Little Help From My Friends

Escrito por Raisa L. | Revisado por Debbie

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Música: Fifth Harmony - Me & My Girls

  Setembro de 2009.

  Estava sentada na mesma com um drink, olhava todos que estavam naquele pub, conversando e se divertindo enquanto um casal cantava para entreter o público que aproveitava a noite de sexta para relaxar toda a semana cansativa. havia prometido que logo estaria de volta, mas ele não voltou, já estava cansada de esperar. podia ser atrapalhado e às vezes poderia até fazer uma ou outra coisa que estragavam tudo, mas ele sempre dava um jeito de concertar da maneira mais torta e fofa possível. Como da vez que eles se perderam em uma estrada deserta a noite, ele teve a brilhante ideia de deitar no capô do carro para observar as estrelas num céu muito menos poluído que o da cidade, ou então quando ele fez questão de emprestar a blusa de frio e ficar apenas de regata em pleno inverno, quando ele por acidente derrubou vinho em seu moletom branco. Ela sabia que ele não podia ter as ideias mais maduras, mas ele era atencioso, tratava-a como uma boneca de porcelana como se tivesse medo de fazer algum movimento pudesse a fazer quebrar, era divertido e mesmo com toda a sua desatenção era inteligente, podiam conversar de tudo, ele tocava piano e violão, e quando ela estava sem sono tocava até ela dormir. Todos esses detalhes faziam com que se apaixonasse ainda mais pelo cabeça oca que estava tendo um casinho.
  Se conheceram em uma festa da universidade, uma daquelas que meninos entram de penetra. Ela o viu pular o muro, e riu, conversaram, trocaram telefone, continuaram conversando e agora eles tinham essa necessidade de se ver e se falar todos os dias, e todos já viam no que aquilo ainda ia dar. Mas parecia que não, a deixara lá, sozinha por um pouco mais de uma hora, talvez tinha se cansado de todo aquele quase romance e se distraiu com qualquer outra universitária, não havia mais razão para que ela esperasse.
   pegou sua bolsa e tirou algumas notas, sempre andava prevenida, vai que esquecesse a carteira? Chamou o garçom e pediu para que anunciasse sua partida para seu, até então, acompanhante, agradeceu e se levantou. Mas quando já estava na porta do bar ouviu acordes de uma música conhecida, deu uma última olhada para o palco e lá estava ele, concertando as coisas novamente. cantava Anyone else but you, a garota, que antes cantava Toxic com seu namorado, o acompanhava. só sabia rir da situação. Ainda estava em pé quando a Música acabou e as pessoas aplaudissem. desceu do palco e veio em sua direção, mãos no bolso, cara de cachorro sem dono, típico de quando ele sabe que o que fez não foi algo de se orgulhar.
  - Me desculpe por te deixar esperando, mas eu precisava fazer isso, não planejei que demoraria tanto, achei que se eu chegasse e pedisse eles me deixariam fazer isso na hora.
  - Se você foi lá para pedir desculpas por me deixar de molho esperando, não funcionou.
  - Eu não fui lá pra isso, eu fui lá porque eu queria te pedir outra coisa. - assoviou e então um garçom apareceu com um buquê de flores, as suas flores favoritas. - , eu sei que eu não sou a pessoa mais atenta ou fantástica do mundo, mas eu amo você, e eu não suporto não poder chegar naqueles caras que ficam babando por você e me gabar que a pessoa que você tem ao lado sou eu. - agradeceu ao garçom e estendeu o buquê em sua direção. - Você quer ser minha namorada?

  Agora...

  Quatro anos eram o suficiente para deixar de amar uma pessoa? Era o que se perguntava há mais ou menos quatro semanas. Enquanto ela amava o namorado cada dia um pouco mais, parecia não gostar muito da ideia de ainda estar com ela. Os anos que viveram foram perfeitos e continuavam sendo até algumas semanas atrás, quando o querido começou a ficar diferente, ele não respondia suas mensagens, sempre estava ocupado, já cansou de contar as vezes que o celular do garoto estava desligado, e como ele começou a desmarcar os compromissos, ele sempre evitava que ela fosse à sua casa, e quando ele vinha a seu encontro sempre estava aéreo, pensativo. Não adiantava ela perguntar o porque o que estava acontecendo, ele sempre tinha uma desculpa para fazer com que a situação fosse contornada, pra que ele não precisasse falar a verdade, já que era péssimo com mentiras.
  Era noite de sexta e ainda não havia dado as caras, estava deitada no sofá, a cabeça rodando em pensamentos que não envolvia topar ou não topar a oferta por uma maleta idiota que passava na TV. Seu celular anunciou uma nova mensagem, pegou com pressa na esperança que fosse o namorado, mas era apenas sua mais recente amiga, que conheceu no novo emprego, Janette, não chegava aos pés das suas cinco melhores amigas, mas era ótimo passar o tempo, era uma boa amiga. Mas a mensagem de Janette não traziam boas noticias, fotos de em um café com uma garota morena e de cabelos negros, ele sorria e lhe entregava algum tipo de presente, logo depois outra fotos, os dois abraçados e ele a suspendendo no ar, outra dos dois rindo, seguindo de uma mensagem de texto “Me desculpe, mas você tem que ver isso.”
  Na mesma hora que ficava sem chão ela tentava ligar para uma de suas discagens rápidas.
   era amiga de por muito tempo, se conheceram por obra do destino na fila do show da banda favorita de ambas, também acompanhou toda a história de e e também era daquelas que jurava que aquilo daria casamento. De todas as cinco, era com certeza a mais direta e com as ideias mais sensatas. Mas raramente as amigas ouviam, o que fazia da frase “eu avisei” seu bordão mais frequente.
  Ela era vizinha de , arrogante pra alguns, irônica para todos, ostenta a fama de it girl com todas as bolsas de marcas e seguidores no instagram, e mesmo tendo uma grande gama de haters, ela era querida por todos, ela sabia como atrair as pessoas e fazer com que todos estejam ao seu lado, afinal, ela era de leão. E como toda Barbie que se preze, tinha seu Ken, o príncipe encantado. E como o destino gosta de unir as pessoas, é cunhada de , que é colega de faculdade de . é a mais romântica e sonhadora de todas, mas acreditar em contos de fadas da vida real não faz dela uma bobinha e inocente, muito pelo contrario, era muito pé no chão. teve que se mudar da casa dos pais para poder ficar mais perto da faculdade, e a partir de então sempre trabalhou duro pra poder manter o apartamento que dividia com . Hippie, vegana, o fato de não consumir nada orgânico fez com que as amigas a apelidasse de vaca. fora a última a integrar o grupo de amigas, foi ganhando seu espaço a cada visita que as garotas faziam ao apartamento em que ela dividia com . Seus pais, após alcançar sucesso financeiro em suas vidas, abandonaram tudo e agora viajam pelo mundo num trailer, onde ela passou a maior parte das férias quando criança.
  As cinco são inseparáveis, o que poderíamos chamar de definição mais fiel de melhores amigas, e se você não sabe o que é isso, me desculpe, você não entende o significado de amizade.
  Não demorou muito para que a campainha tocasse e se deparasse com três rostos conhecidos e curiosos. Ela apenas lhe entregou o celular e voltou ao seu lugar, sabia que iria ser seguida de qualquer jeito. Se sentou no sofá em posição de índio e já sentia o rosto queimar, o nariz doer e a visão ficar embaçada, ela estava tão perdida e raivosa, não estava mais aguentando não reagir. foi a primeira a aparecer, abraçou a amiga tão forte que a única reação da garota foi chorar. acariciava os cabelos de e sussurrava frases para confortar e finalmente fazer com que seu choro cessasse, faria qualquer coisa para não ver as amigas sofrerem. falou algo de um chá calmante dos Andes e foi para a cozinha, enquanto ainda analisava a foto sem acreditar muito no que aquilo representava, analisava todos os detalhes e os ângulos, tinha algo que errado ali e ela ia descobri o que era.
  - , se acalma, engole esse choro. Isso está muito estranho pra ser verdade.
  - , acho que você não tá entendendo. Lembra que eu disse que ele estava estranho? Que ele não era mais o mesmo ? Isso é a prova! - enxugava as lágrimas, agora já calma.
  - Mas ele te ama, . - Foi a vez de falar.
  - Não, , ele amava, agora ele está com essa morena aguada, enquanto eu estou aqui sendo idiota!
  - Ainda acho que você deveria ouvir o que ele tem a dizer.
  - Mas não tem o que ser ouvido, ver já foi o suficiente.
  - Sabe, . Não que eu ache que o é capaz de fazer isso, mas se você tem provas, você não tem que ouvir desculpas. - apareceu com 4 xícaras de um chá que estava pegando fogo. - E sei que se estivesse aqui iria concordar comigo, mas ela tem todo aquele jantar importante com o Nick... Mas tenho certeza que seria duas contra duas.
  - Pra mim esta historia ainda fede a mal entendido.
  - O que há de mal entendido nisso, ?
   estendeu mais uma vez o celular e pegou para mais uma vez analisar as fotos. acompanhou as três restantes e levou o chá até próximo do rosto, e o cheiro não era muito satisfatório. Havia alguma coisa podre lá dentro, mas qual era a comida natureba que fazia que não tinha cheiro de podre?
  - , isso realmente está muito estranho... - pegou a xicara restante e fez uma careta.
  - Ela está achando que o é que nem o , que não faria nada disso com ela.- revirou os olhos, ao lembrar como fazia tudo pela namorada.
  - E ele não é nem louco! sabe o perigo que corre se fizer algo do que vocês estão pensando que o está fazendo! E , do que esse tal chá dos Andes é feito?
  - Ah, é feito com maracujá e camomila. - As amigas só então colocaram o líquido na boca, mas não sentiam nenhum tipo gosto dos ingredientes- Mas como não tinha isso eu usei um ovo e tomate. Coloquei um pouco de molho shoyo, só para dar um gostinho a mais.
  Não foi preciso mais nenhum outra palavra pra todos os líquidos que ainda estavam na boca das garotas fossem cuspidos em . Um jato escuro e estranho.
  - Ok, isso é demais pra mim, vou ao banheiro vomitar até o café da manhã de hoje. - disse correndo a banheiro.
  - Gente, isso está rico em propriedades nutritivas! Não sejam frescas! - lambia o bigodinho do liquido que se formava acima de seus lábios enquanto revirava os olhos. - Carnívoros...
  Só restou e caírem na gargalhada. Por um momento tudo o que ela sentia a momentos atrás evaporara, até seu telefone começar a tocar. estava ligando, e toda a descontração de antes fora abandonada de seu rosto. aconselhou que ela atendesse, mas não dera ouvidos, não estava pronta pra ouvir aquela voz que tanto gostava a mesma voz daquele que a traíra.
   recusou a ligação por mais algumas vezes, até se cansar e desligar o aparelho móvel. Não foi questão de quinze minutos e o celular de tocou.
  - Oi, ... sorria enquanto ouvia namorado falar. – Sim, eu ainda estou aqui, e sim, ela está bem, sim, agora ela está. A vaca da fez o animo dela voltar. Aff, , nada que seja da sua conta! Não vou sair fofocando da vida da minha amiga pra você correr e contar pro que ela está passando!
  Sim, isso era um código. era amigo de , certamente estavam juntos e com certeza havia entendido. Mesmo tendo um jeito de não parecer estar conectado com as coisas, era bem mais esperto que , captara a mensagem mesmo antes de sua namorada completar a frase.
  - Sim, pode deixar, qualquer coisa te aviso sim, mas acho que vou passar a noite aqui. Amanhã a gente se fala? - Mas uma vez ela fez uma pausa- Ok, beijinhos. Também amo você, senhor dramático. - riu de algo mais que ele falara e desligou - , queria saber se o S.O.S estava sobe controle.
  As garotas deram de ombro, já havia se juntado ao grupo, mas se levantou para atender a porta, já que a campainha tocava institivamente. Não foi mais do que alguns segundos para um furacão de cor de rosa surgisse.
  - EU MATO AQUELE DESGRAÇADO, MATO! - gritava enquanto colocava a mão na cintura. – QUEM AQUELE FILHO DA MÃE PENSA QUE É PARA FAZER UMA MALUQUICE DESSA?
  - Iiih... , providencie um daquele chá para a . Ela tá precisando relaxar!
   revirou os olhos, nunca teve muita paciência quando a amiga dava uma de Drama Queen. e não aguentaram e riram alto, fazendo com que parasse instantaneamente, sem entender muito bem.
  - Não entendi a piada...
  - Nem precisa. Apenas a com sua lei da natureza. - disse, respirando fundo, já estava entendendo. – E você, o que faz aqui? Hoje não é seu aniversário de namoro? O não ia te levar naquele restaurante chiquérrimo?
  - E eu ia deixar minha amiga aqui nas mãos dessas três? Sem ofensa.
  - Own, que fofa! - se levantou e abraçou a amiga forte que riu e retribuiu o abraço.
  - Não seja idiota - abriu a enorme bolsa tirando de lá comidas que não ajudavam na dieta que ela sempre inventava por causa de um pneuzinho inexistente - Nutella, marshmallow, sorvete, chocolate... E umas frescurinhas orgânicas pra você, vaca. - jogou um pacote com mini cenouras para . – Agora temos tudo pronto para nossa noite de garotas!
  - Nossa... Há quanto tempo não fazemos isso? - disse já pegando um dos pacotes de jujuba - Tenho que admitir, você é bem esperta para uma acéfala.
  - Sabe, , suas declarações de amor as vezes me comovem!
  - Ok, agora só falta uma coisa para melhorar as coisas! - saiu correndo até a cozinha e pegou uma garrafa de vinho e taças - Tcharaam! Mister Wine acabou de entrar pro clubinho!   Bridaram, beberam a primeira taça em segundos. Enquanto uma abastecia mais uma vez as taças, outra ligava o som numa estação de rádio. Riram com a música que tocava. subiu no sofá e puxou com ela, ria de tudo, procurando algo para fazer de microfone, sussurrou algo como “eu vou me arrepender disso um dia!” e tirou as sandálias para poder subir na poltrona. se sentia leve, sabia que aquele momento era apena dela e das amigas, que com a ajuda delas ela ia esquecer tudo, então se sentia na obrigação de retribuir o favor que elas estavam fazendo naquele momento, isso significava que ela precisava entrar na dança. Subiu na mesa de centro não se importando em chutar algumas revistas velhas que tinham nele. Soltou o cabelo e começou a pular enquanto seus cabelos voavam, ria das meninas cantando, se sentia um pouco culpada por apenas saber o refrão da canção que sempre passava nas rádios.
  - JUST ME AND MY GIRLS!
   pulou do centro para o sofá se juntando as outras duas, que cantavam a letra toda, enquanto ela seguia a coreografia fielmente, e também se juntaram as outras, aderindo o sofá como palco. Pulavam e faziam coreografias, caras e bocas dignas de divas pop. Por um momento elas voltaram a ser aquelas adolescentes que não tinham medo do futuro, não tinham amores que machucavam, não tinham responsabilidades a cumprir, eram apenas elas, as garotas que se conheciam há mais de quatro anos, as mesma que tinham amores platônicos por artistas que não sabiam seus nomes, as que cantavam Justin Bieber como se tivessem 16 e as que dançavam Britney como se tivessem 23. Eram as cinco, sem se importar se alguém estaria ouvindo as gargalhadas altas, os gritos de histeria quando Beyoncé tocava na rádio. Elas estavam ali pra chorar assistindo Diário de uma paixão enquanto dividiam um pote de sorvete, para rir do arroto mais alto, elas estavam ali para abrir uma garrafa de vodka e beberem sem se preocupar se o drink que haviam feito com os restos de frutas da geladeira estivesse muito forte, elas tinham uma as outras para segurar o cabelo de qualquer que fosse a primeira a vomitar de bêbada.
  Já estavam altas o suficiente. tinha um sutiã amarrado a cabeça, já não se importava se queijo era derivado de leite que vem da vaca, tentava não deixar a foto tremida pra postar no instagram, enquanto não se preocupava se o biquinho não estivesse em seus valores contanto que estivesse na foto. estava sentada, olhando pro nada, tentando entender porque enxergamos coloridos e os cachorros preto e branco quando a campainha tocou.
   prontamente largou o celular, gritando que atenderia. Foram questões de segundos da porta se abrir e os gritos de fossem ouvidos.
  - Saia daqui, você não merece ser ouvido, seu... Seu traidor, CANALHA! Vá embora, vá atrás da sua amante e a deixe em paz! Ela é muito melhor sem você!- A porta foi batida com força, e vinha como se nada tivesse acontecido- Foi engano, acharam que aqui era a pizzaria!    deu de ombros e aumentou o som, para que as batidas insistentes na porta de entrada, seguidas da voz de , implorando para entrar fossem substituídas por One Direction cantando como eles dançaram a noite toda a melhor Música de todas. O clima não era mais o mesmo, podia se notar, então encheu novamente os copos, dessa vez com vodka pura.
  - Vamos esquecer tudo isso, hoje a noite é toda sobre nós! Amores vem e vão, e talvez não fosse o cara certo pra você, . Agora, todas repitam comigo... ARRIBA, ABAJO, AL CENTRO, ADENTRO!
  As meninas deram um sorriso de compreensão, talvez estivesse certa, essa noite era delas, não seria justo estragar algo que deveria ser esquecido. Viraram o conteúdo transparente e viram o mundo rodar, nunca acharam que Demi seria tão divertida. Porque o rádio estava sintonizado numa estação teen, nenhuma delas sabia, mas foi muito divertido enquanto elas sabiam as músicas, e no meio de tudo isso se viram colocando Músicas nostálgicas no Karaokê online.
  - I DON’T CARE WHO YOU ARE, WHERE YOU’RE FROM, OR WHAT YOU DID, AS LONG AS YOU LOVE ME!
  - Velho, essa é bem melhor que Justin Bieber! - ria enquanto chegava a essa conclusão. – , vamos colocar aquele CD dos hits de 2000, preciso voltar aos meus dez anos!
  E foi o que elas fizeram. Entraram em um túnel do tempo e cantaram todas as Músicas, até começarem a se cansar. As músicas foram ficando mais lentas e mais cansativas, se viram relembrando historias engraçadas, historias que fizeram elas serem o que são agora. Melhores amigas. E quando as historias foram acabando cada uma foi pegando no sono, uma por uma, no canto mais confortável da casa, até sobrar apenas uma.
   tentara dormir, mas desistiu ao olhar no relógio e perceber que já eram cinco horas da manhã. O efeito do álcool já não mais funcionava e ela voltava a tentar entender o porque de havia feito coisa tão desonesto com ela. Ela talvez aceitaria uma conversa. nunca foi de brigar uma guerra perdida, ela não iria argumentar, faze-lo ficar e continuar algo que já não mais interessava a ele, ela apenas queria que ele fosse sincero.
  Passos pela cozinha fez ela acordar do devaneio. sentou se ao seu lado e lhe empurrou com o ombro, sorrindo da forma mais acolhedora possível. Comeu um dos cookies que tinha no prato de e suspirou.
  - Eu contei a o porque disso tudo, mandei as fotos. Ele não acreditou em nada daquilo. Bom, como amigo de ele deve ter contado tudo. não deve estar tão às cegas assim... - deu de ombros com o olhar repreendedor da amiga. - Sabe, você só vai ter uma explicação quando você der uma chance para ele se explicar. Sei que é difícil, mas dê uma chance.
  - , não sei se vou estar preparada para encará-lo. Quando o chutou daqui eu quis ir lá, chama-lo para conversar, eu queria entender, mas, por outro lado, eu estava grata por ela ter feito aquilo. Eu estava bêbada e eu não estava pronta, as coisas iam ser pior do que já estão.
  - Mas você tem a gente do seu lado.
  - Sim, eu tenho. - sorriu. – E é isso que está me mantendo firme aqui.
  As duas se abraçaram, e o celular de tocou, ela trocou algumas palavras rápidas e desligou o mesmo.
  - A verdade vai aparecer agora.
   não teve muito tempo para perguntar, a campainha tocou e ela respirou fundo. Sabia do que se tratava, e se ela tinha que fazer isso, então que seja nas primeiras horas do dia.
  Andou sem muita pressa até a entrada da casa, em seu encalço, as outras garotas apareceram logo depois, prontas para ampará-la de qualquer coisa. Abriu a porta e se deparou com a figura loira e definida de sorrindo, ele deu um selinho na namorada e a abraçou pela cintura.
  - , está esperando você aqui fora.
   deu passagem para passar. Ela deu um suspiro longo e deu um passo até a varanda. Ela mal podia acreditar em que seus olhos viam, estava lá, mas não estava só. Ele estava acompanhado da morena de cabelos cumpridos que o acompanhava nas fotos de ontem, mas eles não tinham as mãos dadas, muito pelo contrario. Ela olhou para o outro rapaz que estava ao lado dela e sorriu, o mesmo começou a tocar em seu violão, acordes conhecidos por . Ele estava tocando Anyone Else But You, foi a partir daí que entrou no túnel do tempo, ela conhecia aquela cena, já havia vivido aquilo.
   fazia dueto com a garota e não pode evitar de sorrir, estava mais uma vez concertando as coisa. Olhou para trás, viu chorando abraçada a , viu cantando baixinho, com um sorriso de orgulho, viu rindo de algo que disse em seu ouvido sem se importar muito com o que estava acontecendo ali, mas ela estava se importando, por isso voltou a olhar no olhos do namorado, que cintilavam como os dela. se aproximou, disse em sua orelha.
  - Ele estava organizando isso há um tempo, deu um belo de um trabalho encontrar essas pessoas.
   não podia olhar para , estava muito ocupada tentando focar os olhos no garoto que ela tanto amava e que agora vinha em sua direção, com cara de culpado, como sempre, lábio mordido, mãos no bolso.
  - Me desculpe por seu tão atrapalhado.
  - Se você armou todo esse circo para me pedir desculpas, não funcionou. – deu um sorriso de lado, ele entendeu e riu.
  - Eu só queria fazer algo certo uma vez na vida. Mas parece que não vou conseguir acertar, não é verdade? Eu juro que tentei que fosse perfeito, que você pudesse sentir que eu sou o cara certo pra você, que você sentisse que me escolher fosse a escolha certa. E mais uma vez eu estraguei tudo, me desculpe por estragar, me desculpe por não ser a escolha certa, ou fazer as coisas funcionarem bem, mas... Eu amo você. Você é a mulher da minha vida, e ao seu lado que eu quero errar, porque você é o motivo que me faz querer concertar. Eu não me imagino mais sem você, e se eu fui atrás dessas pessoas, se fiz um advogado voltar a ser garçom foi somente para poder fazer isso... - assoviou, e o mesmo garçom que me trouxe buquê de flores agora trazia uma caixinha preta, arregalou os olhos enquanto se ajoelhava e pegava a caixinha de veludo da mão do rapaz- Se eu fiz isso é por que eu quero te perguntar algo. - abriu a caixinha e um anel prata com uma pedra brilhante apareceu. - , você quer ser minha esposa?

  Epílogo:

  Mais uma noite de garotas havia acontecido. Dessa vez sem tristeza, apenas ansiedade, felicidade... Para uma despedida de solteira, tudo tenha sido badalado demais. Tão badalado que elas não haviam acordado na hora programada. Esparramadas em volta do vestido, , , , e dormiam tranquilamente até que toques histéricos do celular de fosse ouvido. O celular não parava de tocar, e quem estava ligando parecia estar com muita urgência. Por tanta insistência a garota atendeu, a voz sonolenta foi alta apenas o suficiente para acordar as garotas parcialmente.
  - ? Onde vocês estão? O está quase para ter um infarto aqui por mais que eu explique que noivas demoram...
  - O quê? Que horas são, ? O casamento está marcado apenas para as dez...
  - , JÁ são dez horas... Por favor, me digam que estão prontas...
   arregalou os olhos, como uma pessoa tão responsável pode se esquecer de acordar para o casamento onde ela era madrinha?
  - O QUÊ? Não, não ... Já estamos chegando, é o transito, amor...
  - ... Você não me chama de amor quando está muito nervosa, o que está acontecendo?
  - ESTAMOS ATRASADAS! O que você quer que eu faça? Olhe, chegaremos aí em meia hora, agora TCHAU! - desligou o telefone na cara do namorado e percebeu que as amigas já se movimentavam, tentando colocar vestido da noiva e os próprios vestidos.
  - EU NÃO ACREDITO QUE EU ESQUECI MEU PRÓPRIO CASAMENTO!
  - Você tinha que fazer alguma coisa errada nesse relacionamento, não é? - disse revirando os olhos.
  - Mas relaxa, você vai consegui chegar o menos atrasada possível... – tentava acalmar, .
  - A gente está aqui pra te ajudar, agora NÃO SURTA! - disse enquanto fazia uma trança no cabelo da amiga, na falta de recursos para um penteado mais sofisticado.
  - Você tem a gente, nós sempre ajudaremos...
  Mais algumas dezenas de minutos elas finalmente estavam na frente da igreja.
  - Meninas, o que seria de mim sem vocês? Muito obrigada eu vou amar vocês pelo resto da vida.
  As cinco se abraçaram, com todos os amores e as felicidades que elas causavam, aquilo não importava muito, elas tinham uma as outras e elas sabiam que poderiam passar por todas as dificuldades do mundo, mas não seria impossível de não se resolver com uma ajudinha das amigas.

FIM



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