sorte que não tenho, acabei batendo em um muro e ele se aproximou novamente, me encurralando um pouco. Sério, isso agora não! Depois de tempos sem vê-lo, eu já deveria ter superado e não deixar me enfraquecer, é como se ele fosse minha kryptonita.

You only hear half of what I say
And you’re showing up too late
And I know that I should say goodbye
But it’s no use
Can’t be with or without you

  — Pelo jeito, só vai ter uma maneira de calar essa sua boca – se aproximou mais, me fazendo ficar hipnotizada por aqueles olhos que eu tanto admirava e um rápido flashback se passou em minha memória.

– flashback –

  Sexta feira, 4 de novembro de 2011 na aula de artes

  — Pessoal que está sentado lá atrás, venham mais pra frente, por favor – o professor de artes anunciou, fazendo com que os meninos da bagunça viessem sentar perto de onde eu e estávamos, pelo meio da sala de multimídia. Poucos minutos depois, o mesmo chamou a primeira dupla para apresentar o trabalho sobre um pintor e os alunos chamados prepararam o arquivo no computador interligado com o projetor da escola, apagaram as luzes para uma melhor visualização e começaram a sua apresentação. Até aí estava tudo normal, eu estava sentada bem relaxada na carteira, um pé na que estava na minha frente e outro na que estava ; porém, senti uma respiração quente em meu pescoço e orelha esquerda e virei para trás, dando de cara com quem? Isso mesmo, . Ele estava sentado atrás de mim, inclinado para frente, com seu rosto bem próximo a meus cabelos anteriormente, pois agora eu conseguia sentir sua respiração calma e bastante quente batendo em minhas bochechas. Encarei seus olhos que brilhavam mais que o comum por causa do reflexo do projetor na parede mais adiante e trocamos olhares por míseros segundos, até alguém perceber e falar.
  — O que é isso , vai beijar mesmo é? – perguntou, fazendo com que eu “acordasse” e virasse bruscamente, tentando assimilar o que quase havia acontecido. Eu já estava nervosa porque dali a alguns minutos iria apresentar o trabalho com , e o-d-e-i-o falar para públicos maiores como uma sala de aula; agora, estava à beira de um ataque cardíaco e de nervos, tentando me acalmar para a apresentação e assimilar o que quase havia acontecido.

  – fim do flashback –

  — Como, então? – pra que fui perguntar isso?
  — Assim – em questão de poucos segundos, ele ficou mais próximo ainda, tanto que dava pra sentir sua respiração quente em meu rosto, logo em seguida me beijando calmamente, me pegando totalmente de surpresa e colocando uma mão em minha cintura e outra apoiada no muro, encostando mais ainda seu corpo no meu. Meus sentimentos idiotas por ele me dominaram e fechei os olhos, agarrando sua nuca e retribuindo o beijo.

So how did you get here under my skin?
Swore that I'd never let you back in
Should've known better
Than trying to let you go
'Cause here we go, go, go again
Hard as I try I know I can't quit
Something about you is so addictive
We're fallin' together
You think that by now I'd know
'Cause here we go, go, go again

  Logo o ar entre nós ficou escasso e encerrou o beijo com um selinho. Abri lentamente os meus olhos, encontrando com os dele em seguida. Trocamos olhares até eu cair na realidade e ter um belo surto.
  — POR QUE VOCÊ FEZ ISSO? – elevei meu tom de voz, demonstrando a dúvida e indignação que eu estava sentindo.
  — Ah, vai me dizer que não gostou? Você retribuiu, okay? – ele tirou uma de suas mãos da minha cintura, mexendo no seu cabelo em seguida.
  — , a questão não é essa. Você tem namorada, esqueceu disso? – cruzei meus braços, fechando meus olhos numa tentativa falha de me acalmar.
  — Droga – ele sussurrou, baixando a cabeça em seguida. Respirei fundo e mais uma vez tentei ficar calma.
  — Hey, me responde – acariciei seu rosto, algo que só existia em meus sonhos – Por que você fez isso? – passei minhas mãos por seus cabelos curtos em forma de carinho. Pode me chamar de aproveitadora, idiota ou seja lá o que quiser, mas o garoto parecia tão atribulado quanto minha pessoa e eu queria acalmá-lo para tentar compreender alguma coisa naquele momento. Ele respirou fundo e ainda de olhos fechados decidiu falar.
  — Porque eu não consegui te esquecer – parei com os carinhos e levantou um pouco sua cabeça, mas continuava bem próximo a mim. Fiquei o encarando, esperando que ele dissesse algo mais – Eu conheci outras garotas, namorei com umas duas, mas foi tudo em vão. Sempre tinha a esperança de te encontrar de novo e mudar essa história.
  — E você ainda quer mudar essa história? – perguntei usando suas palavras ditas anteriormente, voltando a acariciar sua face.
  — Você quer? – ele me perguntou, tirando uma mecha de cabelo que estava em meu rosto devido ao vento.
  — Quero, mas essa decisão não depende só de mim, você também tem que querer de verdade.
  — Eu quero, de verdade – ele falou, encostando sua testa novamente na minha, fazendo menção de me beijar.
  — É, mas você tem que se resolver com sua namorada primeiro, não quero me meter no namoro de vocês e ser a puta desse relacionamento.
  — E você não vai – passou seus dedos em minha bochecha esquerda e “enterrei” meu rosto em seu pescoço, o abraçando. Ele desceu seus braços para minha cintura e retribuiu.
  — Bom... Então, é... Eu... Tenho que ir – falei, me soltando do abraço um pouco sem jeito.
  — Espera, antes de ir... – ele coçou a nuca, prosseguindo – Tem como me passar o número do seu celular? – suas bochechas ficaram avermelhadas, e juro que tive que me controlar pra não soltar um “awn”.
  — Posso sim – sorri de leve e ele fez o mesmo. Trocamos os nossos números, nos abraçamos e nos despedimos. Me virei seguindo meu caminho segurando um sorriso de felicidade e com a esperança de ser mais feliz daqui pra frente.

FIM



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