Losing Game

Escrito por Joice Souza | Revisado por Natashia Kitamura

Tamanho da fonte: |


Música: Young, Wild and Free, por Snoop Dogg & Wiz Khalifa ft. Bruno Mars

  - Sim, Dave. Já entendi, dois sete.
  - Isso! Preciso desse dinheiro para segunda até à meia noite. Não me decepcione, flor.
  Dave, meu pai, mas não o considerava como um. Porque? Desde quando um cara qu me culpa por ter perdido toda sua sorte, me jogado para fora da minha própria casa após a morte da minha mãe, e ainda sim vir procurar algum tipo de ajuda comigo, a filha que ele mais odeia, por ser chamada de pai?
  - Tá, Dave. Até depois, e não me interrompa pra nada. A não ser que você não precise desse dinheiro. - desliguei o telefone sem esperar sua resposta.
  Por mais que eu não quisesse ver Dave na minha frente nvovamente tão cedo, sei que isso um dia teria que acontecer. E esse dia chegou. Mas bem que poderia ser melhor – um dia lindo de domingo, em um parque onde ele nem me reconheceria; ou estaria fingindo que não me viu. Mas não, ele tinha que descobrir meu número e me ligar para pedir uma forcinha. “Flor, preciso de sua ajuda. Estou devendo uma grana para o Simon. Dois sete.”
  - Ok, vou arrumar as malas. – murmurrei observando as fotos grudadas no mural que tinha no meu quarto.
  Depois de alguns segundos, acrescentei:
  - Vou para Vegas!
  Joguei as minhas melhores roupas organizadamente dentro da mala, esperando que meu pai me ligasse em poucos minutos e dicesse que tudo isso não pasas de uma brincadeira de mal gosto; que eu não preciso ir para Vegas, reviver minha vida inutil novamente.
  Já a caminho do aeroporto, liguei para minha colega de apartamento.
  - Mare?
  Escute um gemido.
  - Bom, só liguei para avisar que estou indo para Vegas. Na segunda eu volto, não se preocupe comigo.
  - O qu…
  Desliguei!

  - Senhorita, nosso voo já pousou. Convido-a a se retirar do avião.
  - Ah, obrigada. – passei a mão pelo rosto. Dormir durante toda a viagem.
  Na ala de desembarque, peguei minha única mala e sai a procura de um taxi para me levar até um hotel relativamente barato no qual eu poderia passar meu fim de semana especial em Vegas. Vagamos por várias ruas daquele lugar, e em cada uma delas, uma lembrança diferente invadia minha memória. Quando meu pai perdeu sua primeira partida. Quando minha mãe morreu na noite de 17 de agosto. Quando meu pai levou para casa a primeira prostituta de várias outras. Quando eu fui expulsa de casa. No dia que eu..
  - Senhorita, chegamos.
  Olhei para o prédio ao lado em que estavámos estacionados. Um lugarzinho simples, mas que parecia custar uma boa grana.
  - Tudo bem, muito obrigada.
  Joguei uma nota de cem no banco e desci do carro, puxando a mala sem olhar para trás.
  Quando entrei pelo quarto daquele lugar, entendi o porque de valer tão caro. Uma cama de casal coberta de panos brancos, havia um roupão ali encima. Havia uma televisão de 32’ colada na parede por meio de um suporte, um sofá de dois lugares deixava a sala inprovisada um pouco mais elegante.
  Me joguei na cama sentindo sua maciez, mas logo me lembrei do meu compromisso de hoje à noite. Olhei as horas, 5:47 pm. Eu tinha que ser rápida, tinha apenas uma hora e dez minutos para me arrumar, pedir um taxi e mentir para o segurança do Cassino, até fazer uma cena, para conseguir entrar no ambiente. Não perdendo tempo, abri minha mala, tirando de lá um vestido preto que tinha as costas nuas. Arranquei uma langeria também preta e corri para o banheiro do quarto.

  - Nossa, que gostosa! – sussurrei para eu mesma, olhando para o espelho.
  Peguei uma bolsa-carteira preta, colocando meu celular, meu cartão de crédito, identidade falsa, baton e, para caso eu precise, preservativo.
  Tranquei a porta do apartamento e chamei o elevador. Em menos de dois minutos estava dentro de um taxi, arquitetando um plano infalivel para ser posto em pratica quando eu chegasse no The Bellagio. Teria que entrar naquele lugar tão luxuoso e conseguir desesseis mil dolares.
  - Boa noite, senhorita. – disse seco o enorme segurança.
  - Boa noite. Eu quero entrar aí. – apontei com a cabeça para o interior do hotel.
  - Sua identidade, por favor. – esticou a mão na direção da minha.
  Sem relutar enteguei aquele documento falso para ele, que olhou e olhou, e olhou mais uma vez, procurando um único erro para que pudesse me entregar para a policia.
  - Tudo bem. Pode entrar.
  Abriu a porta para mim e eu, mais uma vez, estava presente naquele lugar. The Bellagio não era uma novidade na minha vida. Passei anos da minha vida não só aprendendo todas as regras, mas também à ganhar no Pôquer, Roleta, Craps, Blackjack e Bacará.
  Olhei em volta, observando todas aquelas máquinas e pensando em qual seria mais inteligente começar. Mas, pensando bem, não era somente aquelas máquinas que produziam dinheiro que me fazia ficar em extase, mas as pessoas ali presentes. Todos aqueles homens que necessitavam não só apenas de ganhar dinheiro, mas de gastar também. Precisavam de uma noite de puro sexo. Sexo selvagem. Mas, felizmente, ou não, não foi para isso que eu vim parar aqui. Olhei para baixo, observando setenta e cinco das minhas pernas desnudas e caminhei até uma mesa de Pôquer.
  - Posso me sentar aqui? – perguntei para os senhoras de certa idade ali sentados.
  - Fique a vontade, docinho. – disse um deles, dando uma piscadela em seguida. – Mas saiba que o valor apostado aqui é muito alto.
  - Eu aposto. Dinheiro não é problema para mim. – digo, tentando ser indiferente.   - Mesmo que esse valor seja setessentos dolares?
  - Não tem problema. – afirmei, já imaginando o dinheiro que iria perder só nessa mesa.
  - Ok então.
  Troquei meu dinheiro pelas fichas e coloquei o valor equivalente a setessentos dolares ali na mesa.
  Perdi as duas primeiras jogadas de proprosito, não queria que eles percebessem logo de cara que eu sabia jogar aquilo tão bem, mas já na terceria rodada tinha recuperado todo meu dinheiro e muito mais. Sete mil e oitocentos dolares.
  - Eu posso morrer hoje que morro sabendo que joguei Pôquer com uma das melhores jogadoras de Las Vegas. – disse um deles.
  - Perdi cinco mil dólares pra ela! – outro exclamou horrorizado.
  - Mas olha como ela é gostosa. Se ela quisesse outros cinco, eu daria como toda força possível.
  Me senti um lixo naquele momento. Sorrindo, me levantei da mesa.
  - Muito obrigada, meus caros. Se me dão licença, vou me divertir mais um pouco. – rodei a mesa, depositando um beijo no rosto de cada um. – Foi, com toda certeza, um prazer.
  Só daquela mesa eu sai com nove mil e duzentos dolares. Nada mal. E como eu ainda tinha a noite de domingo, resolvi parar por aqui, indo até o caixa e trocando minhas fichas por dinheiro. Dinheiro vivo.
  Quando eu caminhava até a saída daquele lugar, um homem muito bem vestido me para. Seu rosto era de um menino que tinha seus vinte e três anos, mas seu corpo era de um cara três anos mais velho.

  ’s Point of View
  Nunca, em toda minha vida, imaginei encontrar a moça mais linda de Vegas dentro de um Cassino. Por mais que esse fosse o lugar mais provável de encontrar uma mulher procurando um homem para satisfaze-la, esse não parecia o caso dela. Mas não custava nada tentar. Ainda mais quando seus amigos te desafiam a transar com ela.
  - O que essa bela garota faz dentro de um Cassino como esse? – perguntei olhando diretamente para seus seios. E que seios.
  - O mesmo que todo homem cafajeste faz, arranca dinheiro dos outros. – dei de ombros.
  - Não consigo acreditar que você esteja fazendo isso. - estiquei a mão em sua direção. – . .
  - , prazer.
  - O prazer é todo meu, garota. Já estava indo para casa?
  - Felizmente.
  - Nada disso! – puxei ela pela mão até chegarmos ao meu carro. – Nada disso. Hoje estou afim de conhecer alguém.
  - E eu estou afim de ir para casa.
  Ela saiu andando até o ponto de taxi na frente do Hotel sem olhar para trás. Assim que ela entrou dentro do carro e o deu partida, eu também fui. Precisava saber aonde ela morava.

  - Que hotelzinho mais fuleiro. É aqui onde ela fica? – perguntei ohando para o prédio de cinco andares que ela havia entrado.
  Dentro do carro, procurei alguma ideia mirabolante na qual eu poderia entrar ali e encontrar ela, e então tentar levar ela para a cama mais próxima e satisfazer minha vontade. Quatro minutos depois eu pedia um quarto no mesmo andar que a moça que havia acabado de entrar. Terceiro Andar, quarto 17.
  Quando estava caminando até a porta 17, a porta 16 se abre. E ela sai de lá. Ela.
  Apenas com um robe de seda preto, o que indicava que sua langeria também era preta. Puta merda.
  - Ah, você não! – girou os pés, entrando dentro do quarto.
  - Olá, garota. Quanto tempo!
  - Se você me da licença, preciso fechar a porta.
  - Não. Quero conhecer você. – digo, preciso.
  - Como se você precisasse disso para sobreviver. – respondeu com desdem.
  - Prometo não pegar nem uma hora de seu precioso tempo.
  - Tudo isso? – gritou.
  - Shhh, cala a boca e me deixa logo entrar ai. – empurrei a porta, forçando a entrada.
  - Que porra. – soltou a porta e pisou forte até chegar a cama.
  Sua mala estava encima do sofá, me impossibilitando de sentar ali. Me sentei na sua cama, sem perguntar se podia ou não.
  - Gostei do robe.
  - Ele seria mais bonito se você estivesse fora do meu quarto. – ela rebateu sem pensar.
  - Ah, não digo isso. – sorri simpatico. – Eu só estava querendo ser legal.
  - Ok. Diz logo o que você quer. – cruzou os braços na altura dos seios.
  - Bom, estava pensando em te levar no California amanhã.
  - O que seria esse California?
  - Um cassino super recomendado pelos meus amigos. Vamos lá, você vai gostar.
  - Se eu não gostar…
  - Você vai gostar! – respondi, convicto.
  - Que horas?
  - Eu venho te buscar às sete. Esteja vestida para matar.
  Dei um tapa forte em suas pernas antes de me levantar. Eu não podia perder essa oportunidade, ainda mais quando se tem pernas tão convidativas na minha direção.
  - Se durante todo esse tempo você só queria tocar minhas pernas, poderia ter ido direto ao ponto.
  - Você é do tipo de mulher que a gente se apaixona apenas em um noite, não posso cometer esse vacilo.
  Ela se levantou da cama, ficando na minha frente. Aqueles olhos escuros olhando profudamente dentro do meu me fez perder o equilibrio. Ela não levou cinco segundos para deixar o robe cair em volta dos pés, deixando-a apenas com aquela langeria preta.
  - , vista isso! – agachei-me para pegar o tecido. – Está frio e…
  - Você vai embora eu não? Quero dormir! – ela me cutucava sem parar.
  Foi tudo uma visão.
  - Ahn, vou sim. – sorri fraco. – Amanhã eu venho aqui às sete.
  - Ok, às sete.

  No California Hotel & Cassino
  - Full House. Não pode ser. – gritei quando ela jogou suas cartas na mesa.
  - Minhas fichas, meu dinheiro. Beijos, foi bom conhecer vocês.
  Vi ela se levantar levando mais de sete mil dolares em fichas para o balcão. Corri atrás dela, tentando alcançá-la.
  - Você já vai embora?
  - Acho que sim!
  - Mas a noite nem começou e…
  - Mas eu preciso ir.
  - Não precisa, não.
  Deixei que ela trocasse todas aquelas fichas por dinheiro e depois depositasse num caixa de auto-atendimento que tinha ali. Então, puxei ela de volta para uma mesa qualquer.
  - Pega! Tenho algumas fichas sobrando. – entreguei para ela metade das que eu tinha.
  Sentamos e começaram a distribuir as cartas. Já sentia ela arquitetar o jogo na cabeça.
  - Full House de novo, docinho?
  - Isso não é sorte de principiante. – disse Jamie, convicto.
  - Quem mentiu pra você dizendo que eu era inexperiente?
  Já estavámos na terceira rodada quando ela demonstrou cansaço. Efeito da Tequila. Olhei para Jamie, um dos meus amigos, e dei o sinal. Era nessa rodada que dariámos o golpe.
  Como eu já previa, seus olhos me procuravam suplicantes, pedindo ajuda.
  Eu tinha um jogo feito na mão, mas eu sabia de toda a história dela. Sabia de tudo o que ela precisava. Sabia que ela precisava de Vinte e Sete mil dolares para ajudar o pai. E tinha a obrigação de ter na cabeça que o pai dela devia todo esse dinheiro para o meu pai.
  - Vai docinho, pegue esses oito e quatrocentos pra você.

  Duas horas depois ela me matou, porque descobriu que Simon era meu pai e porque todo o dinheiro viria para mim. Sem contar que ela se apaixonou por mim.



Comentários da autora


Sei que não ficou lá essas coisas, mas eu não tinha ideia de como terminar esse shotfic. Peço desculpas se decepcionei alguém, ainda mais a pessoa que enviou essa música.