O Amor Está No Rádio

Escrito por Annarya Vieira | Revisado por Mariana

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  I was alone and my stomach was twiste.

  Um internato é tudo de bom.
  Ok, acabei de contar a maior mentira da minha vida. Mas não é tão ruim assim. Tem suas partes boas, não tem?
  Também não tem porque eu estou falando disso.
  Eu estou estudando aqui desde meus doze anos e tenho que confessar, já estou de saco cheio. Aqui tem muitas regras, e eu odeio regras. Estava de frente ao espelho e via se tinha alguma coisa errada com a minha roupa. Negativo. A farda era formal demais para o meu próprio gosto. Uma saia azul escura que ia até o joelho e uma camisa mesma cor acompanhada de uma bota. Alguém precisava urgentemente ensinar moda para essa escola. Eu me sentia ridícula, mas estava acostumada e não passava a reclamar tanto.
  - ! - escutei a porta sendo batida e uma afobada apareceu do lado.
  - Respira. - pedi me virando para ela e sorri. - Agora conta.
  - Os meninos estão pedindo para nos encontrar. - voltei a olhar para o espelho e passei a mão sobre o cabelo. Ele estava ondulado e tinha um laço azul marinho sobre ele.
  - Nós temos aula agora. - respondi. - É arriscado.
  - Ah, isso nunca foi problemas para nós duas. - deu de ombros.
divide o quarto comigo, veio estudar aqui um ano depois de mim. Usava a mesma roupa que eu, o que nos diferenciava era o cabelo, o dela estava preso em um rabo de cavalo alto.
  - Ok. - suspirei. - Mas vamos comer algo antes, sim? - ela concordou e saímos do quarto rindo de alguma besteira. O internato era dividido, os meninos ficavam do outro lado e tudo o que nos impedia de vê-los era apenas um enorme muro gigante. Porém, eu e sempre demos um jeito de conseguir conhecer o outro lado. e ficaram próximos a nós. E eu nunca havia ficado próxima de garoto nenhum. e tem um rolo, enquanto eu e ficamos às vezes.
  - O que vai querer dessa vez? - perguntou pegando uma bandeja e indo para a fila, que não era grande.
  - Acho que vou nas frutas. - dei de ombros e fiz o mesmo que ela. A fila andava e a gente seguia pegando o que quiser para comer. Eu peguei uma maçã e melancia e mais um copo de suco de laranja. Não estava a fim de comer muito. pegou um copo de suco de uva e torradinhas. Pelo menos da comida eu não podia reclamar. Rimos de alguma besteira e caminhamos até uma mesa distante.
  - . - ela chamou e mordeu um pedaço da torrada. - disse que precisava falar comigo.
  - E qual o problema? - perguntei.
  - Ele quer conversar comigo sozinho, . - rolou os olhos. - Sem você e .
  - Ahn, você vai?
  - Claro. Fiquei curiosa. - riu.
  - Ele quer falar agora? - indaguei.
  - É. Ele não disse quando, mas acho que é. - deu de ombros e voltou a comer. O lugar não estava tão cheio como costume e nós esperamos que fosse se esvaziando aos poucos. Não podíamos dar bandeira que estávamos fugindo da aula. Era castigo na certa. terminou de comer enquanto eu terminava de beber o suco. Feito isso, nós levantamos. O lugar estava quase completamente vazio, havia apenas alguns alunos e os funcionários daquela área. Meu celular tocou anunciando uma mensagem.
  - . - falei para que tentava ver de quem era à mensagem. - Eles já estão nos esperando na parte de trás do jardim que divide o muro. - ela assentiu e eu guardei o celular no bolso fundo da saia. Bufei. Odiava aquela roupa. riu e me puxou para a saída. Entramos no corredor principal que direcionava a outros corredores de sala e outro para a saída. Olhei para e ela entendeu o recado. Soltei da mão dela e contamos de um até três juntas. Começamos a correr e ríamos a todo instante. Devo admitir que era divertido correr por ali. Avistei um segurança no fim do corredor e eu e ela paramos de correr. olhou para mim como se perguntasse o que iríamos fazer para despistar ele. O celular dela apitou e o segurança virou imediatamente. Olhei de cara feia para e ela deu de ombros.
  - Por que não estão em aula? - a voz do homem soou e eu sorri. O segurança era Matt e ele sempre nos acobertou em qualquer coisa.
  - Matt! - correu até ele e eu ri indo atrás. Matt sorriu e nos abraçou cada uma de lado.
  - Indo encontrar os garotos? - perguntou em um tom divertido. Matt era alto e moreno. Tinha os olhos castanhos claros e eu achava lindo. Ele era forte e tinha a barba por fazer. Antes de a chegar aqui, eu ficava sozinha pelos jardins. Ele se aproximava e conversava comigo e uma vez ou outra, me dava seus livros preferidos como uma forma de passar meu tempo. Eu nunca gostei de nenhuma para ser minha amiga aqui, as que eu conheci apenas se importavam com aparência, bens materiais e modas. Não que eu achasse moda ruim, mas falar sobre roupas o tempo todo irritava. Matt foi meu primeiro amigo de verdade aqui e depois que eu conheci a , ele passou a nos acobertar.
   - Sim. Eles querem falar algo com a gente. - respondi e sorri.
  - Vocês estão perdendo aula, garotas. - Matt falou e eu e demos de ombros.
   - Tudo bem. - ele suspirou. - É melhor irem logo, aproveitem que não tem ninguém no jardim agora.
  Depositamos um beijo na bochecha e saímos. O jardim era enorme e dividido em partes.
  - O que o disse? - perguntei e continuei andando até a parte de trás do jardim.
  - Que estamos demorando demais. - ela olhou pra frente. Ao lado de onde saímos, tinha outro prédio colado, onde dava a outras salas e alguns dormitórios. Sem falar também que era onde havia a sala de detenção e diretoria.
  - Vamos logo antes que apareça alguém. - puxei ela pela mão e começamos a correr até uma parte de trás, onde ficava a sala da biblioteca. Paramos de correr.
  - Os meninos devem estar naquela parte. - ela apontou para o lado esquerdo a minha volta e eu assenti concordando. Demos a volta por trás da biblioteca e finalmente chegamos parte inferior do muro.
  - Porra, nós vamos ter que pular de novo? - indaguei irritada.
  - Não. - pulou de susto e eu virei para ver quem havia dito aquilo. . Rolei os olhos.
  - Não podemos ficar aqui. É arriscado. - comentei.
  - A casa de depósito está abandonada. Preciso conversar com você. Vamos pra lá? - perguntou a . Minha amiga me olhou como se perguntasse se teria algum problema em ir. Dei de ombros.
  - Qualquer coisa me mande uma mensagem. - disse e pegou na mão de , em seguida, sumindo das nossas vista.
  - E nós? Pra onde vamos? - perguntou.
  - Espero que tenha um bom motivo para me fazer matar aula.
  - Tá a fim de se divertir essa noite? - Ele me olhou sorrindo.
  - O que está aprontando? - me aproximei dele e coloquei meus braços em volta do seu pescoço.
  - Nada. - ele beijou minha bochecha. - Apenas uma festa na casa de um antigo amigo.
  - Festa? - colocou as suas mãos na minha cintura.
  - Sim. - me deu um selinho. - Já tenho nossa fuga planejada. - comecei a rir e o beijei na bochecha.
   - Bom, se você já tem tudo planejado, só me resta aceitar.
   me beijou.

**

  Depois de ficar um tempo conversando com Danny, eu resolvi vim assistir a terceira aula. Já perdi duas e era suficiente para que desse bandeira. A aula de história estava entediante e eu rabiscava na folha de trás do caderno. Vi entrar de fininho enquanto o professor escrevia no quadro. Ela estava sorrindo e sentou ao meu lado, como de costume.
  - Tô começando a achar que você e o deram um segundo passo. - fingi olhar para um relógio imaginário em meu pulso esquerdo. - Demoraram mais que o normal. - ela me deu um tapa no braço e resmunguei passando a mão pelo local.
  - Nós não fizemos nada. Apenas conversamos. - ela disse e eu arqueei a sobrancelha. - Tá. A gente se pegou também. Nada mais que isso.
  - Tá. Que seja. - ri. Nós estávamos falando baixinho e fingíamos anotar o que ele passava no quadro. Eu já mencionei que odeio história?
  - Ele me chamou para tal festa. - comentou.
  - O Danny me chamou também. - concordei. - E disse que já estava com a fuga planejada. - ela sorriu. E eu estava estranhando. Ela sorria mais que o normal. Acho que eu nunca a vi assim, tão... Feliz?
  - O que o queria? - perguntei de repente e ela pareceu sair de um transe e me olhou.
  - Ahn... - ela sorriu mais uma vez. - Ele me pediu em namoro.

**

  O refeitório estava uma bagunça. Na verdade, sempre foi assim. Era hora do almoço. Eu nunca entrava na fila, era perda de tempo, por isso, eu e só almoçamos depois que todo mundo ia para o dormitório, para uma hora de descanso. Nós ficávamos no jardim, na parte inferior, escondida das pessoas que passavam por ali.
  - Eu tô sem fome. - comentei para que comia sem nem falar uma palavra sequer. Fiz careta quando ela levou mais uma colher a boca e bebi pelo menos o suco.
  - Você não comeu nada de manhã e não quer comer agora. - disse. - Depois para na enfermaria e não sabe por quê. - rolei os olhos.
  - É só falta de apetite. - afirmei. - E você parece uma porca comendo. Para com isso. - ela começou a rir e voltou a comer. Continuei a beber e olhava em volta. Eu sentia falta de casa, nunca consegui entender a escolha dos meus pais de me mandar para cá e deixar meu irmão ter a boa vida. Eu tinha raiva disso, queria ter direitos iguais. Eu tinha poucas notícias deles, e o único que vem me visitar é meu irmão, o que ameniza um pouco a minha raiva.
  - Nós temos que passar na biblioteca. - comentou me despertando dos pensamentos e só então notei que ela já havia terminado o almoço.
  - Sim. - concordei sem ao menos prestar atenção.
  - , você está bem? - perguntou em um tom de voz preocupado e eu assenti levemente. - Não parece.
  Suspirei. Eu esqueço que ela me conhece melhor que eu mesma.
  - Falta de casa? - a olhei e novamente assenti. - Eu também sinto, . Vem aqui. - ela me puxou e me abraçou de mau jeito. Aquele gesto me fez sorrir involuntariamente e eu me senti melhor por um instante. Eu posso não ter minha família por perto, mas eu e ela, nós temos uma a outra e ninguém vai mudar isso.
  - Agora chega desse clima dramático e vamos à biblioteca? - ri e concordei.
Levantamos juntas e demos a mesma volta para chegar lá. Assim que entramos, olhei em volta. Não havia muita gente e eu agradeci por isso.
  - Que livro você quer? - perguntei a e entramos no corredor onde do lado esquerdo era a categoria mistério, e do lado direito, romance.
  - Belo Desastre. - respondeu e eu rolei os olhos.
  - O despertou seu lado romântico? - provoquei e ela me mostrou o dedo do meio me fazendo rir. Meu celular vibrou e eu o tirei do bolso. Mensagem de .
  - O que diz? - ela perguntou se referindo mensagem.
  - Que está tudo planejado e que quando for à hora, ele nos avisa. - ela assentiu e continuou a procurar.

**

  - Esse vestido é muito curto. Você não vai com ele. – puxei o vestido da mão dela e o joguei em algum lugar do quarto.
  - Você não está ajudando. – reclamou.
  - Não posso fazer nada se nenhuma combinou com você. – mostrei a língua divertida e ela bufou se sentando na cama onde eu estava. Eu estava numa posição de índio e com um livro na mão. não conseguiu encontrar o que queria, então a diretora de lá deu um que ela havia pedido há duas semanas. A menina que não sabia ler. A história parecia interessante, porém, eu não conseguia ler aquele. Eu prefiro ler sagas. Claro, a biblioteca não tem sagas completas, por isso meu irmão trazia uma parte de cada coleção que eu fazia. No momento, eu estava lendo Fallen. E eu nunca tinha ficado tão viciada em ler como eu tô nessa saga. É incrivelmente incrível.
  - E o que eu coloco? – perguntou e tirou o livro da minha mão.
  - Sei lá. – dei de ombros. – Coloca algo que se sinta confortável.
  - Certo. – ela bufou novamente e se deitou na cama.
  Puxei o livro dela e comecei a ler alguns trechos. Gostava de fazer isso. O notebook fez um som irritante e eu mandei ver o que era.
  - . – ela exclamou sorridente. tinha feito chamada de vídeo e agora os dois estavam ali, praticamente namorando na minha frente.
  - Um dia de namoro já tá assim, quero nem ver quando fizer uma semana. – disse e ela se virou pra mim de cara feia e riu baixinho.
  - Oi também, . – acenou. – O está livre, que tal?
  Vi rir e bufei me levantando da cama e joguei o livro.
  - Vai se foder. – mandei e saí do quarto batendo a porta.
  Caminhei pelo corredor e resolvi que iria para a cantina. Ainda era de tarde e era nosso dia de descanso. Eu não sei como eu iria conseguir pegar algo para comer, já que não era nenhum horário de refeição. Mas mesmo assim, eu iria tentar. Cruzei outro corredor e entrei na cantina. Só havia uma garota em uma mesa distante com vários livros em volta e alguns funcionários fazendo seus afazeres. Andei até o balcão e não tinha ninguém. Entrei e fiquei procurando algo que me desse apetite.
  - Procurando algo? – ouvi uma voz atrás de mim e me virei de imediato. Era um garoto loiro, mais ou menos da minha altura, olhos azuis bem claros e suas bochechas estavam coradas.
  - Anh... – passei a mão no meu cabelo e sorri sem graça. – Algo para comer.
  O garoto riu.
  - Pedro. – ele estendeu a mão para mim e eu retribuí. – Estou fazendo um sanduíche, gostaria?
  Sorri e senti minha barriga dar sinal de vida.
  - Por favor. – rimos. – .
  - , - ele abriu espaço. – pode esperar em alguma mesa e já estou levando.
  Assenti e em alguns minutos, parecia que eu nunca havia comido sanduíche na vida.

**

  - Você tem que conhecer o Pedro! – entrei no quarto tagarelando. – Além de lindo, ele é super fofo!
  - Quem é Pedro? – perguntou. Ela ainda estava com por vídeo.
  - É o filho da cozinheira da cantina. – respondi casualmente.
  - Super fofo?
  - E lindo.
  - Quem é o cara? – apareceu ao lado de . Mandei um beijo no ar para ele e ri. – Você não respondeu.
  - Já falei, é o filho da cozinheira.
  - E você andou de conversinha com ele?
  - E o que tem?
  - ...
  - Não enche, ! Tchau . – dito isso, eu fechei o notebook.
  - Eii! – protestou.
  - Está anoitecendo. Perdemos a noção do tempo. - respondi. Temos que nos arrumar para o jantar e esperar recolher, para finalmente, irmos a tal festa.
  - Eu ainda não escolhi a roupa. – ela levantou e foi até o guarda-roupa.
  - Eu também não. Mas qualquer tralha é melhor que essa. – apontei para nossa farda e rimos.
  - Vou com esse. – ela pegou um vestido azul escuro rendado e era marcado na cintura.
  - Está ótimo. – sorri.
  - E você?
  - Não sei. Ainda vou escolher. – levantei da cama e fui até o notebook abrindo a página do twitter.
  - Viciada. – ouvi ela resmungar, mas ignorei.
  Passei um bom tempo no twitter e depois de dar uma última checada, e eu desliguei o notebook. Já era noite e saia do banheiro com seu tradicional da noite: calça jeans e uma blusa de manga verde, com o cabelo amarrado. Eu entrei no banheiro em seguida. Após um banho, coloquei uma roupa diferente da dela, apenas uma saia preta média e uma blusa regata branca. Calçamos uma sandália e eu prendi o meu cabelo em um rabo de cavalo alto.
  - Pronta? – perguntou e eu assenti abrindo a porta e saindo do quarto sendo seguida por ela. Caminhamos em uma velocidade rápida e chegamos à cantina. Ela estava cheia, diferente daquele vazio e silêncio que eu encontrei de tarde. Passei os olhos por toda a parte do lugar, tentando encontrar o Pedro.
  - Suponho que aquele seja o Pedro. – ela apontou com a cabeça discretamente para onde ele estava. Afastado de todas as mesas, estava o Pedro na mesa dos funcionários. – Afinal, ele é o único garoto por aqui. – completou e eu a puxei caminhando até ele. Ele nos avistou e acenou. Eu ouvia alguns comentários e várias delas nos acompanhavam com o olhar. Porém, eu ignorei e cheguei até ele, que sorriu.
  - Essa é a . – apresentei minha amiga e sentamos juntas. O tempo poderia passar rápido quando não queria, eu havia contado para ela sobre ele e por isso foi até mais fácil temos um assunto. Algum tempo depois, a cantina não estava cheia, só restava um grupo de meninas que não davam a mínima para o que acontecia ao redor delas. O celular de tocou e eu deduzi que fosse , pois ela se afastou para atender.   - Vocês vão aprontar alguma? – Pedro perguntou em um tom de voz divertido e eu ri.
  - Digamos que sim. – dei de ombros e bebi o suco que eu tinha pedido.
  - Devo me preocupar?
  - Não. Sabemos o que estamos fazendo e quais são as consequências. – respondi. – Não é a primeira vez.
   voltou com um sorriso discreto.
  - Estão nos esperando. – falou baixinho e no momento seguinte, escutamos o sinal tocar.
  - Boa sorte no que estão fazendo. – Pedro falou e sorriu. Levantei-me da cadeira e andei até ele depositando um beijo na sua bochecha esquerda.
  - Obrigada.
   me puxou e a gente seguiu as outras. Para todo o efeito, iríamos dormir. Chegamos ao quarto e apressadamente, ela foi vestir a roupa enquanto eu ainda decidia qual colocar. Optei por uma coisa simples, já que eu não me importava com isso. Peguei um conjunto, um short jeans e uma blusa regata folgadinha branca. Calcei meu tão amado all star branco e não mexi no um cabelo, estava ótimo. estava com o vestido e os cabelos soltos ondulados. Calçava um sapato de saltinho e assim estávamos prontas. Passamos uma maquiagem básica e brilho labial.
  Abrimos a porta do quarto devagar e vimos que as luzes dos corredores estavam apagadas. Sorrimos e fechamos a porta atrás de nós.
  - Tenta não fazer barulho com esse salto. – pedi a ela que rolou os olhos concordando.

  I couldn't see right...

  Trilhamos o mesmo caminho do de manhã, a diferença era que Matt não estava lá. Suspiramos aliviadas por nenhum segurança estar ali àquela hora, facilitava as coisas para nós duas. Andamos mais rápidos e chegamos ao jardim. Fomos mais rápidas até a biblioteca e cruzamos o caminho de trás. Encostados na parede estavam e . Os dois estavam de calça e camisa social, e usavam sapato da nike. praticamente correu até e o abraçou. me olhou com um sorriso de canto e veio até mim. Dei um selinho nele e ele riu me abraçando.
  - Vamos a pé? – perguntou.
  - Não. – balançou a chave do carro no ar. – Conseguimos um carro.
  - E estamos esperando o quê?

  Things are looking up...

  Não demorou muito para que chegássemos à festa. A casa estava lotada tanto dentro quanto fora. Pedi para que pegasse uma bebida de leve pra mim para começar. e sumiram e eu não dei importância. Uma música sensual tocava dentro e eu quase deduzi que se eu entrasse, corria o risco de ficar surda. Eu não ia conseguir ficar naquele ambiente por muito tempo. voltou com duas bebidas na mão e eu agradeci. Precisava começar a relaxar e isso não quer dizer que eu ia ficar bêbada.
  - O casal já sumiu. – ele resmungou e eu bebi um gole do copo. Vodca.
  Olhei para Daniele sorri. Seus olhos claros me passavam calma. Seu rosto tinha uma expressão serena. E sua boca... Sua boca pedia para ser beijada.
  - Me beija. – pedi e vi ele me olhar confuso, e depois sorrir.
  - Um gole e já está assim. – riu.
  - Cala a boca. – reclamei e tomei mais um gole.
   tirou o copo da minha mão e depositou do nosso lado. Nos olhamos por alguns segundos e nos beijamos. Era tão bom ficar com ele. Passei a mão pelo seu pescoço e a outra foi fazendo carinho em seu cabelo. As mãos dele foram para a minha cintura e apertava uma vez ou outra.

  There's magic everywhere you go...

  Faltava-me ar. Me afastei dele e rimos.
  - A festa está um tedio. – ele disse. – Vamos nos divertir por aí?
  - E a e o ? – perguntei já me levantando.
  - Eles se viram. – deu de ombros. – Existe celular para quê?
  Ele se levantou e estendeu a mão para mim. Ri e dei a mão a ele. Ele me puxava no meio das pessoas que estavam espalhadas pelo jardim. O espaço era grande, cabia uma boa quantidade de pessoas ali. Tropecei em uma garrafa de bebida e me segurei em , que ria. Passamos por um grupo de bêbados e chegamos à área da piscina. Não tinha muita gente, apenas alguns casais se pegando. me soltou e eu o olhei sem entender. Ele caminhou até uma caixinha que tinha ali e tirou de lá duas bexigas cheias de água.
  - É pra se diverti, não? – o tom de sua voz era de malicia e eu já podia prever o que viria a seguir.
  - Não... – Não deu tempo nem de correr. O filho da mãe jogou uma bexiga em mim e me molhou toda.

  Just one thing holding us together…

  Fui até a caixa e ele se afastou. Peguei uma bexiga rosa e joguei nele. Ele fingiu uma cara surpresa e começou a rir. Uma música, que eu conhecia bem, começou a tocar em alto e bom som. Nós estávamos molhados, mas ele parecia não estar satisfeito, pois jogou a outra bexiga que segurava em mim. Sua mira foi ao meu short e eu peguei outra bexiga. Eu estava rindo e ele não estava diferente. me olhou com ternura e antes que eu pudesse jogar, ele disse três palavras.
  - Eu te amo.

  Love is on the radio...

  Ele sorria e se aproximava cada vez mais. Joguei a bexiga nele e saí correndo. Eu estava feliz. Ele me amava. Olhei para trás e vi que ele corria também. Comecei a gargalhar e parei na beira da piscina. Péssima escolha. Ele parou na minha frente e me beijou.
  - Já que estamos molhados mesmo... – entendi a sua intenção, por isso antes que ele pudesse me jogar, eu falei as três palavras.
  - Eu te amo.

  Turn it up (hey)
  As loud as you can make it go
  'Cause love is on the radio

  Caímos juntos na piscina e começamos a rir. Beijei ele e sorri. Eu realmente e estava feliz.
  - Quer namorar comigo? – a pergunta dele me pegou de surpresa e algumas gostas começavam a cair. Não me importei.
  - Eu aceito. – ele me beijou novamente e depois juntamos nossas testas.
  - Sabe, acho que o amor está no rádio. – comecei a rir da sua frase e ele me abraçou.

  Things are looking up
  Love is on the radio

  - Não seria “O amor está no ar”? – perguntei.
  - Não. Está tocando a música. Não está ouvindo?
  Dei de ombros e voltamos a nos beijar, dessa vez com fortes pingos de chuva. Eu iria pegar um belo resfriado. Mas não me importava. Eu estava com ele e estava feliz.
  Realmente, o amor está no rádio.
  - Eu te amo. – falamos juntos e sorrimos um para o outro.

  And listen 'till your ears explode
  'Cause love is on the radio

FIM



Comentários da autora


Não sei se o final ficou bom, mas é uma short, e short as vezes o final não tem sentido. Amo o McFLY e foi um prazer escrever essa shortfic baseada na música.Espero que tenham gostado. Beeijos o/