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Doada por Laura

Esta história tem 20 capítulos no total.

// A Ideia

Os personagens são melhores amigos e por algumas circunstâncias decidem se casar, mas eles não sentem um pelo outro nada mais que a amizade, ambos adoram curtir a vida. Gostaria que fosse uma comédia, onde eles tem ciúmes de amigo, mas sem sentir nada. Porém após algumas noites juntos ela passa a sentir por ele algo novo, algo que pra ela é quase proibido e no final ele descobre nela a mulher de sua vida. Com muitos desencontros em meio ao romance, mesmo morando juntos. não quero uma amizade colorida mas um amor que nasceu de uma amizade sincera e divertida.


// Sugestões

Eu gostaria que o nome fosse algo como: Eu casei com o meu melhor amigo. Narrado por ela. E que a maior parte se passasse em São Paulo, mas que o casamento tenha sido em Las Vegas ou Miami. Também gostaria que no final eles reafirmassem(?) os votos e a lua de mel.

// Notas

--




Married With My Best Friend

Doado por Laura
Escrito por vários autores

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Capítulo 1

Escrito por Lavínia Mitiko

  Las Vegas. 12 de Junho.
  Eu estava em seus braços com aquele vestido, com o qual tantas mulheres sonham, ou simplesmente o meu vestido de noiva que era extraordinário, o corpete detalhado de pedras pratas, drapeado, por um tecido leve que dava voltas e mais voltas, enrolando-me, algo que me lembrava do trançado do cabelo da Rapunzel. Caio abriu a porta, vagarosamente e manteve seus olhos atentos aos meus, eu já não lutava mais contra os seus braços. O garoto vestia um smoking preto, o qual contrastava perfeitamente com o meu vestido. Pude ouvir a porta bater atrás de mim. E logo fui deixada naquela cama. Ele jogou-se ao meu lado e ficamos ali fitando o teto, em um silêncio confortável. Eu pensava na enrascada que acabara de me meter, eu havia casado com o meu melhor amigo.
  Loretto levantou-se e serviu-nos duas taças de champanhe. E então o silêncio foi quebrado pelo brinde das taças. Brindávamos ao nosso plano, ao nosso “casamento”. Não trocávamos muitas palavras, estávamos cada vez mais ébrios. Meu corpo passou a esquentar bruscamente. Resolvi tirar o vestido, o qual usava há horas. Não me importei com a análise de Loretto que permanecia sentado na ponta da cama. Os seus olhos pareciam gostar do que viam, como nunca antes. Ele mordeu seu lábio inferior e pela primeira vez pude notar o desejo em seus olhos. Estranhei um pouco, já que o garoto me vira em situações piores. O vestido estava finalmente no chão. Apenas com a lingerie branca, Caio sorriu aquele típico sorriso sacana.
  - Uau! Você está linda. Mais do que antes. – Ele falou e eu ri. – Por que você veio com essa lingerie? Achei que fosse uma lua de mel de fachada. – Caio disse e eu revirei os olhos, pude jurar que minhas bochechas queimaram naquele segundo.
  - Caso você não saiba, minha mãe achava que o casa... – O garoto interrompeu-me colocando o dedo à frente de minha boca em sinal de silêncio.
  Ele mordia o lábio inferior e encarava minha boca, o mesmo desejo no olhar. Segundos depois, pude sentir sua boca contra a minha. Caio me pressionava contra a parede. O beijo era intenso, cheio de desejo. Eu não resistiria a ele, não dessa vez após taças e taças de champanhe. O garoto pressionou-me contra parede e ao encontrar o feixe do sutiã branco não hesitou ao retirá-lo. Eu não o impedi, em nenhum momento daquela noite, mesmo sabendo que me arrependeria de tudo quando acordasse. Caio desabotoou sua camisa deixando sua barriga definida á mostra. E logo a blusa estava em algum lugar no chão, assim como a calça preta que caía tão bem nele. Encaixei as pernas em seu quadril, ele as apertava com força, e eu adorava isso. Caio Loretto me conhecia como ninguém, sabia meus pontos fracos, como eu gostava que puxassem meus cabelos, apertassem minhas coxas e principalmente de como eu amava boxers da Calvin Klein, o meu melhor amigo era o sonho de muitas menininhas, mas era a minha realidade naquele momento. E que realidade...

Capítulo 2

Escrito por Lavínia Mitiko

  São Paulo. Seis meses antes...
  Peguei o carro, e sai em velocidade máxima para a casa de . Afinal, ele sempre tinha uma solução para os meus problemas. Mas dessa vez era diferente, mesmo precisando acreditar que ele tinha uma solução, seria muito difícil. Eu precisava me casar em no máximo um ano. E o que aconteceria se isso não acontecesse? Minha mãe teria uma crise, minha irmã não poderia se casar com seu Don Juan e eu perderia minha agente, minha carreira e em fim... Qual o problema dessa sociedade com uma mulher, garota ainda, de 24 anos, fosse solteira? Digo, não sou exatamente do tipo de garota que se apaixona e se casa. Esse nunca foi o meu sonho.
  Cheguei na casa do garoto, que já bebia um copo de whisky.
  - ! - Gritei enfiando a cabeça em seu ombro, como eu amava fazer, para me sentir melhor, já não sentia medo de deixar as lágrimas escorrem, e elas escorreram livremente pela extensão de meu rosto.
  - Não chora, pequena. O que aconteceu?
  - De novo... Mas agora eu tenho um prazo... TENHO UM ANO PARA ME CASAR.
  - Então somos dois... – Ele disse e logo riu, um pouco sem-graça.
  - Como assim? – Perguntei retirando minha cabeça de seu ombro para olhar em seus olhos.
  - Você deve saber que eu sou o primeiro na linha de sucessão da aliance, empresa de meu tio. – Apenas assenti com a cabeça então ele continuou. – Desde que ele morreu, eu sou o presidente da firma, mas só vou poder ascender à presidência de fato, quando me casar, e tenho seis meses para desistir de tudo ou arrumar uma Senhora .
  - UAU! Somos tão sortudos que vamos ter de comemorar. – Peguei uma taça e a garrafa de whisky. – Um brinde... Ao nosso fado. – Falei e então batemos as taças.
  - Um brinde ao nosso futuro casamento. – O garoto falou, batemos as taças novamente e então o olhei confusa, o garoto sorriu. – Já sei, como resolver o nosso problema, podemos nos casar... E então, , você aceita se casar comigo?
  - Cara, quantas taças você bebeu antes de eu chegar? Você não pode estar falando sério...
  - Eu nunca estive mais sóbrio... ... Pensa nisso. Nós, não vamos precisar nos comprometer, vai ser tudo uma faixada. – Ele fez uma pausa. – Minha mãe me disse um dia, que em todo casamento a paixão acaba, portanto devemos sempre escolher um cúmplice, alguém em quem confiamos e principalmente alguém que sempre vai estar lá por nós. E nós somos assim, não somos? Eu por você, você por mim? Até o fim?
  - Acho que essa é a maior loucura que eu já ouvi em toda a minha vida. Mas eu aceito. ACEITO.
  Ficamos discutindo as condições de nosso “casamento”, e planejando o que contar para todo mundo, não seria tão difícil convencê-los de que sempre nos amamos, afinal, vivíamos juntos. Era a desculpa perfeita. E mais uma vez, , sabia o que estava fazendo.
  Olhei para o relógio e já estava tarde demais para voltar para casa. Então apenas pedi ao garoto que me deixasse dormir ali. Como sempre, ele assentiu. Subimos para o andar de cima, onde ficava o quarto.
   jogou uma toalha para mim e abriu seu armário, obviamente, eu conhecia à disposição daquelas roupas perfeitamente. Peguei a camisa do Bulls, o time que ele mais amava, e que eu aprendi a amar devido a convivência com o garoto.
  Tomei um banho, coloquei a blusa do garoto que caia como um vestido em mim, curto, porém um vestido. Voltei à suíte e estava deitado em sua cama assistindo um filme qualquer que passava no momento.
  - VOCÊ, NÃO PEGOU A MINHA CAMISA DO BULLS! – Ele falou tentando parecer irritado, mas logo riu. Revirei os olhos e me joguei ao seu lado na cama.
  Amanheceu, nós decidimos colocar nosso plano em ação. 1° passo, contar para a minha mãe, meu pai e minha irmã. Escolhi uma blusa branca e uma calça jeans que eu o amava ver.
  - Preparado? – Perguntei e sorri.
  - Para me casar com a minha pequena? Nunca. Para ser o casado mais solteiro do mundo? Lógico.
  - E para conhecer a sua sogra? – Falei fazendo aspas com os dedos em “sogra”.
  - Talvez. – Ele sorriu, seu lindo sorriso. Encaixou seu braço em meu ombro e me puxou até o carro.

Capítulo 3

Escrito por Mayara Braga

“Dezembro”

  Quando adentramos o portão principal da minha casa, meu coração começou a bater mais rápido e minhas pernas estavam bambas. Meu medo era que meus pais não aceitasse o , ou desconfiassem do nosso acordo, porém me conhecendo bem como só o me conhece, ele segurou minha mão e sorriu de lado em seguida, beijou minha testa e quando girei a chave na porta, encontramos meus pais, conversando animadamente no sofá da sala. Logo, os dois olharam para minhas mãos entrelaçadas as mãos do .
  — Boa noite, senhor e senhora Lively. — disse estendendo a mão para cumprimentar meu pai e em seguida, beijou a bochecha da minha mãe.
  — Mãe, pai, precisamos conversar com vocês. — Disse sentando no sofá ao lado . — Eu e a , nos conhecemos há vários anos, porém, a algum tempo estou desenvolvendo um sentimento por ela. — sorriu, mas logo, continuou a falar. — Hoje, depois de muito tempo, tomei coragem e a pedi em casamento. E ela, aceitou. — sorriu e apertou a minha mão.
  — Sempre soube que vocês terminariam juntos. — Minha mãe sorriu pegando-me totalmente desprevenida afinal, não tínhamos qualquer sentimento um pelo outro, a não ser pelo sentimento de amizade.
  — Cuide da minha garota ou vai arranjar o pior inimigo. — Meu pai sorriu e apertou a mão do .

  Conversamos por alguns minutos. disse que queria um casamento rápido alegando não conseguir viver nem mais um segundo sem me chamar de sua esposa. Meu amigo, estava me surpreendendo com sua atuação digna de um Oscar. Meus pais, abriram uma champanhe e fizemos um brinde ao nosso “Casamento”.
  — ! — O chamei antes do mesmo adentrar o carro. — Obrigado por tudo.
  — Kris! — Disse se aproximando e segurando meu rosto. — Não precisa agradecer, minha linda. Você precisa de mim e eu de você. — Disse me abraçando fortemente. Em seguida, deu partida no carro e fui direto para meu quarto. Precisava de um banho bem relaxante e uma boa noite de sono porque o dia havia sido longo.

Uma semana depois...

  Os preparativos do casamento estavam a todo vapor. Tanto a minha mãe, quanto a mãe do , estavam empolgadas e preparando tudo com todo carinho do mundo. Dissemos que queríamos algo simples, porém, nosso pedido foi ignorado e não nos deram uma segunda opção, ou seja, seria do jeito delas.
  — , anda logo, precisamos ir na degustação dos doces e salgados. — Minha irmã sorriu pegando a bolsa. — Amanhã tem a do jantar e do bolo de casamento, porém, nesse quem irá acompanhá-la será o .
  — Vamos logo, porque tudo isso já está me deixando com preguiça. — Sorri enquanto pegava minha bolsa e as chaves do carro.
  A tarde foi a mais agradável possível afinal, existe coisa melhor que ficar sentando e provar os doces e salgados, mais gostosos do mundo? Havíamos escolhido todos os doces e salgados que seriam servidos no meu casamento. Minha irmã, pegou um táxi e foi direto para a faculdade enquanto eu fui direto para a casa do para escolher o convite de casamento, fazer a lista dos convidados. Como era de se esperar o trânsito estava um verdadeiro caos, depois de perder alguns minutos no trânsito cheguei a casa do . Toquei a campainha e quando abriu a porta ele estava apenas boxer preta e digamos que meu amigo não era de se jogar fora. Entre nós dois nunca existiu nada e permanecerá dessa maneira.
  — Boa noite, minha noiva. — sorriu quando adentrei seu apartamento que estava totalmente bagunçado como de costume. Algumas coisas mudariam quando começássemos a dividir do mesmo teto porque sou a organização em pessoa.
  — Boa noite, meu noivo. — Sorri me jogando no sofá e tirando meu scarpin. — Esses sapatos destroem meus lindos pés.
  — Mulheres e suas manias. — disse se juntando a mim no sofá. — Pra quê usar algo que irá machucá-las? — Ele franziu o cenho em sinal de dúvida.
  — Porque fica lindo. — Sorri — E mulheres que usam saltos são seguras.
  — Mulheres! Nunca irei entendê-las. — Sorriu pegando o catálogos de convites que estava sobre a mesa de centro. Ficamos alguns minutos olhando todos os modelos, porém, nenhum nos agradava, mas o último modelo era perfeito, era creme com as letras escritas na cor prata. Olhamos um para o outro e sorrimos mandando um e-mail para a gráfica com o modelo escolhido.

  — Nunca, em toda minha vida, pensei que fosse fazer a lista do meu casamento. — sorriu e franziu o cenho.
  — Você não é o único, querido. — Sorri anotando o nome dos seus convidados. A festa seria para 400 pessoas. Parece um número alto, mas não é bem assim, porque teríamos que escolher as pessoas mais íntimas. Havíamos terminado com os convidados do e ele, foi buscar nosso jantar em um restaurante japonês que tinha perto da sua casa. Continuei com a lista e sorri quando coloquei o nome do último convidado. Larguei a lista sobre a mesa e fui tomar um banho. Peguei uma toalha e um moletom do que sem dúvidas alguma ficaria uma camisola em mim. Quando saí do banheiro encontrei o Spike, deitado na cama do . Spike, é um buldogue, de quatro meses que eu havia dado de presente para oNnate, quando o mesmo alegou estar se sentindo sozinho. Lembro que estava voltando do trabalho quando vi o filhotinho dormindo, na hora entrei no pet shop e o comprei.
  — ? — entrou no quarto ligando as luzes. — É o lugar preferido dele. — Sorriu olhando Spike, dormindo tranquilamente na cama dele.
  — E das gatinhas também, né? — Sorri. — Deve ter doce nessa cama.
  — Quem sabe um dia você descubra o que tanto tem nessa cama. — Me olhou e deu uma piscadela.
  — Essa eu passo. — Sorri. — Deixo para uma das muitas que sonham estar nessa cama. Sai do quarto e sentei-me em um dos bancos do balcão que tinha na cozinha do . Em poucos minutos não havia, nenhum vestígio de comida. , colocou um filme para assistirmos, porém na metade ele já se encontrava esparrado na cama com o braço em uma das minhas pernas e o Spike estava no meio, dormindo tranquilamente. Sorri com a cena e me levantei com cuidado e desliguei a televisão. Deitei-me e sorri olhando para e Spike.

Capítulo 4

Escrito por Mayara Braga

  Janeiro
  Devido às comemorações de fim de ano, os preparativos do casamento estão um pouco atrasados, porém já estamos correndo atrás dos muitos dos preparativos que faltam. Meu casamento é em junho, faltam cinco meses e tudo está passando rápido demais. Já tem dois meses que estou noiva e organizando o meu casamento. Como combinado irá comigo na degustação para a escolha do bolo de casamento. Terminei de me arruma em seguida, procurei pelas chaves do meu carro, caminhei em direção à garagem e dei partida no carro. O combinado seria almoçarmos juntos no shopping em seguida, iriamos para o buffet escolhido pelas nossas mães.
  — Linda! — Seu sorriso estava tão lindo, caminhei em direção à mesa onde ele estava sentada enquanto aguardava a minha segada. Seus braços me envolveram em um abraço tão acolhedor. A verdade é que ando me sentindo extremamente mal por mentirmos para nossas famílias, mas foi necessário para o bem de todos. — , tudo vai dar certo. — Ele parecia ler os meus pensamentos, sabia quando estava preocupada, triste, ansiosa, nervosa. Ao longo dos anos, nos conhecemos tão bem ao ponto de um simples olhar não ser, mas um enigma para ele.
  — , promete que nunca iremos nos afastar? — Disse olhando em seus olhos.
  — Nunca. — Sorriu. — Você é a alegria da minha vida, . Minha melhor amiga, a única mulher que dorme na minha cama, me conhece melhor que até mesmo a minha mãe. — Sorriu puxando-me para um abraço forte. Sorrimos um para o outro e ele puxou a cadeira para que eu me sentasse. O almoço foi o, mais tranquilo possível. pagou a conta, peguei minha bolsa, ele entrelaçou nossas mãos e seguimos em direção meu carro. Entreguei as chaves do carro para , ele sorriu pegando as chaves e em poucos minutos , deu partida no carro. Seria um trajeto de mais ou menos duas horas, sem contar com o possível trânsito da cidade de São Paulo.

~~*~~

  — ... — Sentia uma mão acariciando meu rosto e a outra afagava meus cabelos. Com dificuldade abri lentamente meus olhos encontrando sorrindo. — Chegamos, Bela Adormecida. — disse bagunçando meus cabelos, levantei e ajeito meus cabelos. Entrelaçamos nossas mãos e adentramos o buffet, havia muitos casais em salas fazendo as degustações dos seus respectivos de casamento.
  — Boa tarde. — Disse cumprimentando a representante que iria nos ajudar.
  — Boa tarde. — disse cumprimentando a mulher, que aparentava ter trinta e poucos anos. Porém meu amigo, não deixava nenhuma escapar, lançou um olhar de segundas intenções pelo corpo da mulher. Fui obrigada a dar um tapa em seu braço, afinal, as pessoas não podem desconfiar do nosso casamento ou então estamos ferrados. Sentamos em uma mesa em seguida, começamos a provar os sabores, recheios e a mulher havia deixado uma agenda para que pudéssemos marcar o sabor escolhido em seguida, se retirou e nos deixou sozinhos. Quando olhei para o , sua boca estava suja de chocolate, comecei a rir sem parar em seguida, ele pegou um pouco de chocolate e passou no meu rosto, passei chantilly em seu cabelo e ele fez uma cara de chateado.
  — Mexeu com fogo, vai se queimar, gatinha. — disse tacando um pedaço de bolo na minha blusa branca. Peguei um copo de suco de laranja e taquei em seu cabelo. Quando percebi estávamos rolando no chão da sala, sujos, melados e sorrindo sem parar. De repente, ouvimos o barulho da porta ser aberta e olhamos juntos para a porta avistando a representante com um olhar assustado, sem entender o que havia acontecido em apenas dez minutos que ela nos deixou sozinho. se levantou e me ajudou a me levantar.
  — É-é... — A mulher não conseguia falar. estavam ao ponto de ter uma das suas crises de riso, porém o belisquei em uma tentativa de conter uma crise fora de hora.
  — Vamos arcar com os prejuízos. — Sorri meio envergonhada.
  — Sem problemas, senhora. — Sorriu educadamente. — Escolheram?
  — Sim. — sorriu. — Queremos o de chocolate trunfado. A mulher, pegou as anotações em seguida, foi buscar a conta do nosso “prejuízo”. Nosso pequeno desastre saiu por quatrocentos reais, o melhor de tudo foi ver a feição do ao pagar a contar. Todos nos olhavam como se tentassem entender o motivo da nossa bagunça na degustação do nosso bolo de casamento, porém eles nunca entenderiam o que somos quando estamos juntos. Na verdade, só existem duas pessoas no mundo que nós entendem perfeitamente, nos mesmos, porque o resto tento, porém nunca entenderão. Gargalhávamos enquanto saímos do buffet, estávamos totalmente sujos e o pior de tudo teríamos duas horas de viagem.
  — , desculpe fazê-la passar por isso, mas não consigo dirigir por duas horas, nesse estado que estou. — Sorriu e quando percebi adentramos um motel, quando paramos na recepção meu rosto ficou da cor de um tomate. Pegamos a chave e seguimos para o nosso quarto. tomou o banho em seguida saiu do banheiro vestindo apenas uma boxer preta, mas vê-lo desse jeito digamos que despertou uma curiosidade de saber o que tanto gostam nele, tirei os pensamentos nada puros que estavam em meus pensamentos e fui tomar meu banho. Tirei as roupas totalmente sujas, liguei o chuveiro e deixe a água quente cair pelo corpo. Meus cabelos estavam molhados, cobri meu corpo com um roupão e sai do banheiro. assistia um programa de adultos, o olhei incrédula e o mesmo nem se importou.
  — Quantos anos você tem? 16? — Sorri para o mesmo que desligou a televisão.
  — E se aproveitássemos o quarto, a ocasião? — se aproximou perigosamente, nossas respirações estavam perto demais, suas mãos puxaram-me para perto do seu corpo. — Não precisa olhar assim, . Estou brincando. — Sorriu se afastando.
  — Idiota. — Sorri sem demonstrar que aquilo havia mexido comigo. Nos vestimos, pagou a conta e seguimos em direção ao apartamento dele.
  Devido ao horário a volta havia sido, mais tranquila do que a ida. Como amanhã bem cedo teríamos que encontrar com o corretor da imobiliária, aproveitei e dormir no apartamento dele.
  — , pega um moletom ou que achar melhor. — apontou para o guarda-roupas. Peguei um moletom, porque a noite estava fria e o tem a péssima mania de colocar o ar-condicionado no máximo. Entrei no escritório do , dei um beijo em sua bochecha e fui me deitar.

~~*~~

  Fevereiro
  Faltam quatro meses para o meu casamento e adivinha? Não conseguimos escolher a nossa casa, porque todas que os corretores nos mostram, não tem absolutamente nada a ver com nosso gosto. E pra completar minha mãe com o apoio da mãe do , escolheram um modelo de vestido, mais chamativo do que o da princesa da Inglaterra.
  — ? — disse adentrando meu quarto.
  — . — Sorri e o abracei. — Estou quase pronta. — Sorri quando ele se jogou na minha cama. Hoje começaremos a entregar os convites de casamento, me pergunto qual a necessidade de fazermos isso pessoalmente, porém como sempre as nossas mães nos impuseram, mais uma ordem a qual teríamos que acatar. A verdade é que se fosse me casar de verdade, não teria nada disso e muito menos deixaria as pessoas, se envolverem em algo tão íntimo de um casal. Quem nos conhece sabe que nada disso combina com nós dois. Terminei a minha maquiagem, soltei meus cabelos e peguei a minha bolsa. — Podemos ir. — Sorri e entrelaçou nossas mãos e seguimos em direção ao seu carro que estava estacionado em frente à minha casa. Como sempre abriu a porta, coloquei a caixa com os convites no meu colo e deu partida no carro. Começaríamos por alguns parentes do , depois alguns dos meus parentes.
  — Odeio ter que fazer isso. — disse caminhando em direção a entrada da casa de um dos seus tios.
  — Faz parte do show. — Sorri. — E eu estou aqui com você. — Sorri, colocou uma das mãos em minha cintura e na outra carregava o convite. Tocamos a campainha e fomos recebidos pelo mordomo. Seus tios, nos aguardavam na sala de estar. Conversamos um pouco, porém ainda tínhamos que ir entregar cerda de vinte convites e nos despedimos. O restante da tarde foi o mais cansativo possível, fomos nas casas dos tios e primos do em seguida, fomos nas casas dos meus tios e primos e o pior de tudo é que não entregamos nem aos menos a metade. me deixou no ateliê onde estou fazendo meu vestido e seguiu para a empresa.
  — Boa tarde. — Sorri fraco. — O que houve? Por que essas caras?
  — Filha, nós estamos pensando em trocar o seu vestido. — Minha mãe disse séria. Não podia ser verdade, a essa altura do campeonato trocar de vestido.
  — Querida, estamos achando muito simples, porque vocês são filhos de empresários importantes para São Paulo e para o Brasil. — A mãe do disse séria.
  — Não vai mudar vestido nenhum. — Disse séria. — Faltam apenas quatro meses para o meu casamento, não quero mais complicações, então será esse e ponto final. — Disse colocando minha bolsa em cima da poltrona e colocando o vestido para fazer alguns ajustes. Quando a estilista terminou de fazer os ajustes, segui em direção a floricultura para escolher as flores e o meu buquê. Quando adentrei o local encontrei o meu ex-namorado.
  — . — Disse com a voz debochada. — O que faz aqui? — Sua voz me causava nojo, tinha vontade de socar a cara dele e deixá-lo irreconhecível.
  — Vim escolher as flores e o buquê do meu casamento. — Sorri vitoriosa.
  — Casamento? — Disse sem entender.
  — Sim, irei me casar com o , lembra dele? — Sorri vitoriosa e o mesmo fechou a cara saindo logo, em seguida. Escolhi as flores e o meu buquê.

  — Alô. — Disse, enquanto pegava a minha carteira.
  — , ainda está na floricultura? — perguntou com a voz calma.
  — Estou sim. — Sorri — Acabei de escolher as flores e o meu buquê. Agora vou caçar um táxi. — Disse pegando um recibo com a atendente da floricultura.
  — Vou buscá-la ou melhor já estou aqui. — Sorriu.
  — Já disse que te amo muito? — Sorri — Ia ser horrível encontrar um táxi a essa hora. — Disse desligando celular e caminhando em direção a saída da loja.

  — Obrigado. — Sorri e beijei a bochecha do .
  — Nem precisa agradecer futura, senhora . — Sorriu.
   passou no shopping para comermos algo, passei a tarde resolvendo mil problemas e acabei esquecendo de comer. Pense em uma mãe maluca com uma sogra ainda mais maluca, o resultado é você completamente louca. As duas começam a falar, brigam entre si e se duvidar querem escolher até a lingerie que usarei na noite de núpcias, essas duas perderam a noção. Fomos até o Dominos, fizemos nosso pedido e rapidamente trouxeram para que pudéssemos comer. Assim que terminamos pedi ao que me deixasse em casa, porque precisava terminar um relatório que estava enrolando a semana inteira e digamos que meu chefe não está muito contente com essa situação. Nos despedimos em seguida, subi para o meu quarto, tomei um banho, terminei meu relatório e depois acabei adormecendo.

Capítulo 5

Escrito por Mayara Braga

  Março
  Nunca em toda a minha vida, aguardei tanto por uma data, como aguardo o dia do meu casamento. Sinceramente, não aguento, mas, tantas reclamações tanto dos meus pais quanto dos pais, do . Parece que nada nunca está bom ou perfeito. Tem horas que penso em desistir, jogar tudo pro alto e mandar o mundo ir a merda, porém, o sempre me acalma e lembra o quanto tudo isso é importante para nós dois. A notícia boa? Finalmente escolhemos a nossa casa, é um pouco afastada da casa dos nossos pais, essa era a intenção.
  — , o está esperando você. — Minha irmã gritou e logo peguei a minha bolsa e desci o mais rápido possível. Hoje é aniversário da esposa do meu chefe, ou seja, preciso ir e levar o meu “noivo”, porque meu chefe cismou que precisa conhecê-lo. Assim que cheguei à sala, estava sentado em uma das poltronas, estava um verdadeiro príncipe e não é à toa que meu amigo sempre foi namorador.
  — Boa noite. — Sorri. — Gatinho, hein? — Brinquei, e sorriu. Pegou uma das minhas mãos, girou-me em seguida, soltou um assovio. Ele sempre fazia isso, porém, sempre levamos tudo isso na brincadeira.
  — Você está linda, princesa. — sorriu e beijou a minha bochecha. — Vamos? — Assenti que sim. , abriu a porta do carro e a fechou quando entrei. Coloquei o endereço do local da festa, no GPS do carro do e ele foi seguindo as instruções dadas pelo aparelho. Não demorou muito e logo, avistei a entrada da casa do meu chefe. estacionou o carro em seguida, adentramos a casa de mãos entrelaçadas, pude ver os olhares em direção a nós dois.
  — , esqueci do presente. — Sorri fraco.
  — Vou buscar. — Sorriu. — Ele saiu rapidamente, logo encontrei meu chefe, cumprimentei a sua esposa e depois o cumprimentei. Conversávamos animada, porém, nada do chegar, quando estava quase saindo para procurá-lo, senti as suas mãos pousadas em minha cintura.
  — Boa noite. — sorriu. Cumprimentou a esposa do meu chefe, em seguida, cumprimentou o mesmo.
  — Esse é o , o meu noivo. — Sorri e peguei o presente de suas mãos. — Senhora, conversei com o seu marido, ele me contou que gosta muito de ler. Então comprei um livro do Machado de Assis, espero que goste. — Disse entregando o presente nas mãos da mulher, que sorriu.
  — Obrigada, querida. — Sorriu. — Com licença, estão chegando mais convidados, preciso cumprimentá-los. — Sorriu. — Sintam-se à vontade e qualquer coisa é só falar comigo. — A mulher sorriu e saiu acompanhada pelo marido. Caminhamos em direção a uma área, na parte externa da casa. foi buscar algo para bebermos, voltou com uma taça de champanhe e um copo de refrigerante.
  — Obrigada, . — Sorri pegando a taça de champanhe. sempre foi consciente em relação a bebida e direção. Admiro muito a sua atitude, quando vai a uma festa que quer beber, simplesmente vai de táxi ou pega carona com um amigo. Por exemplo, hoje ele está carro e trocou o champanhe por um refrigerante. Estávamos sentados perto da piscina, o espaço estava decorado com luzes, puffs e velas.
  — , como está a organização do casamento? — disse me olhando. — Nossas mães, estão te deixando louca? — Ele sorriu quando terminou de falar.
  — Ah, , graças a Deus, tudo está tranquilo. — Sorri dando um gole em meu champanhe. — Porém, as nossas mães… Cada dia inventam algo diferente e juro que estou a ponto de ficar louca. — Ele soltou uma gargalhada. — Vai rindo mesmo, vai casar com uma tarja preta. — Gargalhos juntos.
  — Desculpe por não estar tão presente. — Sorriu fraco. — A empresa está uma verdadeira loucura. Preciso deixar tudo arrumado porque terá nossa lua de mel e ficaremos fora por uns dias.
  — Falando na lua de mel… — sorri bebendo mais um gole do meu champanhe. — Para onde iremos, ? — Sorri ao notar que o mesmo franziu o cenho, definitivamente ele não gostava que o chamassem pelo sobrenome, porém, como uma boa amiga que sou, sempre fiz isso para irritá-lo.
  — Surpresa. — Sorriu. — , seu chefe não para de nós olhar. — disse com um tom de voz preocupado.
  — Vem cá. — o puxei para mais perto. — Ele deve estar estranhando, porque desde que chegamos nem ao menos nos abraçamos.
  — , vou beijá-la e tirar qualquer dúvida da cabeça dele. — Assenti que sim. Aos poucos, se aproximou, uniu nossos lábios em um beijo calmo e que rapidamente foi cessado. puxou-me para perto do seu corpo, apoiei minha cabeça em seu ombro e assim, permanecemos conversando.
  — e , venham. — Meu chefe, nos gritou. — Minha esposa está chamando-os para o parabéns. — entrelaçou nossas mãos e seguimos em direção a sala de estar. A noite havia sido a mais agradável possível, a esposa do meu chefe, é um verdadeiro amor de pessoa. Nos tratou super bem, foi atenciosa e muito educada. Nos despedimos e , pediu que dormisse em seu apartamento, porque logo cedo queria me levar até a nossa casa para checarmos algumas coisas da pequena reforma que decidimos fazer. Não demorou muito e chegamos ao apartamento do . Tomei um banho bem rápido e como estava calor, vesti apenas um blusão do . Quando deitei na cama, percebi que dormia feito um anjo e logo, imitei seu gesto.

~~*~~

  Abril
  Em dois meses me tornarei a senhora , não vejo a hora de estar casada com o , porque organizar casamento é a coisa mais chata do universo e, para completar, nossas mães me deixa cada vez mais nervosa, estressada e cansada. Por mim iríamos até Las Vegas, nos casaríamos e ninguém precisava saber, entretanto, a sociedade precisava ver o nosso casamento, porque somos filhos de importantes empresários do estado de São Paulo. A pequena reforma que decidimos fazer, em nossa casa, já está pronta e agora estamos escolhendo os móveis.
  — ! — sorriu e beijou minha bochecha. Havíamos combinado dele passar no meu trabalho para entregarmos juntos o convite do casamento para o meu chefe. Levantei e entrelaçou as nossas mãos. Caminhamos em direção a sala do meu chefe, pedi que a secretária nos anunciasse. Em poucos minutos nossa entrada foi autorizada. Bati à porta antes de entrar, ouvi um “pode entrar” e adentrei a sala de mãos entrelaçadas com o .
  — Boa tarde, senhor. — cumprimentou ou meu chefe. — Viemos entregar o convite do nosso matrimônio. — sorriu.
  — Senhor, será em dois meses. — Sorri e entreguei o convite. — Ficaremos felizes com a presença da sua família no dia mais importante de nossas vidas. — Sorri e olhei para o .
  — Iremos. — Meu chefe, sorriu. — Obrigado pelo convite. Será uma honra participar de um momento tão importante. — Sorriu.
  — Senhor, preciso ir, deixei o escritório apenas para vir entregar pessoalmente o convite em suas mãos. — sorriu e se despediu. O acompanhei até o elevador e logo voltei aos meus afazeres.

~~*~~

  Oito horas dentro de um escritório, parece que a hora não passa nunca. Quando finalmente completei as oito horas obrigatórias, peguei a minha bolsa e saí o mais rápido possível. Procurei pelo meu carro no estacionamento, ao encontrá-lo, entrei no mesmo e dei partida. Hoje preciso de banho e uma cama. Porém, ao chegar em casa, minha mãe estava conversando animadamente com a mãe do , tentei passar despercebido, mas as duas me chamaram.
  — Querida, nos ajude a escolher as toalhas da mesa. — Minha mãe sorriu. Sério isso? Depois de oito horas enfurnada em um escritório, pegar um trânsito horrível, elas querem que escolha toalha da mesa? Respirei fundo antes de me pronunciar:
  — Desculpem pela desfeita, mas preciso de um banho e da minha cama. — Sorri. — Hoje tive muito trabalho, estou cansada e preciso descansar.
  Ao chegar em meu quarto, tranquei a porta e separei um pijama. Despi-me, tomei um longo banho e depois me vesti, quando deitei na cama, não precisou de muito para que logo sentisse as minhas pálpebras pesarem e, enfim, o sono falasse mais alto que tudo.

Capítulo 6

Escrito por Mayara Braga

  Maio
  Dentro de um mês serei a senhora , Deus, como o tempo passou rápido. Lembro quando tudo começou e naquele dia estava tão nervosa, com tanto medo. Porém, aos poucos o foi me acalmando a cada dificuldade e sem dúvidas alguma, meu melhor amigo nunca falhou comigo em momento algum. Soube por alto que o terá uma despedida de solteiro e já imagino as safadezas que terá nessa festa. Afinal, nunca, repito, nunca foi nenhum santo.
  — , vê a comida, vai esfriar. — disse com a pizza em suas mãos.
  Eu sei, é meio estranho chamar “Pizza” de comida, porém, pro é comida, e das melhores, por sinal. Levantei-me da cama e franzi o cenho ao sentir o frio que fazia. Cheguei na sala e adivinha? já estava em seu segundo pedaço, pelo que pude perceber.
  — Não me esperou, safado. — Sorri e o empurrei. — Só por isso vou comer mais que você, idiota. — Sorri e começou a fazer cócegas na minha barriga e o pedaço de pizza estava prestes a cair da minha mão, porém, mordeu um pedaço.
  — Ah, bobona, roubei um pedaço da sua. — gargalhou e deitou no sofá.
  — Nossa maturidade é algo que me impressiona cada dia ainda mais. — Sorri irônica, assentiu que sim e ligou a televisão. Enquanto o senhor folgado assistia a um jogo de futebol, tive que lavar os pratos e arrumar a bagunça que fizemos. Enquanto lavava os pratos, senti duas mãos na minha cintura e meu corpo tremeu. Deus, o que o estava fazendo?
  — Calma, . — sorriu próximo ao meu ouvido. — Nunca vou fazer nada com você, somos amigos e jamais usaria você como faço com as outras. — disse com a voz séria e se sentou na bancada. Apenas sorri e voltei a lavar os pratos. Quando enfim terminei de lavar os pratos, guardei-os e terminei de limpar a cozinha. Spike me olhava com uma carinha tão bonitinha e percebi que o seu pote de comida estava vazio. Que dono desnaturado o Spike foi arrumar. Quando coloquei comida no seu pote, rapidamente começou a comer os pequenos grãos em formato de ossos e corações.
  — Ah, mas é claro que vou. — tinha um sorriso malicioso. — Acha que vou perder? — Gargalhava alto e mordia o lábio inferior. — Sem dúvidas alguma tem mulher envolvida, porque conhecendo bem o como conheço, ele só morde o lábio inferior quando vai encontrar uma das suas presas. Deus, tenho pena delas, sabe? Não passam de diversão pro meu melhor amigo. Segui em direção ao quarto, tomei um longo banho e me arrumei. Peguei a minha bolsa e procurei pelo meu colocar, que acabei encontrando enrolado nos cobertores.
  — Já vai, linda? — sorriu de lado e digitava algo em seu celular.
  — Ah, , ouvi a sua conversa e não quero estragar a sua noite. — Sorri. — E tenho que resolver os últimos detalhes do nosso casamento. — Sorri e o abracei. Os braços do estavam envoltos ao meu corpo e me apertava em um dos seus abraços. Realmente ele me conhecia, precisava daquele abraço mais que qualquer coisa. Os últimos dias estão sendo difíceis de suportar, porque as nossas mães estão me sufocando cada dia ainda mais.

  Flashback
  Nunca havia chorado tanto como chorava. Meu corpo inteiro doía e era como se tudo dentro de mim estivesse morto. Esperei por tanto tempo e aconteceu isso? Por que comigo? A verdade é que eu fui burra, muito burra mesmo por acreditar que ele era especial apenas por me dizer meia dúzia de palavras bonitas. Deus, quantas vezes o me avisou e eu ignorei? Bem feito, , foi usada por ele de todas as formas que ele quis.
  — Alô? — A voz do era sonolenta, afinal, passavam das duas da manhã e eu estava jogada em um banco de praça, chorando sem parar. Não conseguia dizer nada, as palavras não saiam da minha boca e pela primeira vez na vida fiquei sem saber o que falar.
  — … Me ajuda, por favor. — As lágrimas quentes e grossas rolavam pelo meu rosto. Precisava dele o mais rápido possível, precisava das palavras dele e dos seus braços envoltos ao meu corpo. Meu melhor amigo era o único que poderia me segurar e não deixar que desabasse.
  — , o que aconteceu? Pelo amor de Deus, o que fizeram com você? — havia despertado e sua voz passou de sonolenta, para extremamente preocupado. — , por favor, não diz que… — Ele não conseguiu terminar e o interrompi:
  — , ele.... — Chorava sem parar. — Eu não queria... Mas ele disse que... — Não consegui terminar de falar, minha voz estava embolada e nenhuma palavra conseguia ser pronunciada.
  — Vou matar esse filho da puta. — gritava, com a voz enfurecida. — , por favor, me diz aonde você está que iriei buscá-la. — Disse sério. — Por favor, amorzinho, diz pro aonde você está.
  — Morumbi. — Disse com a voz embolada. — Naquela pracinha que costumávamos brincar quando éramos crianças.
  A ligação caiu e me desesperei ao notar que um homem me olhava. Meu corpo inteiro tremia, meus cabelos estavam bagunçados, a maquiagem com certeza estava totalmente borrada e alma com uma ferida enorme. Já tinha passado algum tempo e nada do aparecer. Abaixei minha cabeça e as lágrimas teimosas voltaram a molhar o meu rosto.
  — ? — gritou e o encarei. Seus cabelos bagunçados e vestia apenas um moletom. — Princesa, o que fizeram com você? — Sua voz era tão triste e apenas pulei em seu colo. Não foi preciso muito para que molhasse sua camisa e colocasse a minha dor pra fora.
  Minhas penas estavam envoltas da cintura do , minha cabeça apoiada em seu ombro e ele caminhava em direção ao seu carro. Abriu a porta do carro, me colocou no banco carona e pôs o cinto de segurança. As palavras não conseguiam sair dos meus lábios. O restante do caminho foi um silêncio total e chegamos ao apartamento que o dividia com os amigos a quase um ano.
  — Vou cuidar de você, meu anjo. — sorriu e adentramos o apartamento. Agradeci pelos amigos do não estarem em casa. me deitou em sua cama, posicionou-se ao meu lado e me envolvendo com os seus braços quentes e era tudo que eu precisava. Estar em seus braços, era ali que me sentia segura e protegida, com o meu melhor amigo.
  — , como aconteceu? — disse enquanto acariciava meus cabelos.
  — Ah, … — As lágrimas começavam a rolar pelo meu rosto. — O Ian me ligou e perguntou se queria ir à praia com ele, e eu aceitei. — Abaixei minha cabeça. Não conseguia encarar meu melhor amigo. — Ele me beijou, mas o beijo foi se tornando mais intenso e eu… juro que falei pra ele que não queria, porém, ele soltou: “Fica quieta que você vai gostar”, naquele momento meu corpo inteiro tremeu.
  — Filho da puta. — disse com uma raiva em sua voz.
  — , tentei gritar, tentei fugir, gritei de novo e tentei me soltar dos seus braços. Chorava e gritava, mas no momento que o senti invadindo meu corpo... — franzi o cenho com nojo e repulsa. — Eu não consegui senti um mísero pingo de prazer, sentia nojo em ser invadida daquela forma, ele sussurrava algumas coisas… — As lágrimas rolavam pelo rosto eram quentes e grossas. — Não senti prazer, apenas estou com a ferida na alma. Queria que o seu corpo bruto saísse de cima de mim, porém, ele só fez isso quando atingiu seu prazer máximo e me largou sozinha.
  — Calma, amor. — me abraçou ainda mais forte. — Estou aqui pra cuidar de você e pode ficar tranquila que nunca mais nenhum babaca magoará a minha menina, minha princesa e minha melhor amiga. Deitei na cama e o me abraçou e me olhava no fundo dos meus olhos marejados. Suas mãos acariciavam meus cabelos e pelos meus lábios. O puxei para mais perto e o abracei fortemente, chorava alto sem me preocupar e pouco a pouco senti a vista pesar e o sono chegar.

  Flashback

  — Eu amo você, . — Sorri o abracei fortemente.
  — Eu também, linda. — Sorriu brincando com meus cabelos. — O que aconteceu?
  — O Ian… — Não consegui terminar, porque mudou sua expressão de feliz para enfurecido.
  — O que aquele babaca fez? — Gritou. — Fala , por favor, me fale, porque juro que dessa vez mato aquele infeliz. — Gritou.
  — Calma, , por favor. — acariciei suas mãos. — Tive o desprazer de encontrá-lo no mercado e ele me deu os parabéns pelo nosso casamento.
  — Tem certeza, ? — me olhava de uma forma que não consegui mentir, não pra ele que esteve sempre em todos os minutos ao meu lado. é o único que sabe do abuso que sofri do Ian quando tinha apenas 18 anos.
  — E-ele disse que estava com saudade de me sentir. — Abaixei a cabeça. — , não quero que aquele idiota acabe com a minha vida novamente.
  — E ele não vai. — gritou. — Em um mês você será minha esposa e se aquele babaca ousar encostar em único fio de cabelo seu, juro que o mato e nem me preocupo se irei preso ou não, mas que eu mato isso eu faço.
  — Ninguém vai matar ninguém, ouviu ? — Olhei em seus olhos. — Quero você aqui ou melhor preciso de você ao meu lado, por favor, prometa que não vai fazer nada com esse infeliz? — O olhei. — Promete , por favor.
  — Prometo, princesa. — Sorriu e me aninhou em seus braços.
  — Agora preciso ir para encontrar nossas mães. — O abracei e saí do seu apartamento. Peguei o primeiro táxi que passou e segui em direção ao salão onde aconteceria o nosso casamento, e muito eu não escolhemos o casamento tradicional na igreja por motivos de: é uma mentira e mentir na frente de Deus é demais. Assim que cheguei ao salão de festas, minha mãe junto à mãe do falaram tanto mais tanto no meu ouvido que tive vontade de socá-las. Pelo amor de Deus, pra quê tudo isso? Depois de algumas horas de tortura pude chegar em casa tomar um banho bem demorado e deitar em minha cama.

“Boa noite, meu amor. Quero que saiba que jamais, repito, jamais aquele babaca encostará as mãos sujas dele na minha princesa.”
Com amor, seu melhor amigo, futuro marido (isso soa estranho), .

  Sorri com a mensagem do , beijei a tela do celular e pouco a pouco senti os olhos fechando.

Capítulo 7

Escrito por Mayara Braga

11 De Junho

  Nesse último mês a minha vida mudou da água para o vinho e confesso que muitos dias quis sumir, fugir para um lugar onde ninguém me encontrasse. Não é fácil ter que se casar quando você não havia planejada nada ao menos parecido para a sua vida. Nunca amei ninguém ao ponto de me imaginar vestindo um vestido branco, adentrar a igreja e vê-lo no altar com um sorriso doce nos lábios. De repente me vejo noiva, do meu melhor amigo que por sinal também precisou entrar nesse matrimônio de fachada para conseguir o tão almejado cargo na empresa da sua família. Eu sei somos dois mentirosos, mas não queríamos mentir, porém, as circunstancias acabou nos obrigando. Minha mãe ordenou que dormisse cedo para evitar olheiras, porém, não consegui e a noite anterior pensei sobre tudo que já me aconteceu, dos últimos 6 meses que vi a minha vida mudar, a partir de hoje passa a ser o meu marido e, consecutivamente, me torno a senhora .
  — , meu amor, a cabeleireira chegou para penteá-la e logo em seguida, a maquiadora virá para terminar de deixá-la perfeita. — Minha mãe disse acariciando meu cabelo.
  — Mãe… — falei baixo e a mesma voltou. — Eu amo você. — Sorri.
  — Ah, meu amor, mamãe te ama mais que tudo. — Sorriu e me aninhou em seus braços. — Desculpe se fui um POUCO chata, porém queria que seu casamento fosse o dia mais marcante de toda sua vida. — Sorriu.
  — Obrigada. — Sorri e minha mãe deixou o quarto. Levantei-me fiz a higiene matinal e desci até a cozinha para tomar o meu café da manhã. E acabei comendo um pouco a mais do que tenho costume, normal quando fico nervosa desconto na comida. Assim que cheguei ao meu quarto a cabeleireira já estava arrumando suas coisas para começar o trabalho, apesar de estar cedo, nossas mães queriam que tudo começasse cedo, porque o casamento seria no fim da tarde para aproveitar o pôr do sol. É tanto a minha mãe quanto a do , estão assistindo muitos filmes americanos e não quis contrariar afinal, já me sinto mal por essa mentira que achei melhor, deixá-las felizes com o trabalho. Meu celular tocava sem parar e vi minha foto com o piscando na tela, sorri e lembrei do dia que tiramos a foto.

  Flashback
  Era feriado e teve a brilhante ideia de irmos ao parque de diversões. Fazia anos que não ia, porém, ao chegarmos lembrei o porquê. Tinha um medo de altura fora do normal e o pior? Meu melhor amigo sabia disso e adivinha qual foi a brilhante ideia que teve de irmos na roda gigante.
  — , por favor, tem o carrossel, o bate-bate e.... — Não consegui terminar, porque o mesmo sorria sem parar.
  — Ah, , quantos anos você tem? 12? — Gargalhava e seu rosto começava a ficar vermelho. — Vem, gatinha. — Puxou-me pela mão e logo estava dentro do brinquedo, segurei firme no suporte enquanto meu melhor amigo que mais parece com um inimigo ainda gargalhava da minha feição que deveria estar no mínimo aterrorizada. No começo até que estava tranquilo, porém, quando o brinquedo começou a ganhar uma certa velocidade não me contive, hora fechava os olhos, hora gritava. — Selfie! — gritou com o celular em suas mãos. Sério? Ele queria tirar foto enquanto praticamente desmaiava de tamanho medo.
  — O quê? — Gritei.
  — Selfie, . — Gritou enquanto me puxava para perto e tirou a foto que tanto quis. Nunca me senti tão feliz quanto me senti quando chegou o fim do bendito passeio na montanha-russa. digitava algo em seu iPhone e gargalhava alto, e a curiosidade falou mais alto que tudo e adivinha? O idiota sorria da selfie que havíamos tirando enquanto eu gritava, o pior é que ele postou essa foto. Matar ou não matar eis a questão.

  Fim flashback

  — Alô, senhor . — Sorri e ouvi a risada gostosa do do outro lado da linha.
  — Futura senhora Crawnford, liguei para saber como você está, já que me expulsaram de sua despedida de solteira e na minha a sua entrada foi negada. — sorria.
  — Nervosa ou melhor muito nervosa. — Sorri. — Ah, querido, desculpa, porém, precisávamos de privacidade e não conseguiria me soltar com meu futuro maridinho ao meu lado. — Sorri.
  — Safada! — Gargalhou. — Minhas suspeitas estavam certas. Vocês chamaram um daqueles musculosos que dançam e se aproveitam de noivas inocentes. — Debochou. — O que minha noivinha fez?
  — Nada comparado com o que meu noivinho aprontou na noite anterior. — Debochei.
  — Ah, amor sou um menino puro e não faria nada demais. — Gargalhou.
  — Você não me engana, . — Sorri. — Conheço seus dois lados da moeda e se duvidar conheço você mais que você mesmo acha que conhece. — Gargalhei.
  — O pior é que sou obrigado a concordar com você. — Sorriu. — Linda, só liguei pra dizer que estaremos juntos nessa e que serei o melhor marido do mundo. — Gargalhou e o acompanhei em sua risada. A Crawnford, se você não fosse meu melhor amigo até que poderíamos nos dar bem. Depois de algum tempo e dos gritos da minha mãe desliguei o celular e enfim começaram com os penteados, soltos, presos, liso, cacheado e ainda tinha a maquiagem.

**

  E havia chegado o momento, que jamais pensei que fosse acontecer comigo. O salão de festas estava repleto, nossos familiares, amigos, ou seja, as pessoas mais importantes de nossas vidas aguardavam ansiosamente pelo grande momento. Me olhei no espelho pela última vez e logo meus braços estavam cruzados com os braços do meu pai que tinha os olhos verdes marejados. A cada passo meu coração parecia que sairia pela boca, porém ao chegarmos perto do enorme tapete vermelho o meu coração começou a bater mais rápido que o normal e meu pai me abraçou fortemente.

Beyoncé - Best Thing I Never Had

  “What goes around comes back around (hey my baby)
  What goes around comes back around (hey my baby)
  What goes around comes back around (hey my baby)
  What goes around comes back around (hey my baby)”

  “There was a time
  I thought, that you did everything right
  No lies, no wrong
  Boy I, must've been outta my mind
  So when I think of the time that I almost loved you
  You showed you ass and I saw the real you”

  Todos se viraram para me encarar, porém, nenhum olhar era mais importante do que o dele. tinha um sorriso doce em seus lábios e sentia o quanto estava nervoso, porque suas mãos suavam. Caminhava pelo enorme tapete vermelho, ouvia alguns comentários “Nossa ela está linda”, “O vestido está perfeito” e isso me deixava ainda mais nervosa. O caminho parecia mais longo do que nos ensaios que tivemos com a cerimonialista. Minha irmã sorria ao lado do irmão do , Minha mãe chorava ao lado da mãe do , Deus, não pensei que fosse me emocionar, mas logo senti as lágrimas cair pelos meus olhos.
  — Senhor . — cumprimentou meu pai e sorriu.
  — Cuide da minha garota. — Meu pai beijou minha testa e deu a minha mão para .
  — Vou cuidar pra sempre. — levantou o véu e deu um beijo em minha testa, o abracei fortemente e logo caminhamos até o altar.

  “Thank God you blew it
  Thank God I dodged the bullet
  I'm so over you
  So baby good lookin' out”

  “I wanted you bad
  I'm so through with it
  Cuz honestly you turned out to be the best thing I never had
  You turned out to be the best thing I never had
  And I'm gon' always be the best thing you never had
  I bet it sucks to be you right now”

  O juiz de paz encontrava-se no meio do altar montado no salão de festas. Nossos pais não entenderam quando optamos nos casar apenas no civil, porém tanto eu quanto não queríamos envolver Deus, em nossa mentira. E depois de várias desculpas nossos pais entenderão ou cansaram das explicações e concordaram com a nossa opinião. Sorri quando sussurrou no meu ouvido: “Você está linda.” e logo o juiz começou deu início da cerimônia.
  — Estamos aqui para formalizar e celebrar o casamento de e lively perante as leis brasileiras. — sorriu e apertou a minha mão. Os convidados se acomodaram.

  “So sad, you're hurt
  Boo hoo, oh, did you expect me to care?
  You don't deserve my tears
  I guess that's why they ain't there
  When I think that there was a time that I almost loved you
  You showed you ass and I saw the real you”

  “Thank God you blew it
  Thank God I dodged the bullet
  I'm so over you
  So baby good lookin' out”

  “I wanted you bad
  I'm so through with it
  Cuz honestly you turned out to be the best thing I never had
  I said, you turned out to be the best thing I never had
  And I'll never be the best thing you never had
  Oh baby I bet sucks to be you right now”

  Após a leitura dos princípios civis que é obrigatório por ser um casamento no civil, o Juiz de paz pegou o livro com o contrato e deixou sobre a mesa. Olhei nos olhos do , meu corpo inteiro se arrepiou porque sabia que havia chegado o grande momento muito mais que nosso estado civil e meu sobrenome, nossas vidas mudariam a partir de hoje. E o desconhecido é algo que me assusta.
  — Ambos estão de acordo com essa união?
  — Sim. — dissemos juntos e sorrimos. pegou do seu paletó um papel e logo o microfone estava em suas mãos.
  — … — sorriu — quando a conheci pensei: “Nossa que menina extremamente chata, porém linda” Mas por algum motivo a vida não deixou que você fosse minha naquele momento, hoje concordo com o que aconteceu, porque assim, você me conheceu de uma forma que jamais outra pessoa havia conseguido e você me deixou descobrir quem é a verdadeira . Por longos anos pude chamá-la de melhor amiga e olhando para você nesse momento me lembro o quanto crescemos juntos e isso nunca será apagado. Quando a vi passar de menina pra mulher, Deus, como quis socar todos aqueles meninos, com pensamentos impuros. — Todos sorriram. — Hoje eu percebo que precisamos passar por tudo que passamos, crescer e nos tornar pessoas maduras para desfrutarmos desse momento e quero deixar claro para todos o quanto eu a amo, o quanto me sinto orgulhoso por ter você em minha vida. — Enxuguei as lágrimas que insistiam em cair e tirei do meu sutiã o papel e fez uma cara de: “Ai meu Deus, olha onde você guardou o discurso.”
  — ... — sorri. — Quem diria que enfim, uma mulher conseguiu arrastá-lo para o altar. — Todos sorriram. — Você é o cara mais especial que podia ter entrado em minha vida e jamais vou me arrepender de nós. — As lágrimas começavam a cair rolar pelo meu rosto. — Para todos na escola o foi sempre o valentão que ninguém mexia ou melhor o destruidor de corações, porém comigo sempre foi o carinhoso e fofo. O que esse cara fez por mim jamais nenhum outro fez, me abraçou até as lágrimas cessarem, já passou uma madrugada inteira cantando para tentar me animar, muitas vezes ia buscar sorvete quando estava de TPM e.... — Não conseguia conter as lágrimas, era verdade tudo aquilo porque foi o cara mais especial do mundo comigo em toda minha vida. — Você , é o melhor homem do mundo, digo isso porque como já te disse muitas vezes o conheço mais do que você mesmo. Quando olho pra você sinceramente não consigo ver um defeito porque as suas qualidades falam mais alto que qualquer outra coisa. Não importa o que aconteça eu sei que teremos a companhia um do outro para todo sempre. — Todos aplaudiram e enxugou as minhas lágrimas e logo o sobrinho do entrou com as alianças.
  — Eu Crawnford declaro que estou de livre e espontânea vontade, aceitando a nos termos da lei, para amá-la e respeitá-la todos os dias da minha vida. Na alegria ou na tristeza e até que a morte nos separe. — colocou a aliança em meu dedo e beijou minha mão.
  — Eu declaro que estou de livre e espontânea vontade, aceitando o Crawnford nos termos da lei, para amá-lo e respeitá-lo todos os dias da minha vida. Na alegria ou na tristeza e até a morte nos separe. — Coloquei a aliança no dedo do e acariciei suas mãos. Assinamos os o documento e logo as testemunhas assinaram.
  — Pelo poder a mim investido eu os declaro marido e mulher. O noivo pode beijar a noiva. — O juiz de paz finalizou. sorriu e levantou meu véu, passou o polegar pelo rosto e aproximou nossos rostos. As respirações estavam quentes e pesadas, já havíamos feito isso antes, porém sempre ficámos nervosos. selou nossos lábios em um selinho demorado e o abracei fortemente. Todos nos cumprimentaram e logo fomos encaminhamos para um local afastado para as fotos.
  — Enfim vou poder sentar. — Sorri e puxou a cadeira para me sentasse. O jantar foi servido, estava maravilhoso, porém como nada é perfeito logo veio mais fotos e pareciam não acabar nunca. Os saltos estavam me matando e lembrei que não quero me casar de novo.
  — Com vocês senhor e senhora Crawnford em sua primeira dança. — A cerimonialista sorriu e todos nos olharam.

  Silverchair - Miss You Love

  — Essa música? — Meus olhos marejaram e logo senti as duas mãos do em minha cintura. Levei uma das minhas mãos até o seu ombro e a outra estava entrelaçada as mãos do . Não me importava mais ninguém, porque ele estava comigo e passava toda a calma que precisava.
  — Essa foi a música que dançamos nos seus 15 anos. — sorriu e girou-me e fiquei de costas para seu corpo. Suas mãos deslizaram para a minha cintura e coloquei as minhas mãos sobre as suas. Sem dúvidas alguma, meu melhor amigo sempre esteve presente nos momentos mais importantes da minha vida e essa música tem um significado muito importante, porque foi a música que tive a minha primeira dança quando ele foi meu príncipe em minha festa de 15 anos.
  — Você sempre me surpreende. — Sorri. — E eu gosto disso. — Sorri e logo me puxou para si novamente e selou nossos lábios. Aos poucos os convidados chegavam na pista de dança e meu pai puxou-me para dançar com ele enquanto minha mãe dançava com o . Logo veio o pai do que fez questão de dançar comigo, depois o irmão do , meus tios, primos e perdi as contas de com quantos dancei. A pista de dança foi liberada e Deus, fazia tempo que não me divertia tanto. Porém, depois de algumas horas de festa estava totalmente cansada quando me puxou para um canto reservado da festa.
  — Adivinha o que é isso. – mostrou um envelope branco. — Nossa lua de mel, baby.
  — Ah, meu Deus, não pensei que iriamos viajar. — Sorri. — Pra onde iremos?
  — Surpresa. — Sorriu. — Você vai gostar ou melhor vai amar. — Puxou-me e me aninhou em seus braços. Saímos sem que ninguém percebesse, mas passamos no apartamento do para buscar umas malas.
  — O que a minha mala está fazendo…
  — Sua irmã me ajudou. - Sorriu. — A partir de agora você está oficialmente sendo sequestrada senhora .
  — , não é melhor trocar de roupa antes de viajar? — Sorri.
  — Não amor, pra onde iremos o que mais tem são mulheres vestidas de noiva e iremos no jatinho particular do meu pai. — Sorriu e logo adentramos seu carro novamente. Ao chegarmos no aeroporto os funcionários nos encaminharam para o jatinho do senhor que era lindo. Nossas malas foram guardadas e logo estávamos prontos para a decolagem.

**

Las Vegas, 12 de junho

  Assim que chegamos ao destino da nossa lua de mel, me vendou e disse que a surpresa não tinha acabado. Sorri e concordei. Ouvia as vozes e notava que não estávamos no Brasil, porque todas as pessoas falavam inglês. Logo a curiosidade falava mais alto que tudo, porém a venda continuava tapando meus olhos e as mãos do seguravam firmes nas minhas.
  — Agora sim. — tirou a venda. — Seja bem-vinda a Vegas, senhora . — Não acreditava no que via estávamos diante de um hotel com cassinos, tinham várias máquinas de sorte ou azar espalhadas pelo hall do hotel. Alguns casais passavam gritando e outros corriam para a capela.
  — A melhor surpresa do mundo. — Sorri e puxou-me pela mão e fomos em direção a recepção do hotel. A atendente pediu nossos documentos, entregou os dele e entreguei os meus.
  — Tenham uma ótima estadia senhor e senhora Crawfod. — A atendente sorriu e entregou a a chave do nosso quarto. Nossas malas foram levadas para o quarto, porém, antes passamos no bar e tomamos uma dose dupla de tequila. Eu estava em seus braços com aquele vestido, com o qual tantas mulheres sonham, ou simplesmente o meu vestido de noiva que era extraordinário, o corpete detalhado de pedras pratas, drapeado, por um tecido leve que dava voltas e mais voltas, enrolando-me, algo que me lembrava do trançado do cabelo da Rapunzel. abriu a porta, vagarosamente e manteve seus olhos atentos aos meus, eu já não lutava mais contra os seus braços. O garoto vestia um smoking preto, o qual contrastava perfeitamente com o meu vestido. Pude ouvir a porta bater atrás de mim. E logo fui deixada naquela cama. Ele jogou-se ao meu lado e ficamos ali fitando o teto, em um silêncio confortável. Eu pensava na enrascada que acabara de me meter, eu havia casado com o meu melhor amigo.
   levantou-se e serviu-nos duas taças de champanhe. E então o silêncio foi quebrado pelo brinde das taças. Brindávamos ao nosso plano, ao nosso “casamento”. Não trocávamos muitas palavras, estávamos cada vez mais ébrios. Meu corpo passou a esquentar bruscamente. Resolvi tirar o vestido, o qual usava há horas. Não me importei com a análise de que permanecia sentado na ponta da cama. Os seus olhos pareciam gostar do que viam, como nunca antes. Ele mordeu seu lábio inferior e pela primeira vez pude notar o desejo em seus olhos. Estranhei um pouco, já que o garoto me viu em situações piores. O vestido estava finalmente no chão. Apenas com a lingerie branca, sorriu aquele típico sorriso sacana.
  — Uau! Você está linda. Mais do que antes. — Ele falou e eu ri. — Por que você veio com essa lingerie? Achei que fosse uma lua de mel de fachada. — disse e eu revirei os olhos, pude jurar que minhas bochechas queimaram naquele segundo.
  — Caso você não saiba, minha mãe achava que o casa… — O garoto interrompeu-me colocando o dedo à frente de minha boca em sinal de silêncio.
  Ele mordia o lábio inferior e encarava minha boca, o mesmo desejo no olhar. Segundos depois, pude sentir sua boca contra a minha. me pressionava contra a parede. O beijo era intenso, cheio de desejo. Eu não resistiria a ele, não dessa vez após taças e taças de champanhe. O garoto pressionou-me contra parede e ao encontrar o feixe do sutiã branco não hesitou ao retirá-lo. Eu não o impedi, em nenhum momento daquela noite, mesmo sabendo que me arrependeria de tudo quando acordasse. desabotoou sua camisa deixando sua barriga definida à mostra. E logo a blusa estava em algum lugar no chão, assim como a calça preta que caía tão bem nele. Encaixei as pernas em seu quadril, ele as apertava com força, e eu adorava isso. me conhecia como ninguém, sabia meus pontos fracos, como eu gostava que puxassem meus cabelos, apertassem minhas coxas e principalmente de como eu amava boxers da Calvin Klein, o meu melhor amigo era o sonho de muitas menininhas, mas era a minha realidade naquele momento. E que realidade…
  — Quero ver do que você é capaz, . — Mordi seus lábios e logo meu melhor amigo me beijava com intensidade e naquele beijo tinha muito mais que desejo tinha um tesão até então desconhecido por ambos. Suas mãos apertavam meus seios e aquilo era melhor do que poderia imaginar. O empurrei contra a cama sentando-me sobre seu membro que já mostrava uma certa animação. O provoquei roçando as nossas intimidades e recebi um tapa no bumbum. me jogou na cama e ficou por cima, beijava todo o meu corpo, porém dava uma atenção especial para as coxas e o pescoço, como disse meu melhor amigo conhecia os meus pontos fracos. Seus dedos deslizaram até a minha calcinha e seus dedos invadiram a minha intimidade fazendo meu corpo inteiro se arrepiar. me estimulava passeando com seus dedos por toda extensão da minha intimidade quando pensei que não pudesse me sentir ainda mais no paraíso, ele se abriu as minhas pernas e logo o senti me invadir com seu membro que... Suas entocadas eram fortes e intensas. Não parava por um segundo e naquele momento descobri do que o meu melhor amigo era capaz e o motivo de todas serem loucas por ele.
  — Você quis ver e vou mostrar... — deu uma entocada mais forte que todas. — Tudo que sou capaz. — deu mais uma entocada e me fez sentar em seu membro. Minhas mãos estavam espalmadas no peitoral nu do e ele segurava firme o meu bumbum enquanto cavalgava em seu membro. Gemia alto e por mais que tentasse não gritar de tanto prazer que sentia era automático simplesmente saia. Em uma entocada forte joguei a minha cabeça para trás e senti o meu ponto máximo de prazer e alguns segundos depois senti liberar seu prazer dentro de mim. Meu melhor amigo me puxou pra si e aninhou nossos corpos e adormecemos.

Capítulo 8

Escrito por Mayara Braga

Las Vegas, 13 de junho

  Acordei com dois braços envoltos ao meu corpo e era ele o meu melhor amigo. Deus, o que eu havia feito na noite passada, não consegui resistir não depois de todas as taças de champanhe. Não consigo descrever com palavras o que sinto nesse momento, não é amor, não, porém não consigo negar que repetiria isso outras e outras vezes. dormia tranquilamente, sua respiração calma e esses cabelos emaranhados. Meu melhor amigo é um belo homem, não é à toa que em todos esses anos destruiu milhares de corações. Sempre enxerguei o de uma forma diferente, não consigo pensar em vivermos uma história de amor porque somos perfeitos da forma que sempre fomos melhores amigos, inseparáveis. Não deixarei uma noite destruir tudo que construímos, toda a nossa cumplicidade, irmandade.
  — Bom dia, senhora . — sorriu e meu corpo inteiro se arrepiou porque ele me pegou desprevenida. Deus, será que ele percebeu que eu olhava fixamente para seu rosto, seu corpo… Foco , foco, por favor, ele é seu melhor amigo, seu irmão e isso não irá se repetir.
  — Bom dia, chatinho. — Baguncei seus cabelos e ele sorriu daquela forma tão doce. Pela primeira vez na vida o silêncio se fez presente entre nós dois e essa foi a razão por ter negado todas as vezes em que surgiram possíveis climas. Não queria que ficássemos assim, não suportaria ficar afastada do único que me mantém de pé quando o mundo me derruba. Levantei da cama deixando-a deitada encarando seu celular e decidi tomar um banho. Deixei minhas peças intimas cair no chão e afundei meu corpo na banheira deixando a água morna relaxar meu corpo. Meus pensamentos insistiam em lembrar da noite anterior, todos os beijos, a forma que ele tocava meu corpo e por mais que tivesse sido a melhor noite da minha vida não poderia acontecer novamente. Senti dois braços em minha cintura e uma respiração em meu ouvido, seus lábios foram de encontro ao meu pescoço beijando toda a extensão do mesmo. Por que estava agindo dessa forma? Puxou-me pra si e enfim uniu nossos lábios permitindo-me sentir o melhor sabor do mundo. Não consegui negá-lo, não nesse momento quem sabe outro dia, mas agora quero senti-lo e esquecer das consequências. Nossas respirações estavam descompassadas, nossos corpos colados e ligados em uma sincronia perfeita. Permanecemos mais algum tempo na banheira e depois vestimos nossos roupões e tomamos café na varanda do hotel.
  — Linda quer fazer o que hoje? — brincava com os meus cabelos enquanto encarava nossas mãos e sorria ao notar as alianças.
  — Não sei, . — Sorri e lembrei do flyer promocional que recebemos ontem à noite. Nele tinham todos os pontos turísticos e lugares para conhecer. Com dificuldade consegui sair dos braços do e peguei o papel que estava em cima da mala do .
  — Encontrei. — sorriu e escondeu o papel. — Se arrume porque hoje conheceremos um dos pontos turísticos mais importante de Las Vegas. — Concordei e logo comecei a procurar algo para vestir. Nem ao menos tentei perguntar aonde iríamos porque sei exatamente que meu melhor amigo não irá me contar. Coloquei uma roupa simples e soltei meus cabelos. fez o mesmo então, percebi que o lugar aonde iríamos seria algo ao ar livre devido as vestimentas dele. Assim, que chegamos ao hall do hotel tinha uma guia turístico nos esperando.
  — Senhor e senhora será um prazer levá-los para conhecer um dos lugares mais incríveis desse lugar maravilhoso. — O Guia turístico nos cumprimentou e logo estávamos no carro que o alugou para que ficasse a nossa disposição. Fomos informados pelo guia turístico que a viagem seria longa afinal, nosso destino fica há três horas da cidade.
  — Chegamos. — O Guia sorriu e meus olhos não acreditavam no que estavam vendo. Valeu a pena as três horas de espera porque o lugar é perfeito. Saímos do carro e me abraçou por trás colocando seu rosto próximo ao meu pescoço. Suas mãos acariciavam as minhas e aquela vista era maravilhosa.
  — Esse ponto turístico é um dos lugares mais antigos, se chama “Old Las Vegas” e aqui estão localizados os hotéis cassinos da cidade. — O guia sorria enquanto falava desse paraíso. — Sem dúvidas alguma é um dos lugares mais procurados pelos turistas pela vista.
  — Nunca estive em um lugar tão lindo. — Sorri e o guia sorria. — Poderia tirar uma foto nossa? — O guia assentiu que sim e entreguei a câmera em suas mãos. se posicionou atrás de mim, colocando sua mão em minha cintura e com a vista o fundo o guia tirou algumas fotos. — Ficamos alguns minutos no local aproveitando aquele lugar tão encantador e especial. Jamais esqueceria dessa viagem e desse lugar que proporciono um dos melhores momentos da minha vida. Na viagem de volta para o hotel veio comigo no banco traseiro e adormeci em seus braços.
  — Chegamos, dorminhoca. — disse baixo próximo ao meu ouvido. — Quer comer algo antes de subirmos?
  — Sim, estou com muita fome. — Gargalhamos e caminhamos em direção ao buffet do hotel. Assim que chegamos nos sentamos em uma mesa afastada e pedimos o nosso jantar. A viagem durou um pouco mais de três horas e quando cegamos já tinha anoitecido. Jantamos tranquilamente e logo subimos para nosso quarto. Tomei um banho e me deitei na cama. Alguns minutos se deitou ao meu lado e puxou-me para deitar em seu peitoral nu. Aos poucos senti meus olhos se fechando e enfim, o sono venceu.

**

Las Vegas, 14 de junho.

  Havíamos acordado bem cedo, e aproveitado a cidade e visitamos todos os outros pontos turísticos. Havíamos chegado ao hotel a poucos minutos e simplesmente grupo na máquina de sorte ou azar. Era engraçado vê-lo praticamente brigar com a máquina porque não ganhava nem ao menos uma moeda. O deixei jogando e fui até o bar pegar um drinque e um homem se aproximou como James, era simpático e disse que era britânico.
  — Boa noite. — Ouvi a voz firme do e logo suas mãos entrelaçaram as minhas.
  — Amor, esse é o James. — Sorri e cumprimentou o James, porém, não tinha um sorriso em seus lábios e ele parecia estar chateado. O clima acabou ficando estranho, não trocamos uma palavra durante o caminho até o elevador e nosso quarto. Quando chegamos ao quarto entrou no banheiro batendo a porta e não conseguia entender o que havia acontecido para deixá-lo dessa forma. Depois de alguns minutos a porta se abriu e ele deitou na cama, entretanto insistia nesse jogo o silêncio. Peguei as minhas roupas, novamente afundei meu corpo naquela banheira e meu corpo relaxou com o contato com a água morna. Quando saí do banheiro estava sentado na cama com um olhar sério e eu nunca tinha visto ele daquela forma.
  — Quem era aquele cara? — enfim despejou o que estava deixando ele daquela forma e eu não podia acreditar que estava com ciúmes. Não aguentei e comecei a gargalhar. — Por que você está rindo? Eu te fiz uma pergunta e custa você responder. — levantou e ficou de frente pra mim.
  — Acho que alguém está com ciúmes. — Sorri.
  — C-ciúmes? — Sua voz estava nervosa e aquilo me fazia rir ainda mais. — É que me preocupo com você e com quem fala e… — Não o deixei terminar suas explicações, o puxei pela camisa e uni nossos lábios e logo fui correspondida com beijos intensos. — , eu…
  — Cala a boca e me beija. — Sorri enquanto pulava em seus braços entrelaçando minhas pernas em sua cintura. Não sabia o que estava acontecendo desde de que chegamos a esse lugar, porém queria aproveitar cada segundo do que estava sentindo. Nossos corpos colados, nossas bocas unidas, nossos corpos encaixados era tudo perfeito demais e não entendia o porquê me neguei a sentir isso por tanto tempo. Depois dessa viagem me arrependeria por cada ato, cada beijo, cada vez que o deixei tocar meu corpo, entretanto isso não era o suficiente para impedir que esse misto de sensações fossem sentidas completamente. Por mais que me assustasse estava amando a sensação de ser dele e ele ser meu.

Capítulo 9

Escrito por Mayara Braga

“Lindo quando volta pra terminarmos nossa festinha” Xx Amber10:00 AM
“Não sei, Amber!” Xx 10:01 AM
“Quando voltar me procure no mesmo lugar de sempre, ok? Beijinhos gostoso.” Xx Amber 10:02 AM
“Precisamos ser bem cuidadosos afinal, todos sabem que sou casado e não quero quero que a fique com fama de chifruda, ok?” Xx 10:03 AM
“Ok, pode deixar que sua amiguinha não vai sair prejudicada.” Xx Amber10:04 AM
“Quando voltar te compenso com tudo que você tem direito HAHAHAHAA.” Xx 10:05 AM

  Respirei fundo e guardei o celular do . Não era justo me aproveitar que ele dormia tranquilamente para fuçar as suas coisas e nem tinha o direito, afinal, estávamos casados. Porém, não era de verdade e estava mais do que na hora de me lembrar desse detalhe muito importante. O avião havia decolado há poucos minutos, mas já dormia feito uma pedra. Não conseguia deixar de reparar no quão encantador ele ficava quando dormia. Sua respiração calma e seus cabelos emaranhados. Las Vegas me permitiu sentir uma das melhores coisas que neguei a mim mesma por muitos anos e agora era hora de deixar tudo guardado com uma linda lembrança porque estava na hora de voltarmos para a realidade. Afinal, e são melhores amigos, inseparáveis, nada mais e nada menos que isso. Mil coisas passavam em minha cabeça e uma delas era: Por que eu fiquei mexida com as mensagens? Eu sabia o que Amber era na vida do , uma peguete que de vez em quando transava com meu melhor amigo. Pense em uma mulher desprezível, então, essa é Amber. A única vez que nos vimo foi o suficiente para não ir com a cara daquela mulher que certamente é mais uma que se envolve com o esperando por algo, afinal, seu pai é dono de uma das maiores empresas de São Paulo.

Flashback

Sexta-feira (18/01/2013)

   havia passado a semana inteira me perturbando e tentando me convencer a acompanha-lo na inauguração de uma nova casa de shows, mas ele sabia que eu não costumava a frequentar esses lugares por simplesmente não me sentir bem. Porém, meu melhor amigo não parecia desistir e aonde estou? Arrumando-me para acompanha-lo na tal inauguração. Essa vida de melhor amiga não é nada fácil, por isso, aconselho a pensar seriamente antes de entrar nessa vida. Coloquei um vestido de maneira carinhosa, já que foi minha irmã que me emprestou, ele é um pouco curto, mas ignorei e me senti uma assanhada ao ver minha imagem refletida no espelho. Hoje o mundo resolveu brincar e me fazer boneca. Não aguentava mais minha mãe e minha irmã enchendo meu rosto com todos os tipos de maquiagem e, para finalizar, marcaram meus lábios com um batom vermelho. Tentei, mas não conseguir convencer que o salto alto era demais, e adivinha? Acabei calçando os benditos.

“Pronta? Acabei de chegar e irei esperá-la no carro, ok?” Xx O amor da sua vida 23:50 PM
“Sim, vou descer e quem disse que você é o amor da minha vida? Iludido hahahaha” Xx A única garota que te atura.23:50 PM

  Peguei minha bolsa e antes me encarei no espelho. Agora que estava sozinha consegui admitir que eu estou gostosa pra caramba. Sorri e me animei com a ideia de encontrar algum cara interessante nessa tal casa de shows. Passei pela sala e meu pai sorriu quando me encarou. Deixei as chaves na mesa próxima à sala, afinal, dormiria na casa do , não gostava de chegar em casa tarde e tinha medo de passar na conta na bebida e fazer com que meus pais e minha irmã presenciassem alguma cena “constrangedora”. Me aproximei do carro do e o encontrei encostado no mesmo mexendo em seu celular. Sorri quando o olhei com mais calma e ele estava lindo como sempre.
  — Assim vai deixar todas as meninas, loucas. — sorri. me encarou fixamente passeando com os olhos pelo meu corpo. — Eu sei, está muito curto — ajeitei meu vestido. —, mas minha mãe e a... — Não me deixou terminar e soltou as palavras que me deixaram um pouco, ou melhor, muito balançada.
  — Você está linda, ou melhor, maravilhosa. — sorriu e se apróximou. — , acho, ou melhor, tenho a certeza que hoje deixará muitos babando por você. — Sorriu de uma forma tão doce.
  — Ah, para, não nasci com o seu dom de arrasar corações. — Sorri.
  — Oh-ow! Vai com calma porque não tenho dom de arrasar corações masculinos, ok? — Sorriu debochado.
  — Você entendeu, chato. — Sorri e ele me abraçou fortemente.
   abriu a porta para que eu entrasse e quando já estava acomodada no branco do carona, fechou a porta e adentrou do outro lado, dando partida. A casa de show ficava perto da Paulista, ou seja, não seria tanto tempo porque morávamos perto. Logo estávamos em frente à casa de show. Não foi fácil encontrar uma vaga no estacionamento, o que logo de cara me dizia que o local deveria estar super lotado. Depois que estacionou, caminhamos em direção à entrada e como ele conhecia o dono, não precisamos encarar a fila. Fomos encaminhados para o camarote especial e não me enganei quando pensei que o local estava super lotado porque tinha gente que não acabava mais. cumprimentava algumas pessoas, afinal, já deveria conhecer todos porque frequentava esses lugares todos os finais de semana. Suas mãos seguravam firmes as minhas.
  — não me contou que tinha uma namorada tão linda. — Um rapaz muito bonito sorriu e cumprimentou .
  — Não sou a namorada dele. — Sorri e o garoto me encarou. — disse sério e se apróximou do bar. Juntei-me a ele e pedi uma dose de vodka e pegou um drinque que eu não reconhecia. Sabe quando seu melhor amigo diz que não vai sair de perto de você caso vá de companhia a ele? Então, não acredite, porque é uma mentira. disse que ia ao “banheiro” há mais de vinte minutos e eu já estou na minha sei lá qual dose de vodca; ele? Nada vezes nada. Não aguentava mais aquelas pessoas, aquela música alta é extremamente irritante, porém, não procuraria pelo porque, com certeza, meu melhor amigo deve estar em um canto qualquer praticamente comendo uma mulher no meio de uma boate lotada.
  — ! — Meu melhor amigo chegou um pouco “alterado”. Na certa já tinha bebido além da conta. — Quero apresentar Amber. — Sorriu e não deixei de reparar na loira ao seu lado. Era exatamente como todas as mulheres que o “pegava”: loira, peituda, corpo de academia e o cérebro do tamanho de uma azeitona.
  — É um prazer conhecê-la, Kristiane. — A loira sorriu.
  — É ! — Disse séria. — É um prazer conhecê-la. — Sorri. — ! Nunca me falou sobre ela por quê? — A loira praticamente me fuzilou com os olhos, afinal, se sentiu menos importante porque na verdade ela não tinha importância pra ele. Assim como todas que ele pegava.
  — Acho melhor eu ir, . — A loira saiu e eu apenas acenei com um sorriso nos lábios.
  — Alguém andou exagerando na bebida, né? — Sorri e fingiu estar incrédulo.
  — E-eu? I-imagina, s-só f-foram u-umas d-doses. — Meu mehor amigo sorriu e não pude deixar de dar risada. Como pode o infeliz até bebâdo continua sendo bonito? O ajudei a chegar no carro e quando chegamos, peguei as chaves que estavam em seu bolso. Abri a porta carona e o coloquei sentado, colocando seu cinto logo em seguida. Fechei a porta do carro e dei partida. Quando chegamos ao prédio do , adivinha? Meu querido melhor amigo estava dormindo. O acordei com cuidado e, depois de trancar o carro, caminhamos com dificuldade, afinal, ele estava muito mal e eu era menor que ele, que não ajudava. Quando conseguimos chegar ao seu apartamento, o joguei na cama e tirei seus sapatos. Peguei qualquer blusa dele para vestir e tomei um banho.
  — Sempre te salvando, né? — Sorri, me deitando ao lado do . — Tinha que ganhar um prêmio por ser a melhor amiga do mundo. — Sorri e coloquei suas mãos em minha cintura. Aos poucos o sono foi vencendo e todo o cansaço fez com que dormisse poucos minutos depois.

Flashback

  A viagem de volta seria um pouco mais demora porque não iríamos voltar no jatinho do senhor . E apenas fiquei observando respirando tranquilamente e era impossível não o achar adorável. Em algumas horas estaríamos de volta a nossas vidas, meu trabalho estava salvo, assumiria a presidência da família, voltaria para a casa tarde depois de ter que cumprir hora extra, alguns dias não chegaria em casa porque parou em um lugar para se encontrar com as mulheres que pegava e essa era minha vida de sempre, porém com duas diferenças agora uso uma aliança e agora sou ou melhor a senhora .

  **

  — ... — ouviz a voz do e senti suas mãos acariciando os meus cabelos. — Chegamos, linda. — Cocei os olhos e os abri devagar. Abracei e depois nos levantamos para enfim encontrar nossos pais que estavam nos esperando. Pegamos nossas bagagens de mãos e saímos do avião. Nos abraçamos e caminhavamos para buscar nossa malas. Empurravamos nossos carrinhos quando avistamos nossas famílias segurando cartazes de boas-vindas. Deus, foram apenas TRÊS dias... Sorrimos com a cena digamos que hilária.
  — Essa é a nossa família. — Sorri e gargalhava. Mais alguns passos e foi o suficiente para nossas mães correrem em nossa direção. Nos abraçaram, olharam e nos abraçaram novamente. Depois nossos pais, irmãos, mas enfim, depois de quase meia hora saímos do aeroporto e o pai do iria nos deixar em nossa casa que já estava pronta. Precisava descansar, como precisava!

  ~~*~~

  Não sei por quanto tempo dormi, mas foi o suficiente para acordar e perceber que já havia escurecido. Tomei um banho bem demorado e me vesti. O meu estomâgo gritava por comida e decidi que iria cozinhar algo para mim e pro . O procurei pela casa inteira, mas não o encontrei e as chaves do seu carro não estavam no chaveiro, ou seja, meu maridinho foi passear na cama de quem eu não sei; pouco me importa. Spike estava sem comida e coloquei um pouco de ração em seu potinho. Peguei os ingredientes, mas a animação havia sumido e optei por ir comer for a.
  — Que tal irmos ao parque, Spike? — O cachorro sorriu quando ouviu “parque”. Aproveitaria e comeria qualquer coisa por lá. Coloquei uma roupa confortavel e fresca porque a noite em São Paulo estava mais quente que o normal. Deixei meu celular em casa e depois de colocar a coleira no Spike enfim, saíamos. O parque ficava a poucos minutos o que nos possibilitava de irmos andando sem precisar pegar um táxi. Assim que chegamos ao parque soltei o Spike e ele corria pelo local. As crianças brincavam com e ele bem que gostava.
  — Bebê, agora a mamãe — sorri e ele me olhava. — precisa comer algo, ok? Prometo que antes de irmos embora passeio com você pra andar mais um pouquinho. — O prendi novamente na coleira e continuei caminhando à procura de algo. Acabei encontrando uma barraca de cachorro-quente. Lanchei e como prometido, antes de ir embora deixei Spike correr mais um pouco, porém, como estava ficando tarde o prendi novamente em sua coleira e caminhamos de volta para a casa. Chegamos poucos minutos depois e quando adentramos o apartamento soltei spike e ele correu para deitar em sua cama.
  — ... Ai. — ouvi a voz do e quando o observei sentado no sofá não conseguia acreditar no que estava vendo. Seu olho esquerdo estava roxo e tinha vários machucados no rosto. Larguei as chaves na bancada da cozinha e corri para ajudá-lo.
  — Meu Deus! — Me apróximei e seu rosto estava completamente maxucado. — , o que foi isso? — Análisava os ferimentos e ele parecia sem coragem de contar. Fui até a cozinha e peguei no armário o kit de primeiros socorros.
  — Amber não me avisou... Ai! — reclamou quando passei o algodão molhado com remédio no machucado em sua boca. — Que ela estava namorando, e... Ai! — reclamou novamente. — Ele não gostou muito quando me viu transando com a namorada dele. — Finalizou e não sei por que, mas apertei ainda mais forte o algodão; era como se aquilo tivesse me chateado. Porém, ignorei e continuei limpando seus machucados e quando terminei, dei uma aspirina para dor e ele tomou.
  — Não sei quem é pior, você, ela ou namorado dela. — Me levantei para guardar o kit de primeiros socorros e veio atrás.
  — Aí brigamos e ela ficou parada sem fazer nada. — Sua voz estava alterada. — Acredita que ela me mandou embora? — Estava indignado.
  — Bem feito! — O olhei e ele me encarava incrédulo. — , existem infinitas mulheres solteiras para você e decide pegar a puta da Amber que agora está namorado? — Lavava uns pratos que não me lembrava de ter deixado na pia.
  — Não chame a garota de puta. — Disse sério.
  — Quer que eu a chame como então? Pô, a garota namora e chama outro pra ir comê-la? — Não conseguia me reconhecer e aquilo estava me chateando muito mais que o normal. me olhava sem entender, mas, na verdade, nem eu mesma estava me reconhecendo. Ignorei minha vontade de socá-lo e coloquei uma lasanha no microondas; quando ficou pronta, coloquei um prato e um copo de suco ao lado. não tinha pronunciado uma única palavra, mas a verdade é que estava cansada de todas as vezes ele se meter em problemas por culpa dessa Amber. Ele quase foi preso por defender a menina indefesa em uma boate, quase arrranjou encrenca com um cara barra pesada por algum motivo que me esqueci, tantas coisas e agora essa. Me retirei da cozinha e tomei um banho bem relaxado. Troquei de roupa e me tranquei em um dos quartos de hospédes. Deixei o quarto livre para ele descansar.

“Mel?” Xx irmã chata23:04 PM
, aconteceu algo?” Xx irmã preocupada23:05 PM
“Melissa alguma vez você agiu de uma forma que a deixou sem se reconhecer?” Xx irmã chata23:06 PM
“Depende... Em relação a o quê? Ou melhor a quem? É o não é?” Xx irmã preocupada23:07 PM
“Hoje ele chegou em casa todo machucado porque novamente, se envolveu em problemas por aquela tal de Amber.” Xx irmã chata23:08 PM
“O que foi dessa vez? Lembro que você me contou que essa garota não presta e lembro que até contou das besteiras que o cometeu por culpa dela.” Xx irmã preocupada23:09 PM “Quando o senhor nos deixou na nossa casa, comemos algo e decidimos desncar. Porém acordei já tinha escurecido e decid que ia fazer uma janta de boas vindas, mas procurei por ele pela casa inteira e nada dele. Peguei o spike e fui pro parque, mas quando cheguei ele me chamou e resmagou de dor e Mel, estava com o olho esquerdo roxo e vários maxucados espalhados pelo rosto. Então limpei e fiz curativo nos maxucados, mas ele começou a me contar o motivo e o que havia acontecido e eu...” Xx irmã chata23:10 PM
“Sentiu raiva por ele se deixar ser manipulado e sempre se meter em besteiras por uma mulher não é? você sempre nega, mas vou perguntar pela miléssima vez, você sente algo além de amizade pelo ?” Xx irmã preocupada23:11 PM
“Mel você sabe que eu o amo como amigo. Mas eu andei lendo umas mensagens deles dois e não me agradei nada, nada. Tantas mulheres em São Paulo e ele me escolhe a mais sem vergonha. Mel acho melhor eu ir dormir porque amanhã é segunda-feira, meu primeiro dia de trabalho depois que me casei.” Xx irmã chata23:12 PM

  Não poderia ser possível. Minha irmã estava louca, só podia ser! Vê se pode, eu, , apaixonada pelo . Talvez se não o conhecesse melhor que todos, eu até poderia sentir algo, mas o conhecendo e sabendo de tudo que apronta... Ignorei meus pensamentos e fui até a sala para conferir se ele já tinha ido dormir, mas não o encontrei na sala e a porta do nosso quarto estava aberta. O observava dormir e o cobri, em seguida, voltei para o quarto de hóspedes e adormeci.

Capítulo 10

Escrito por Mayara Braga

"? Por favor, me desculpe pelo ocorrido na noite anterior. Xx Amber"
08:00 AM

"Ber, por que não contou que estava namorando? Marcávamos em outro lugar. Xx "
08:01 AM

  — , você viu minha gravata cinza? — ouvi a voz de e joguei seu celular dentro da gaveta.
  — Não! — minha voz saiu tão ou mais rude que na noite anterior. Deus, não sabia o que estava acontecendo, porém, vou fazer questão de ignorar, afinal, somos casados apenas no papel e isso não nos impede de ficarmos com quem e a hora que quisermos. Quer saber, ele quer se meter em encrenca? Que vá! Mas dessa vez eu juro que o deixo chorando e machucado porque cansei de avisar e ele fingir que escuta. Peguei meu iphone e estava decidido aceitaria o convite da minha irmã.

"Baladinha no final de semana ainda está de pé? Xx irmã precisando se divertir"
09:40 AM

"Lógico! Mudou de ideia? Não creio hahahaha. Xx irmã chocada"
09:41AM

"Sim…Preciso ou melhor necessido me divertir. Agora preciso ir trabalhar. Xx irmã precisando se divertir"
09:42AM

  Observava digitar algo em seu iphone e tinha um sorriso malicioso. Na certa, estava respondendo mais uma das mensagens da Amber. Deus, se fosse homem, teria nojo de me envolver com esse tipo de mulher. Ignorei meus pensamentos e adentrei o banheiro, afinal, tenho um dia cheio de trabalho e um chefe chato para aturar. Não sei por quanto tempo permaneci com meu corpo afundado na banheira, mas havia sido relaxante e isso é tudo que não terei durante o dia. Vesti minhas peças íntimas e aproveitei para me maquiar, porém, quando saí do banheiro percebi que acabou deixando o celular cair e permaneceu me olhando e só depois percebi o motivo: estava apenas de roupas íntimas. Bufei e puxei uma toalha para me cobrir. Peguei minhas roupas em cima da cama e levei para o banheiro onde me vesti e quando saí ele já não estava mais no quarto, melhor assim. Soltei meus cabelos e marquei meus lábios em um tom vinho.

  — Você se arruma demais pra trabalhar. — sorriu não desgrudando do celular, mesmo enquanto comia seu cereal.
  — Você se mete demais onde não te chamam. — fui rude e ele me olhou sem entender. Sentei em uma cadeira afastada dele e me deliciava com a minha salada de frutas. Sou apaixonada por essa mistura de frutas deliciosa. Lavei o pote onde comi a salada de frutas e em seguida, fui escovar meus dentes. Peguei minha bolsa e caminhei em direção à saída da casa, mas as palavras de fizeram com que eu paralisasse na metade do caminho.
  — Vai ficar assim até quando? — aumentou o tom de voz e ele estava realmente muito chateado. — Poxa, … — não o deixei terminar, afinal, como ele quer que eu reaja?
  — Até você tomar vergonha na cara e aprender a ser homem. — despejei as palavras e me virei para encará-lo. Ele queria ouvir? Então, ele ouviria mesmo que isso afetasse nossa amizade. — Como você quer que eu reaja com um cara que levou uma surra na noite anterior e mesmo assim, continua trocando mensagens com a vagabunda que causou tudo isso? E não ouse falar que ela não é isso e blá blá. — coloquei a bolsa pendurada na maçaneta da porta.
  — Você nunca falou assim comigo. — disse sério. — Cadê minha melhor amiga?
  — Sua melhor amiga esteve e está sempre aqui — gritei. — sua melhor amiga estava ontem cuidando dos seus machucados. A sua melhor amiga sempre esteve aqui não importa o que aconteça porque ela acredita em você, mas sabe, ela pode ter cansado e… — não consegui concluir porque seus braços foram de encontro aos meus e enfim, me abraçou e não consegui negar, afinal, eram anos e anos de amizade, companheirismo e esse vínculo que construímos era maior que qualquer sentimento que eu já tive em minha vida.
  — Desculpa… Sou um insensível porque mesmo eu fazendo besteira você cuidou de mim, fez curativo, preparou algo pra comer e eu não disse um simples obrigado. — Acariciava meus cabelos. — Hoje tenta sair mais cedo, ok? Não me pergunte o porquê, mas tente, por favor. — beijou minha bochecha e apenas assenti que sim.
  — Só desculpo se me der uma carona porque estou sem carro. — gargalhei e ele assentiu. Antes de entrar no carro verifiquei se a porta estava trancada e quando me certifiquei que sim, adentrei o carro de e enfim, ele deu partida.

~~**~~

  Uma pessoa normal trabalha oito horas por dia, mas tente ter um chefe como o meu… O homem suga cada segundo dessas oito horas e ainda pega boa parte da noite. Não sei de onde surgem tantos problemas, relatórios e e-mails pra serem respondidos e até mesmo ligações que simplesmente não podem ser feitas pela manhã. Já passavam das 20h00 e com certeza já estava em casa a algum tempo. Assim, que meu chefe me liberou corri em busca de um táxi e não demorou muito até aparecer um e enfim, havia acabado mais um dia de trabalho.

"Cadê você, linda? Estou esperando na nossa casa. Xx "
20:24 PM

"Mais perto do que você imagina. Xx "
20:25 PM

  Quando girei a chave e adentrei a sala da nossa casa, me deparei com uma escuridão, porém, aos poucos pude perceber algumas velas, a mesa arrumada e até mesmo um vinho sobre a mesa. O som estava ligado em um volume considerável, estava de costas e cantava enquanto mexia em uma panela e Spike estava próximo observando o dono animado enquanto cozinhava. E era isso que me deixava relaxada mesmo depois de um estressante dia de trabalho, nele eu encontrava a minha força. Joguei minha bolsa em uma das poltronas e caminhei até chegar próxima a e tapar seus olhos.
  — Adivinha quem é? — disse próxima ao seu ouvido e pude sentir que ele se arrepiou.
  — Quem será a dona dessa voz maravilhosa? E esse perfume que preencheu a casa inteira. — disse entrando na brincadeira.
  — Se acertar ganha um brinde. — brinquei e ele gargalhou maliciosamente.
  — Não faça promessas que não vai cumprir... — disse fraco enquanto eu mordia o lóbulo da sua orelha.
  — E quem aqui está prometendo algo que não vai cumprir? — minha voz saiu firme que cheguei a me assustar porque no segundo seguinte, puxou-me pra si e encarei seus olhos intensos. Deus, como era lindo e ainda causava arrepios por todo o meu corpo. Se ele soubesse o poder dos seus toques no meu corpo, nunca mais brincaria dessa forma. — Vou tomar um banho e já, já volto, ok? — sorri me afastando e ele assentiu que sim. Saí o mais rápido possível e o que havia acabado de acontecer? Por que estou assim com o ? Somos apenas melhores amigos e assim será, para sempre. Quando cheguei ao quarto tranquei a porta e adentrei o banheiro, precisava de um banho bem relaxante. Quando terminei meu banho, procurei por algo pra vestir e encarei um vestido preto que havia ganhado da minha irmã. Vesti minhas roupas íntimas e coloquei o vestido. Soltei meus cabelos e fiz uma maquiagem leve, porém, marquei os lábios com o tom preferido do : vermelho.

  — O cheiro está maravilhoso. — disse enquanto adentrava a sala de jantar e pude perceber passear com os olhos pelo meu corpo e minhas pernas ficaram bambas só de imaginar o que se passava em sua cabeça. Tudo bem, não é certo sentir isso pelo seu melhor amigo, mas é o que eu estou sentindo e como seria bom seus lábios se esmagando contra os meus… Foco, , foco!
  — Concederia a honra de uma dança? — sorriu e eu assenti. Ele caminhou até o aparelho de som e deu play em uma das minhas músicas preferidas. Nos encaramos e sorrimos de uma forma que fazia tempo que não acontecia e lembro da última vez que isso aconteceu… Na nossa lua de mel.

  Coldplay - Magic

   puxou-me pra si e logo nossos corpos estavam colados. Suas mãos seguravam firmes em minha cintura enquanto as minhas estavam agarradas em seus cabelos emaranhados e macios. Nossos perfumes se misturavam e me causava uma das melhores sensações de serem sentidas. sabe como tocar, como conduzir e como deixar uma mulher louca, afinal, é exatamente isso que está fazendo comigo.
  — Desculpa mais uma vez. — a voz de estava calma e próxima demais dos meus ouvidos. Limitei-me apenas a sorrir e depositar um beijo em sua bocheca, ele entendeu que eu já havia perdoado. Nossos corpos permaneciam colados, aproveitamos o momento. virou-me para ele, sua cabeça estava apoiada em meu ombro e sentir o seu corpo tão colado ao meu me fez ter pensamentos impuros, ou melhor muito impuros, mas Deus, ele era gostoso, cheiroso, carinhoso e tinha uma pegada… Respirei fundo quando senti sua boca depositando pequenos beijos por toda a extenssão do meu pescoço e eu estava no paraíso sem sair da minha casa. Novamente, puxou-me pra si e nossos rostos estavam perigosamente perto, ou da forma necessária, já podia sentir nossos hálitos se misturando e era questão de segundos para nossas bocas iniciarem um beijo quente, intenso e nossas línguas travarem aquela deliciosa guerra, mas o "PI" do forno avisando que o nosso jantar estava pronto, nos interrompeu, ou melhor, salvos pelo gongo.
  — E-er v-vou buscar nosso jantar… — estava totalmente sem jeito e eu não estava diferente. Nunca parei pra pensar que isso que vem acontecendo entre nós dois, também o está assustando assim, como faz comigo. Sentei-me a mesa e em poucos minutos adentrou a sala de jantar com uma travessa em mãos e sim, ele havia feito escondidinho de frango.
  — Amo escondidinho. — sorri e ele repetiu o gesto enquanto colocava a travessa sobre a mesa.
  — Escondidinho é mais gostoso. — gargalhei com o trocadilho que meu melhor amigo havia feito.
  — Só acredito quando comer e descobrir o sabor. — Sorri entrando na brincadeira.

  O jantar estava maravilhoso e havia feito uma excelente escolha de vinho porque já estamos na quarta garrafa. Era maravilhoso estar assim com ele. Sabe, não gosto de brincar ou ficar longe dele, na verdade não consigo imaginar a minha vida sem o ; ou melhor, não consigo me enxergar sem o . Estou acostumada com sua presença há mais de oito anos e ele já é parte de mim. Nossos olhares estavam fixos um no outro, os sorrisos cúmplices, o alto nível de álcool em nosso corpo, a vontade era recíproca. Queríamos sentir o calor, o abraço, o toque, o beijo um do outro.
  — Vou levar essas coisas pra cozinha. — Levantei e peguei os pratos, porém, se posicionou atrás de mim, tirou os pratos das minhas mãos, deslizou suas mãos até irem de encontro ao meu bumbum onde apertou de leve e senti meu corpo inteiro se arrepiar. Virou-me pra si e se posicionou no meio das minhas pernas, porém, quando seus lábios procuraram pelos meus eu deixei e deixaria outras mil vezes. Sua boca queria a minha tanto quanto eu queria a sua, suas mãos me tocava tanto quanto eu queria tocá-lo. Mesmo sabendo que todas as vezes irei me arrepender, eu quero e deixo o me tocar e fazer de mim totalmente sua.
  — Eu quero… Eu preciso de você. — disse próximo ao meu ouvido e sua respiração estava ofegante.
  — Eu também quero, preciso e serei totalmente sua. — pulei em seus braços e envolvi sua cintura com minhas pernas. sabia como me beijar, como tocar meu corpo, como morder a minha orelha e deixar meu corpo inteiro ardendo por ele, ou melhor, pra ele apagar essa chama. Nunca chegar no quarto foi tão rápido, mas só me dei conta que havia chegado quando senti meu corpo se chocar com o colchão da cama e quando senti o corpo de sobre o meu. Questão de segundos para nossas roupas estarem jogadas pelo quarto e senti me tocar em lugares que não poderia imaginar. A sensação de estar no paraíso sem sair de casa havia voltado com suas estocadas fortes e intensas. Minhas unhas arranhavam suas costas e meus lábios liberavam diversos gemidos de puro prazer. Amanhã com certeza irei me arrepender, porém, aprendi que devemos deixar o amanhã pro amanhã e aproveitar o hoje, o agora, o presente e o momento.
  — Você é incrível, Amber. — sussurrou antes de adormecer e meu coração ficou destruído. Como assim, Amber? Ele havia me confundido com aquela puta, idiota. O nível de álcool por mais alto que esteja nunca me faria esquecer o que eu acabei de escutar. Levantei, peguei uma roupa limpa no guarda-roupa, e decidi tomar um banho e tirar qualquer vestígio do do meu corpo. Nunca em toda minha vida me senti tão usada como nesse momento e essa sensação é horrível. O cara acaba de me proporcionar uma das melhores noites da minha vida e no final estraga tudo quando troca meu nome pelo nome da piranha que ele faz um sexo de vez em quando. Quando saí do banheiro o observei dormir. Peguei travesseiros e cobertores e decidi dormir no quarto de hóspedes. Quando deitei na cama, meus olhos foram invadidos por lágrimas quentes e grossas. Nunca doeu tanto como dói agora e nunca pensei que choraria assim, justamente por ele, pelo meu melhor amigo, por . Deixei o sono vencer e aos poucos os olhos foram ficando pesados deixando o sono vencer.

~~**~~

  Na manhã seguinte acordei mais cedo que o normal, propositalmente. Tomei um banho bem demorado, mas a sensação de me sentir suja não havia passado. Vesti minhas roupas, arrumei os cabelos e fiz uma maquiagem bem leve. Peguei uma maçã, procurei pela minha bolsa e a encontrei em cima de uma poltrona. Saí de casa o mais rápido possível, afinal, ver, conversar, olhar pro seria totalmente impossível.

  — Bom dia. — sorri fraco para a recepcionista da empresa. Adentrei minha sala e a tranquei. Meu corpo inteiro estava doendo, minha alma está machucada como nunca. Não consigo entender o motivo de estar tão mal, afinal, é apenas um sexo normal, não temos nada um com o outro. Somos melhores amigos e assim sempre será. Sempre serei a melhor amiga de , só isso. Ignorei meus pensamentos e decidi focar no meu trabalho.
  — , se incomodaria de ficar até mais tarde tenho uns... — meu chefe começou e eu não o deixei terminar.
  — Sem problemas, senhor. — disse séria.
  — Seu marido não irá se incomodar? — perguntou sério.
  — Ah, pode ter certeza que não. — disse séria. — se importar comigo é a última coisa que ele vem fazendo. — sussurrei baixo para que ele não pudesse ouvir. Se retirou da minha sala e respirei fundo antes de me afundar em pencas de relatório. Mas qualquer coisa era melhor do que encarar ele, ter que falar com ele, agir como se eu estivesse bem quando na verdade, estou destruída emocionalmente e a culpa é exclusivamente dele: .

  Já passavam das duas da manhã quando meu táxi chegou e enfim, voltaria para casa. O caminho não era tão longo, mas acabei cochilando devido ao cansaço, mas o motorista educamente me acordou e paguei a corrida em seguida, girei a chave na porta e pedi a Deus que não estivesse me esperando e não o encontrei sentado no sofá. Senti uma ponta de decepção porque se fosse ele que demorasse a chegar do trabalho, sem avisar, eu estaria sentada nesse sofá esperando por ele e preocupada. Ah, , vai ver você não é tão importante quanto achava. O cansaço era tanto que não consegui comer nada, apenas adentrei o quarto sem fazer barulho e peguei uma roupa confortável. Tomei um banho e me vesti, em seguida deitei na cama e o sono acabou vencendo.

Sexta-feira

  Tive uma semana complicada, cansativa, estressante, mas por sorte hoje já é a tão aguardada sexta-feira. Confesso, ficar até bem mais tarde no trabalho para não ter que conversar com era muito cansativo, porém, não conseguia falar com ele desde o ocorrido daquela noite. Minhas roupas estavam no quarto de hospedes, mas ele não pareceu se importar. Não mandava mensagens, não ligava, não se preocupava que eu estivesse chegando mais tarde que o normal a semana inteira e na verdade, ele só me deixava ainda mais triste. Tenho escutado conversas dele com a Amber e a cada vez sinto uma raiva imensa. Esses dias o flagrei transando com a mesma pelo telefone e sinto náuseas só de lembrar dessa cena deplorável. Ignorei meus pensamentos negativos e decidi focar no que realmente importava: me divertir. Então, peguei minhas roupas e tomei um banho bem relaxante. Quando já estava vestida soltei os cabelos, marquei os lábios em um tom vinho e calcei os saltos. Me encarei no espelho e sorri com o que eu vi.
  — Aonde você vai vestida assim? — me encarou dos pés a cabeça com certeza, meu vestido um pouco curto o deixou irritado.
  — Me divertir. — sorri enquanto retocava meu gloss em frente ao espelho que tinha na sala.
  — E depois ir pra cama de algum cara, né? — deixou o notebook e relatórios de lado.
  — Não é da sua conta, mas se o cara beijar bem e for gostoso, sim eu vou, então não me espere, ok? — Sorri e mandei beijos no car. Caminhei lentamente e rebolava propositalmente. Pude ouvir o barulho de um copo cair no chão, mas ignorei e continuei caminhando em direção ao elevador, afinal, a noite estava apenas começando. Minha irmã me esperava em frente a minha casa.
  — Boa noite, gatinha. — Sorri enquanto colocava o cinto de segurança. Minha irmã sorriu e deu partida no carro e que se inicie a noite de diversão.

  Quando adentramos o local, a música era alta e estava lotado. Minha irmã encontrou as amigas e me apresentou. Todas pareciam ser bem legais. Fomos até o bar e pedimos nossos drinques. Bebi logo quatro doses duplas de vodka para me animar e curtir a noite.
  — , vamos dançar? — Um amigo da minha irmã sorriu e eu assenti que sim. Por que não? Um homem bonito, cheiroso e gostoso. Caminhamos em direção a pista de dança. Puxou-me pra si e nossos corpos estavam colados. Rebolava enquanto sentia suas mãos em minha cintura e sua respiração quente em meu pescoço. Eu estava vazia, ou melhor, totalmente vazia de sentimentos desde quando me chamou por outro nome, logo depois de transarmos. Queria tudo, me divertir, sorrir, beijar na boca, transar, ter prazer, mas não queria sentir nada parecido com o que estava me permitindo sentir com o . Minha boca estava perigosamente perto da boca daquele homem que parecia ser um frenquentador de academia e já imaginava seus músculos...
  — . — Era a voz insuportável do meu melhor amigo mais insuportável ainda. — QUE PUTARIA É ESSA? VOCÊ É CASADA, SABIA? — Alguém podia mandar ele parar de gritar ou simplesmente calar a boca?
  — ? — O olhei incrédula, porém, não me afastei do homem. — O que você está fazendo aqui? Ou melhor, quem mandou você vir aqui? — Gritei, porém, suas mãos me puxaram e praticamente me arrastava para fora do local, quando chegamos no estacionamento paralisei e ele me colocou no carro contra minha própria vontade. Durante o percurso não trocamos uma única palavra, porém, permanecia com um olhar que tinha muita raiva. Quando chegamos em casa, desci do carrro e bati a porta bem forte. Girei a chave e joguei as chaves em cima da mesa de centro. Caminhei até meu quarto, mas podia ouvir vir atrás de mim.

  — O que você quer? — Gritou. — Quer pegada? — prensou-me na parede. — quer ser tocada de todas as formas possíveis? — tentou beijar meus lábios, mas eu não deixei.
  — Eu quero que você saia do meu quarto agora. — Gritei.
  — ... — Não o deixei terminar. Precisava ser o mais rápida possível porque as lágrimas queriam começar a rolar pelo meu rosto.
  — Quero apenas a sua amizade, como sempre foi. — disse séria e ele me encarava surpreso. — e só funcionam assim e você sabe disso. — minha voz estava querendo começar a gaguejar.
  — Eu… — não o deixei terminar, novamente.
  — Pouco me importa você, porque EU me importo comigo. — disse séria. — A partir de hoje tudo volta a ser como antes, você dorme com as vagabundas e eu me envolvo com os caras errados, porém, nenhum de nós devemos nos meter na vida um do outro. — gritei.
  — Tudo bem… Você está certa. — bateu a porta e saiu. Meus olhos foram invadidos por lágrimas quentes e grossas. Não sei o que está acontecendo comigo, mas fico feliz por ter terminado qualquer coisa que pudesse ter tido com . Ele é e sempre será apenas o meu melhor amigo e eu fico feliz por isso. Algumas coisas nasceram para não dar certo e algumas pessoas nasceram para não ficar juntas e esse é meu caso com .

Capítulo 11

Escrito por Mayara Braga

   é o meu melhor amigo há muitos anos, sempre me escutou, me abraçou, me ajudou e agora, sinceramente, vejo nossa amizade se desfazendo. Sabíamos do risco que corríamos quando deixamos tudo aquilo acontecer na nossa viagem de “lua de mel”, mas a carne foi fraca e depois de resistir por muito tempo enfim, o deixei me tocar e fazer de mim completamente sua. Na noite passada fui obrigada a agir com ele de uma forma que nunca me imaginei agir ainda mais com ele, afinal, é , o cara mais especial do mundo (comigo). Porém, a última semana foi complicada, desde daquela noite em que transamos, ele disse o nome de outra e isso me afetou e muito. Na verdade, preferia quando éramos melhores amigos, íamos assistir filme em seu apartamento e acabava os dois dormindo desajeitados no sofá, ou então, no meio da noite, me colocava em sua cama e dormíamos. Era tudo sem maldade, sem envolvimento e eu era tão feliz…
  — Bom dia… — sua voz se fez presente e apenas sorri fraco. — Não me espere para o jantar. — pegou uma maçã e saiu pela porta. E era isso que eu temia quando nos envolvemos passarmos de inseparáveis para tanto faz, tanto fez. Deixei o omelete de lado, não conseguia comer e nem sentia fome. Sabe, um misto de sentimentos resolve te deixar confusa ou sem saber o que fazer? Então… Deixei o prato de omelete em cima do balcão e caminhei até o quarto. Retoquei a minha maquiagem, coloquei o blazer e segurei firme a bolsa. Respirei fundo e me preparei psicologicamente para mais um dia de trabalho quando, na verdade não sinto vontade de fazer nada.

~~**~~

  — Senhorita ? — ouvia alguém falar comigo, porém minha cabeça estava em outro lugar, ou melhor em outra pessoa. — Está tudo bem com a senhorita? — reconheci a voz e era meu chefe que, com certeza, estava na minha sala para me encher com mais uma pilha de relatórios.
  — D-desculpe senhor... — minha voz saiu falha. — Não estou em meus melhores dias. — sorri fraco.
  — Problemas no casamento? — parecia preocupado e me assustei quando ele se sentou em uma das cadeiras. O que seria isso? Conselhos amorosos dados pelo meu chefe? Ah, Deus, que ponto cheguei. — No começo não é fácil, afinal, você passa a morar com outra pessoa que tem gostos e manias diferentes das suas. Pelo que percebi os dois são opostos, certo? — assenti que sim. Mesmo sem saber eu apenas assenti. — parece ser um homem muito responsável e parece gostar muito da senhorita. Então, meu conselho é a boa e velha conversa.
  — Mas como conversar quando nenhum dos dois mal consegue se olhar? — não e tendi o porquê de me abrir assim, com o meu CHEFE. Mas ele era o único que não iria me julgar ou dizer que eu poderia estar apaixonada, ou seja, ele era neutro.
  — , posso chamá-la assim? — assenti que sim e ele prosseguiu. — Você acha que eu e minha esposa nunca tivemos problemas? Tivemos muitos problemas, mas sempre conversamos e fomos bem sinceros. Me casei com dezoito anos e minha esposa tinha a mesma idade. Hoje, com cinquenta e quatro anos e trinta e seis de casamento posso dizer que se casamento fosse uma faculdade, teria até mestrado. Nada é fácil e não seria o casamento que seria fácil, né? Tente conversar com seu marido afinal, vocês são recém-casados e não tem um mês que fui na celebração do matrimônio e já vejo você assim? Pra ser sincero não gostei do que eu estou vendo. O primeiro ano de casamento é o que os casais mais aproveitam.
  — Ah, senhor… — não, eu não poderia chorar. Sim, eu estava ou melhor estou. — Eu não… — não me deixou terminar e me surpreendo com as palavras que saíram dos seus lábios.
  — Vá para casa, senhorita . — sorriu. E eu nunca o vi sorrir no ambiente de trabalho. — Descanse, converse com seu marido e amanhã venha trabalhar. — concluiu e se retirou da minha sala. Na verdade, meu chefe estava certo por mais que meu casamento com fosse apenas uma grande mentira inventada por nós dois. Tínhamos que ser maduros e enfrentar isso sem brigas, discussões ou um se metendo na vida do outro. Peguei minha bolsa e caminhei em passos firmes até o elevador. Quando adentrei e o mesmo fechou a porta senti meu rosto ser coberto por lágrimas quentes e Deus, o que estava acontecendo comigo? Nunca estive assim. Enxuguei as lágrimas o máximo que pude e caminhei para fora do elevador. O táxi que havia pedido já estava me esperando e quando adentrei o mesmo senti as lágrimas novamente e eu definitivamente não sabia o que de fato estava acontecendo comigo nos últimos dias. Minha vida está um quebra-cabeças e o pior parece que perdi a última peça.
  — Obrigada. — sorri e entreguei o dinheiro nas mãos do taxista. Quando passei pela portaria ela estava vazia. Não quis esperar pelo elevador e decidi ir de escadas. Quando enfim, girei a chave na maçaneta e me deparei com a sala, senti uma necessidade de um banho bem quente e ficar o dia inteiro debaixo das cobertas. Quando cheguei ao quarto joguei minha bolsa em cima da cama e adentrei o banheiro. Despedi-me, e mergulhei meu corpo na banheira e deixei a água quente me deixar relaxada. Quando senti a água começar a esfriar me retirei e me enrolei em meu roupão. Voltei para o quarto e procurei por uma roupa e vesti um dos meus pijamas. Meu corpo inteiro doía e sentia um frio além do normal, me joguei em minha cama e verifiquei se no meu iphone havia alguma ligação perdida, mensagem ou notificação, mas como eu previa não tinha nada. Coloquei o aparelho em cima da cabeceira de cama, e pouco a pouco senti meus olhos pesarem e o sono me atingir.

~~**~~

  — ? — sua voz era praticamente um grito e aquilo era horrível porque minha cabeça explodia de tanta dor de cabeça. — ? — sua voz se fez presente no quarto e com dificuldade abri os olhos e era que parecia estar bem preocupado.
  — … — não consegui terminar a frase porque minha garganta coçava e uma crise de tosse me atingiu. Meu corpo doía, sentia um frio percorrer meu corpo, minha cabeça explodia de tanta dor.
  — Anjinha não fala muito, ok? — se aproximou e beijou o topo da minha cabeça. — linda você não atendeu o celular e fiquei desesperado quando cheguei no seu trabalho e o seu chefe disse que te liberou porque não estava bem. — pegou o kit de primeiro socorros e colocou um termômetro debaixo do meu braço.
  — Pensei que não quisesse falar comigo ou que não fosse vir pra casa... — minha voz estava rouca e embolada.
  — Fica quietinha, ok? — retirou o termômetro e o sacudiu novamente em seguida, o colocou debaixo do meu braço. — Sempre estarei aqui pra proteger e cuidar de você. Mesmo que aconteça algo que nos afaste eu nunca serei capaz de deixá-la sozinha porque você é minha menina, minha melhor amiga. — me abraçou fortemente e não pude deixar de sorri.
  — Meu corpo dói… — franzi o cenho e senti as mãos do acariciar meus cabelos.
  — Você está com febre, mas resolveremos isso agora. — sorriu e me ajudou a levantar. — Vem, vou te ajudar a tomar banho.
  — Não, não precisa e eu tenho vergonha de você me ver… — não me deixou terminar e me pegou em seu colo. Abriu a porta do banheiro e me colocou no chão.
  — Nada que eu nunca tenha visto; e entre nós dois nunca teve essa palhaçada. — disse calmo. Levantei os braços e ele retirou o casaco que fazia parte do pijama, abaixou a minha calça e a colocou em cima da pia. Em seguida, abriu o fecho do meu sutiã e por último foi a vez de deslizar minha calcinha até me deixar despida. Colocou o chuveiro no frio e pediu que entrasse debaixo do mesmo. A água estava muito gelada e eu queria sair o mais rápido possível, mas não deixava porque segundo o mesmo aquilo ajudaria a abaixar a febre. Deixou-me sozinha no banheiro e foi até o quarto, voltou com um pijama novo e roupa intima limpa. Desliguei o chuveiro e ele segurava uma toalha. Enrolei-me em uma toalha e a outra ele colocou em meus cabelos. Me ajudou a me vestir peguei o secador para secar meus cabeços, mas ele o pegou de minhas mãos.
  — Eu faço isso. — sorriu e se sentou em cima do sanitário. Puxou-me e posicionou-me no meio das suas pernas. Secava meus cabelos e hora ou outra acariciava meus cabelos. Como era boa a sensação das suas mãos percorrendo pelos meus cabelos. Desligou o aparelho e caminhamos até a sala. Deitei no sofá e ele colocou um cobertor em cima de mim. Vi quando o mesmo adentrou a cozinha, lavou as mãos e vestiu o avental. Cortava alguns legumes e o cheiro estava maravilhoso. Devido ao antitérmico que ele me fez tomar, acabei adormecendo.
  — Linda… — falava e novamente podia ver o tom tão doce em sua voz. Era assim que ele sempre agiu comigo e era maravilhoso vê-lo agir novamente assim, comigo. — Vem, preparei uma canja pra você. — franzi o cenho. — Nem vem com o papinho: “Mas , eu odeio canja e blábláblá.” Comerá tudo, ok? — Assenti que sim e o mesmo começou a colocar colheradas em minha boca. Lembro que fazia exatamente isso quando ele estava doente e nas raras vezes que ficava assim, o mesmo repetia meu gesto. Como era bom ser cuidada por . Depois de comer, escovei meus dentes e deitei na cama. havia me colocado em “nossa” cama, tomou um banho e se deitou ao meu lado. Seus braços agarraram meu corpo e assim adormecemos.

~~**~~

  Respirei fundo e girei a chave e adentrei meu apartamento. Sabe aquele dia estressante no trabalho? Então, tive um desses e tudo culpa de um relatório que não agradou meu chefe. Spike dormia no sofá e estava tão adorável que não fui capaz de tirá-lo de cima do mesmo. Já ? Não estava mais em casa, porém, ele não é da minha conta. Tenho que me responsabilizar pelos meus atos e ponto. Deixei minha bolsa em cima do sofá e caminhei até a cozinha. Prendi os cabelos em um rabo de cavalo, lavei as mãos e coloquei o avental. Hoje retribuiria os cuidados do na noite passada e comecei enfim, preparar um dos seus pratos preferidos: lasanha.
  — É, acho que alguém resolveu “comer” fora. — guardei a lasanha dentro do forno e lavei tudo que havia sujado. Desliguei as luzes e caminhei em direção ao banheiro. Afundei meu corpo na banheira que estava com a água na temperatura ideal e quando começou a esfriar sai. E me enrolei no roupão e peguei uma roupa ideal para fazer uma corrida. Prendi os cabelos em um rabo de cavalo, peguei uma garrafa com água gelada e coloquei meu iPod no suporte. Hoje não levaria Spike e então, quando saí de casa, dei play e correria até chegar no parque. Nada de músicas melosas ou ‘deprê’. Tocava as músicas mais animadas e eu estava realmente muito empolgada. Já estava quase terminando o circuito que fazia pelo parque quando senti meu corpo se chocar com outro e resultado duas mãos ágeis e firmes me segurando. Não sabia quem era, mas que mãos…
  — Me desculpa, sou uma desajeitada e… — encarei os seus olhos verdes daquele homem, alto e musculoso.
  — Bernardo. — sorriu e apertou minha mão e novamente, digo, que mãos!
  — Prazer em conhecê-lo, Bernardo. — sorri. — Sou a . — não conseguia desviar meus olhos dos seus.
  — O prazer é todo meu. — sorriu. — gostaria de tomar café comigo?
  — Um encontro? Você é rapidinho hein, Benardo. — gargalhamos.
  — Ainda não, mas quando você quiser estarei aqui para levá-la não só pra um como vários encontros. — puta que pariu! De onde saiu esse homem e por que ele está falando justamente comigo?
  — E aonde iremos? — sorri e um sorriso se formou em seus lábios.
  — Surpresa! — ele não parava de sorrir e tenho que deixar claro o quanto aquele sorriso me deixou de perna bamba. — Me passa seu número? Porque preciso do seu endereço quando for buscá-la para nosso café da manhã. - assenti que sim e salvei meu número em seu celular.
  — Bom... Preciso ir. — assentiu que sim e caminhamos em direções opostas. Voltei correndo e Deus, não conseguia parar de pensar naquele sorriso, naquele par de olhos verdes, naquele corpo, naquela voz rouca e extremamente sexy. Em poucos minutos cheguei em casa e quando cheguei Spike havia espalhado todas as revistas pela sala. Bufei, mas não consegui brigar com ele porque ele era tão fofo que dá vontade de apertá-lo. Juntei todas as revistas e coloquei as que não estragaram de volta ao local onde ficavam. ainda não havia chegado e não seria eu que iria esperá-lo. Tomei um banho bem relaxante e vesti uma roupa confortável. Peguei um pouco da salada de frutas e depois de comê-las deixei o cansaço do dia falar mais alto e enfim, dormi.

~~**~~

  Acordei e olhei pro lado, o lado que dormia estava bagunçado, ou seja, dormiu em casa, mas a hora que ele chegou, isso não tem como saber. Olhei pro relógio e marcava 08h00 am, em uma hora Bernardo iria me buscar. Respondi sua mensagem e mandei meu endereço. Tomei um banho bem relaxado e como o tempo estava ensolarado em São Paulo, optei por usar uma roupa bem fresca e me assustei quando me olhei no espelho porque ultimamente estou amando usar saias e vestidos, sendo que nunca fui fã dessas roupas. Fiz uma maquiagem bem leve até mesmo pelo horário, peguei minha bolsa e decidi esperar por Bernardo na sala. E quando sentei em uma das poltronas percebi que a porta do escritório de estava aberta e ele parecia bem concentrado.
  — Vai aonde, ?
  — Ah, conheci um cara e ele me convidou pra tomar café e eu aceitei. — sorri.
  — Ah, que legal, mas…
  — , por favor, nenhum se mete na vida do outro, certo?
  — Certíssimo e bom… Café da manhã.
  — Obrigada. - beijei sua bochecha, peguei minha bolsa e caminhei em direção a porta, porém, quando olhei pra trás ele estava parado, sua feição era preocupada e eu não conseguia decifrar o que passava em seu coração.
  — Por favor, não deixe que outra a force a nada, ok? — assenti que sim e continuei olhando fixamente em seus olhos. — Porque dessa vez eu juro que mato o infeliz. — assenti que sim e saí de casa, mas fiquei feliz por sua preocupação.
  — Bom dia. — sorri e adentrei o carro de Bernardo.
  — Bom dia, linda. — sorriu e beijou minha bochecha. Bernardo deu partida no carro e nãos quis revelar para onde iríamos. Apenas sorri e deixei que ele dirigisse tranquilamente. Uma surpresa de vez em quando caí bem.

~~**~~

  O café da manhã com Bernardo foi maravilhoso e ele contou que trabalha com fotografia e atualmente ele está estagiando em uma revista conhecida no Brasil. Ele tem trinta anos e é apenas dois anos mais velho que eu. Ele contou que namorou sério por quatro anos, mas a namorada optou por terminar o relacionamento quando ganhou uma bolsa de estudos nos Estados Unidos. Ele me levou a uma livraria que ficava no centro e nessa mesma livraria eles ofereciam café da manhã. Fiquei encantada com o local porque é tudo tão encantador. Conversamos a manhã inteira e aproveitei para comprar alguns livros que estava querendo ler. Ele havia acertado em cheio na escolha do local porquê sou apaixonada por livros.
  — Amei a nossa manhã e espero vê-la outras vezes. — Bernardo disse quando já havia estacionado seu carro em frente à minha casa.
  — Digo o mesmo. — sorri. — Obrigada pela maravilhosa manhã e fazia tempo que não me divertia tanto. — Beijei sua bochecha e o mesmo acariciou meus cabelos. Bati a porta do carro e girei a chave para adentrar minha casa. Encontrei sentado no sofá com os amigos e estavam assistindo uma partida de basquete. Havia vários petiscos em cima da mesa de centro e cozinha estava uma verdadeira bagunça.
  — Olá. — sorri e todos acenaram. — , vou pro quarto e se precisar de algo é só falar, ok?
  — Pode deixar que chamo, vida. — sorriu e voltou sua atenção para a televisão.

  E as coisas, enfim, haviam voltado a ser como eram antes de toda essa confusão. Gostava dessa liberdade que eu tinha pra sair com quem eu quisesse e ninguém se meter. Bernardo era uma cara muito encantador e seus olhos azuis dava um certo charme ao homem. Adentrei o banheiro e deixei minha roupa cair no chão. Como estava calor acabei optando por tomar uma ducha bem gelada. Vesti uma roupa confortável, porém, descente, afinal, os amigos de estavam em casa e não acho legal ficar desfilando pela casa de short curto ou algo parecido.

  — , meus pais acabaram de me ligar e disseram que a noite terá um jantar para comemorar nosso primeiro mês de casamento. — sorriu.
  — Que horas será, ? — sorri enquanto penteava meus cabelos.
  — Ás 8pm. — sorriu. — Os caras vão embora uma cinco e arrumo as coisas, em seguida te chamo para se arrumar, ok? — assenti que sim.
  — Vou descansar um pouco porque estou com uma dor de cabeça horrível. — sorri e ele saiu do quarto. Tomei uma aspirina e deixei o sono fazer com que dormisse.

~~**~~

  O senhor e senhora são pessoas extremamente maravilhosas e atenciosas. Amava vir jantar na casa do porque sempre era recebida com carinho. Conversamos sobre tudo e inclusive fiquei assustada quando a senhor perguntou sobre netos, sim ela me perguntou isso sendo que temos apenas “um mês de casamento”, porém entendi a sua vontade em ser avó.
  — Mãe, pai agradecemos pelo jantar maravilhoso. — se despedia dos pais.
  — Senhora ! — a abracei e ela sorriu. — Senhor . — o abracei também e o mesmo sorriu.
  Durante o percurso de voltara para nossa casa permaneceu quieto e não dizia nada. Como estava cansada e por saber que só fala as coisas quando quer eu apenas deitei minha cabeça no banco e dormi.
  — , chegamos. — suas mãos acariciavam meus cabelos. — Você está tão linda, ou melhor, sempre foi linda, porém, nunca havia enxergado sua beleza de... — não o deixei terminar porque sabia onde essa conversa iria dar e não, eu não queria confundir ou misturar as coisas.
  — , precisamos descansar porque o dia foi agitado. — sorri e desci do carro. Sim, estava fugindo, ou melhor, correndo de qualquer conversa com ele. Sabia que meu encontro com o Bernardo, havia deixado um pouco chateado, afinal, sempre fora o único já que nunca tive um namorado sério e o máximo que tinha era encontros bobos com caras idiotas.
  — Está fugindo de mim? — trancou a porta e, enfim, tirei os saltos que estavam me incomodando. — Por quê? — se aproximou por trás do meu corpo e senti nossos corpos colados até demais.
  — Não estou entendo você, . — o olhei incrédula.
  — Nem eu estou me entendendo. — sussurrou pra si, porém consegui escutar.
  — O que você disse, ?
  — Boa noite, . — sorriu. — Eu desejei boa noite. — saiu o mais rápido possível e aquilo me deixou bem confusa, ou melhor, muito confusa. Quem era aquele homem? Porque aquele não era o meu melhor amigo. Respirei fundo e me joguei no sofá da sala. Tudo bem, Bernardo é um homem muito bonito, simpático, atraente e educado, porém, não conseguia entender o motivo de não ter me animado muito e não ter deixado que ele me beijasse. Era como se meus lábios não pudessem ser tocados por outro que não fosse do meu melhor amigo. Louca, você está louca. Meu celular tocava sem parar e quando olhei no identificador era Bernardo.
  — Boa noite. — sorri e pude ouvir o mesmo sorrir. — O que devo a honra desta ligação?
  — Como é bom ouvir sua voz. — sua voz era doce e eu gosto disso. — Posso ser precipitado, mas eu amei nosso encontro e queria perguntar se você gostaria de ir jantar comigo?
  — Eu amei nosso encontro, lindo. — sorri. — Aceito e é só marcar o dia e escolher o local.
  — Vou marcar o mais rápido possível. — sorriu. — Boa noite, linda.
  — Boa noite, lindo. — sorriu. Quando desliguei o celular percebi que estava parado no corredor e a sua feição não estava nada boa.
  — , você… — não me deixou terminar e por que eu tinha a impressão que ele chorava?
  — Somos amigos e você é grandinha o suficiente pra escolher seus namorados. — sorriu fraco, porém percebi que não tinha vontade de sorrir e automaticamente fui invadida pela mesma sensação. — Se cuida, ok? Não quero ter que socar mais um idiota. — beijou minha testa e se retirou voltando pro seu quarto. Permaneci ali parada e sem entender porque tinha me chateado tanto com essa situação. Um misto de tristeza com algo novo, porém, desconhecido. Quando parei em frente a porta do quarto de hospedes ela estava trancada e , com certeza estava naquele quarto. Deslizei meu corpo pela porta até meu corpo entrar em contato com o chão. Sinto um misto de sensações desde de que fiz amor com o pela primeira e talvez, ter tido a melhor noite da minha vida faria dos meus dias os mais tristes por não ter o que eu tive naquelas noites. Caminhei até o nosso quarto e a cama vazia me deixou triste peguei uma das camisas do e depois de tomar banho vesti.
  — O que eu mais queria era entender essa confusão em que nos metemos. — sussurrei e me enrolei nos cobertores. Quem queria enganar o calor que eu queria não era dos cobertores e sim, do corpo que todas as noites estava colando ao meu pela noite inteira. Porém, algumas coisas não conseguimos entender, porém apenas devemos deixá-las do jeito que estão, afinal, não se mexe em time que está ganhando, ou melhor, não se modifica o que está “bom” da forma que está.

Capítulo 12

Escrito por Mayara Braga

Duas semanas depois…

  Dia estressante: meu chefe de mau humor (não é uma novidade, mas hoje estava demais), relatórios que tive que refazer, ligando para encher o saco porque esqueci de pagar a internet, ou seja, incontáveis problemas. Por sorte meu chefe havia decidido ir embora mais cedo e pela primeira vez em muito tempo iria embora no horário certo. Desliguei o computador, guardei as pastas, enfim, terminou o dia de trabalho. Porém quando, enfim, consegui um táxi a primeira coisa, ou melhor, a primeira proposta que veio em minha mente era a que Bernardo me fez durante o almoço.

Flashback

  Havia combinado de almoçar com Bernardo em um restaurante italiano perto do escritório e quando cheguei ao local, o cumprimentei com um selinho e ele sorriu. Fizemos nossos pedidos e em seguida o garçom se retirou e notava que Bernardo não parava de me olhar, isso me fazia pensar se algo estava errado comigo. Sua feição era nervosa, ou seja, acabou também me deixando nervosa. E agradeci mentalmente quando ele resolveu dar fim à tortura.
  — , antes de qualquer coisa peço que escute e depois dê a sua resposta, ok? — Assenti que sim e ele prosseguiu. — Tudo bem, nos conhecemos a duas semanas, mas esse foi o tempo suficiente pra descobrir que você é uma mulher, incrível. E você deve estar se pergunta aonde quero chegar com isso, mas vou direto e sincero. Eu quero que seja a minha namorada, mas e você quer que eu seja o seu namorado?
  — Woow — respirei fundo, afinal, esperava tudo menos um pedido de namoro. — Be   — acariciei sua mão. —, você é lindo, educado, cavalheiro, mas eu não sei se estou pronta, sabe? Nos conhecemos apenas duas semanas e acho meio precipitado te dar uma resposta agora.
  — Pode pensar, ok? — sorriu e beijou minha mão. — Pensa com carinho, por favor. — Assenti que sim e ele logo fez questão de mudar de assunto contando que estava feliz no emprego e que no final de semana sua mãe e seu pai viriam visitá-lo. Prestava atenção nas palavras que dizia, na sua animação e o carinho pelos pais. Olhava pra ele e via tudo que eu sempre precisei, mas seria ele o cara certo? Por que por mais perfeito que seja pra minha vida, sinceramente não sinto que seja certo, afinal, existe algo perfeito?

Flashback

  Entreguei ao taxista o valor da corrida e me retirei do carro. Respirei fundo antes de girar a chave adentrar meu lar doce lar que de doce ultimamente não tem absolutamente nada. Porém, ao adentrar me deparei com a casa vazia, ou seja, meu “maridinho” está fazendo hora extra. Oh, céus, não muda. Pelo menos, não está me perturbando como vem fazendo ultimamente. Joguei minha bolsa em cima da poltrona e decidi tomar um banho bem relaxante. Afundei meu corpo na agua quente e só me retirei quando senti a agua esfriar. Como a noite estava fria optei por vestir um pijama, mas coloquei um dos moletons do . Fazer o que sou apaixonada pelas roupas do meu melhor amigo principalmente os moletons e camisas de times de basquete.
  — Filme e pipoca? — Sorri e no segundo seguinte adentrei a cozinha e preparei uma pipoca e peguei um copo de refrigerante. Quando cheguei até a sala apaguei as luzes, me enrolei em uma manta e por sorte estava passando um filme legal na Fox. Porém, me assustei quando as luzes foram acesas e era que estava com uma cara de poucos amigos. Colocou sua pasta em cima da mesa e o paletó jogou em cima do sofá.
  — Não aguento mais isso. — Sua voz tinha um tom cansado.
  — O que, ? — ele respirou fundo e segurou firme os cabelos.
  — Ver você com esse cara, imaginar ele te tocar ou qualquer coisa. — ele me olhava de uma forma até então, desconhecida. acabara de dizer que está com ciúmes? E pior de tudo de mim?
  — Não estou te entendendo... — o olhei confusa, mas ele se sentou ao meu lado e me olhava dentro dos olhos.
  — Eu quero ficar com você, está bom assim pra você, ? — Não conseguia acreditar em tudo que estava ouvindo, era algo novo, diferente e assustador.
  — Ficar comigo? — novamente o encarava e com certeza, demonstrava toda a confusão que estava meus pensamentos.
  — Sim, só com você. — meu corpo tremeu. — Jantar à luz de velas, cinema nos finais de semana, viagem românticas, jantares em família, ou seja, tudo que qualquer casal faz.
  — Não sei o que dizer. — Respirei fundo enquanto tentava processar tudo que havia sido dito.
  — Só diz assim: — eu digo sim e quero tudo com você. — Ele sorriu com aquele sorriso doce que tanto amolecia meu coração.
  — Não é tão fácil, .... — não deixou que eu terminasse.
  — Não é fácil ou você não quer? — parecia estar irritado. — você sabe que nunca tive um relacionamento sério, nunca fiz isso por outra mulher e quando faço você diz que não é tão fácil.
  — Ou calma, ok? — demonstrei minha chateação com sua atitude. — Hoje o Bernardo me pediu em namorado, ou seja, não é tão simples assim, afinal, estou saindo com ele há duas semanas.
  — Você precisa se decidir, . — estava sério. — A pessoa que sempre esteve ao seu lado ou um cara que conhece a duas semanas?
  — Por favor, tenta ser compreensível e tem outra somos melhores amigos, ou seja, um relacionamento? Você sinceramente acha que isso pode dar certo? Porque tenho a certeza que essa é uma besteira que cometeremos caso eu aceite sua proposta.
  — Besteira por quê? — novamente se sentou ao meu lado. — eu quero deixar algo bem claro independente do que aconteça sempre estarei ao seu lado, nunca serei capaz de deixá-la sozinha porque sou o seu melhor amigo, ou melhor, me considero como alguém que tem o dever de protegê-la. — sorri e ele se aproximou perigosamente ainda mais perto. — Antes de qualquer coisa sempre seremos melhores amigos casados ou não.
  — Se por acaso eu aceitasse, mas quisesse mudar um pouco as coisas.... — novamente me interrompeu. Oh, Céus, será que ele não irá me deixar concluir? O homem complicado.
  — Como assim mudar as coisas? Um relacionamento aberto e isso que você.... — não deixei que ele continuasse, afinal, eu precisava concluir antes que me arrependesse.
  — Começando pelo “relacionamento” essa será a primeira mudança que faremos caso aceite. — assentiu que sim e eu continuei. — Um relacionamento entre duas pessoas que se conhecem mais que a si mesmo é algo bem complicado, mas e se invés de relacionamento nós dois fossemos amigos com benefícios.
  — , não acha que passamos da idade pra ser amigos coloridos? — me olhou confuso.
  — considere essa fase como um teste, ou seja, se passarmos por esse teste sem problemas, ou melhor, com problemas que a gente consiga superar aí sim podemos tentar um relacionamento, sabe?
  — Ah, agora eu entendi. — sorriu. — Tudo bem, podemos ser amigos com benefícios, mas vou adiantar que Baby você vai ficar perdidamente apaixonada por mim.
  — Sorri com a atitude dele e me decidi. — Amigos com benefícios? — estiquei minha mão e ele a apertou.
  — Amigos com benefícios. — Sorriu e logo, senti seus braços envoltos ao meu corpo e seus lábios procurando pelos meus com intensidade e vontade, ou melhor, muita vontade. Odeio admitir, mas meu Deus do céu como beija bem. E então, a sorte estava lançada. Amigos com benefícios caminhando para um possível relacionamento. Se vai dar certo ou não? Só o tempo vai responder.

Capítulo 13

Escrito por Mayara Braga

  Quando acordei notei que dormia tranquilamente e seus braços estavam envoltos em minha cintura. Seus cabelos totalmente bagunçados e a respiração calma. Sempre gostei de observá-lo dormir; na verdade, devo confessar que fica ainda mais adorável quando está dormindo. Acariciava meus cabelos e Deus, como tinha medo de perdê-lo. Meu maior medo é um dia acordar e não ter mais em minha vida a pessoa mais especial que eu já conheci. É complicado porque a vida inteira ouvimos: “um dia vocês ainda serão um casal.”; “Por que vocês não namoram?”; “São perfeitos um pro outro.” Porém jamais tinha imaginado meu melhor amigo me beijando, me abraçando ou fazendo amor comigo. Sabe, eu o conheço melhor até mesmo que a sua mãe. Eu sei que ele odeia ser contrariado, que o seu ciúme é complicado e difícil de lidar. Também sei que ele mesmo negando tem um coração bom e está repleto de sentimentos bons. Porém lembrei do único dia que o vi chorar e nesse dia o meu mundo desabou.

Flashback

   não aparecia na escola a dois dias e não atendia as ligações, mas a senhora nas duas vezes que liguei disse que ele estava bem, porém não estava disposto pra ir à escola. Entretanto, algo em mim dizia que não era apenas uma falta de disposição e que no fundo era algo que realmente o deixou abalado. E eu lembro como se fosse hoje estava na aula de Química Orgânica e meu celular apitou avisando que tinha chegado uma nova mensagem. E era ele…

“Eu nunca fui de pedir ou implorar algo, mas eu sei que eu posso confiar e contar com você, então, por favor, depois da aula pode vir aqui em casa? Hoje quem precisa de colo só eu.” xx 10:30 AM

  Não pensei duas vezes antes de me retirar da sala, afinal, ele estava precisando de mim e eu não podia falhar com ele. Por mais que química fosse a matéria que eu mais tenho dificuldade e a prova estava próxima, eu larguei tudo por ele. Por alguém que a vida inteira SEMPRE esteve ao meu lado. Peguei o primeiro ônibus que passou em menos de meia hora cheguei a casa do . Há algum tempo me deu uma chave reserva e fiz o mesmo com a chave da minha casa. Entrei pela porta dos fundos. Subi as escadas e bati duas vezes na porta do quarto de e quando a porta foi aberta me assustei porque meu melhor amigo estava irreconhecível.
  — … — fechei a porta e larguei minhas coisas em cima da mesa. — Anjo… — acariciei seus cabelos e ele fechou os olhos. Pela primeira vez na vida eu vi e senti molhar meus dedos lágrimas quentes e grossas do meu melhor amigo, do meu protetor e daquele que por muitas vezes demonstrou ser a pessoa mais sem sentimentos do mundo, porém sempre soube que no fundo era apenas um menino doce e com os sentimentos bons.
  — Sabe, eu queria saber o motivo de algum usar você porque eu não consigo entender. Eu estava gostando da filha da puta, mas, no fundo, ela agiu da pior maneira comigo e não se importou com meus sentimentos. — ele chorava muito e aquilo partia meu coração em incontáveis pedaços.
  — Vem cá, vem. — estendi os braços e ele me abraçou fortemente. Chorava sem sentir vergonha e eu gostava dessa confiança que ele tinha em mim e essa confiança era recíproca porque sem dúvidas alguma se tornou a pessoa que eu mais confio.
  — Escuta algo que eu vou dizer: nunca mais mulher alguma vai me deixar assim, porque antes de alguma me chutar eu que irei chutá-las. A partir de hoje tirando você e a minha mãe, todas as outras são descartáveis. Vou usá-las e depois dar tchau. — sussurrava e aquilo me deixava assustada porque eu tinha medo que ele acabasse se machucando com essa história de pegar sem apegar.
  E foi nesse dia que eu vi meu melhor amigo mudar totalmente com as mulheres, porém, comigo, sempre foi cada dia ainda mais carinhoso e atencioso. Desde desse dia tornou-se o maior mulherengo de nossa escola, porém só eu sabia o que o levou a se tornar assim.

Flashback

  E se eu fosse apenas mais uma como todas as outras? E se ele quisesse me descartar de sua vida? Mas a verdade é que, sim, eu vou me arriscar pela primeira vez na vida e quem sabe na loucura eu encontre a minha calmaria. Nunca fui uma pessoa de muitos namorados, na verdade apenas um que acabou com a minha vida e depois dele apenas alguns caras errados que eu beijava na balada. Ignorei meus pensamentos, afinal, precisava contar ao Bernardo que não poderia ser a sua namorada. Com cuidado me levantei e abri a porta que dava pra varanda. Procurei seu nome da lista dos contatos e seria agora mais difícil. Recusar o pedido de namoro de Bernardo poderia ser um erro, ou melhor, o pior erro que já cometi, mas no momento estou disposta e tentarei com .
  — Alô — sorriu e sua voz estava rouca. — bom dia, linda. — sua voz estava tão doce e ele parecia tão feliz. Na certa, pensava que aceitaria seu pedido e imaginar que ele ficaria decepcionado só tornava tudo ainda mais difícil.
  — Bom dia, lindo. — sorri fraco e respirei fundo. — Está podendo conversar?
  — Pra você sempre estou disponível e se não estiver eu arranjo um tempo. — sua voz estava com um tom tão animado. Deus, partir o coração desse cara nunca esteve em meus planos.
  — Bernardo, pensei muito sobre o seu convite e pode ter certeza que eu pensei com todo o carinho e até mais do que o você pediu. — sorri fraco respirei antes de falar de uma vez — Não posso aceitar o seu convite porque eu não sinto por você o necessário para entrar em um relacionamento, por favor, não fique com.... — não deixou que terminasse e praticamente gritava enquanto despejava tudo.
  — , você não pode estar dizendo isso! — podia ouvir sua risada de ironia. — Somos perfeitos um pro outro e eu pensei que você tivesse pedido esse tempo por puro capricho feminino, mas dizer não? Pra mim?
  — Oi? Quem é você? — aumentei meu tom de voz, afinal, quem esse cara pensa que é? — eu já dei a minha resposta que é não e pensando bem e vendo como está agindo acho, ou melhor, tenho a certeza que não poderia ter sido mais correta em minha decisão.
  — Você tem que aceitar, afinal, sou o cara certo pra você! — ele gritava e estava começando a ficar assustada com sua reação, porém, quando ia me pronunciar, um com cara de poucos amigos pegou o celular da minha mão e literalmente foi curto e grosso.
  — Ela não quer e não vai ficar com você porque está comigo. — seu tom de voz estava alto e alterado. E conhecendo o como o conheço, com certeza não havia gostado nem um pouco da forma que Bernardo falou comigo. — E tem outra coisa, ouse falar assim com ela de novo que eu te faço se arrepender de ter nascido, babaca. — desligou o celular e o entregou em minhas mãos e caminhou em direção ao banheiro, mas o segui, afinal, precisava agradecer por ter me “defendido”.
  — … — parou no vão da porta e me olhou. — Obrigada. — ele sorriu fraco e caminhou em minha direção, mas não pronunciou uma única palavra. Seu polegar direito caminhou pelo meu rosto me proporcionando um carinho maravilhoso e por mais que nossas bocas estivessem próximas demais ele não me beijava. O puxei pela camisa e roubei um beijo que logo, foi correspondido e nossas línguas travavam uma guerra deliciosa. Cessamos o beijo por falta de ar e ficamos nos encarando por alguns segundos, mas sem que nenhuma palavra saísse de nossas bocas.
  — Já reparou como você está? — apontou e notei que estava nas pontas dos pés devido a sua altura muitas vezes desnecessária.
  — Odeio ser baixa. — franzi o cenho e ele beijou minha testa.
  — Mas eu gosto de você, baixinha. — dei um tapa em seu ombro e ele sorriu.
  — Já disse que não gosto quando me chama de baixinha? — ele assentiu que sim e eu o olhei incrédula. — Você é implicante, ursinho.
  — ! — franziu o cenho e eu sabia o motivo. — Não gosto que me chame de ursinho.
  — Você que começou. — brinquei e ele sorriu. Adentrou o banheiro e vesti sua blusa para, enfim, preparar nosso café da manhã. Quando até a cozinha separei a batedeira e o tabuleiro e estava decidido faria um bolo de baunilha que é o preferido dele. Coloquei o bolo no forno e preparei um suco de laranja. E enquanto cortava os morangos senti dois braços envoltos em minha cintura e era .
  — Cheiroso. — sorri e ele beijou minha bochecha.
  — Pra você. — sorriu e roubou um dos morangos. Mordi o morango que estava em sua mão e ele sorriu. Suas mãos se encaixaram em meu quadril e parecia que tinham sido feitas sob medida para meu corpo. Seus lábios roçaram em meu pescoço e apenas fechei os olhos permitindo-me sentir todos os seus toques e beijos. Mordeu o lóbulo da minha orelha fazendo meu corpo inteiro se arrepiar e se contrair, porém, acabei roçando em seu membro e pude sentir um volume começar a crescer. Suas mãos ágeis seguram meu corpo e me sentou sobre a bancada da cozinha. Abriu as minhas pernas e se encaixou entre elas e abracei minha cintura com minhas pernas. Sua boca, enfim, tocou a minha que correspondeu ao seu beijo com fervor e intensidade. Porém, fomos interrompidos pela campainha e contra nossa própria vontade nos separamos.
  — Abre a porta que eu vou colocar um short, ok? — sorri e me puxou pelo braço.
  — Pra quê short? O que faremos não precisa de roupas. — sorri e dei um tapa em seu braço.
  — Ô pervertido, vai abrir a porta e depois conversamos sobre isso. — selei nossos lábios e fui até o quarto. Coloquei o primeiro short que encontrei e quando cheguei até a sala me deparei com meus sogros sentados no sofá na da sala. estava envergonhado, afinal, estava em trajes íntimos e na hora meu rosto corou quando minha sogra trocou um olhar cúmplice com o meu sogro.
  — Ah, estava preparando um bolo para o café da manhã. — sentei ao lado dele. — Não gostariam de ficar pra tomar café da manhã com a gente?
  — Filho, são quase uma da tarde. — meu sogro sorriu.
  — É-é que acordamos um pouco mais tarde. — deixaram um sorriso escapar e sorriu com certeza, imaginando o que os pais deveriam, ou melhor, estavam pensando.
  — Vocês pediram netos. — brincou e dei um tapa em seu braço. Meu rosto estava completamente vermelho e um dia me mata de tanta vergonha.
  — , poderia conversar com você um pouquinho?
  — Sim, senhora . — ficou conversando com pai na sala e adentrei a biblioteca com a minha sogra.
  — Querida — sorriu. — você sabe que eu sempre gostei muito de você, né? — assenti que sim e ela continuou: — Naquele dia quando foram jantar em nossa casa eu me senti mal depois que foram embora, afinal, eu meio que forcei, sabe?
  — Senhora, ... — não deixou que eu terminasse.
  — , meu anjo eu sei que por mais que eu queira meus netinhos eu não tenho direito de cobrar nada de vocês, sabe? — sorriu. — Compreendo suas escolhas porque ter um filho é uma responsabilidade muito grande e você é ainda estão na melhor fase do casamento que é onde podem aproveitar o primeiro ano desse matrimônio que tanto nos deixou felizes. Peço desculpas se por alguma razão eu pareci forçar algo, mas o dia que você me der um neto mesmo que seja daqui a dez, quinze anos eu irei amá-lo com todo o meu coração. — Minha sogra estava chorando e aquilo mexeu com o meu emocional. Compreendia sua vontade em ser avô e confesso, que ela ter me procurado para se desculpar foi algo particularmente carinhoso de sua parte, mas ela não precisava, afinal, não interpretei como algo ruim apenas fiquei um pouco chocada.
  — A senhora é a sogra que toda mulher sempre sonhou em ter. — a abracei fortemente e ela me apertou em seus braços. Via a mãe de uma segunda mãe, alguém que eu sentia que me amava tão quanto a minha mãe e que eu poderia contar em todos os momentos. — Não precisava se desculpar porque eu não interpretei como algo ruim, sabe? Minha mãe mesmo vive perguntando quando vou encher a casa com os netinhos dela. — sorrimos e ela me abraçou novamente.
  — Não sei como depois de tantas besteiras meu filho mereceu você, mas eu agradeço a Deus por ter colocado uma pessoa tão especial na vida do meu filho. — sorriu e a abracei.
  — Seu filho é maravilhoso. — sorri e caminhamos em direção a sala, mas quando chegamos até o cômodo e o seu pai cessaram o papo. Impressão minha ou os rapazes não queriam que soubéssemos do que tanto conversavam? Homens… Depois dizem que só as mulheres que tem os seus segredos.
  — Filho precisamos ir porque ás 17h00 tomaremos um chá com uns amigos. — A senhora abraçou que já estava com uma bermuda, em seguida, me abraçou.
  — Cada dia mais linda. — senhora me abraçou e eu sorri. — O casamento lhe faz bem. — Senhor brincou e não contive o sorriso. entrelaçou nossas mãos e fomos de companhia até o carro dos seus pais.
  — “Vocês pediram netos” Serio isso, ? — Ele gargalhava encostado na porta e aquilo só me deixava com mais raiva.
  — ! — Ele continuava rindo.
  — Khristen , já disse que soa muito sexy quando me chama assim? — se aproximou e selou nossos lábios. — Amor, não disse nada que ele já não estejam acostumados, afinal, eu nasci do amor deles, né? — brincou e dei um tapa em seu braço.
  — Mas precisava ser tão explicito? — já tinha me acalmado.
  — Amor você acha que eles não sabem que eu fo… — franzi o cenho, afinal, esse linguajar ele usava com as piriguetes que pegava. — Que eu faço amor com você? — sorri, afinal, ele estava certo.
  — Você é muito idiota sabia? — brinquei bagunçando seus cabelos.
  — Mas você gosta que eu sei. — assenti que sim e ele rodopiou. O restante da tarde passamos assistindo televisão debaixo das cobertas e trocando carinhos. Eu não consegui compreender o que nós tornamos, porém, eu gosto disso e essa “amizade colorido” está me fazendo bem e gosto da forma que estamos começando a encarar as coisas e quem sabe possa evoluir para um relacionamento.
  — , canta pra mim? — brincava com seus cabelos e ele sorriu. Levantou e pegou o violão e se sentou no chão de frente pro sofá que estava deitada. E ele começou a dedilhar em seu violão uma das músicas que eu mais gostava.

  Scracho - Seu sorriso é meu

  “Com você quero estar
  Seu jeito sincero
  Tudo vai se acertar
  E assim eu espero”

  “Temos muito que viver
  Nós dois juntos, sem temer
  Ninguém vai poder nos impedir
  E eu vou te mostrar”

  Sorria com sua voz tão doce e ninguém sabia de todo talento que ele reservava pra si mesmo e que há algum tempo dividiu comigo. Amava ouvi-lo cantar e tocar era uma das melhores coisas do mundo. Ele sorri de uma forma tão linda quando canta e dedilha o seu violão. Me sinto, ou melhor, sou uma sortuda por ele me escolher pra dividir tantas coisas da sua vida e coisas que muitas das vezes ele não compartilha com ninguém, porém comigo ele mesmo admite não conseguir ter qualquer segredo.

  “Vamos nos encontrar
  Ficar sempre juntos
  Vamos nos encontrar
  Viver nossos sonhos”

  “Tenho muito pra dizer
  (Pra dizer)
  Tanta coisa a aprender
  E eu vou te mostrar”

  Quantas vezes cantou essa música até que eu dormisse. Quantos dias ele salvou meus sorrisos e enxugou minhas lágrimas, na verdade de todos os caras que eu já o conheci foi o único que jamais me decepcionou. Por mais que tenha feito algumas coisinhas que não gostei muito ele nunca me decepcionou e essa é uma das coisas que eu mais admiro em nossa amizade.
  — Amo quando você canta pra mim. — sorri.
  — Amo cantar pra você. — sorri e novamente ele se juntou a mim no sofá. Sentindo nossos perfumes se misturando, nossas respirações cada vez mais calmas, nossos corpos colados o sono foi vencendo aos poucos, enfim, nos fazendo adormecer.

Capítulo 14

Escrito por Mayara Braga

  Quando acordei, estava praticamente terminando de se arrumar; o ajudei com a gravata e ele sorriu, mas ele não fez o que eu pensei que faria, afinal, era meu aniversário de vinte e quatro anos e ele simplesmente esqueceu. Peguei minhas roupas, afinal, meu chefe não se importa que seja meu aniversário, ou seja, trabalhar o dia inteiro e ainda ser esquecido pelo aspirante a marido. Quando saí do banho encontrei arrumando sua pasta e quando terminei de maquiar decidir dar a ele uma chance, ou melhor, a ÚNICA de descobrir ou se tocar que hoje é o meu aniversário.
  — — chamei e ele sorriu. —, que dia é hoje, lindo? — sorri, ele lembraria, porque de todas as datas dos meus pais ele nunca esqueceu.
  — 12? — franziu o cenho e confirmou no seu celular. — Por quê, linda?
  — Nada , nada. — franzi o cenho e ele não entendeu. — Você não tinha que arrumar sua pasta?
  — Tinha, mas... — não deixei que terminasse, afinal, estava, ou melhor, estou furiosa. Como alguém que está tentando me conquistar esquece o meu aniversário?
  — Então arruma essa porcaria e para de encher o saco. — Tacava minhas coisas dentro da bolsa e ele me olhava sem entender.
  — Amor você está na TPM… — o interrompi novamente:
  — Não, — segurei firme minha bolsa. —, vai me dar carona ou não? — ele assentiu que sim e pegou sua pasta antes de sair do quarto. Quando adentrei seu carro fiz questão de bater a porta bem forte e era muito bom ele ir se acostumando porque a semana está apenas começando e irei fazê-lo se arrepender de ter esquecido.
  — Um ótimo dia, amor. — sorriu e mentalmente o mandei ir a merda.
  — Um péssimo dia pra você, amor.
  — Esse seu amor por mim é algo que me deixa emocionado. — debochou.
  — Que amor? — o olhei incrédula. — Quem te iludiu?
  — Amor, você precisa ficar mais calma e...
  — E você precisa ir pra sua reunião com os chineses.
  — Você lembra de tudo, né?
  — Pra você ver que eu não sou igual a você.
  — O que, amor? Você está estranha hoje… — novamente não deixei que concluísse. Hoje estou pouco me lixando pro que ele pensa ou deixa pensar.
  — Nada, , nada. — franzi o cenho e peguei minha bolsa. — Acostume-se porque algo me diz que o restante da semana será assim ou até mesmo pior. — desci do carro e, logo em seguida, ele deu partida sumindo de vista.
  Para completar a minha alegria o elevador estava com uma fila enorme, mas nada seria pior do que ser esquecida pelo seu homem… , pare de falar assim, mulher. Nunca fiquei tanto tempo esperando por um elevador, ou seja, estou dez minutos atrasada, mas você vai pensar: “Ah, são apenas dez minutos…” Com certeza meu chefe cobrará esses dez minutos que se tornaram o dobro ou mais. Quando, enfim, cheguei ao quarto andar, agradeci mentalmente, mas por minha sorte adivinha quem eu encontrei transitando pelos corredores? Meu querido chefe mal-humorado e com a vida sexual problemática (só isso pra explicar seu mau humor matinal… ótimo!
  — Feliz aniversário senhorita, . — meu patrão sorriu e adentrou sua sala. Ótimo. Até o meu chefe mal-humorado e sanguessuga lembrou do meu aniversário, mas o meu marido não, ótimo. Adentrei minha sala e me deparei com uma pilha de relatórios ENORMES e sorri fraco. “Feliz aniversário senhorita, ”; Agora se fode aí com uma pilha de relatórios pra fazer enquanto soca mentalmente seu marido que esqueceu seu aniversário. Esse dia fica melhor a cada segundo. O primeiro relatório tinham apenas cinquenta e quatro páginas, ou seja, algo fácil aos olhos do meu chefe, mas quem faz sabe a merda que é ler, reler e analisar todos aqueles contratos, mudanças e etc. Respirei fundo, liguei o computador e, enfim, comecei de uma vez, se não enrolaria e depois do almoço ainda vou ter analisar mais e mais relatórios. Já estava alguns minutos concentrada no relatório quando meu celular começou a tocar e percebi que era , será que ele lembrou que esqueceu meu aniversário e iria me pedir desculpas por ser um idiota, insensível?
  — ! — sua voz estava agitada e apressada.
  — Pensei que você não fosse lembrar… — não deixou que terminasse.
  — Você viu se eu deixei algum envelope antes de sairmos de casa? Estou procurando e não encontro. — parecia preocupado. — Mas o que você pensou que não fosse lembrar?
  — Vai pra puta que pariu! — gritei e finalizei a chamada. Taquei meu celular em cima da mesa e respirei fundo, mas foi em vão as lágrimas já rolavam pelo meu rosto. A sensação de ser esquecida por alguém tão importante é tão, tão decepcionante. Esperamos dessas pessoas a atenção, o carinho, a consideração, ou seja, as coisas que as outras não fazem por você, porém ter esquecido que hoje é meu aniversário não foi apenas um simples “poxa, ele esqueceu” foi e é muito mais que isso. E como se não tivesse pra ela a importância que ele tem pra mim.

  , feliz aniversário coisa irritante que eu tanto amo. Ah, irmã queria pedir desculpas se muitas das vezes sou dura ou tenho pouca paciência com você e que te amo tanto que tenho medo que algo de ruim aconteça com você. Te amo caçulinha, linda.” #QUEROSOBRINHOS xx Mel 11:44 AM

  Sorri fraco e enxuguei as lágrimas que insistiam em rolar pelo meu rosto. Sem que ninguém percebesse, adentrei o banheiro, limpei meu rosto e retoquei a maquiagem a deixando impecável, afinal, homem nenhum merece que eu borre meu rímel. Não tinha fome e como teria uma hora livre de almoço tranquei a porta da minha sala, abaixei as persianas e desliguei as luzes. Deitei no enorme sofá que tinha no canto da sala e lembrei o quanto sempre fora carinho em todos os meus aniversários. Não consigo entender justamente porque nesse ano ele me esqueceu, poxa! Eu sei que pareço uma criança, mimada e chata, porém, pensem: seu melhor amigo aspirante a marido esquece seu aniversário, o dia que ele mesmo sempre considerou o mais especial do ano e diz se não dá vontade de socá-lo até ele lembrar que HOJE é o meu aniversário? A grande verdade e que jamais pensei em ficar tão triste por alguém esquecer meu aniversário, mas tem o fato que não qualquer pessoa e um alguém de extrema importância em minha vida. Existem dois homens que vejo como protetores e os super-heróis que são: meu pai e , ou seja, quando um desses homens falha comigo é como se nada fizesse sentindo, como se faltasse um pedaço de mim. Na verdade, quando me sinto esquecida é como se fosse a forma que a pessoa encontrou de dizer que não se importa ou que não se importa tanto quanto eu. E então, recorri a boa e velha música, porém ouvir uma música que te faça lembrar seu melhor amigo, com certeza não é uma boa, ou melhor, sem dúvidas alguma não te fará esquecer seu melhor amigo, idiota que esquece seu aniversário. Oh, céus, olha eu falando nele novamente.

  Trouble - Coldplay

  Flashback

  Era sábado, porém diferente de todas as outras porque nesse sábado havíamos acabado de nos formar, ou seja, adeus escola e bem-vindo mundo adulto. E depois de toda a parte “obrigatória” de cerimônia de formatura, festa, tirar foto com os pais e todas as vergonhas que te fazem passar com todo aquele: “ainda ontem você era um bebe.”; “Parece que foi ontem que te deixei na escolinha pro seu primeiro dia aula.” Ou seja, depois de umas quatro horas, enfim, estávamos todos em bar na Paulista. estava em algum canto agarrando uma das nossas “colegas” e eu? Bom… sentada tentando beber meu drink enquanto um cara terrivelmente gostoso, mas infelizmente terrivelmente bêbado ao ponto de não conseguir levar o copo até a boca sem derramar todo o drink, ou seja, o que eu poderia esperar de um cara nesse estado? Um orgasmo que não poderia ser, com certeza não.
  — ... — a voz de estava alterada devido a bebida, mas, digamos que não deixava de ser atraente. — Você já vai?
  — Você sabe que eu não curto muito essas coisas. — franzi o cenho e ele se aproximou. — Mas você aproveite por mim e por você, ok? — e ele se aproximou de uma forma diferente...

  Fim do flashback

  E era exatamente nesse ponto que eu não me lembrava absolutamente mais nada daquela noite, afinal, exagerei um pouco na bebida e o resto vocês já sabem. Porém, nunca entendi o motivo que de vez em quando me lembrar desse dia e sentir uma vontade de lembrar o que aconteceu no restante da noite. Respirei fundo e me lembrei que a intenção era esquecer dele e focar em outra coisa, mas por que esse infeliz sempre teve que estar presente na minha vida? Não tem uma fase que não o tenha presente em algo.

  Flashback

   havia ficando de recuperação em português e como sempre fui considerada a nerd da turma. Adivinha pra quem sobrou explicar todo o conteúdo? Para a melhor amiga. Meu amigo não era burro ou tinha dificuldade, pelo contrário, ele era até inteligente demais, porém, não sabia usar isso a favor, mas sinceramente? Ele tem é preguiça de copiar as matérias, responder os exercícios e fazer os trabalho. Até que tentava ajudar quando eram trabalhos ou teste em dupla, mas os professores por saber que ele literalmente não fazia nada acabavam escolhendo minha dupla.
  — ... — soltei o lápis e o encarei, porém ele parecia nervoso. — Por que o seu short está vermelho? — quando olhei percebi que tinha uma mancha vermelha e lembro que minha mãe me falou que geralmente com doze anos começam a ter por mês um sangramento, mas não podia ser assim, não na casa do meu melhor amigo. Comecei a chorar e sentia meu rosto corar, mas saiu correndo gritando pela casa: “Mãe, a está com ketchup no short”. Em seguida, a senhora adentrou o quarto com ao seu encalço.
  — Olha, mãe. — ele apontou pro meu short e a senhorta sorriu fraco e me encarou percebendo que chorava e estava muito envergonhada.
  — Querido, pode nos deixar a sós? — assentiu que sim e se retirou do quarto. — Vem cá, lindinha. — E ela me abraçou assim como minha mãe faria. Explicou-me que era normal acontecer e que todos os meses ficaria assim por período de no máximo uma semana. Lembro que me entregou um absorvente e antes de entrar no banheiro me ensinou a como usar, ou seja, teve todo carinho, atenção que uma mãe tem com a filha.
  — O ketchup já acabou? — entrou no quarto e eu ri da forma que ele falava.
  — Não é ketchup, seu bobo. — bati em seu braço. — Sua mãe disse que agora sou uma mocinha.
  — Vocês meninas são estranhas. — sorriu e dei um tapa em seu braço e ele me abraçou.

  Fim do flashback

  Sorri fraco e sacudi a cabeça. Tantas lembranças, tantos momentos, sorrisos, lágrimas… A vida é maravilhosa por nos permitir sentir e viver tantas coisas. Olhei no meu relógio e notei que meu horário de almoço já havia terminado há dez minutos, ou seja, compensar esse tempo se não me atraso. Guardei meu iPod, liguei as luzes e deixei a porta aberta. Foquei no restante dos relatórios, mas tive que dar uma pausa porque uns negociantes haviam mandando alguns e-mails que não poderiam ficar pra depois. Notei que meu chefe passou por mim umas duas vezes e me olhou diferente também notei que falava com alguém pelo celular. Ignorei, afinal, o senhor mal-humorado era estranho e isso ninguém poderia negar.
  — Senhorita — meu chefe adentrou minha sala segurando uma caixa. —, posso não ser o melhor chefe do mundo. — me olhou e sorriu. — Essa era a parte que você dizia: senhor, você é o melhor chefe. — sorriu fraco e me entregou a caixa. — É uma pequena lembrança pra agradecer por ter a paciência de trabalhar comigo, pela sua dedicação, seu esforço e por ser uma funcionária que confio completamente.
  — Muito obrigada. — abri a caixa e de verdade me emocionei. — Foi o melhor presente que eu já recebi. — Segurei o porta-retratos que continha uma foto do meu casamento com .
  — Vocês estavam tão felizes que minha esposa tirou uma foto e disse pra lhe dizer uma coisa: sempre que você estiver triste ou que brigarem sempre olhe pra essa foto e se lembrará do quanto estava feliz nesse dia mais especial de suas vidas. — finalizou e se retirou da minha sala. Era um porta-retratos lindo e a foto era tão especial. Foi no momento que concluiu seu discurso. Meus olhos estavam marejados, sorriamos iguais a duas crianças, nossas mãos entrelaçadas e nos olhávamos fixamente. Coloquei o porta-retratos em minha mesa e definitivamente não poderia ter encontrado lugar melhor. Desliguei meu computador, peguei minha bolsa e tranquei minha sala. Adentrei o elevador e quando cheguei ao térreo sentei nas cadeiras de espera até o táxi chegasse e isso me lembra que preciso aprender a dirigir e, enfim, tirar minha carta e comprar meu carro. Não mais que quinze minutos e o táxi chegou. Cumprimentei o motorista e disse o endereço. O trânsito em São Paulo está um verdadeiro caos, ou seja, chegar em casa em menos de uma hora totalmente impossível. Segurava firme o meu celular na esperança dele ligar ou mandar uma mensagem, porém, nada disso aconteceu. Depois de tanto transito cheguei em casa depois uma hora e alguns minutos de trânsito. Entreguei o dinheiro nas mãos do motorista e deixei que ficasse com o troco. Procurei pelas chaves e respirei fundo antes de girar a mesma na porta.


  — ? — gritei. — Não lembra do meu aniversário e quando chego você não está em casa? Realmente você está de.... — não consegui terminar porque vozes me interromperam.
  — SURPRESA! — minha família, a família de , nossos amigos e ele parado segurando um enorme buquê de flores. Minha bolsa caiu no chão e meus olhos pareciam cachoeiras devido as lágrimas. Todos me olhavam com sorrisos em seus lábios como se dissessem: pegamos você.
  — Feliz aniversário, amor. — se aproximou e beijou minha testa.
  — Você enganou direitinho. — dei um tapa em seu braço e ele enxugava as lágrimas que rolavam pelo meu rosto. — Obrigada. — selei nossos lábios e o abracei fortemente. Era a primeira vez que demonstramos em público uma troca de carinhos, olhares e sorrisos sinceros, porque das outras vezes era apenas por fachada, mas dessa vez foi diferente, ou melhor, foi de verdade. Logo todos começaram me cumprimentar e disseram o quanto foi difícil me ignorarem ou não contar sobre a festa surpresa. Observava conversando animadamente com o pai e amigos. Nossa casa estava repleta por todas as pessoas que amamos e confesso, ele me surpreendeu.
  — Mel — minha irmã, se aproximou e entregou seu celular em suas mãos — por favor, tira uma foto nossa? se apoiou no sofá e puxou-me pra perto e suas mãos deslizaram um pouco a baixo da cintura e por fim selou nossos lábios. A foto (http://36.media.tumblr.com/tumblr_m4ci7xhA161qd5raio1_500.png*) ficou umas das mais fofas que já tiramos e logo, fez questão de postar em suas redes sociais. A festa estava maravilhosa e soube pela minha mãe e pela minha sogra que passou vários dias ajudando as duas com todos os preparativos e inclusive para esconder tudo de mim. A noite estava sendo tão especial e maravilhosa que não vimos a hora passar, mas pediu a atenção de todos e pediu que fosse para perto dele.
  — Bom… hoje quando acordei fiquei observando a minha esposa dormir e juro queria enchê-la de beijos e lhe desejar mais um ano abençoado de vida, porém, não pude por mais que tive vontade eu tinha que seguir com o plano. Há alguns dias, com a ajuda da minha sogra e da minha mãe, organizei essa festa surpresa para a mulher da minha vida. Não foi fácil fingir que esqueci do dia mais especial do ano e quando a vi praticamente me socar mentalmente? Me segurei para não contar que tudo era um plano para surpreendê-la.
  — Pensei em realmente socar você. — sorri e todos gargalharam inclusive ele, meu porto seguro.
  — A baixinha... — apontou pra mim e o olhei incrédula. — é braba demais. — todos sorriram e ele prosseguiu. — E então, chegou o dia mais especial do ano porque nesse dia nasceu a pessoa que se tornou a mais especial da minha vida. Antes de qualquer coisa gostaria de te desejar um feliz aniversário, muitas coisas boas porque você merece, meu amor. Quero cuidar de você pra sempre até a última batida do meu coração. Oh, céus, o que você está fazendo comigo? Estou falando igual a uma mulherzinha. , você é pessoa que eu mais admiro porque nunca a vi desistir de um sonho ou projeto. Sempre se dedicou e deu tudo de si em tudo que você fez, faz e sei que fará. Você é um exemplo pra mim, para os nossos futuros filhos, não aceito menos que quatro, ok? E pra qualquer pessoa que busca por um exemplo de ser uma pessoa carinhosa, atenciosa, educada, dedicada, maravilhosa, linda e MUITO gostosa O melhor de tudo MINHA gostosa. P.S. Com todo respeito senhor . Ou seja, quero agradecer por ter me aceitado com todos meus defeitos, com o meu jeito, minhas bagunças, meu passado e por me aceitar do jeito que eu sou. Como diria minha mãe “não sei o que eu fiz pra merecer alguém como você”, mas afirmo que cuidarei de você como se fosse a joia mais preciosa porque, na verdade, você é a minha joia mais preciosa e a melhor que poderia te encontrado.
  O abracei tão forte que pensei que fosse esmagá-lo. Seus lábios procuram pelos meus, enfim, acabando com a tortura e me beijando da forma que eu tanto gosto. Nossas línguas travavam uma verdadeira e deliciosa guerra, porém, cessamos o beijo porque nossa casa estava repleta e não seria legal nos prolongar muito, pelo menos não agora. Por volta das 23h00 todos começaram a ir embora e quando nossos pais foram embora notei o sorriso malicioso nos lábios de .
  — Fica quietinha que vou buscar seu presente. — assenti que sim e ele adentrou o corredor que dava pros quartos. Não acreditava no que estava vendo, estava com um enorme laço vermelho em seu pescoço. — Prazer. — sorriu. — Sou o seu presente. — sorri e me aproximei dele observando seus olhos ganhar um brilho que tanto amava.
  — Nossa. — aproximei-me do seu pescoço sentindo seu perfume maravilhoso. — Meu presente é tão cheiroso.
  — Seu presente pode ser muito mais do que isso. — sorriu e mordi os lábios só de pensar em todos seus pensamentos sujos.
  — Presente? — arranhei suas costas por cima da blusa. — Me deixou curiosa.
  — Sobre o quê? — brincou e sorri.
  — Sobre tudo que você pode ser. — mordi os lábios e ele puxou-me pra si deslizando suas mãos até meu bumbum e o apertando. Sua boca fazia uma trilha de beijos pelo meu pescoço e hora ou outra mordia o lóbulo da minha orelha. Nossos corpos estavam colados e seu membro roçava em minha intimidade coberta pelo jeans. Praticamente arrancou minha blusa e deslizou meu jeans para que saísse do meu corpo. Observou meu corpo por alguns segundos antes de unir nossos corpos novamente em um misto de toques e sensações maravilhosas. Tirei sua camisa e em seguida, sua calça o deixando apenas com sua boxer branca que denunciava o quão pronto ele estava. Comigo em seu colo caminhou até a mesa de jantar e com uma das suas mãos empurrou tudo que estava em cima da mesma para o chão a deixando livre. Deitou-me em cima da mesa e tirou minhas peças intimas. Beijou todo o meu corpo, porém, minha respiração falhou quando senti seus lábios entrando em contato com a minha região mais intima e suas mãos acariciavam meus seios. Com certa pressa abaixei sua boxer com meus pés avisando o que eu precisava e ele entendeu perfeitamente. Penetrou-me de uma só vez, e ele entocava fundo e seus movimentos se intensificavam a cada movimento. Meu corpo inteiro tremeu e me agarrei ao seu quarto e senti meu prazer máximo ser liberado e fora questões de segundos para ouvir arfar denunciando que havia alcançado seu prazer máximo.
  — Feliz aniversário. — sua respiração estava descompassada.
  — Obrigada, por sempre me surpreender. — selei nossos lábios e ele retribuiu meu carinho. Tinha tanto tempo que o conhecia, que tinha sua presença em minha vida, mas nos últimos tempo venho conhecendo um lado dele até então desconhecido por mim. Em todos os momentos tentava e sempre conseguia me surpreender. E eu sabia o quanto ele se esforçava para ser sempre carinhoso, atencioso e eu apreciava isso, afinal, ele nunca agira assim com outra mulher e digamos que é fofo perceber que ele quer mudar por mim e por nosso possível relacionamento. você desperta algo bom, novo e diferente dentro de mim, mas eu gosto de tudo que sou quando estou com você.

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Capítulo 15

Escrito por Mayara Braga

Duas semanas depois…

  As duas últimas semanas estão sendo chatas e repetitivas, porque por alguma razão tudo parece ser chato demais sem o em casa. Bom… Ele está na Inglaterra para tratar assuntos relacionados à empresa de sua família, mas pelo que ele me disse parece que abrirão uma filial da empresa em Londres. Nos falamos diariamente pelo facetime, porém não é a mesma coisa que tê-lo ao meu lado e sentir aquele perfume tão maravilhoso, ou sentir o toque dos seus lábios e confesso que estou amando essa sensação de “sentir saudade” de alguém. Realmente não sou mais a mesma de uns meses atrás.
  — Bom dia, senhorita — meu chefe sorriu quando adentrei o escritório — poderia vir até a minha sala? — assenti que sim, passamos pelo enorme corredor que era caminho para sua sala e educadamente meu chefe abriu a porta para que entrasse. Sentei-me na cadeira de frente para sua mesa e temia pelo pior porque mesmo estando há algum tempo, ou melhor, há bastante tempo na empresa ainda sinto um frio na barriga todas as vezes que meu chefe me chama até a sua sala.
  — Senhor, eu fiz alguma… — não deixou que terminasse e nos lábios tinha um sorriso que realmente me deixava assustada, afinal, são apenas oito e meia da manhã e ele sorrindo? Ok! Isso é novo pra mim porque estou acostumada com seu mau humor matinal e sua bipolaridade ao longo do dia, porém nas últimas semanas ele está assim “de bem com a vida” e até mesmo sua esposa o visitou algumas vezes no escritório.
  — Senhorita, alguma vez já te disseram que é muito ansiosa? — ele sorriu.
  — Meu marido, — sorri — algumas vezes. — o homem de cabelos grisalhos sorri e assente positivamente com a cabeça.
  — Seu marido é um homem inteligente — sorri — Bom... O motivo de ter chamado a minha sala é que você foi muito elogiada pelos chineses que fechamos negócio na última semana e queria pessoalmente lhe parabenizar pelo excelente trabalho que vem fazendo desde de que foi contratada.
  — Ah, senhor… — não consigo conter a felicidade — Muito, muito obrigada.
  — E tem mais — ele pega um envelope branco e me entrega — essa é uma pequena forma de te agradecer pelo trabalho duro e por toda a sua dedicação.
  — Oh, meu Deus — me assustei com a quantidade de zeros no cheque que estava dentro do envelope — Senhor, isso é muito dinheiro e não precisava... — novamente não deixou que falasse.
  — Isso é mais que merecido — sorriu — a senhorita é a melhor funcionária deste escritório, ou seja, merece e será sempre valorizada pelo excelente trabalho e conduta profissional.
  — Puta merda! — olho assustada para meu chefe que não aguenta e acaba gargalhando do meu comentário — Senhor, desculpa pelo é... Palavrão.
  — Sem problemas — sorri — Agora peço que volte ao trabalho. — sorri fraco e peguei minha bolsa antes de sair da sala.

* *

  Preciso olhar duas vezes para acreditar que estou vendo quem estou vendo. Meu corpo inteiro se arrepia, mas não é um dos arrepios causados pelos lábios do em minha pele pelo contrário é medo, ou melhor, muito medo. Por sorte, ou por outro motivo seus olhos estão focados no cardápio. Minhas pernas estão tremendo e fracas e sinto que não sou capaz de fugir como eu quero mais que qualquer coisa. Ainda não havia superado nosso infeliz encontro no dia em que estava na floricultura escolhendo as flores do meu casamento.Como eu queria que estivesse aqui pra segurar firme em minhas mãos e dizer que esse pesadelo é apenas algo do passado. Droga! Por que ele tem que estar na Inglaterra quando eu mais preciso dele? Chamo pelo garçom, mas o mesmo parece não ver e a cada segundo dentro desse restaurante me sinto ainda pior. Por sorte o garçom percebe e se dirige até minha mesa e rapidamente pego meu cartão em minha bolsa e enfim, pago a minha conta.
  — ! — praticamente gritava meu nome enquanto tentava fugir dele — ! — segurou meu braço e seus olhos analisaram meu corpo. Oh, céus, como eu tinha nojo só de sentir outra vez suas mãos tocando alguma parte do meu corpo. Continuava o mesmo, apenas aparentava ter envelhecido um pouco. O que ele pensava? Ainda não tinha superado o nosso infeliz último encontro na floricultura.
  — Ian, me solta, por favor, — disse firme — se você não fizer isso eu juro que eu grito.
  — Eu me arrependi, … — não o deixei falar, afinal, ele é o ser repugnante que acabou com a minha vida.
  — Cala essa boca! — gritei e continuei andando em direção ao estacionamento, mas Ian continuava me seguindo. — Para de me seguir, ok? Você já não acha que acabou com a minha vida o suficiente?
  — Eu mudei, ... — não deixei que ele continuasse.
  — Nunca mais me chame assim! — gritei e me aproximei — Você ouviu, seu verme?
  — Eu sinto muito — ele me encarava — eu sinto muito mesmo.
  — Você sente? — debochei — Eu fui obrigada há passar anos e anos da minha vida sem sentir vontade de ter outro homem tocando o meu corpo porque um dia um porco abusou de mim da maneira mais canalha que um homem pode ser com uma mulher. Pra você é muito fácil chegar na minha frente e dizer “eu me arrependi, ”, mas pra mim foi muito difícil porque eu queria matar você pra nunca mais ter a possibilidade de uma pessoa sofrer por você ser tão cruel.
  — Eu sinto muito… — o interrompi novamente.
  — Você só sabe dizer isso “eu sinto muito”? — gritei — Eu que sinto muito, seu babaca. Eu sinto muito um dia não ter escutado o e ficado longe de você. Eu sinto muito ter perdido a minha virgindade com um merda que não é homem suficiente pra conquistar uma mulher e a força a coisas que ela não quer. Eu sinto muito um dia ter beijado a sua boca suja, ou deixado suas mãos imundas segurar as minhas. Eu sinto muito um dia ter… — não deixou que terminasse.
  — Não fala assim comigo — segurou meu pulso — se não eu… — não conseguiu terminar.
  — Se não você o quê, covarde? — gritei e o empurrei — Vai me agarrar de novo? Vai deitar seu corpo sujo em cima do meu e me forçar a transar com você?
  — Você não consegue me perdoar mesmo, né? — me olhava — Mesmo passando tanto tempo?
  — Pede perdão a Deus não a mim — disse séria — eu nunca consegui e tenho certeza que nunca vou esquecer o que você fez comigo, porque pra quem faz e muito fácil esquecer, mas só quem sofre sabe o quanto isso dói mesmo passando dias, meses e anos.
  — Eu me odeio por isso — se afastou um pouco — me odeio muito, .
  — Eu tenho nojo de você — dei um tapa em seu rosto — muito nojo de você. — cuspi em seu rosto e o mesmo não acreditava que logo eu estava agindo de uma forma tão rude com ele, afinal eu era apenas uma nerd, esquisita e que todo mundo podia pisar em cima, afinal “ela não é gente, é anormal”.
  Por sorte, havia um táxi deixando um casal no restaurante e adentrei o mesmo. Disse ao motorista aonde deveria me deixar e deixei as lágrimas rolar pelo meu rosto. Essa ferida parece que nunca vai ser fechada porque é algo que me deixa muito, muito triste. Nunca mais esqueço das suas caras e das palavras sujas que Ian dizia enquanto abusava de mim naquela praia… nunca mais consegui ir a praia porque eu me lembro de tudo que eu passei na última vez que estive em uma. É horrível encontrar a pessoa que acabou com a sua vida em cinco minutos porque eu era apenas uma menina, doce, meiga que sonhava com a sua primeira vez, mas ele fez dessa menina, triste, receosa e decepcionada. Optar a não contar a minha família foi evitar um escândalo e evitar que as pessoas me olhassem e dissessem “essa é a menina que foi abusada na praia”. Tudo bem, eu devia ter contado e até mesmo deixado meus pais denunciá-lo, afinal ele já tinha dezoito anos na época, mas eu não suportaria viver com o rotulo “a menina abusada”, ou seja, eu optei não contar, afinal vê-lo preso não faria que me sentisse melhor, ou me fizesse esquecer.
  — Boa tarde, senhor — adentrei a sala do meu chefe — desculpe incomodá-lo, mas precisa assinar esses papeis. - entreguei os papeis e meu chefe assinava a todos, mas com certeza podia notar meus olhos vermelhos e até mesmo as olheiras já que não me dei ao trabalho de ir retocar minha maquiagem.
  — Pronto — entregou os papeis em minha mão e apenas sorri fraco — senhorita aconteceu algo? Não parece muito bem.
  — Apenas um mal-estar, — sorri fraco — mas vai passar. — e ele fingiu acreditar e me retirei da sua sala, afinal, não posso deixar meu encontro com Ian afetar meu desempenho no trabalho.
  As horas custavam a passar e olhava para o relógio de cinco e cinco minutos.
Precisava da minha cama e deixar essas lágrimas rolarem até cessarem. Tantos e tantos anos desde de que tudo aconteceu, mas bastou vê-lo pra sentir como se fosse hoje que meu telefone tocava. Ao aceitar ir a praia eu não sabia que estava aceitando ir para o pior da minha vida. Nada que ninguém fizer comigo vai ser comparado a essa atrocidade que um dia fui à obrigada a sentir na minha própria pele, no meu corpo. Por sorte, meu chefe começou a sair no horário certo ultimamente o que me ajudou bastante porque tudo que eu quero é minha cama pra esquecer desse dia horrível. Porém o táxi que eu pedi com exatos quinze minutos de antecedência demorou quase uma hora para chegar, mas estou tão cansada que não me importo em questionar o motorista o motivo do atraso apenas disse meu endereço e o mesmo prosseguiu.
  – Obrigada, — sorri fraco e entreguei o dinheiro em sua mão — pode ficar com o troco.
  Girei a chave na porta e adentrei minha casa que parecia tão vazia nas últimas duas semanas. Joguei minha bolsa em cima do sofá e fui até o bar do e fiz uma dose dupla de vodka deixando descer pela minha garganta queimando a mesma e definitivamente, eu queria esquecer esse dia. As lágrimas já rolavam pelo meu rosto e já estava na segunda dose dupla de vodka e eu sei que pela manhã irei me odiar por ter que ir trabalhar de ressaca, mas foda-se, eu quero esquecer esse dia horrível que só me fez mal. Assustei-me quando ouvi passos cada vez mais próximos e ao me virar encontrei parado me olhando com aquele sorriso doce que se tornou a minha calmaria.
  — Você voltou — corri e pulei em seu colo — eu senti saudade, idiota. — o abracei fortemente e suas mãos grandes acariciavam meus cabelos e Deus, eu amava essa sensação de tê-lo tão perto de mim.
  — Sentiu saudades, bebê? — sorriu.
  — Não sabe o quanto — sorri — Nunca mais ouse ficar tanto tempo longe, .
  — Sim, senhora — debochou e dei um tapa em seu braço — Eu também senti muita saudade, ou melhor, ainda sinto já que a senhorita não deixou que a beijasse… — o interrompi.
  — Ainda — o puxei pra mim e uni nossos lábios. Sua língua adentrou a minha boca e foi de encontro a minha e travavam uma guerra deliciosa, oh, céus como esse homem fez falta nos últimos dias. Suas mãos ágeis adentraram a minha blusa social e logo senti suas mãos apertando meus seios e não resisti deixando escapar um gemido. Levantei sua blusa a jogando no chão e ele caminhava comigo ainda em seu colo em direção ao nosso quarto, ótimo! Hoje seria do modo tradicional nada de mesa de jantar, banheira, varanda, mas não que eu não goste, porém hoje prefiro que seja em nossa cama. Deitou-me e desceu seus beijos até meu pescoço e abriu com sua boca botão por botão da minha blusa social. Ele sabia exatamente como tocar o meu corpo e me proporcionar as melhores sensações. Fora questão de segundos para sentir seu membro penetrar-me de uma só vez e meu corpo inteiro se arrepiou, afinal fazia duas semanas que não sentia tal sensação e era ainda mais maravilhoso. A cada entocada e o ritmo se intensificava, porém meu corpo já dava sinais que não aguentaria por muito tempo e conseguia sentir que também estava próximo mais algumas entocadas e gememos juntos explodindo de tanto prazer.
  — E-u… — parecia nervoso e não entendi o porquê.
  — Você o quê, lindo? — com a ponta do dedo fazia círculos em seu peitoral nu.
  — Eu senti saudades. — beijou minha testa.
  — Eu também senti saudades. — selei nossos lábios.
  Suas mãos acariciavam meus cabelos e estava deitada em seu peitoral nu. Podia ouvir as batidas do seu coração e sua respiração quente e seu perfume se misturando com o meu. Em seus braços não sentia medo, ou qualquer coisa ruim, pelo contrário, exatamente ali eu me sentia segura e sabia que nada de mal poderia me acontecer.

Sexta-feira

  Encaro minha imagem refletida no espelho e devo admitir que não estou tão mal como pensei que ficaria nesse microvestido que minha irmã me fez comprar e esses saltos maiores que o normal que estou “acostumada” a usar. Meus cabelos estão soltos e meus lábios marcados em um tom vermelho. É a primeira vez que sairei com o como meu “não sei definir o que somos”. Era aniversário de um dos advogados da empresa de sua família e seria em uma das boates que costumava frequentar antes de decidir tentar algo sério comigo. E admito que estar no ambiente onde ele esteve com várias de suas conquistas me deixa um pouco insegura, afinal elas são todas gostosas e todos os homens praticamente beijam o chão que elas pisam, porém deixo minha insegurança de lado e retoco meu batom antes de sair. Quando cheguei até a sala, segurava seu celular e podia ver que sorria enquanto digitava algo nele e aquilo me deixou curiosa, mas prometi a mim mesma que não pegaria seu celular escondido para ler as mensagens como fiz algumas vezes.

  — , — sorri – podemos ir? — seus olhos passearam pelo meu corpo e nem se preocupou em disfarçar seus olhares maliciosos e Deus, se ele continuasse me olhando dessa forma sair dessa casa seria a última coisa que faríamos. Lively, você definitivamente não era tão pervertida como está agindo nos últimos dias.
  — Gostosa — mordeu o lábio inferior — maravilhosa. — se aproximou e segurou uma das minhas mãos e automaticamente girei para que ele pudesse me “analisar” melhor.
  — Gostou, lindo? — provoquei e percebia seu sorriso malicioso.
  — Mais do que você imagina — sorriu e segurou firme em minha mão — hoje eu quero que todos vejam o quão sortudo eu sou por tê-la como minha mulher. — suas palavras me atingiram em cheio e não contive meu sorriso devido à forma que ele me chamou “minha mulher”.

   dirigia apenas com uma das mãos no volante de seu carro porque a outra estava apoiada em minha coxa um pouco descoberta devido ao tamanho, ou melhor, da falta de pano do vestido que minha irmã me fez comprar porque segundo a mesma: “ficou gostosa” “não sairá dessa loja se não comprá-lo e me prometer usá-lo na sexta-feira”. A boate escolhida pelo amigo do não era longe de nossa casa e em poucos minutos chegamos ao local. Logo, achou uma vaga onde estacionou o carro. Quando ia abrir a porta para descer fui surpreendida quando sua mão abriu a porta e a outra segurou a minha mão me ajudando a descer do carro. Mais cavalheiro, impossível.
  — Ganhou alguns pontos — sorri — você vai gostar.
  — Se esses pontos incluir você nua na nossa cama — mordeu os lábios — vou correr atrás deles desesperadamente.
  — Pervertido! — sorri e selei nossos lábios. Minhas mãos estavam entrelaçadas nas mãos do e podia ver os olhares sobre nos dois, afinal, ele costumava chegar sozinho e sair acompanhado, porém gostei de ser a primeira a entrar com ele e gostava de saber que todas aquelas pessoas tinham a consciência que ele era meu e eu era sua garota. Assim que chegamos até a porta onde estava um segurança ele cumprimentou e liberou a entrada para que adentrássemos ao local. E como eu previa estava repleto por pessoas que já tinha copos de bebidas em suas mãos e estavam animadas ao som da música tocada pelo DJ. Enquanto caminhávamos, parava incontáveis vezes para cumprimentar as pessoas que deduzi ser os seus amigos e depois de subir alguns lances de escadas encontramos uma área com algumas pessoas que reconheci do nosso casamento, porém não deixei de notar uma loira que sorriu quando viu e era ela, Amber! Algo me dizia que a noite será longa.
  — — um homem alto cumprimentou e ele sorriu — senhora ? não disse que você era tão gostosa. — meu rosto automaticamente corou.
  — Olha o respeito — o empurrou — é gostosa, mas é minha. — sorriu vitorioso e me puxou para um canto mais afastado onde reconheci mais algumas pessoas.
  — Amor, — cutuquei o braço de e ele sorriu — por favor, pode pegar uma bebida pra mim? — ele assentiu que sim e fiquei conversando com algumas pessoas que estavam em nosso casamento e até que eram pessoas legais tirando a loira que olhava descaradamente para mim, oh, céus, eu poderia socar a sua cara de puta e dizer: “Adivinha quem venceu? Puta”, mas o meu bom senso me diz que devo ignorá-la, afinal, a criatura é insignificante na minha vida e o melhor de tudo na vida de .
  — Sua bebida, linda — me entregou um drink azul — pode ficar tranquila que é bem leve, ok? — assenti que sim e continuamos conversando com as pessoas e estava me divertindo em uma boate? Essa é outra novidade.
  — Quer dançar? — sussurrou no meu ouvido e não pensei duas vezes antes de aceitar.

  Unkiss Me - Maroon 5

   puxou-me pra si e seu corpo estava colado ao meu, porém estava de costas para o mesmo e podia senti-lo perto do meu corpo de uma forma que me deixava completamente louca. Suas mãos estavam em minha cintura e me apertava da forma que eu tanto gosto, ou melhor, amo quando suas mãos grandes e ágeis me apertam. Sorria melhor, praticamente gargalhava ao ver a cara da Amber enquanto me tocava daquela forma na frente de todos. Toma essa Amber, piranha, afinal com você ele nunca fez, né? Mulheres que se desvalorizam a tal ponto só serve entre quatro paredes.
  — Linda, — praticamente sussurrou próximo ao meu ouvido — obrigada por ter vindo porque eu sei que não curte vir a boates. — nossos corpos se moviam juntos e podia sentir nossos corpos roçando um no outro.
  — Por você, — sorri fraco quando sua língua passeou pelo meu pescoço — ou melhor, por você eu vou até pra marte. — sua risada gostosa foi o auge para me virar e unir nossos lábios em um beijo intenso. Gostaria que estivéssemos em nosso quarto porque a intensidade das nossas línguas brigando entre si era maravilhosa. Suas mãos me apertavam cada vez mais e mais enquanto sentia o sabor de vodka misturado com o sabor delicioso de seus beijos.
  — Se eu não parar agora — sussurrou ainda com os lábios colados aos meus — juro que isso não vai acabar nada bem. — sorri e o abracei fortemente aproveitando os últimos momentos da música. Voltamos para onde todos estavam e acabei conhecendo o amigo do e o cumprimentei e ele era bem engraçado. As namoradas e até mesmo esposas dos caras que trabalham na empresa do eram realmente pessoas que me tornaria amiga facilmente.
  — Amor, — disse próxima ao ouvido do — vou ao banheiro com as meninas, ok? — ele sorriu e selou nossos lábios. Conversávamos sobre tantas besteiras enquanto esperávamos a enorme fila do banheiro. Porém minha feição mudou completamente quando Amber se aproximou de nós e ficou parada esperando para ir ao banheiro, mas algo dentro de mim dizia que aquela puta queria mais que ir ao banheiro. A ignorei e continuei conversando com as meninas e uma delas disse que não estava bebendo porque suspeitava que estava grávida e surtei com elas mesmo sem a conhecer, realmente fiquei feliz porque ela disse que estavam há algum tempo tentando.
  — , se importa que eu vá primeiro que você? — Uma das mulheres me perguntou e neguei com a cabeça. Aproveitei para checar a maquiagem e notei que meu batom estava um pouco borrado e ajeitei, mas antes retoquei dando novamente o tom vermelho em meus lábios, porém Amber se aproximou e gargalhava enquanto me olhava.
  — O que está fazendo você rir, vadia? — fingir estar incrédula — Ops! E que tanto um quanto o outro significam a mesma coisa e fica difícil escolher qual nome te chamar.
  — , ou chifruda? — debochou — Prefiro “Chifruda” combina mais com você. — debochou e senti meu sangue ferver e notava as mulheres olhando para nos duas.
  — Chifruda? — gargalhei — está comigo e eu confio nele.
  — Oh, Céus, — debochou — como é ingênua, mas entendo, afinal é apenas uma menina.
  — Por que não para com esse joguinho e diz logo o que quer? — gritei — Não é mulher suficiente pra dizer na minha cara o que eu sei que tem pra dizer desde de que adentrei essa boate com o ?
  — tem um péssimo gosto foi à primeira coisa que pensei — gargalhou — a segunda foi entender o motivo que o leva a me procurar quando tem a “esposinha” o esperando em casa.
  — Cala essa sua boca — a empurrei e ela gargalhava ainda mais — eu confio no meu marido e ele nunca faria nada disse quê… — no visor do seu celular estava fotos dela com e notei que em sua mão estava a aliança, mas essas fotos poderiam ser antigas, porém as mensagens que ela mostrava eram recentes e aquilo estava me atingindo em cheio.
  — , não liga pra ela vamos embora, vem… — uma das mulheres tentava me puxar, porém quando estava na porta senti meu sangue ferver coma provocação feita por aquela vadia.
  — estava certo da última vez que nos vimos — virei-me para encará-la — você não sabe como agradar um homem e por isso, me procura para… — não deixei que terminasse.
  — Ele procurava por você porque via em você uma oportunidade fácil de foder alguém — gritei e me soltei dos braços da mulher que me segurava — procurava em você apenas uma “vadiazinha” disposta a fazê-lo gozar e depois? — gargalhei — Ia embora para casa dele e sabe com quem ele dormia? Comigo!
  — Não me chame de vadia, ou então… — a interrompi porque meu ódio estava sobrenatural, afinal ela me provocou e me levou ao limite extremo de raiva.
  — Ou então, o quê? — gritei — Você é uma vadia e é daquelas que faz os caras terem prazer, mas depois voltam para as pessoas que realmente tem importância em sua vida. Mas agora está com recalque porque encontrou em uma mulher sentimento e sexo, ou seja, não precisa mais dos seus servicinhos. — debochei e senti suas mãos tentarem se aproximar do meu rosto, porém a empurrei contra a parede e segurei seu braço.
  — Me bate — debochou — vai em frente, mas isso não vai mudar o fato que seu marido esteve comigo, ou melhor, sempre está comigo ou você acredita na viagem de duas semanas?
  — Você é louca — gritei e a empurrei em cima da lixeira — fica ai com a lixeira, afinal, lugar de lixo e exatamente ai. — As mulheres encaravam tudo e pareciam incrédulas, eu disse que poderiam ir para onde estavam todos e me sentei no bar pedindo uma dose dupla de vodka. Porra, , porra, por que você tinha que ter se envolvido com uma mulher dessa? Acabo me lembrando que antes de ver na sala ele estava com seu celular e sorria enquanto digitava algo e não, não poderia ser, ou melhor, não era.
  — — o chamei e ele se aproximou e olhava em seus olhos tentando não encontrar culpa no mesmo — No dia que chegou de viagem já estava há algum tempo em São Paulo ou havia chegado a pouco tempo? Por favor, sinceridade.
  — Sim — sorriu — pela parte da manhã, mas passei na empresa pra resolver umas coisas e… — não deixei que terminasse.
  — Quero ir pra casa — disse firme.
  — Daqui a pouco a gente vai e… — novamente o interrompi.
  — Agora! — praticamente gritei e ele se assustou, mas foi se despedir dos amigos e fiz o mesmo com as meninas e combinamos de nos encontrarmos. Não disse mais uma única palavra durante o percurso até o estacionamento e por mais que quisesse questioná-lo não poderia fazer isso na frente de todas aquelas pessoas, afinal, não daria a Amber esse gostinho. estava visivelmente chateado, afinal ainda era cedo e ele com certeza, queria permanecer por mais algum tempo com os amigos e até mesmo queria poder permanecer na companhia daquelas pessoas, porém minha cabeça estava há mil por hora porque as palavras ditas por aquela vadia ecoavam na minha cabeça, afinal, ele havia chegado de manhã, mas apenas a noite chegou em nossa casa e seus cabelos estavam molhados e não, não era nada disso e estava totalmente enganada. O percurso até nossa casa foi silencioso, eu analisava suas feições e elas estavam aparentemente chateadas. Assim que chegamos apertou o botão que abria o portão da garagem e depois de estacionar o carro bateu a porta forte e saiu apressadamente, porém ele não escaparia. O segui mais ele foi mais rápido e depois de deixar o celular e as chaves em cima da mesa de centro adentrou o banheiro. E me sentei no sofá decidida a esperá-lo a sair do seu banho, porém seu celular estava em minha frente e eu havia prometido a mim mesma que não faria isso novamente, mas essa seria a última vez. Certifiquei-me que ele estava no banheiro e comecei a procurar em seu celular provas que pra minha felicidade não apareciam, porém havia uma mensagem recebida ás 17h40 e era exatamente do dia em que havia chegado de viagem e meu mundo desabou no momento que identifiquei seu número.

“Adorei te ver, lindo.” XX Amber

  — , o que você está fazendo com meu celular? — notei sua feição nervosa.
  — Por que não posso ver? — debochei — está escondendo algo, ou melhor, anda indo a lugares que eu não posso saber?
  — , para com isso, por favor. — praticamente implorava.
  — Que horas você chegou na segunda-feira? — segurava as lágrimas para mais tarde, afinal, ele não teria esse gostinho.
  — Pra quê quer saber… — o interrompi.
  — Que horas você chegou? — Gritei e ele me olhava assustado.
  — Ás nove e quarenta e… — não deixei que terminasse.
  — E só chegou em casa às oito e meia da noite? — gritei e taquei a cristaleira contra a parede.
  — Eu disse que fui ao escritório e… — tentava se justificar.
  — Mentiroso! — o empurrei e ele estava incrédulo — Você estava com ela, com a piranha da Amber.
  — Para com isso, … — ele tentou se aproximar, mas me afastei.
  — Não, eu não paro porque eu não vou aceitar ser chifruda, entendeu? — gritei.
  — Puta que pariu, eu não trai você — socou a parede — eu não trai você.
  — Não? — debochei — Então por que você recebeu essa mensagem da vadia?
  — — se aproximou, porém me afastei mais uma vez — não aconteceu nada entre mim e a Amber apenas nos encontramos… — o interrompi e sacudia a cabeça negativamente. Então, era verdade eles tinham se encontrado.
  — O que você acharia se o Bernardo mandasse uma mensagem dizendo que adorou me ver? — ele me olhava sério — Ou então que tivéssemos nos encontrado?
  — Eu ia quebrar a cara daquele filho da puta. — gritou.
  — Ta vendo? Contrário de você, eu não eu quero quebrar a sua amiga putinha e sim você, idiota — comecei a tapeá-lo e ele segurou me pulso e o infeliz era muito mais forte que eu.
  — Para agora — gritou enquanto segurava firme meu pulso — agindo assim você parece que não me conhece.
  — Você está enganado — o empurrei e ele tropeçou caindo em cima do sofá — eu te conheço melhor que qualquer pessoa e sei do que você é capaz.
  — Não, você não me conhece — gritou e me olhava — eu não sou um babaca, ou melhor, nunca fui mesmo com as mulheres que costumava ficar.
  — Não? — gritei — Me chamar de “Amber” depois de transarmos não é ser um babaca?
  — , eu não… — o interrompi.
  — Sim, você falou e — as lágrimas começavam rolar pelo meu rosto — você é igual a todos os homens.
  — Como se você tivesse tido experiências — debochou — apenas um namoradinho que te fodeu a força. — As lágrimas rolavam pelo meu rosto e olhava sem acreditar no que havia escutado.
  — De todas as coisas que você poderia ter dito essa foi a pior de todas e sinceramente eu não sei se um dia eu vou conseguir perdoá-lo. — o empurrei e ele me seguiu enquanto tentava chegar até o quarto.
  — Desculpa, anjo — dizia — você não merece isso.
  — Eu não consigo olhar pra você — não o encarei — , eu tentei, mas você não sabe o que é ter um relacionamento ou cuidar de alguém.
  — Eu aprendo — me puxou e neguei com a cabeça — eu aprendo a ser tudo que você precisa.
  — Não, — neguei com a cabeça e me afastei — não preciso mais que você aprenda porque agora eu não quero mais.
  — O que isso significa? — sua voz estava triste.
  — A partir de agora tudo volta a ser como antes — minha voz estava embolada — E hoje você dorme no sofá, mas amanhã tiro minhas coisas do quarto porque aquele quarto é seu.
  — É nosso… — puxou meu braço, mas me afastei.
  — Não — neguei com a cabeça — com você não quero nada que tenha “nosso” na mesma frase. — abri a porta e a bati bem forte e me certifiquei que estava trancada deixando meu corpo ser deslizando pela porta e as lágrimas rolaram sem parar. Nunca em toda minha vida imaginei que logo ele causaria essa decepção.
  De frente pro espelho me encarava e me odiava por ter me produzido tanto para ter a pior noite da minha vida. Rasguei o vestido e joguei dentro da lixeira junto com os sapatos porque definitivamente eles não combinavam comigo e pensar que por ele até mesmo cheguei a cogitar a ideia de passar a usá-los. Será que ele não percebia que eu estava tentando? De verdade, eu estava tentando e pior de tudo é que eu estava gostando pela primeira vez na vida de ter alguém pra chamar de meu. Peguei em meu armário um pijama qualquer e adentrei o banheiro me despindo e entrando debaixo do chuveiro que molhava meu corpo com aquela água gelada, mas eu precisava para tirar toda aquela maquiagem borrada e tirar aqueles cachos que demorei horas para fazê-los. Eu o conhecia tão bem e por que o deixei fazer isso comigo? Eu o deixei me fazer sentir saudade, me fazer sentir feliz com a sua presença e eu o deixei me fazer pensar na possibilidade de tentarmos ter o nosso relacionamento e um dia a nossa família, mas agora tudo que eu quero é ficar longe dele porque hoje ele me fez sentir algo novo por ele: Nojo.
  — Eu sou um burro, idiota, que está estragando tudo — gritava atrás da porta e eu o ignorava enquanto vestia meu pijama — eu quero muito ser o motivo da sua felicidade e dizer que faço a minha mulher feliz.
  — Teve a oportunidade, mas deixou que a mesma fosse embora. — disse baixo apenas para que eu mesma pudesse escutar.
  Deitei em minha cama e ele gritava sem parar, mas não me importava porque ele poderia gritar a madrugada inteira que eu não abriria essa porta. Enquanto ouvia seus gritos e incontáveis pedidos de desculpas deixei as lágrimas serem libertadas e meus olhos estavam cada vez mais pesados e os fechei deixando o cansaço, a tristeza, a decepção e tudo de ruim que aconteceu falar mais alto. Deixei meu corpo ter o descanso merecido para enfim, deixar com que absorvesse tudo que havia acabado de acontecer.

Escrito por Mayara Braga

  No primeiro dia eu chorei sem parar porque meu corpo, minha alma doíam por palavra e devido a ter usado coisas tão sujas para me afetar. me conhece por completa e por isso, sabia que dizer aquilo seria o mesmo que me magoar profundamente. E de todas as pessoas ele era o único que sabia dessa parte do meu passado, ou seja, nunca pensei que usaria isso para ganhar uma briga. Porém ganhando aquela briga ele pode ter acabado com o nosso possível relacionamento. Droga! Eu estava começando a gostar disso, mas por que ele fez isso? Idiota.
  No segundo dia não nos olhávamos e nenhum dos dois tomava partido para pedir desculpas e eu não seria a primeira não depois do que ele disse. Com uma merda de frase ele havia quebrado toda a confiança adquirida ao longo de anos de amizade. Poderia perdoar, mas nunca irei me esquecer que ele usou meu ponto fraco, o abuso que eu sofri pra poder tentar se mostrar superior em uma discussão idiota.
  No terceiro dia meu chefe teve uma reunião e acabou me liberando mais cedo e quando cheguei em casa encontrei a casa vazia e já era pra ele estar em casa porque ser dono de uma empresa era uma das vantagens e ele chegava em casa antes de mim, porém encontrei a casa escura e vazia. Arrumei a bagunça e preparei algo para comermos e estava decidida a conversar com ele e esclarecer tudo. Mas mudei de ideia quando ele adentrou nossa casa terrivelmente bêbado e mal se aguenta em pé. Ele estava uma bagunça e uma das coisas que eu odeio é quando a pessoa usa a bebida para “esquecer” algo que está te chateando. Pela primeira vez eu odiei porque o seu estado estava deplorável e ele havia arriscado a sua vida e muitas pessoas. Não tive coragem de abandoná-lo e o ajudei a deitar na cama e ele dormia enquanto o observava. Não conversávamos desde a nossa briga, não olhávamos um no olho do outro, ele não me dava mais carona, eu não fazia mais o nosso jantar, cortamos o habito de um ligar pro outro quando chegava em casa, ou seja, estávamos mais afastados do que nunca.
  No quarto dia foi onde eu senti muita raiva e descobri que eu sentia ciúmes dele, mas não era o mesmo de sempre porque esse era mais, muito mais intenso. Já passavam das 23h00 e ele não havia chegado e me humilhei ligando pra ele, mas ele não atendeu. Tomei um banho e quando deitei na cama custei a conseguir dormir porque me preocupava com ele mesmo ele não merecendo eu me preocupava com ele. Também naquela noite eu senti o peso do seu corpo na cama e não abri os olhos porque sentia o cheiro de bebida. Novamente ele havia bebido, novamente ele estava em qualquer lugar, mas não no escritório. E mais uma vez naquela semana ele havia quebrado mais um pouco da confiança.
  No quinto dia, ou melhor, hoje meu chefe me convocou para uma reunião de negócios na França e eu não poderia estar mais feliz, afinal pela primeira vez representaria a empresa em uma negociação tão importante. Meu chefe nos últimos dias está me valorizando mais do que fazia e isso me motiva ainda mais. Quando cheguei em casa não encontrei e eu queria contar que em algumas horas teria que embarcar com destino a França, mas decidi arrumar a minha mala enquanto esperava por ele. Já tinha arrumado todas as minhas coisas, havia feito uma lasanha para o jantar, já havia checado meus documentos e ele ainda não havia chegado. Desisti quando olhei para o relógio da sala e já passavam da 00h00.
  No sexto dia quando levantei o lado dele da cama estava intacto e nenhum sinal de que meu “maridinho” havia dormido em casa. ÓTIMO! A reunião mais importante da vida profissional e eu havia ficado preocupada com ele. Que se foda esse babaca. Nunca coloquei homem nenhum acima da minha profissão e essa não será a primeira vez. Não somos crianças somos dois adultos e está na hora dele começar a agir como um. Depois que terminei de me arrumar e checar os documentos deixei um bilhete em cima da mesa: “Viagem de negócios. Não tente ligar porque estarei ocupada. Volto em quatro dias.” xx . Eu não era como ele que sumia, chegava em casa tarde sem avisar.

  — Bom dia! — o taxista sorriu e imitei seu gesto.
  — Bom dia! — ele colocou minhas malas no porta malas e disse que iria para o aeroporto. O percurso normal seria de meia hora, porém conhecendo São Paulo como conheço sai de casa com quase duas horas de antecedência e o trânsito estava um caos. Quando cheguei ao aeroporto quase uma hora e meia depois paguei o táxi e deixei que ficasse com o troco. Faltavam meia hora para o meu voo e decidi tomar um café da manhã e comprar algumas revistas porque seriam longas horas de viagem.

“Atenção passageiros última chamada para o Voo 2222 com destino a França.”

  Onze horas de voo e sentia meu corpo inteiro doer. Quando o avião pousou no aeroporto da França já era noite e tudo que eu queria era dormir, porém ainda havia um jantar de boas vindas. Enquanto empurrava meu carinho procurava pelo representante da empresa e encontrei um homem alto segurando uma placa “senhorita, . Sorri e observei melhor e era um homem muito atraente, mas não sei porque eu não sentia vontade nenhuma de ficar com ele e essa era a merda de tentar ter a bosta de um relacionamento porque você não quer ninguém que não seja o idiota que acha que pode te tratar como se fosse nada. Olhei para minha mão e tirei a aliança guardando-a dentro da carteira e não me sentia mal porque fazia dias que não via usando a sua então por que ficar desfilando de mulher casada quando ele não faz o mesmo? Ignorei meus pensamentos e continuei empurrando meu carrinho em direção ao homem e torcia para que ele falasse português ou inglês porque em “francês” não sei nem dizer um simples: — bom dia!

  — Senhorita ? — o homem sorriu e assenti que sim — Boa noite! Sou o Pierre Mattos e fiz questão de vir pessoalmente buscá-la já que seu chefe é um grande amigo e me falou muito bem da senhorita.
  — Prazer em conhecê-lo, Pierre — sorri e estendi minha mão e o mesmo a apertou — Pode me chamar de não gosto muito do meu sobrenome. — ele sorriu e caminhou até o meu carrinho e entendi o que ele queria fazer. Caminhávamos em direção ao que deduzi ser o estacionamento do aeroporto e ele era muito simpático. E ele era o tipo de homem que fazia qualquer mulher se apaixonar. Alto, bonito, dono de um par de olhos verdes escuros e intensos, um sorriso que fazia uma mulher se sentir despida, mas agora era diferente tinha .
  — Com certeza, estranhou dominar tão bem o português né? — assenti que sim e realmente era verdade ele falava como se fosse um brasileiro — sou brasileiro, mas me mudei há alguns anos para assumir a presidência da empresa telecomunicações do meu pai.
  — Ah, não acredito — comecei a rir lembrando-me do funcionário que meu chefe falava — você era o assistente do senhor não é? — ele assentiu que sim e novamente sorriu e que sorriso.
  — Trabalhei do início da faculdade até me formar — ele abriu o porta-malas e colocou minha mala dentro e a fechou — na maioria dos dias pode ser um pouco, ou melhor, chato, porém ele me ensinou tudo que eu sei. Foi o único que me aceitou quando ainda estava no começo da faculdade de direito.
  — O senhor fez o mesmo comigo — sorri e agradeci quando ele abriu a porta do carro para que entrasse — me formei há dois anos e continuo trabalhando em seu escritório, mas ele está começando a me dar novas responsabilidades.
  — é bom, homem — sorriu e deu partida no carro — e me disse que estava mandando sua melhor funcionária e eu confio no que ele disse. — sorriu diferente e sentia como se os verdes dos seus olhos penetrassem os meus.

  Nenhuma palavra era dita e ainda não tinha entendido o seu olhar que senti querer me dizer algo. Não fazia a menor ideia para onde o homem estava me levando e era um pouco estranho estar com o homem que teria reuniões de negócio porque imaginei que seria um assistente ou algo parecido que iria me receber e me ajudar a chegar ao hotel. Não era pelo empresário e nem que ele fosse tão bonito como é. Durante o percurso aproveitei para ligar o celular e atualizei o horário porque ainda estava no horário do Brasil e devido ao fuso horário tinha que adiantá-lo em cinco horas. Mais alguns metros e Pierre estacionou o carro em frente ao que deduzi ser o hotel que ficaria nesses quatro dias.
  — Ofereci para que ficasse em minha casa, porque é espaçosa o suficiente, mas disse que você preferiria ficar em um hotel e respeitei a sua vontade.
  — Realmente senhor me conhece — sorri — Não me sentiria a vontade em sua casa, mas, por favor, não leve isso para o lado pessoal.   — Uma verdadeira profissional e eu gosto disso — sorriu e deu a volta no carro para abrir a porta e estendeu a mão para me ajudar a sair do carro — mas ficaria muito feliz se mudasse de ideia.
  — Não costumo mudar de ideia. — sorri e ele imitou meu gesto e enfim, soltou minha mão.

  Caminhávamos em direção a entrada do hotel e parei para notar em como era lindo. Um enorme letreiro no topo da construção escrito “Hotel Jehan de Beauce”. Uma construção antiga, porém digna de um hotel de cinco estrelas. A aquitetura era maravilhosa digna de um hotel que com certeza, era um dos melhores se não o melhor da região. Era grande, mas não muito e deveria ter no máximo cinco andares. E a fachada era branca com detalhes em dourado e era um hotel maravilhoso. Acompanhei Pierre que já estava parado me encarando, enquanto observava cada detalhe do hotel.

Meu Deus!

  A sala de recepção era grande e impressionante. Um candelabro de vidro prendia do teto alto, iluminando o piso de mármore polido e acentuando os detalhes da decoração das paredes. Entretanto o que mais me impressionou foi a recepção por suas duas colunas coríntias por trás da mesa de recepção. Senti o toque suave das mãos do Pierre nas minhas e mais uma vez ele estava me chamando de volta para a terra, afinal desde de que chegamos não paro de observar todos os detalhes do hotel.   Pierre pediu para que aguardasse sentada em sofá e eram muitos espelhados por toda a extensão da recepção. E ele voltou uns minutos depois e me entregou uma peça branca do tamanho de um cartão de crédito.
  — Como a senhorita optou não ficar em minha casa fiz questão de deixá-la em um ambiente onde se sentira confortável — sorriu — fiz uma reserva para o andar superior. O restaurante fica aberto das sete á meia-noite. O serviço de quarto está disponível o tempo todo.
  — Obrigada — sorri — obrigada pela atenção.
  — Faço questão que se sinta bem durante o tempo que estiver aqui — sorria — não se preocupe com suas despesas todas serão por conta da empresa, afinal você está aqui para tratar de assuntos que ajudará com uma negociação muito importante. Preciso ir para me preparar para a nossa primeira reunião e as 08h00 meu motorista virá buscá-la. Assenti que sim e ele se afastou e adentrei o elevador acompanhada pelo carregador que segurava minha mala. Quando cheguei ao meu quarto agradeci mentalmente porque o cansaço devido as horas do voo estavam começando a dar sinais.
  — Obrigada — sorri e entreguei algumas notas para o carregador que sorriu.

  Joguei o cartão magnético na mesa de café e observei melhor o meu quarto. Seria tarde demais para procurar por Pierre e dizer que era um exagero minha hospedagem no andar superior? Nunca tinha me hospedado em um lugar como esse e era caro demais e imaginava quanto não custara os quatro dias que passarei aqui. Porém pelo pouco contato que tive com Pierre Mattos percebi que ele não era um homem que mudava de opinião ou suas decisões. Coloquei minhas roupas arrumadas no enorme guarda-roupa e quando terminei me joguei na cama. E relógio marcava 22h00 e com a diferença de cinco horas a mais no Brasil ainda era 17h00 e fiquei tentada a ligar para , porém ele não havia aparecido em casa e não queria me chatear quando tenho uma reunião importante bem cedo.

“Mel, já cheguei e estou bem.” xx irmã feliz
“Por favor, cuidado. Amo você.” xx irmã preocupada

  Despi-me e deixei a água quente cair pelo meu corpo e nada melhor do que um banho no final de um dia cansativo. Permaneci por alguns minutos debaixo da água tentando relaxar o máximo possível. Vesti uma roupa bem quente, afinal o clima na frança era bem frio diferente do calor que estava quando saí do Brasil. Ativei meu alarme para as 07h00 para me arrumar e estar pontualmente ás 08h00 para o motorista de Pierre me levar para a cede da empresa para começarmos a negociação. Chequei as mensagens e ligações antes de deitar e quando fechei os olhos algumas lágrimas rolaram pela falta de noticias de , porém o cansaço das onze horas de voo falaram mais alto e adormeci.

~~* *~~

  O toque do meu celular me avisava que alguém estava ligando, mas tentava ignorar o máximo que podia, porém quem quer que fosse estava determinado a querer falar. Minha mão batia o cômodo ao lado da cama e quando encontrei meu celular segurei o aparelho aceitando a chamada sem olhar quem era.
  —
  — Aonde você está? — era e ele me poupou de perguntar quem era — Por que não me perguntou se podia viajar? Somos casados e você me deve…
  — Mas que porra é essa? — gritei — Homem nenhum manda em mim.
  — Aonde você está? — gritava — Sou o seu marido e você me deve explicações.
  — Estou na França — disse séria — Primeiro aprenda a não cobrar das pessoas o que você não faz.
  — França? — ouvi o barulho de algo cair no chão e ele vai se ver comigo quando voltar. Passei muito tempo escolhendo os detalhes da nossa casa pra ele destruir tudo — Com quem você está nessa merda de lugar?
  — são quatro da manhã e tenho uma reunião ás oito com o Pierre então, me deixe dormir.
  — Quem é Pierre, ? — e ele estava com ciúme, podia sentir pelo seu tom de voz — Não trato meus clientes pelo nome e você deveria fazer o mesmo.
  — Pierre, é o presidente da empresa que o senhor quer fazer negócios.
  — Ele vai fazer qualquer coisa pra dormir com você, inclusive fechar o negócio.
  — Meu Deus! — o sono havia desaparecido dando lugar a raiva — Você acha que todo mundo é igual a você? Se você é doente e pervertido não pense que todos os caras são.
  — Você gosta quando o pervertido está…
  — Por favor, não termina a frase — havia me acalmado — Você ultimamente está dizendo merda atrás de merda.
  — Vem pra casa, — podia ouvir seu tom autoritário — Eu não estou brincando.
  — Vai encher a cara, vai transar com a puta da Amber, mas me deixa em paz, ok? — deitei na cama — Não vou pra casa e entenda de uma vez por todas que você não manda em mim. Sou livre para escolher aonde eu vou ou não vou.
  —
  — Em quatro dias estou de volta — sorri — Tente não se matar na minha ausência. — desliguei o telefone e tive vontade de tacá-lo na parede, porque era isso que eu queria fazer com . Coloquei o celular de volta no cômodo e me deitei em minha cama porque precisava dormir bem para acordar disposta para meu primeiro dia de negociações.

~~* *~~

  No primeiro dia de negociações pontualmente ás 08h00 o motorista do Pierre me buscou no hotel e chegamos na empresa dez pras nove e depois de receber um cartão de visitante pude ir ao encontro do Pierre para começarmos nossa negociação. Havia estudado as propostas detalhadamente, porém queria muito mais do que ele estava disposto a oferecer e eu ia conseguir o que estava planejando. E se fosse preciso apelar pra chantagem emocional faria, afinal ele devia muito ao senhor . Quando era apenas um estudando de direito no meio de tantos outros foi o senhor que abriu as portas da empresa para ele, ou seja, meu chefe merece um acordo justo. Porém Pierre era um homem que gostava de dar a última palavra e nenhuma das propostas o agradou, mas continuaria e quando olhei no relógio já passavam das duas horas da tarde e ele me disse que continuaríamos no dia seguinte porque tinha que fazer uma pequena viagem de negócios.
  No segundo dia nossa reunião havia sido remarcada para ás quatro da tarde e então, aproveitei para fazer uma massagem e relaxar um pouco. Ás três horas em ponto o motorista do Pierre estava me esperando para me levar a empresa. E as dez pras quatro estava dentro da cede de uma das empresas do pai de Pierre. E ele estava em uma reunião e esperei mais ou menos meia hora antes de ouvir sua voz dizendo que podia entrar para iniciarmos nossa reunião. Deparei-me com vários acordos, porém pedi um dia para analisar um por um porque eu não esse tipo de pessoa que assina ou concorda sem conhecer e analisar BEM o compromisso que está se enfiando. Senhor havia confiado em mim quando me mandou para representá-lo e eu farei ele não se arrepender de ter me escolhido. E combinamos de nos encontrarmos no último dia antes de viajar para assinarmos o acordo final.
  No terceiro dia passei boa parte do tempo analisando todas as propostas e elas eram boas, porém não eram ainda oque eu queria para a empresa do senhor , e Pierre deveria ser bem mais justo do que ele estava sendo. Entretanto algo me diz que minha proposta final irá agradá-lo.

  — Pensei em unirmos as regras do seu contrato com os benefícios do meu contrato — sorri e ele pediu para que prosseguisse — porque ambos sairiam ganhando e no final o senhor gosta de dar as regras e meu chefe gosta de escolher os benefícios dos seus contratos.
  — Você é boa no que faz — sorriu e assinou os contratos — que se cuide porque se não roubo sua funcionária.
  — foi ótimo fazer negócio com você, senhor Mattos. — estendi minha mão e ele apertou minha mão.
  — Quando vier visitar a França me procure — sorriu e beijou o dorso da minha mão — vou adorar revê-la, .
  — Obrigada por tudo, Pierre. — sorri e ele sorriu de volta. Peguei o contrato original e deixei com ele a cópia que era sua por direito e me retirei da sala. Quando cheguei ao térreo do enorme prédio o motorista do Pierre me deixou no apartamento e me informou que voltaria ás 16h00 a pedido do seu chefe para me levar ao aeroporto. Passei pela enorme recepção passando pelo corredor que levava aos elevadores e por sorte quando cheguei as portas de um se abriram e adentrei o elevador acompanhada por algumas pessoas.

  Onze horas de voo. Quando cheguei em São Paulo, já era noite e empurrei meu carrinho até encontrar o ponto de táxi e por sorte um casal havia acabado de descer de um e o taxista me ajudou com as malas e lhe informei o endereço da minha casa. Transito estava horrível e com certeza, seria no mínimo uma hora até chegarmos em minha casa. Quase duas horas depois o homem estacionou em frente a minha casa e enquanto ele retirou minha mala do porta-malas peguei em minha carteira o valor da corrida e lhe dei um pouco a mais pela sua atenção. Girei a chave na porta e deixei minha mala no corredor e encontrei brincando com Spike e quando notou minha presença nem ao menos se preocupou em dizer um simples “boa noite”. Seus lábios procuraram pelos meus e não que não quisesse, mas precisávamos conversar.
  — O que você pensa que está fazendo? — o empurrei, mas seus braços fortes me pressionaram na parede.
  — Vou mostrar a minha mulherzinha que não deve me contrariar — sua boca depositava beijos castos por toda a extensão do meu pescoço — Vou foder você até te ouvir gritar meu nome.
  — Não, você não vai — o empurrei e me afastei porque precisava ser forte — O jogo não é como você quer e você precisa entender que quem dar as cartas sou eu então, essa noite você vai dormir no sofá e se quiser foder alguém vai ter que sair pra procurar na rua.
  — Ouve o que você está dizendo — ouvia seus passos enquanto caminhava até o quarto — Você está me mandando fazer sexo com outra mulher? Por que diabos você é assim? Eu não te entendo, mulher.
  — Diferente de você, eu penso no que eu vou falar — virei para encarar seu rosto — Não mandei você transar com outra mulher apenas disse que se você quiser foder algum vai ter que procurar na rua, porque comigo não rola. E, conhecendo você como conheço, não deve ser tão difícil arranjar uma presa fácil, né? Chegando tarde tantos dias em casa e bêbado deve ter conseguido bons momentos.
  — Não trai você — ele empurrou meu corpo pressionando na parede — Eu nunca seria capaz de trair você.
  — Não tente me provar nada, ok? — o empurrei e parei na metade do caminho — Se um dia você me trair sabe que vai perder pra sempre e me conhece o suficiente para saber que não dou segundas chances.
  — Você é louca — gritava enquanto caminhava para a sala — Louca!
  — Então deixa a louca descansar na cama — gritei — E bom sofá pra você, amor.

~~* *~~

  O cansaço da noite anterior havia sumido e era maravilhoso dormir em minha cama depois de quase uma semana dormindo em um hotel e encarando um voo de onze horas. Tomei um banho e me arrumei para ir ao escritório e fiz uma maquiagem bem leve. Peguei em minha mala o relógio que havia comprado para o quando estava em meu tempo livre. Porém quando cheguei a cozinha ele não estava vestindo seu terno como de costume e o que ele estava pensando da vida? Plena quinta-feira feira e ele se dando o luxo de ficar em casa? Droga ele era o chefe, ou seja, ele manda.
  — Como foi a viagem? — sentia o deboche em sua voz — O Pierre cuidou bem de você?
  — Ótima! — fui rude — Melhor do que o meu marido cuida. — taquei a caixa em cima do balcão da cozinha e ele estranhou.
  — O que é isso? — segurava a caixa, enquanto caminhava em direção a porta.
  — Um presente — gritei — Mas deveria ser uma bomba, porque você é mesmo um idiota e.... — seus lábios procuraram pelos meus e eu cedi aos seus beijos e sua língua circulou dentro da minha boca sugando-a completamente. Que saudade senti desses lábios, desse toque, desse perfume, desse homem.
  — Desculpa, meu amor — sorriu e acariciava meu rosto — Por aquela noite que te disse aquelas merdas, mas você me conhece e sabe que sou fodido e acabo fodendo tudo. E eu amei o presente.
  — você precisa parar de falar merda quando está com raiva — seus olhos estavam fixos nos meus — Você me propôs um relacionamento sério, certo? Então, precisa agir como um homem maduro, porque relacionamentos são pra esses caras.
  — Você tem razão, linda — sorriu, — Ou melhor, você sempre tem razão.
  — Eu odeio você, sabia? — o empurrei e ele me segurou ainda mais forte.
  — Não, odeia não — sorriu e sacudiu a cabeça — Você e eu sabemos disso.
  — Eu preciso trabalhar e…
  — Precisa mesmo? — sua boca deslizou, parando em meu pescoço, e ele explorava a área me causando arrepios — Seu chefe vai entender se você quiser ficar em casa depois de uma viagem de onze horas. — sua boca continuava beijando meu pescoço e senti a suas mãos levantando minha saia.
  — Tenho que… ah! Trabalhar — agarrei firme em seus cabelos, quando senti seu toque em minha região mais intima — Não faz isso comigo, por favor.
  — O que, Baby? — sorriu e seus dedos faziam pequenos círculos em minha região mais intima — Ainda nem comecei com o que eu quero fazer.
  — Dane-se o trabalho — procurei pelos seus lábios que retribuíram meus beijos com intensidade — Acabei de fechar um contrato de milhões e mereço minha comemoração. — senti dois dedos me penetrarem e joguei a cabeça pra trás, enquanto imitava movimentos de vai e vem bem lentos, para me provocar o máximo que podia.
  — Agora a brincadeira começa — suas mãos agarraram minha bunda e me colocou em seu colo e caminhamos em direção ao nosso quarto — Você me deixa louco,

  Meu corpo foi jogado sobre a enorme cama e ele sorria malicioso, enquanto seus olhos percorriam por todo o meu corpo. Suas mãos deslizaram pela sua camiseta tacando-a a no chão e fez o mesmo com sua calça de moletom, revelando seu corpo elegante com sua pele lisa e músculos fortes. Senti o peso do seu corpo e minhas mãos percorreram pelos seus músculos e sua boa procurou pela minha com necessidade, pressa, urgência e nenhum pingo de delicadeza.
  — Deixe-me livrar disso — abriu o zíper da minha saia, a puxando para fora do meu corpo em seguida, abriu os botões da minha camisa social e a cheirou antes jogá-la para o chão — Meu prazer é te despir, tocar e te dar muito prazer.
  Senti sua boca no fecho meu sutiã e fora questão de segundos até o mesmo ser aberto e retirado e senti a boca do tocar meu corpo até parar em minha calcinha, tirando a mesma com a boca.
  — Você é a mulher mais bonita que eu já vi — empurrei com os pés sua cueca revelando seu membro pronto para me preencher profundamente — A única que eu quero pra ser minha.
  Seu olhar mergulhou em mim com tal intensidade que eu tanto queria. Suas mãos alcançaram a minha bunda, fecharam-se em concha e senti seu membro deslizar de uma única vez para dentro de mim. Um gemido alto escapou e um sorriso malicioso surgiu em seus lábios. Seus movimentos eram rápidos, muito rápidos. E era diferente de tudo que já havíamos feito e eu gostava disso. Nossos corpos em uma sincronia perfeita e ele me tinha de uma forma que jamais outro terá. Eu senti orgasmos ondulando através de nós dois. Um momento depois, a umidade quente se derramou dentro de mim e seu gemido satisfeito ecoou dentro do meu próprio grito, avisando que havia chegado ao ponto máximo de prazer. me puxou para deitar em seu peitoral nu e passou o braço em volta de mim. Nossas respirações estavam descompassadas.
  — Tem certeza que não pode tirar o dia de folga? — sorriu.
  — Mas o senhor
  — Ele não vai se importar — sorriu — Pode confiar.
  — Ah, meu Deus o que você disse pra ele?
  — Calma não disse que queria transar com você — ele sorriu e notou meu alívio — Mas disse que precisava de um tempo com você e ele é homem e com certeza deduziu o que quis dizer com precisar passar um tempo com você.
  — Você me mata de vergonha, amor — sorri e ele me olhou surpreso — O quê foi?
  — Você me chamou de amor? — seus olhos brilhavam.
  — Não — sorri — Eu não te chamei de amor.
  — Sim, você chamou — seus lábios selaram os meus — E adivinha? Você também é meu amor.

   e eu estávamos na cama, enrolados nos lençóis e não queríamos nem sairíamos dali tão cedo. Conversamos, nos beijávamos, nos abraçávamos e ele era um idiota, mesmo porque nunca me imaginei pensando em um futuro com alguém e agora estou pensando nisso mais do que eu deveria.

Capítulo 17

Escrito por Larissa Nicolle Oliveira

document.write(Rangel) estava contente com minha desenvoltura com Pierre, e havia afirmado a mim que em breve me mandaria a Londres no intuito de fechar negócios com um importante negociante. Aparentemente meu trabalho havia agradado , ainda assim o homem não parecia exatamente em seu bom humor habitual. Na realidade, ele parecia pior, tanto é que havia voltado para casa tarde o suficiente para que meu único desejo fosse apenas deitar-me na cama e apagar. O trabalho acumulado, também não era pouco, mas aos poucos conseguia finalizá-lo suficientemente rápido de modo que pudesse respirar outra vez.
  Desde que voltei da França e me recepcionou de tal forma, pude notar que algumas coisas estavam tornando-se diferentes entre nós, a começar por seu comportamento. Não sei o que aconteceu no tempo em que estive fora, mas isto fora o suficiente para fazê-lo ao menos reconsiderar sua postura com relação a mim. Se eu confiava plenamente nele? Ainda era cedo para se dizer, mas acreditava ao menos em suas intenções. Ainda assim, ele havia usado meu ponto fraco contra eu mesma, usando-o como uma arma e isto ainda doía, conforme meus pensamentos acabavam por me arrastar a discussão. havia pedido desculpas, eu sabia disso, mas havia muito mais assuntos a serem resolvidos antes que pudesse reconsiderar a retomar alguma tentativa de relacionamento com . Na realidade, nossos problemas eram apenas um em especifico. Amber.
  Eu conhecia Amber tempo o suficiente para saber que ela não desistiria assim tão fácil do meu marido. Pior, eu conhecia tempo o suficiente para saber que ele, mulherengo como sempre foi, não iria resistir novamente à tentação caso ela aparecesse em sua frente com um vestido micro e um sorriso safado. Acima de tudo, sempre fomos amigos, e eu desejava tentar afastar os pensamentos que me assombravam nesses últimos tempos. Não negaria a essa altura. Eu estava apaixonada por meu melhor amigo. Pior, eu estava casada com meu melhor amigo. Ainda assim, ele sempre fora a única pessoa a quem eu poderia contar independentemente do que acontecesse. Uma espécie de porto seguro do qual, nesses últimos tempos havia aos poucos quebrado minha confiança.  Embora eu tivesse consciência de tal coisa, não podia evitar ficar hesitante. Ele já havia me magoado vezes antes, o que me certificava que ele não o faria novamente? E talvez, o que me certificava que desta vez não seria definitivo?
  Balanço a cabeça de forma negativa enquanto tento me concentrar nas pastas com os novos contratos dos quais o Sr. havia me entregado mais cedo, em uma tentativa frustrada de finalizar meu trabalho de uma vez por todas. Antes que eu possa terminar de ler o contrato, alguém bate na porta do escritório e logo identifico o rosto sério da secretária de . Ela abre um mínimo sorriso de canto, escorando-se brevemente na porta enquanto encarava-a com uma expressão normalmente profissional.
  – , o Sr. deseja falar com você. – Não posso evitar erguer uma sobrancelha confusa com tal coisa, uma vez em que estava trancado em sua sala fazia horas desde que iniciara meu trabalho.
  Abro um sorriso cordial assentindo em um sim rápido enquanto meus olhos voltam a se perder no contrato aberto em minhas mãos.
  – Tudo bem, eu já estou indo. – Ela estala os lábios aparentando estar impaciente, fazendo-me encará-la no mesmo segundo. Uni minhas sobrancelhas confusa com tal atitude uma vez que ela não costumava a aderir uma posição semelhante a tal quando me avisava algo que o Sr. desejava comigo. – Aconteceu alguma coisa?
  Ela comprimiu os lábios em uma fina linha rígida, endireitando os ombros enquanto exalava fortemente o ar que, para a minha surpresa, ela prendia outrora.
  – Ele desejava falar com você, agora, . – E com isso se retirou da sala. Comprimi meus lábios em uma fina linha rígida, inspirando profundamente enquanto sentia minha pulsação acelerar consideravelmente ao passo em que a ansiedade começava tomar conta de meu corpo. Engoli em seco enquanto deixava a sala na qual me encontrava encaminhando-me imediatamente na direção da sala de meu chefe.
  Milhares de pensamentos passavam em minha mente naquele momento. Imaginei que provavelmente poderia ser despedida naquele momento devido ao pedido de quando eu voltei da França, mas logo descartei tal ideia uma vez em que o Sr. havia concordado com tal coisa, o que para a minha surpresa aquilo fora incrivelmente imprevisto. Hesitante, bato na porta ouvindo, logo em seguida resmungar um “entre” alto o suficiente para que somente quem estivesse próximo da mesma pudesse ouvir. Inspiro fundo duas vezes, antes de abrir a porta e então adentrar na sala do meu chefe.
  Posso sentir meus olhos se arregalarem quando a linha de seu olhar é completamente direcionada a mim. Posso sentir o gelo escorrer por minha espinha e a tensão tomar conta da minha linguagem corporal, ainda assim mantenho uma expressão tranquila, suave, tentando demonstrar todo o meu profissionalismo naquele momento.
  – O senhor mandou-me chamar? – Indaguei sentindo uma pontada de irritação por meu tom de voz ter soando hesitante. Ele assente em um sim, rapidamente, e então indica na direção da cadeira a sua frente, indicando para que eu me sentasse ali. Imediatamente, obedeço a sua ordem silenciosa, comprimindo os lábios em uma fina linha rígida enquanto tentava aquietar minha impaciência, não consegui detê-la, quando me vi, já estava perguntando: – Alguma coisa aconteceu senhor? É sobre o que meu marido veio pedir a você, porque eu juro que eu não fazia ideia…
   solta uma risada baixa, recostando-se na cadeira estofada enquanto seu olhar tornava-se menos sério do que anteriormente. Posso sentir meus ombros relaxarem brevemente embora eu tivesse completa certeza que minha linguagem corporal permanecia tensa. Minha expressão denotava-se a ansiedade, e eu podia ter certeza que começaria a falar outra vez quando me interrompeu, com um suspiro pesado:
  – Ainda permanece tão ansiosa quanto anteriormente, ? – Refletiu ele com um meio sorriso preso em seu semblante outrora sério.
  Não posso evitar abrir um sorriso leve, dando de ombros singelamente enquanto preponderava por alguns segundos, soltando um suspiro baixo, reconhecendo o que meu chefe havia acabado de falar.
  – Alguns hábitos nunca mudam senhor – respondo franzindo o cenho enquanto dou de ombros diplomaticamente. Ele assente em um sim, concordando com o que havia acabado de falar, e então suspiro pesadamente, comprimindo os lábios em uma fina linha rígida. – Ainda assim, permaneço curiosa com relação a sua convocação.
   assentiu novamente em um sim, soltando um suspiro pesado enquanto parecia calcular mentalmente o que falaria seguir, soltando um suspiro pesado quando por fim seus pensamentos pareciam ter chegado a um consenso. Ele comprimiu os lábios em uma fina linha rígida, enquanto a linha de seu olhar tornava a fixar-se no meu rosto.
  – Tenho que admitir, você impressionou os acionistas, , estou verdadeiramente surpreso com tal coisa, embora eu nunca tenha desconfiado de suas capacidades – começou a dizer com um suspiro pesado. Uni minhas sobrancelhas, ainda confusa com o que ele estava dizendo, embora um pequeno sorriso começasse a se formar em meus lábios outrora cerrados. Ele soltou um suspiro pesado escapou por seus lábios. – Isso não significa que não tenha problemas com relação a isso.
  – Como assim, senhor ? O que está falando? – Não consigo refrear o impulso de indagá-lo.
   estala os lábios enquanto se inclina brevemente para frente, pegando uma pasta que se encontrava depositada em cima da mesa, ao seu lado esquerdo, e então de lá, ele retira uma espécie de envelope branco selado com o símbolo da empresa. Estreito meus olhos desconfiadas, tentando imaginar o que aquilo poderia significar. Se ele me demitisse eu juro que mataria , lentamente. Engoli em seco ao ver seus olhos repousarem em minha expressão desconfiada novamente.
  – Meus problemas estão apenas começando, , mas não se preocupe, eles não atingem você, de certo modo – estendeu-lhe o envelope na minha direção, que, ainda que permanecesse hesitante, o peguei, sentindo a textura grossa do papel por sobre as palmas da mão. Ele deixou um sorriso de canto surgir por seus lábios enquanto sua expressão tornava-se levemente atingida por uma mistura de lamento e insatisfação. – Eu recebi esta carta ontem. Os acionistas estão querendo abrir uma filial de nossa empresa em Miami. Devido a sua desenvoltura na França, eles fizeram uma proposta a qual eu deveria repassar a você.
  – E que proposta seria essa, ? – Indaguei sentindo uma nota levemente tensa escapar por meu tom de voz calmo e concentrado. Meus olhos fixaram-se imediatamente no rosto de , esperando por uma resposta a minha pergunta.
  – Eles querem você na nossa filial em Miami. – Assim que as palavras deixaram a boca de meu chefe, minha expressão deixou claramente evidente a surpresa que me atingiu. Ao ver que permanecia em silencio, senhor soltou uma risada baixa, tornando a pronunciar-se outra vez: – Se aceitar tal proposta, , irá ter que mudar-se para lá. De vez em quando precisaremos de sua presença aqui, uma vez que nossa sede é São Paulo, mas ainda assim, é uma grande oferta a qual está sendo oferecida, e acima de tudo, uma proposta delicada. Sei que sua situação pode tornar-se complicada devido ao seu marido, então, sugiro que não tarde a conversar com ele. Preciso de uma resposta o quanto antes.
  Pisquei surpresa com o que havia acabado de ouvir. Ainda estava em um choque gritante quando finalmente pisquei. Encarei o envelope em minhas mãos, perplexa com o que eu havia acabado de ouvir vindo da boca de meu chefe. Engulo em seco por alguns segundos presa em meus próprios pensamentos, tentando imaginar qual seria a decisão mais viável a ser tomada naquele momento. É claro, eu podia recusá-la e voltar a uma vida completamente normal. Não era necessário ir para Miami, eu tinha uma vida estável aqui, e estava acostumado com nossa rotina aqui. Era um passo grande, talvez grande demais que eu poderia dar naquele momento. Era uma oportunidade única, estava pronta para negar tal proposta quando me encarou com uma atenção intensa.
  – Antes de me dar uma resposta definitiva, , peço que pense nisso. Converse com o seu marido primeiro – disse lentamente de forma que suas próprias palavras mantivessem um tom firme, porém havia uma nota clara de cautela presente nas mesmas que me surpreendeu. – Acima de tudo, pense em sua carreira. Sei que se importa tanto com seu marido quanto eu imagino, no entanto, ainda assim, esta é sua vida. Considere minhas palavras.
  Assenti em um sim, abrindo um sorriso enquanto sussurrava um obrigado baixo. Ele soltou logo em seguida um “volte ao trabalho agora, ” e sem hesitar mais, encaminhei-me na direção da minha sala. Minha expressão não podia denotar ainda mais a confusão que sentia naquele momento. Mas uma coisa eu tinha certeza, aquela proposta não era para mim. Eu não precisava aceitá-la. e eu estávamos tentando nos acertar, e quem sabe, sem o fantasma de certa pessoa nos rondando, talvez, pela primeira vez em todo esse tempo, a gente conseguisse tentar de verdade ter um relacionamento. Surpreendo-me com o que acabei de pensar, imaginando quanta mudança já não havia passado desde que bolou esse plano maluco apenas para livrar-se da cobrança, assim como eu também. Éramos culpados por mentir, mas naquele momento, eu não sabia mais diferenciar onde a mentira acabava e a verdade começava, mas de uma coisa eu sabia. Isso era real. Estava acontecendo. E eu estava adorando.
  O resto do dia praticamente se arrastou. A pilha de contratos a serem revisto foi lentamente vencida muito embora ainda alguns arquivos da empresa tivessem ficado sem alguma avaliação. Com um suspiro pesado, termino de arrumar minhas coisas quando sinto meu celular vibrar. É uma mensagem.
  Venha para casa assim que puder. Estarei te esperando. Xx seu marido maravilhoso.
  Não posso evitar o impulso de revirar os olhos ao ler tal coisa, muito embora um sorriso largo começasse a surgir por meus lábios. Não demoro muito mais em arrumar minhas coisas e então me encaminho para a saída. Milhares de coisas passam em minha mente enquanto faço o mesmo trajeto de todos os dias. Não sei ao certo como sentir-me com relação a proposta, mas tenho certeza que irei recusá-la. Devidamente, Sr. irá encontrar alguém muito melhor do que eu para representá-los em Miami.
  A brisa suave atinge meu rosto com uma suavidade que ameniza meus pensamentos, enquanto espero ansiosamente um taxi qualquer parar. Estou tão presa em pensamentos que nem ao menos percebo quando uma pessoa aproxima-se de mim. Ela toca meu ombro, me fazendo saltar com a surpresa de tal coisa, e então me virar na direção da mesma com uma expressão confusa e surpresa. Minha expressão demonstra o completo choque assim que meus olhos encontram os dela. Ela mantém uma expressão cínica, muito embora um sorriso de canto surja por seus lábios ao fitar meu semblante. Posso sentir a irritação começar atingir-me lentamente, percorrendo por minhas veias como um veneno intenso, atordoando-me brevemente. Simplesmente, no entanto, não posso acreditar em que encontra-se a minha frente.
  – , acho que precisamos conversar. Agora. – Seu tom é autoritário, mas a inquietação em minha mente é maior, porque quem estava em minha frente não era simplesmente uma garota qualquer. Era um fantasma. Era Amber.

Capítulo 18

Escrito por Larissa Nicolle Oliveira

  Eu não podia acreditar no que estava acontecendo. Posso sentir toda a raiva começar a atingir-me enquanto a observo para em minha frente, e imagino o que aconteceria se eu a atingisse bem no rosto com um soco. Não que eu fosse alguém que chegava a este ponto, pelo contrario, eu acreditava que para qualquer conflito poderíamos resolvê-lo com um dialogo, no entanto, encarar o rosto de Amber era mais do que meu lado racional poderia aguentar. Ouvi-la me chamar pelo meu apelido, fez com que meu estomago dessas cambalhotas e o gosto de bile atingisse meus lábios. Ainda assim, forço-me a permanecer inexpressível, como se a presença da outra não me incomodasse em nenhum momento.
  – Não tenho nada para falar com você – respondo com um tom levemente ríspido. Amber nota meu tom de voz, e vejo seu sorriso de canto crescer enquanto seus olhos desviam do meu rosto brevemente, antes de voltar a me encarar. Não consigo evitar abrir um sorriso irônico em meu semblante, dando de ombros singelamente. – Tudo bem, bom dia para você. Se é que isso é possível.
  Sem esperar por uma replica vindo da parte dela, disparo pela calçada, ignorando o taxi que havia acabado de parar ao meu lado, ignorando os gritos em forma de protesto do motorista, ou até mesmo de Amber. Desviou de duas pessoas seguidas, dando passadas largas o suficiente para estar quase correndo. Os saltos machucam meus pés, mas isto é o de menos, ignoro o incomodo em meus pés, concentrando-me apenas em conseguir me distanciar o máximo possível daquela garota.
  – Tudo bem, eu não esperava que você corresse tão rápido quanto isso com saltos – a voz de Amber me desperta dos meus próprios pensamentos. Lutou contra o impulso de soltar uma exclamação alta ao ouvir sua voz, enquanto sinto meu corpo inteiro se tencionar. Eu quero bater nela. Eu quero esfregar o rosto dessa cadela no asfalto. Mas, de todos os pensamentos em que me pego bolando um ataque contra a outra, não faço nada. Em vez disso, paro de andar, e viro meu rosto lentamente na direção do de Amber, observando-a me encarar com uma expressão que evidenciava surpresa e uma mistura de deboche. Viro meu rosto tão lentamente, que me imagino que aquela ação seria digna do filme O Exorcista. – Estou falando sério, , precisamos conversar.
  Pisco surpresa com o tom autoritário que ela utiliza-se novamente comigo, e preciso contar até dez para que não execute meus pensamentos mais satisfatórios em atingi-la e esfregar seu rosto cínico contra o asfalto. Sinto as palmas das minhas mãos coçarem em um pedido involuntário para que acate tal pensamento, mas me controlo. Abri um sorriso irônico, encarando-a como se ela não passasse de um verme que, acidentalmente havia criado vida. Ela se tenciona ao ver minha mudança súbita de atitude, e posso ver o inicio de uma raiva intensa surgir por sua expressão.
  – Em primeiro lugar, não estou reconhecendo qual o motivo que a faz pensar que pode ter algum tipo de autoridade sobre mim. Em segundo lugar, acredito que seja difícil para você entender isso, mas eu não tenho nada para falar com você. – Estou prestes a me virar e disparar novamente pela calçada lotada de paulistanos apressados e impacientes, quando ela agarra meu braço direito, impedindo-me de ir embora. Imediatamente me solto de seu toque, voltando-me em sua direção com um olhar mortal preso em meu semblante. Posso sentir minha respiração alta e inconstante. A raiva queimando por cada centímetro de meu corpo, enquanto aos poucos meu autocontrole começa a se esvair.
  Amber me encara com uma expressão séria, quase solene, o que me envia uma nova onda de sentimentos. Uma mistura de raiva e alerta começa a atingir meu corpo. Minha mente pisca em um tom vermelho, mas ignoro, sabendo que o que quer que Amber queira dizer não pode ser nada tão significativo quanto parece. Amber, no fundo, gosta apenas de um bom espetáculo. Nada mais, nada menos que isso. Caso o contrario, ela não viria atrás de mim toda vez em que tinha estado atrás dela. Pensar naquilo me fez sentir como se estivesse prestes a desabar em um abismo. Imaginei se havia se encontrado com ela novamente. Isso, apesar de tudo, não me surpreendeu, como costumava fazer. Percebo com assombro, que acabei me habituando a tal coisa.
  – É sobre , – Amber solta lentamente, como se tentasse mostrar a mim o quanto ela se incomodava em falar algo relacionado a ele para mim, muito embora eu tivesse certeza que sua situação fosse completamente oposta à imagem que ela tentava me passar. Comprimo meus lábios em uma fina linha rígida, revirando os olhos.
  – E quando não é, Amber? Sinceramente, não estou nem um pouco a fim de ouvir o que você tem a me dizer.
  Amber então perde a paciência com minha postura cansada, e me encara com uma expressão completamente inesperada. Ela está assustada. Isto se mostra evidente em seu rosto, e posso sentir um soco invisível atingir meu estomago. Aos poucos, mentalmente, me imagino cada vez mais próxima do abismo que se abre a minha frente. Luto contra o impulso de engolir em seco, mas o movimento é involuntário.
  – Eu estou grávida, – afirma Amber. Congelo no mesmo segundo e encaro-a com uma expressão completamente vazia. Não consigo respirar. Meus pensamentos dispararam cada vez mais rápido, enquanto uma parte de mim imagina que ela só poderia estar brincando comigo. A negação é a primeira coisa que me atinge no calor do momento. Amber percebe tal coisa em minha expressão, pois, meio aérea eu acabo soltando uma risada baixa, antes de voltar a ficar séria. Eu sei o que ela vai dizer antes mesmos das palavras escaparem de sua boca. – E o pai é o .
  Eu caio dentro do abismo mental. Posso sentir aos poucos as coisas ao meu redor começarem a girar, enquanto tento me estabilizar mentalmente. Eu quero atingi-la. Não, não era isso que eu desejava fazer naquele momento. não poderia ser tão burro a esse ponto. Não depois de tudo. Não depois… inspiro ruidosamente, ignorando completamente a expressão de Amber. Não sou capaz nem de ao menos enxergá-la em minha frente. Exalo o ar com dificuldade, como se meus pulmões estivessem sendo fortemente comprimindo contra minha caixa torácica. Por alguns segundos deixo que a voz dela inunde meus ouvidos, muito embora eu não tivesse consciência alguma de suas palavras. Eu podia ouvir o “foi um acidente” e um “obviamente você já deveria esperar por isso”. Não pude conter a raiva quando ela soltou sempre esteve livre para tomar suas decisões, a culpa não é minha”. Não consigo nem ao menos pensar.
  Quando dou por mim, já estou agindo. Fecho as mãos em dois punhos cerrados, ignorando o fato de que Amber acabara de me revelar. Não, eu não sou um monstro. Não, não vou esfregar o rosto dessa vadia no chão. Se ela está dizendo a verdade, ou não, não cabe a eu dizer, mas ela não irá morrer se atingi-la, não? O estalo alto de minha mão contra o rosto de Amber ecoa pela rua, fazendo algumas pessoas soltarem exclamações altas ao presenciar tal cena. Eu as ignoro completamente. Não estou nem ai para o que quer que estes pensem. Não no momento.  Amber solta um gritinho agudo enquanto sente seu rosto ser lançado para o lado. Minhas juntas doem por tê-la acertado, mas ignoro completamente.
  Meus olhos encontram com os seus, e por um segundo prendo-a em um olhar vazio, inexpressivo. Posso vê-la se tencionar ao me encarar, e sei que estou muito, muito próxima da zona de descontrole. Vejo em seus olhos que estou alterada, mas ignoro qualquer coisa que não seja a vadia em minha frente. Meu tom de voz sai quase robótico quando volto a me pronunciar:
  – Isso não é um problema meu, Amber.
  Não espero por uma replica vinda dela novamente. Com um movimento rápido eu volto a andar, acenando para o primeiro taxi que eu vi na rua, vendo o mesmo parar ao meu lado. Fecho a porta, tomando cuidado para não usar força demais e denotar meu estado de espírito, enquanto digo ao motorista o meu endereço. Posso sentir meu celular vibrar no bolso de meu casaco. Ignoro completamente. Deveria ser . Provavelmente mais promessas dos quais eu não queria mais ouvir.
  Estou tão absorta em pensamentos que sequer tenho consciência de todo o caminho que percorremos. Meus pensamentos estão longe demais para que eu sequer me de ao luxo de torná-los a trazer para realidade. Apesar de tudo, noto surpresa, internamente não me era uma surpresa que pudesse voltar a dormir com Amber. Ele já havia feito isso antes. Eu conhecia meu marido… ou melhor, meu melhor amigo. Eu sabia que ele poderia ser muitas coisas, até mesmo irresponsável às vezes, mas me negava a acreditar que ele poderia se meter em um problema como este. E o pior era que, em nenhum momento havia pensado em mim.
  Eu já vira muitas faces de . O meu melhor amigo. O homem que sempre esteve ao meu lado, independentemente do que estivesse acontecendo. O meu confidente. O marido ciumento. O marido apaixonado. O meu parceiro. E, apesar de tudo, de todas as suas faces, de todas as suas atitudes divergentes, de repente eu percebo que ele nunca pensou em mim. Não diretamente. Nos havíamos nos casados de modo que eu pudesse manter meu emprego, uma vez em que a cobrança de minha parte e da parte de eram extremas, que, para se assumir um papel sério, era necessário ser alguém sério. Ele tinha que assumir a empresa. Ele teria algum tipo de vantagem nesse plano maluco, uma vez em que foi ele mesmo que o criara. Mesmo depois de Las Vegas. Mesmo depois de tudo, ele ainda se encontrava com mulheres. Sua vida permanecia inalterada. Mas a minha não. A minha havia mudado.
  Relutei muito em admitir a mim mesma, mas só estava tentando esconder o que era obvio. Eu amava . Não diretamente, quando nos conhecemos. Éramos amigos, sempre fomos amigos. E isto tudo era pior de tudo. Meu melhor amigo me conhecia perfeitamente.  Meu melhor amigo sabia tudo sobre mim. E eu havia me apaixonado por ele nesse período de tempo. Não o via mais como o irritantemente idiota. Não o via mais como simplesmente . O via agora como , meu marido. Minha vida toda havia sido de repente mudada quando dissemos sim um para o outro. Eu havia me comprometido com ele, mas me comprometi sozinha. 
  De repente não é raiva que eu sinto. Nem por Amber. Nem por . Eu me sinto vazia, mas acima de tudo, me sinto decepcionada. Não por ou por Amber. Não por tudo o que eles já haviam me feito passar. Sinto-me decepcionada comigo mesma. Por ter acreditado que talvez, pudesse me corresponder de alguma forma. E talvez ele o fizesse, mas eu nunca passaria de apenas mais uma em suas mãos. Eu o amava. Isso não significava que eu seria a única dele.  Sinto-me decepcionada por ter esperado algo diferente do quer eu já deveria esperar do meu melhor amigo. Eu o conhecia há anos. Eu já deveria esperar que essa historia jamais acabaria bem, mas mesmo assim acabei me iludindo. Em um primeiro momento por achar que nenhum de nós iria se envolver de tal modo. Viveríamos uma vida de casal, uma fachada teatral até que ambos estivessem estabilizados o suficiente para que o casamento não fosse mais um empecilho em nossos caminhos. Não teríamos compromisso com o outro. Nos enganamos feio nessa parte. Em um segundo momento por acreditar que talvez isto, esse plano todo de sermos um casal, fosse dar certo. Era obvio que não. Meus instintos me diziam avidamente que isso já era de se esperar, então porque eu ignorei todos os avisos?
  Simples. Porque eu o amava. Eu amava . De um modo que eu nunca havia gostado de alguém. Mas era somente eu. nunca havia pensando em mim, e por mais que ele tivesse sido bom em alguns poucos momentos de nossa historia, podia enxergar seu egoísmo, e ainda mais o meu, por ter aceitado tal ideia. No fundo, não era apenas o culpado. Eu também era. Mas agora era tarde demais, afinal? Parte de minha mente lutava em acreditar em Amber, eu sabia que ela provavelmente estaria mentindo. Amber era desse tipo de mulher que não aceitava perder. Elas não se relacionavam com homem por amá-los. Se relacionavam com eles para mostrar o quão superior poderiam ser. Para usá-los, e quando se cansarem poderem partir para o próximo. Amber era o tipo de mulher mais asquerosa que eu podia imaginar que existia, e ainda assim, minha decepção maior era .
  Por quantas vezes eu avisei a ele? Mesmo quando não éramos casados. Quantas vezes eu lhe falei que Amber não era aquilo que aparentava? Que Amber não prestava? E quantas mais vezes eu fui ignorada por ter dito algo como isso? Por quantas mais vezes ele voltou para os braços daquela megera mesmo depois de tempos terem se passado? Eu podia sentir o cansaço me dominar aos poucos. A fadiga deixando meu corpo enquanto o vazio começava a me tomar por completo. Nem presto atenção para quanto de dinheiro que dou para o motorista, mas este também não reclama, uma vez que seus olhos mostram-se preocupados para comigo.
  Não me despeço do motorista. Não comprimento o porteiro. Simplesmente vou ignorando completamente tudo o que está ao meu redor, me encaminhando para o numero de meu apartamento, sentindo-me tão vazia quanto alguém conseguiria naquele momento. Minha respiração permanecia regular, até mesmo calma. Meus batimentos cardíacos constantes e firmes. Nada em minha expressão havia se alterado, mas meus olhos estavam opacos. Longínquos. Se alguém que não me conhecia podia saber que algo estava errado, me perguntei internamente o que aconteceria quando me visse desse jeito.
  Afasto tal pensamento após ter trancado a porta, sabendo que deveria estar me esperando em algum lugar no cômodo daquela casa. Estou prestes a me virar quando alguém me abraça por trás com força. . Ele beija a lateral de meu pescoço, e por um segundo desejo esquecer tudo, mas não consigo.
  – Estava aguardando-a ansiosamente, Sra. – ele sussurrou em meu ouvido. Seus lábios roçando minha orelha lentamente, antes dele morder o lóbulo da mesma. Posso sentir minha pele se arrepiar, e me pergunto internamente se deveria tomar uma atitude logo ou se poderia deixar para mais tarde. Então eu me lembro de Amber, e abruptamente me afasto de , encaminhando-me na direção de onde as bebidas de mantinham-se guardadas. Ele está ao meu encalço. – Ei, , tudo bem? O que aconteceu?
  Eu não respondo. Apenas pego um copo que está disposto sobre o balcão e a primeira bebida que encontro, despejando-a no copo e ignorando meu marido completamente. Posso sentir o liquido aquecer minha garganta com brutalidade, quando sinto segurar meu braço. Eu me viro lentamente na direção dele, fitando-o como se não o conhecesse mais. E de fato, não o conhecia. Ele era lindo. Mesmo com os cabelos desalinhados e a expressão de cansaço. Eu havia aprendido a admirar essa beleza. Eu havia aprendido a amar meu melhor amigo. Mas isso nunca havia sido o suficiente.
  – , o que aconteceu? – Indagou com um tom de voz sério. Preocupado. Tento afastar seu toque de mim, mas ele é mais rápido e consegue me segurar pelos dois braços. Eu o encaro, inexpressiva dando de ombros singelamente.
  – Amber, aconteceu, , mas eu já deveria esperar por isso – eu respondo lentamente, observando a expressão dele mostrar-se em uma mistura de surpresa e confusão. Surpresa por chamá-lo pelo nome inteiro, sem estar fazendo alguma piada ou simplesmente tentando provocá-lo. Surpresa por ele notar meu tom quase robótico. Confusão, por não saber exatamente o que aquilo pode significar. Eu o encaro com atenção antes de voltar a me pronunciar. – Eu já deveria esperar por algo do tipo vindo de você.
   uniu as sobrancelhas inclinando-se em minha direção de modo que pudesse enxergar-me com atenção.
  – Do que está falando, , faz meses que não falo com Amber – replica, mas eu ignoro completamente o que ele fala.
  – Amber está grávida, – respondo calmamente. exala surpreso. – E o filho, aparentemente, é seu.

Capítulo 19

Escrito por Bekah Malta

  - O quê? – parecia surpreso e chocado.
  - Agora vai fingir que não sabia, ? Agora vai falar que não é o pai? Qual a desculpa que você vai dar? – perguntei cruzando os braços e tentando controlar a raiva, mas eu queria mesmo era quebrar alguma coisa na cabeça dele.
  - Eu não...
  - Quer saber, , eu não quero ouvir nada. – eu comecei a lutar conta a vontade de chorar, segurando as lagrimas para que não descessem por minhas bochechas, mas estava ficando cada vez mais complicado de resistir.
  - Deixa eu explicar, ou tentar, . – seus olhar implorava, mas eu estava tão exausta.
  - Sabe qual é o meu maior problema, ? É confiar e acreditar, me iludir, achando que tudo tinha ficado melhor, mas eu só sei me enganar. – eu já não conseguia mais conter as lágrimas.
  - , você é o meu amor.
  - Não me chame de amor, , por favor, não mais. Eu acreditei em você.
  - Então acredite agora...
  - Não ! Por favor, me poupe de ouvir mais coisas, eu estou exausta.
  - , a gente precisa conversar.
  - Mas não agora , eu só preciso de um bom banho e descanso.
  - , por favor, me ouve.
  - Não , eu deveria saber que tudo estava bom demais para ser verdade. Mas no fundo eu sempre soube que você continuava o mesmo de sempre, eu só não queria dar ouvidos a isso.
  Não esperei uma resposta dele, até porque eu não queria ouvir nada vindo dele naquele momento eu só queria sentar e chorar por ter sido tão idiota.

  Fui para o quarto, me sentei no pé da minha cama e enquanto eu tirava meus sapatos, lembrava os momentos maravilhoso que havia passado com ; eu pensei, sim, que tudo pudesse ser diferente. Não posso me culpar em acreditar em mudança nas pessoas, isso pode ser considerado bom ou ruim, acho que para mim ruim, porque eu acreditei em e olha o que acabou acontecendo.
  Eu não tinha decidido o que iria acontecer depois, o baque da notícia de que Amber estava gravida foi tão forte que me deixou arrasa, desnorteada, frustrada e tantas outras coisas, que eu não pude/consegui pensar em como será dali para frente, e eu não iria pensar ainda, eu só queria descarregar toda aquela frustração, trancada em meu quarto, sozinha, como eu estava me sentindo desde a notícia.

  Tirei minhas roupas, soltei meu cabelo; com a banheira cheia de água quente, entrei na água e me permiti dar uma relaxada, mas meus problemas não sumiriam assim tão fácil como eu gostaria.
  Mergulhei toda dentro da banheira e, com os olhos abertos debaixo d’água, eu fitava o teto turvo do banheiro, ficava relembrando de cada segundo do meu dia, de tudo o que tinha acontecido de bom e de ruim.
  Ao tirar a cabeça de dentro da água da banheira, fiquei sentada com a cabeça baixa sobre meus braços, que estavam cruzados sobre meus joelhos.
  E então deixei o choro me levar, chorei, mas chorei de soluçar, me permiti chorar por tudo, eu não podia, eu não conseguia ser forte o tempo todo, ainda mais ao saber que meu melhor amigo, meu marido, iria ser pai do filho de uma mulher que eu desprezava, era difícil de acreditar, eu me recusava a acreditar nisso. Eu desejava tanto estar em um pesadelo, que ao acordar eu encontraria meu marido ao meu lado da cama, me observado dormir, enquanto tinha um lindo sorriso no rosto e eu me sentiria a mulher mais feliz e mais desejada do mundo, desejava pelo , apenas por ele. E então eu não teria que me preocupar com o que seria de nos dois depois.
  Mas a realidade me atingiu de jeito, mesmo com tudo aquilo eu ainda conseguia sonhar com momentos felizes com , como a realidade era tão cruel, por que tinha que ser tão cruel?

  Assim que parei de chorar e me acalmei e vi que minha realidade não mudaria em nada, e sim poderia piorar daqui para frente, piorar o que já estava pior. Saí da banheira e coloquei uma roupa confortável, mesmo sem coragem, principalmente por ter que encontrar , eu fui rumo a cozinha, meu estomago reclamava por comida.
  Eu estava passando pela sala e de relance vi sentado no sofá, a televisão estava ligada, mas ele parecia absorto em pensamentos, ele não prestava atenção em nada do que era mostrado ou dito na televisão, ele me viu, me observou adentrar na cozinha, mas não disse nada, muito menos me seguiu até o cômodo.
  Eu precisava de espaço, eu precisava pensar, por mais que eu não quisesse, por mais que meu desejo era ignorar toda aquela história de gravidez da Amber e me refugiar nos braços de , mas eu não podia fazer aquilo, eu não conseguia ignorar tudo aquilo, eu precisava pensar em como seria depois.
  Peguei as coisas na cozinha e fui novamente para o quarto, novamente me observou ir e não disse nada, muito menos me seguiu, de fato tínhamos muito o que conversar, ele tinha muito o que me explicar, mas não era o momento certo para aquilo, eu tinha que colocar a cabeça no lugar e não fazer uma besteira.
  Retornei para meu quarto e me sentei na cama, ligando a televisão em canal de filmes, mesmo que aquilo não me distrairia nem por um momento.
  Assim que terminei de comer, me esparramei na cama e fiquei ali até a hora do jantar.

  Com muito sacrifício e sem nenhuma vontade, me levantei da cama e fui para a cozinha; continuava na sala, mas dessa vez ele estava deitado no sofá e encarava o teto, pareceu nem ter notado minha presença por ali e eu preferi que tivesse sido assim mesmo.
  Fiquei por um tempo encarando a geladeira e os armários à procura de alguma inspiração e alguma ideia do que fazer para o jantar, foi então que o básico apareceu em minha mente.
  Não demorou muito o jantar estava pronto, arrumei a mesa e voltei a sala, continuava na mesma posição de antes.
  - , está pronto o jantar. – ele se mexeu e foi então que eu soube que ele havia notado minha presença naquele momento.
  - Estou indo.
  Me sentei em uma ponta da mesa e na outra ponta, nos olhamos por uns segundos e eu logo desviei o olhar, prestando atenção apenas na comida.

  Terminamos de jantar e nenhum dos dois rompeu o silêncio que havia se instalado desde que começamos a comer. Tínhamos tanto para falar, muitas explicações, mas nenhum dos dois se manifestava. encarava seu prato vazio e eu encarava a rua escura e meio deserta pela janela da sala de jantar.
  - , precisamos conversar de uma vez por todas. – rompi o silêncio.
  Ele me olhou e respirou fundo, seria melhor resolver tudo aquilo de uma vez por todas, não adiantaria adiar por muito tempo. Quanto mais rápido resolvessemos como seria dali para frente, melhor seria.

Capítulo 20

Escrito por Bekah Malta

  - Eu não sou o pai da criança, .
  - Como não, ? Assuma logo, será melhor para todos, dolorido, mas será. Chega de mentiras, . Por favor.
  - Não estou mentindo, e nem tudo foi uma mentira como você pensa, .
  - Claro que foi, mas eu não culpo só a você, eu culpo a mim também, por ter acreditado.
  - , me escuta. – ele se levantou da cadeira em que estava sentado, na ponta da mesa. E se aproximou de mim na outra ponta. – Eu estou falando a verdade, eu te amo , de verdade.
  - Não sei se consigo voltar a acreditar em você. – meus olhos inundaram, mas tentei segurar as lágrimas.
  - Então todos os dias da minha vida farei de tudo para que você volte a confiar em mim.
  - Não sei se terá outra chance, .
  - Por favor, , mais uma chance é tudo o que te peço.
  - Por que ela inventaria que aquele filho é seu ?
  - Porque a felicidade de muitos incomoda muitas pessoas, e ela é uma dessas pessoas. Ela tinha raiva e inveja da nossa felicidade, então tentou acabar com ela.
  - Eu acho que ela conseguiu, . – sussurrei e uma lagrima desceu por minhas bochechas.
  - Não, ela não conseguiu. Eu te amo demais, , e não vou te perde amor.
  - Eu também te amo, .
  Delicadamente ele me puxou para mais perto de seu rosto e me beijou. Naquele beijo continha todo amor, paixão e carinho que sentíamos um pelo outro. Muitos e muitos sentimentos.

  Todas as pessoas que entravam ali no quarto de hotel, onde eu me arrumava, me elogiavam dizendo o quão linda eu estava, e que eu era a noiva mais linda e maravilhosa desse mundo.
  Pois é, eu e estávamos reafirmando os votos de casamento, e daquela vez era para valer.
  Eu estava mais nervosa que nunca, minhas mãos suavam e eu tremia de leve, a expectativa era grande, pois tinha que sair tudo perfeito, tudo como o planejado, eu estava nervosa, mas mesmo assim confiava na organizadora, do meu casamento, sei que ela faria que aquele dia se tornasse o mais feliz da minha vida.
  Meu vestido era branco, decote canoa com manga ¾, com renda e a saia era volumosa e lisa.
  Quando fui escolher o vestido (novamente), assim que entrei na loja bati meus olhos nele e eu já soube que seria aquele, me apaixonei pelo vestido à primeira vista.

  Quando já estava todos prontos era a hora de descer, o casamento aconteceria no jardim do hotel, que eu também havia me encantado à primeira vista, eu e que havíamos escolhido o local, bastou um olhar para o outro para saber que seria ali, onde a cerimonia iria acontecer.
  Eu estava prestes a entrar e o nervosismo era ainda maior, por um momento cheguei a pensar que havia desistido ou desistiria de tudo, alegando que aquilo era um grande erro, e que ele havia confundido as coisas, pensando me amar, quando na verdade não amava.
  Mas deixei toda aquela paranoia de lado quando escutei a original marcha nupcial, e em seguida a organizadora da festa me chamando, dizendo com um grande sorriso no rosto que era a minha hora de entra, que era hora de encontrar minha pessoa amada, no altar.
  Todos os meus medos foram embora quando encontrei na frente do altar, me olhando com carinho e emoção, e um grande sorriso no rosto, aquilo aquecia meu coração inquieto pela felicidade e me dava ainda mais a certeza de que eu estava fazendo a coisa certa.
  Meus olhos se inundaram, mas aquelas lagrimas não eram de tristeza, e sim de completa alegria.

  A cerimônia foi correndo bem, uma lágrima aqui e outra ali escapava de meus olhos, e na hora dos votos o coração bateu ainda mais forte.
  Ficamos um de frente para o outro, e começou primeiro a falar seus votos:
  - Estava me lembrando de como tudo começou, da felicidade que tivemos juntos, todos os momentos simples, mas que se eternizarão em nossas memorias, de todos os obstáculos que enfrentamos. E a cada dia e de uma forma diferente, meu amor por você só aumentava. Te amei quando você sorriu , te amei quando você me mostrou como viver melhor, te amei e sempre vou te amar.
  As lagrimas não paravam de descer por minhas bochechas, e meu coração parecia que iria explodir de tanta felicidade.
  Pensei que não conseguiria falar, quando o pastor colocou o microfone próximo a mim, mas respirei fundo e tentei manter a voz:
  - Agradeço todos os dias a Deus e ao destino pelo nosso encontro a uns anos atrás. Eu prometo te amar pelo resto da minha vida, te respeitar e cuidar de você. Nunca deixarei faltar um dia de alegria, e nunca deixarei faltar amor.
  Assim que trocamos as alianças voltamos a nossa atenção ao padre, que disse:
  - Eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.
  E então me beijou
  Saímos dali debaixo da famosa chuva de arroz.
  Demoramos um pouco para chegar até o salão onde ocorria a festa de comemoração do casamento, pois estávamos tirando fotos.
  E quando finalmente chegamos ao salão, fomos recebidos com muito barulho pelos convidados, primeiramente dançamos apenas eu e meu marido, e em seguida fomos cumprimentar os convidados e tirar mais fotos. Aproveitamos muito a festa.

  Na lua de mel, quando chegamos no hotel, me abraçou por um momento sussurrando um “eu te amo” em meu ouvido, fazendo um arrepio subir até minha nuca e mais uma vez meu coração se aquecer. Em seguida me virei para ele e o beijei, aos poucos ele foi me ajudando a retirar meu vestido, e eu sua camisa e calça social.
   ficou babando em minha lingerie que eu havia comprado pois sabia que ele iria adorar, e ainda bem que eu tinha acertado.
  Com calma ele me levou até a cama e me deitou ali, para então se deitar também sobre mim, e começar depositava beijos molhados por meu pescoço e sua mão passeava por minhas pernas, me fazendo o desejar ainda mais.
  Logo nossas roupas intimas estavam espalhadas pelo chão do quarto, nossos corpos colados entre os lençóis brancos, e gemidos baixos preenchendo o ambiente.
  Novamente eu estava me entregando a , mas daquela vez eu sentia como se fizéssemos aquilo pela primeira vez e para sempre.
  Nós nos amamos a noite inteira e eu soube que, finalmente, meu feliz para sempre havia chegado.

FIM