Crazy Love

Escrito por Danna Pucktt | Revisada por Natashia Kitamura

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Apresentação

  ’s Pov
  Olá, meu nome é , tenho 29 anos e todos me chamam de , eu moro com minha amiga , que tem 28 anos, mais conhecida como . Moramos na cidade de São Paulo. Meus pais são separados e moram no Paraná. Eu e gostamos muito de festas e vivemos saindo. Eu estou pensando em ir visitar a linda cidade de Madri, dinheiro não é problema, pois é rica e eu também, o único problema é convencer a ir. Ela é a maior cabeça dura que eu já conheci, e além do mais, ela é louca. E é bem mais jovial que eu. Às vezes eu penso que ela acha que é uma adolescente. E ela fica me chamando de velha, eu não sou velha, só não gosto das coisas que ela gosta. E não gosto de falar muito também, não tenho esse direito?

  ’s Pov
  E ai? Meu nome é , mas prefiro ser chamada de . Tenho 28 anos e moro com a minha amiga , mais conhecida como . Nós moramos na cidade de São Paulo. Meus pais eu não sei quem são, fui criada pela minha avó que morreu quando eu tinha 18 anos. Eu e a gostamos de festas e boates, saímos o tempo todo. O único problema é que a anda com uma idéia fixa que quer ir para Madri. Vê se pode? Não que seja problemas com dinheiro, até por que eu e ela somos ricas. Só que eu não quero sair de São Paulo para ir à Madri. Ainda se fosse Paris, Londres ou até mesmo Washington... Mas não, ela quer ir para Madri. E ainda fica me chamando de cabeça dura e louca. Eu não sou louca, eu sou feliz. Eu acho que a é muito antiga, ela não gosta de falar muito e é quieta. Eu gosto de curtir a vida e o momento, pois nunca se sabe o amanhã, não é mesmo?


Capítulo 1

  ’s Pov
  - Anda . Você está há uma hora ai. Eu também tenho que me arrumar. – eu disse tentando apressar aquela garota, onde ela acha que vai? Ela por acaso acha que é uma noiva?
  - Ah, já vou indo. Calma. – ela disse e saiu logo em seguida. E eu tenho que admitir, ela estava realmente bonita.
  - Que demora. – eu disse e ela me mostrou a língua. Eu não dei bola e entrei para o banheiro.
  - Que horas vai ser a festa?
  - Vai ser as 20h00 horas.
  - Hum... E depois bora para a boate?
  - Tá, pode ser.
  - Já viu a tua roupa para a boate?
  - Não.
  - Mas você é uma lerda mesmo. Eu já vi a minha faz horas.
  - Que bom que você já viu e... EU NÃO SOU LERDA.
  - Aham. Você não é lerda e eu sou a rainha da Inglaterra.
  - Olá, vossa majestade.
  - Cala boca e se arruma logo.
  - Já me arrumei. – eu disse saindo do banheiro pronta.
  - Nossa, você está linda.
  - Aham. Eu sei. – eu disse e ela me bateu com a sua bolsa de leve.
  - Vamos logo.
  Iríamos a uma festa de uma amiga de . Como sempre usando cores fortes e escuras. Ela detesta roupas claras.
  Não passou muito tempo e nós chegamos à festa. Todo mundo estava bem vestido, as mulheres com vestidos elegantes e os homens de terno.
  - Olá . Olá .
  - Para com isso Patrícia, você sabe que eu não gosto muito de , prefiro . E esta é a .
  - Ok, ok. Olá . Olá .
  - Olá. – eu disse sorrindo.
  - Venham, vou lhes apresentar alguns amigos meus. – Patrícia disse e a seguiu, eu repeti seu gesto.
  - esse é o meu amigo Lucas Ferraz, Lucas essa é a . – ela os apresentou.
  - E ai? – disse e eu lhe dei uma cotovelada quase imperceptível – hã... Quer dizer, olá.
  - E ai? – ele disse e me olhou como se dissesse “me aguarde”.
  - esse é Petrick Valdez, Petrick essa é a . - Patrícia disse e foi se retirando – bom... Divirtam-se.
  - Olá. – eu disse um tanto tímida.
  - Olá. – ele disse e passou a mão na nuca como se tivesse envergonhado. Ótimo, juntaram dois tímidos, se sair 10 palavras nessa conversa talvez seja muito.
  - Como você está? – ele disse quebrando o gelo, talvez ele não seja tão tímido.
  - Bem, bem. E você?
  - Bem, também.
  Um silêncio constrangedor se instalou entre nós.
  - Hã, eu e o Lucas vamos dar uma volta no jardim. Tchau. – disse e eu lhe lancei um olhar como se dissesse “não me deixa aqui”. Mas ela só piscou e saiu.
  - Hã... Sou nome é Petrick né?
  - Sim, e o seu é ?
  - Na verdade meu nome é , mas prefiro .
  - Ah, eu me chamo Petrick, mas prefiro Peck.
  - Peck... Legal.
  - Pois é. – ele deu uma pausa – hã... Quer dar uma volta?
  - Claro. – eu disse e ele ofereceu o braço para me acompanhar. Eu somente enrosquei meu braço no dele e ele me levou ao jardim.
  - As estrelas são bonitas, não acha? – ele disse sentando em um banco e eu me sentei ao seu lado.
  - Sim, muito.
  - Mas com certeza não superam a sua beleza. – ele disse e eu corei – ah, me desculpa. Eu... Eu não queria te deixar envergonhada.
  - Ah, não foi nada. Eu fico vermelha por qualquer coisa mesmo.
  - Hum...
  - Você é daqui?
  - Não, eu moro em... – ele foi interrompido pelo seu amigo. Lucas.
  - Peck, temos que ir. O Josh acabou de ligar e dizer que temos que ir agora, nosso vôo foi adiantado.
  - Hã, então tá. Vamos. – ele levantou e virou-se para mim, eu me levantei – bom... Acho que nos vemos depois, quem sabe quando eu voltar.
  - Ah, sim. Claro.
  - Vamos Peck. – vi Lucas já longe gritando para Petrick.
  - Tchau. – antes que eu pudesse lhe dar tchau, ele me puxou e me deu um beijo calmo. Eu somente retribui o beijo. Ele terminou o beijo com selinhos e se foi.
  - Tchau. – eu disse quase num sussurro, e ele já estava longe, não iria escutar.
  Então resolvi procurar a , onde foi que essa menina se meteu? Encontrei ela sentada em um banco no outro lado da casa conversando com um menino, ela não perde tempo, heim?
  - Hã... Desculpa incomodar, mas eu já estou indo. Te vejo em casa. – eu disse olhando para a como se dissesse “boate, lembra?”.
  - Ah, não, espera. Eu vou com você. – ela disse e se despediu do menino.
  - Pensei que ia ficar aqui com ele. – eu disse, pois vi que ele é bem bonito.
  - Não. Só estava com ele por que ele era bonitinho, mas era nerd. Tipo, cada dez palavras que ele dizia eu não entendia nove. Tava torcendo para alguém me tirar dali, ai você apareceu. – ela disse e me abraçou. Eu ri, mas logo parei por lembrar das roupas.
  - As roupas. – eu disse e ela deu um sorrisinho de lado, foi até a parte traseira do carro, abriu e eu vi que lá estavam elas. Ela pegou a dela e me alcançou a minha, entramos no carro e ela disse:
  - Se troca no banco traseiro.
  - No banco traseiro?
  - Sim, por quê?
  - Como?
  - Sei lá, se vira. Só não coloca o salto, não quero que você quebre o vidro do meu carro novinho com o seu enorme salto. Se o carro chega a dar um solavanco e você estica a perna... Eu não quero nem saber, só não queria estar na sua pele.
  - Tá bom, calma. Não vou estragar a sua Ferrari novinha. – eu disse e fui para o banco de trás. Depois de muita dificuldade consegui trocar de roupa.
  - Deu?
  - Sim. – eu disse e ela parou o carro. Eu fui para o lugar do motorista e ela foi para o banco traseiro.
  - Não bate o meu carro heim.
  - Cala a boca e te troca, estamos quase chegando.
  Não demorou muito e já estávamos em frente à boate. Saímos do carro, e colocamos os saltos.
  - Meu cabelo tá bom? – ela perguntou.
  - Você tá boa por inteiro.
  - E você tá uma gata.
  - Valeu.
  Entramos na boate e encontrou um amigo, eles ficaram conversando até que eu fui para o bar pegar uma bebida. Fui para fora da casa noturna, e encontrei sentada na grama.
  - O que tá fazendo ai?
  - To admirando as estrelas. – ela riu daquele jeito que ela ri quando está bêbada.
  - Ai não você tá bêbada.
  - Hey. Eu não to bêbada, eu estou em estado de alegria.
  - Você está em estado de ir para casa.
  - Você não sabe fazer piadas.
  - Eu sei. Agora vamos. – a peguei e fui em direção ao carro, parei em frente ao mesmo e pensei “eu bebi, não posso dirigir.”. Mas como eu iria deixar uma Ferrari vermelha novinha ali. me mataria. Como eu não estava bêbada, pois bebi só um energético, deitei no banco de trás, e dirigi até a nossa casa. Entrei, ela se jogou na cama, eu fui tomar banho e ela foi dormir. Assim que sai do banho ela estava dormindo e atirada com a mesma roupa que chegou, e ainda estava de salto. Eu já estava de pijama.
  - Levanta, vem, eu te ajudo a tomar banho. – eu disse ajudando ela a levantar e ir para o banheiro. Ajudei ela a tomar banho e ela foi se secar enquanto eu procurava seu pijama. Ela se secou e eu a ajudei a se vestir... Sinceramente? Não sei como ela consegue não dormir com aqueles protetores para olhos, que eu não lembro o nome. Bom, depois que ela dormiu e estava com sono e acabei adormecendo.
  - ME AJUDA , ME AJUDA. – uma garota que eu não conhecia gritava meu nome.
  - Quem é você? – eu perguntei a ela.
  - ME AJUDA. ME AJUDAAA. – ela gritava deitada no chão de olhos fechados.
  - O que aconteceu?
  - VEM. ME AJUDA. – eu me ajoelhei ao seu lado e quando fui colocar a mão em sua testa, alguém me segurou e sussurrou em meu ouvido “chegou a sua vez”. Eu olhei para onde a menina estava e não vi nada. De repente ouço um grito e olho para frente e vejo a mesma garota vindo em minha direção, mas dessa vez ela não gritava por mim, parecia com raiva. Ela vinha correndo muito rápido com uma faca na mão. Vinha com a faca apontada para mim, e o homem que me segurava sussurrou “você não a ajudou”. Eu tentava escapar sem sucesso. Até que a garota chegou a mim, e eu senti uma dor muito grande em meu tórax, o homem me soltou e quando eu olhei em volta não havia mais ninguém, olhei para meu tórax e estava cheio de sangue, minha vista ficou embaçada e eu não vi mais nada...

Capítulo 2

  ’s Pov
  - AAAAAH. – eu gritei e dei um pulo. Olhei em volta e estava no quarto em que eu e dividimos. Nós dividimos por que ela não gosta de dormir sozinha. Olhei no meu tórax e não vi nada. Ah, foi um sonho.
  - AI MEU PAI, É O FIM DO MUNDO. – acordou assustada e caiu da cama – hã, hã... O que aconteceu?
  - Ah, foi mal. Eu tive um pesadelo.
  - Pesadelo? Sua vaca, você tem um pesadelo e quase me mata de susto. – ela saiu do quarto resmungando alguma coisa levando o travesseiro e uma coberta.
  - Me desculpa. – eu disse mais ou menos auto, tentando fazer com que ela me escutasse.
  - Ta , volta a dormir. SÓ NÃO GRITA MAIS. – ela apareceu na porta do quarto – se você gritar de novo, eu juro que te jogo dessa janela.
  - Ta bom. – eu disse e me enterrei nas cobertas.
  Acabei adormecendo novamente. Com sorte não tive nenhum pesadelo, nem ao menos uma sonho. Acordei três horas depois, desci e encontrei sentada a mesa tomando café.
  - Bom dia. – ela disse e eu sorri por ela não parecer mais brava.
  - Bom dia.
  - O que vamos fazer hoje?
  - Festa não, por favor.
  - Não, eu to pensando em sei lá, algum tipo de programa diferente.
  - Que tal uma viagem?
  - Ótima idéia. Pra onde?
  - Madri. – eu disse sorrindo e o sorriso de seu rosto se desfez.
  - , você já sabe o que eu penso sobre essa viajem. – ela disse levantando da mesa e levando a sua xícara até a pia.
  - ... – eu fui até ela a abracei por trás – vamos. – a virei para me encarar – por mim.
  - ...
  - Por favor. Depois nós vamos para onde você quiser.
  - Qualquer lugar?
  - Qualquer lugar.
  - Ah, eu não sei...
  - Ah, por favor.
  - Ta bom , mas não hoje.
  - Amanhã?
  - Que tal no fim de semana? Tipo domingo?
  - , hoje é terça.
  - E daí?
  - Não, vamos na sexta então.
  - Ah. – ela disse quase rugindo – tanto faz. – ela disse e subiu as escadas.
  - Obrigado. – eu disse pulando de alegria na cozinha.
  Depois de pedir o almoço, já que nós não temos uma empregada, temos uma diarista que só arruma, nós pedimos comida por entrega.
  - Desce logo . O almoço já esta aqui.
  - É , pelo amor que você tem a sua vida. É .
  - Ta bom, .
  - Ótimo.
  - Aqui está. – eu disse mostrando as comidas que eu pedi.
  - Caraca. Adorei. Mandou bem heim? – ela disse sentando a mesa.
  - Valeu. – eu disse e me sentei também, depois de me servir, comemos e fomos ao shopping.
  - Nossa senhora dos vestidos magníficos. O que é aquilo? – eu me surpreendi de ela ter elogiado o vestido, já que ela prefere calça e short em vez de saias e vestidos.
  - Gostou? Compra.
  - Não. Eu não vou usar. Só achei bonito.
  - Ta bom, vamos naquela loja de jóias que eu fiz uma encomenda? Quero ver se já chegou.
  - Vamos, to precisando de uns acessórios.
  Entramos na loja e eu senti uma dor de cabeça terrível. Fechei os olhos, abaixei a cabeça e levei as mãos até a mesma, acabei deixando minhas compras caírem.
  - , você está bem?
  - Não, aquela dor de cabeça voltou.
  - Ah, não. Agora? Por que aqui, senhor? - ela pegou nossas compras e me levou até o banheiro – com licença pessoal, preciso de um particular com a aminha amiga aqui. – ela disse.
  - E você é quem para nos mandar sair? – uma garota que parecia uma patricinha disse.
  - Sou a pessoa que vai desfigurar essa sua cara, quebrar os seus dentes e te mandar para casa dentro de um caixão se você não sair daqui. – disse se aproximando da garota que arregalou os olhos.
  - Calma. , calma. – eu disse.
  - Você tem cinco segundos para sair daqui. 5, 4, 3, 2, 1... – ela contou todos os números em menos que um segundo e as garotas saíram correndo.
  - , você não pode se irritar, lembra?
  - Eu sei, mas quando se trata de você... Ah, você sabe.
  - Ta bom. AAAAAI. – eu disse e levei as mãos a cabeça.
  - O que você ta vendo? – ela perguntou.
  - Eu to vendo um homem. Segurando uma mulher. A mulher ta tentando fugir. – minha voz começou a ficar agoniada – mas ela não ta conseguindo. Tem uma mulher vindo até ela com uma faca. Ela cravou a faca na mulher. Ah meu deus. – eu abri os olhos assustada.
  - O que foi?
  - A mulher que estava sendo segurada...
  - Sim?
  - Era você, .

  ’s Pov
  - Como assim era eu? Eu vou morrer é isso?
  - Eu não sei. Eu só sei que era o mesmo pesadelo que eu tive.
  - Espera. Você sonhou com isso?
  - Sim.
  - ...
  - Calma , no sonho a mulher que levava a facada era eu, mas na visão agora foi você.
  - Como assim? Uma hora é você e outra sou eu?
  - É. Mas eu não sei explicar.
  - Isso ta muito estranho.
  - Também acho.
  - Olha... Eu só não quero morrer ok?
  - Eu também não.
  - Você acha que vai se realizar? Tipo, as suas visões sempre são a verdade, ou seja, sempre acontece.
  - Sim. Quer dizer não. Ninguém vai morrer. Olha... Eu tenho tido umas visões meio confusas, não sei explicar.
  - E alguma delas se realizou?
  - Ainda não.
  - Ótimo. Agora quer dizer que eu posso morrer, ou você, mas... Quem era a garota que me esfaqueava?
  - Eu não consegui ver.
  - Ah. – eu dei quase um rugido.
  - Não fica assim. Você não pode ficar brava, lembra? Você ainda não tem autocontrole.
  - É. Eu sei.
  - O que vamos fazer?
  - Eu ainda não sei. Estou pensando.
  - Vamos, temos que ir para casa.
  - Claro. – eu disse e nós saímos do banheiro. Fomos até o estacionamento e pegamos o carro. Voltamos para casa e entramos na garagem.
  - ...
  - . – eu corrigi.
  - . – ela me imitou – eu estou com medo das minhas visões.
  - Eu também, mas não fica assim. Talvez não aconteça.
  - Mas talvez não é garantia.
  - Eu sei. – eu disse e sai do carro, ela também saiu e entramos em casa.
  - Será que vão se realizar?
  - Olha... Para de pensar nisso. Temos que tentar esquecer isso e ir dormir.
  - Ta bom. – ela disse e nós subimos. Tomamos banho, colocamos nossos pijamas e fomos nos deitar.

  ’s Pov
  Depois de ir deitar, estava no meio da noite e eu não estava conseguindo mais dormir por que a luz do quarto estava acendendo e apagando sem parar.
  - ... Para com isso. Vai dormir. – eu disse ainda com os olhos fechados e tentando virar para o outro lado. Mas a luz continuava acendendo e apagando. – ! – eu gritei e sentei na cama.
  Ao sentar na cama e abrir os olhos, vejo flutuando no meio do quarto a mais ou menos 2 metros de distancia do chão. Ela estava com os olhos abertos, mas os mesmos estavam totalmente brancos. Ela estava com as mãos fechadas em punhos, e estava parada em uma posição amedrontadora. Todos os nossos objetos estavam flutuando e girando em sua volta. As luzes apagavam e acendiam, as portas, do quarto e dos armários, abriam e fechavam, as janelas faziam o mesmo que as portas, mas nenhuma batia, e as gavetas também repetiam esses gestos. Os cabelos dela estavam voando como se tivesse algum vento fazendo com que eles voassem, mas não havia vento algum. Ela estava com uma expressão de raiva.
  - ! – gritei e tentei chegar perto dela. Depois de muita dificuldade consegui segurar o seu braço. A mesma que estava com a cabeça virada para frente, olhou rapidamente para baixo, em minha direção, fazendo com eu fosse jogada com força para longe. Atingi a parede e cai no chão. Olhei para ela e ela ainda estava flutuando, mas dessa vez ela vinha em minha direção. Ela mexeu a mão, e dominou um canivete. Levantou o mesmo e o lançou em minha direção. – NÃO. – eu gritei e logo ouvi todos os objetos caírem ao chão. As portas fecharam batendo com força, as janelas e as gavetas também. Abri os olhos e ainda estava flutuando, mas dessa vez seus olhos estavam normais e os cabelos não voavam mais. A sua expressão de raiva passou para medo.
  - O que eu... – ela não conseguiu terminar a frase e caiu no chão, desacordada.
  - . – eu fui em sua direção e a abracei. Ela abriu os olhos.
  - Me desculpa, eu não sei o que estava fazendo.
  - Não foi sua culpa. – ela me abraçou e começou a chorar.

Capítulo 3

  ’s Pov
  Depois que a parou com o momento raiva, ela voltou ao normal e ela pediu para deitar comigo, deitamos abraçadas e dormimos.
  - . Ta acordada? – me chamou.
  - Tava, não to mais.
  - Ah, eu te acordei?
  - Aham, mas não foi nada. Ta tudo bem.
  - Que bom, sabe? Eu to com medo. E se eu não tivesse me controlado? E se eu tivesse jogado o canivete e não parado? E se...
  - . Não pensa nisso.
  - Eu acho melhor eu tentar controlar isso.
  - , você lembra do que aconteceu da ultima vez que você tentou controlar seu poder?
  - Sim, mas...
  - Não . Você só vai poder controlar, quando souber controlar a si mesma.
  - Lá vem você e seus sermões.
  - Mas eu to certa ou errada?
  - Certa. Ah cara eu odeio quando você ta certa.
  - Que pena, baby. Por que eu sempre to certa. – eu disse e pisquei para ela.
  - Vai cata coquinho.
  - Vai você. - eu disse e a empurrei fazendo com que ela caísse da cama – ah, desculpa.
  - Vaca. – ela disse, levantou e limpou o pijama – vamos descer, to com fome.
  - Ta parecendo a Julia. Que não parava nunca de comer.
  - A JULIA. É ISSO. ISSO QUE EU TINHA QUE TE CONTAR. – ela segurou meus braços e começou a me sacudir.
  - Contar o que criatura?
  - Contar que a Julia ta vindo para cá.
  - Como assim?
  - Ela me ligou no meio da noite e disse que era uma surpresa para ti.
  - Bom... Era, não é mais.
  - Aham.
  - E ela vai ficar aqui em casa né?
  - Sim.
  - Mas... Se isso é tão legal... Por que você ficou brava a ponto de... A você sabe. Perder o controle.
  - Eu tive um pesadelo, e nele a Julia tentava me matar, mas eu fiquei com tanta raiva que acabei ficando brava mesmo.
  - Eu vi.
  - E se isso chega a acontecer de novo?
  - Não vai. A Julia vem quando?
  - Amanhã.
  - Pronto. Ela vem amanhã, por tanto, você vai ter que agüentar só mais uma noite.
  - E como eu faço isso?
  - Bom, eu tenho uma idéia. Que tal transformarmos hoje, no dia mais feliz e legal da sua vida?
  - Adorei. Mas... Como?
  - Simples. Vamos no shopping, passeamos, tomamos sorvete, vamos no parque de diversões que chegou na cidade, e depois bora no circo?
  - Claro.
  - Então sobe se arruma que o seu dia maravilhoso vai começar agora.
  - Ui. To indo. – ela subiu as escadas pulando alguns degrais. Literalmente, ela acha que é uma adolescente. E é louca. – EU NÃO SOU LOUCA. – ela gritou lá de cima me deixando curiosa, como ela... Como ela sabia o que eu pensei?

  ’s Pov
  Estava subindo e ouvi dizer que eu sou louca. Eu sou feliz, poh. Será que ninguém nessa vida vai me entender? Desci e encontrei pronta.
  - Como você se arrumou?
  - Enquanto você subiu eu esperei um pouco e me liguei que não havia me arrumado, então subi e me arrumei.
  - Ah. – eu dei uma pausa – como estou? (http://www.polyvore.com/crazy_love/set?id=56926089).
  - Está ótima, mas quando você vai começar a usar roupas mais coloridas ou roupas mais claras?
  - Sabe quando?
  - Hã?
  - Nunca.
  - Afe. – ela parou e continuou – como você sabia que eu pensei que você era louca?
  - Por que eu ouvi você dizer.
  - Ouviu?
  - Sim, você falou.
  - Engraçado, eu não percebi que eu falei, devo ter pensado em voz alta.
  - É, agora bora pro meu dia maravilhoso. – eu disse e apontei para a porta.
  Assim, com todos os programas que a montou, passamos o dia. Primeiro fomos tomar café em uma padaria que tinha ali perto. Só que eu paguei o maior mico quando eu esqueci que o café tava quente e tomei um gole. Alem de queimar minha garganta, sai feito uma louca (agora sim eu parecia uma louca) atrás de água, invadi a cozinha da padaria e coloquei a minha cabeça em baixo da torneira, depois de tomar quase um litro de água voltei para a mesa onde a se matava de tanto rir. Depois disso quase fomos expulsas da padaria. Fomos para o shopping rindo muito com tudo que tinha acontecido. Mas o que nós não havíamos percebido é que não havíamos comido nada. Então fomos até uma lanchonete que tinha dentro do shopping e compramos uns salgadinhos. Só que a mulher que nos atendeu gritou algo para nós quando estávamos saindo do estabelecimento, não demos bola. Só que não sabíamos é que não se pode comer no shopping. Então alem de um guarda nos parar ainda ficou nos chamando de cegas por não ter prestado atenção nos avisos de que não se pode comer dentro do shopping (a não ser na lanchonete). Depois desse outro mico fomos para um parque que tinha ali perto. Eu pedi para a dar uma olhada e ver se havia algum vendedor de alguma coisa para comer. Antes de ela falar qualquer coisa, eu avistei um vendedor de algodão doce. Sai correndo em direção ao moço e gritei espera ai. Quando ele me viu correndo ele pediu para eu não correr, quando eu fui tentar parar, acabei caindo sobre o carrinho do moço, derrubei tudo, açúcar, os materiais, os corantes, até o dinheiro. Sem falar que quando fui levantar o carrinho, eu sem querer o deixei ir rua a baixo e atingir uma arvore. Depois de muitas desculpas que eu pedia enquanto o homem me xingava de varias maneiras possíveis (e não possíveis também) consegui pagar ele. Voltei onde estava e ela estava bem sentada só rindo. Eu reclamei que ainda estava com fome. Até que vi um outro homem vendendo sorvete. Não, dessa vez eu fui caminhando e não correndo. O que não adiantou muito já que quando eu cheguei perto do moço e pedi dois sorvetes eu entreguei a o de morango e peguei o de chocolate, fui dar a primeira lambida uma criança passou correndo por mim, fazendo com que eu virasse todo o meu sorvete em mim. Ah, qual é? O mundo ta contra mim é isso? Depois disso, quando estava quase desistindo do meu “dia maravilhoso” (põem maravilhoso nisso), , me convenceu a ir ao parque de diversões. Até que estava tudo dando certo. Até que... Eu vejo um daqueles brinquedos que é chamado de “carrinho-bate-bate”, fui até ele e entrei só que quando o brinquedo começou o moço que controla o brinquedo gritou para mim “moça, esse ta estragado”, eu somente assenti, quando fui sair o meu pé ficou preso e eu acabei caindo. Ah, isso já está ficando chato. Depois disso encontro (se matando de rir, é claro) e peço para ir embora. Ela pede e pede para eu aceitar ir ao circo.
  - Não .
  - Por que não? Afinal, lá nós só vamos assistir, não vamos fazer nada.
  - Mas com a sorte que eu to hoje, capaz de alguma coisa acontecer.
  - Ah, vamos. Por favor.
  - Ah, ta bom. Mas qualquer coisa que acontecer nós vamos embora, ok?
  - Aham.
  Eu não devia ter aceitado. Quando chegou no numero do atirador de facas, ele precisava de um voluntário da platéia. Adivinha quem ele escolheu? Eu mesma. Ele me colocou na frente de uma parede de madeira e foi vendado. Quando ele foi atirar a primeira faca eu gritei “NÃO” e sai correndo, só que errei o pé na escada e cai, rolando escada a baixo. Ótimo. Sai dali junto a , mas dessa vez fomos para casa. pediu uma pizza.
  - AAAAAH. – eu ouvi a campainha e abri a porta o entregado estava assustado com meu grito, mas com tantos micos de hoje, mais um menos um não iria fazer diferença. Peguei a pizza e paguei o moço.
  - Ah, chegou. – desceu as escadas, quando eu fui morder a pizza...
  - ESPERA. – eu gritei e a me olhou assustada – ve se não tem nenhuma criança correndo por aqui. – ela olhou em volta e acenou negativamente com a cabeça – ESPERA. – eu gritei e ela me olhou assustada novamente – nós podemos comer aqui ou tem algum aviso dizendo que não? – ela acenou negativamente – ESPERA.
  - O QUE É?
  - Eu não quero ser atrapalhada novamente ok?
  - Ta, agora cala a boca e come.
  Quando eu fui dar a primeira mordida a campainha tocou.
  - Ah, não. VAI ESPERAR. – eu gritei e a me olhou brava, foi até a porta e era um amigo dela com umas passagens, quando ele olhou a pizza disse “hum, pizza” eu peguei a pizza e subi para o quarto. – MINHA!! MINHA, MINHA, MINHA E MINHA. – subi comendo a pizza.

  ’s Pov
  Depois do mico que a me fez passar e o Fernando, meu amigo, perguntar o que ela tem e eu responder “nada”. Ele me disse que trouxe as passagens.
  - AAAAAH, valeu Fernando. – saltei em seu pescoço, quando me dei de conta estava a centímetros de distancia de seu rosto. Ele foi chegando mais perto, mais perto, mais perto...

Capítulo 4

  ’s Pov
  Fernando me beijou, eu não sabia o que dizer somente corei.
  - Fernando eu... – tentei falar, mas ele me interrompeu.
  - Desculpa, sei que somos somente amigos, mas... – eu o interrompi com outro beijo. Ele sorriu e me deu tchau. Não sei como, mas sabia que estava parada na escada, virei rápido e ela estava sorrindo.
  - Eu vi. – ela disse.
  - Eu sei que você viu.
  - E ai, como foi? – ela veio para mim com um sorriso ainda maior.
  - Foi o quê?
  - Ah, você sabe. Ele simplesmente te beijou, ele veio aqui para isso... O QUE É QUE FOI QUE ACONTECEU? – ela parecia impaciente.
  - Hey. Você não precisa saber. – eu disse indo em direção a cozinha.
  - Ele veio aqui. – ela disse e eu virei para ela e ela estava com uma expressão seria – ele veio, e subiu as escadas. – ela subiu as escadas e eu a segui – ele entrou no meu quarto. – ela entrou e eu fiquei sem entender – ele mexeu no meu armário. – ela mexeu no armário jogando algumas coisas para trás, mas não procurava algo, seu olhar estava distante, como se o que tivesse fazendo não fosse ela mesma – ele saiu, pois não achou o que queria. – ela saiu do quarto e eu continuei a seguindo – ele foi ao seu quarto. – ela entrou no meu quarto e eu já estava mais confusa – ele procurou... E encontrou. – ela disse e me olhou assustada.
  - Do que você está falando? – eu perguntei.
  - O Marcos. – ela disse.

  Flashback on
- Marcos... Não está dando certo. – eu disse sem o encarar, pois não estava sendo sincera.
- Mas... Eu te amo. – ele disse e segurou minha mão, que eu separei rapidamente.
- Desculpe, mas eu não te amo mais. – eu levantei do banco em que estávamos sentados – Desculpe, mas não dá mais. – eu tentei andar, mas ele me parou.
- Então me diz isso me olhando. – ele se parou a minha frente e levantou meu rosto para encará-lo.
- Não faça isso. – eu baixei meu rosto.
- Viu? Não é você, é aquela sua amiga não é? É por ela que você está terminando comigo né? – ele me perguntou. Eu havia descoberto que ele namorava e a traiu comigo, eu não sabia dela. Ele terminou com ela para poder me namorar.
- É. E eu não quero mais nada com você. – eu me separei dele e sai.
- ISSO NÃO VAI FICA ASSIM, ELA VAI SE VER COMIGO. – ele gritou e lagrimas rolaram pelo meu rosto.

Flashback off

  ’s Pov
  Contei tudo que eu vi... Espera. Como eu vi?
  - Ele veio aqui para quê? – me perguntou e eu comecei a ver cenas novamente.
  Ele estava com um papel na mão, no papel estava escrito o endereço da .
  - Ele veio e pegou endereço da .
  - Espera, como você sabe?
  - Eu não sei. Eu só... Vi.
  - Espera. Agora você vai dizer que é vidente como eu?
  - Não. Eu não vi o futuro. Eu vi o que já aconteceu.
  - Mas... Como?
  - Eu não sei. Também queria saber.
  - Espera. Vem aqui. – ela me pegou pela mão e me levou até o jardim – se concentra. – ela disse e eu mesmo sem entender obedeci, fechei os olhos e me concentrei – você ta vendo alguma coisa? – balancei a cabeça negativamente – concentra mais. – ela disse e eu tentei – e agora?
  - To vendo você e eu. A está aqui também. - é a nossa vizinha – você e ela estão conversando. Você sussurrou algo para ela. Ela riu e balançou a cabeça concordando. – eu fiz uma expressão confusa – ela me empurrou na piscina. – abri os olhos – foi ela. Não foi você.
  - Pois é. E você ficou uns 2 dias sem falar comigo.
  - Mas foi você quem disse para ela me empurrar.
  - Sim, mas... . – ela gritou.
  - O quê?
  - Você tem o mesmo poder que a vovó tinha. Você ve o que já aconteceu no lugar só ficando no local.
  - É mesmo. – eu disse e a abracei.
  - E eu? Não tenho mais nenhum poder? – ela perguntou e eu dei de ombros – Ah, você e a tem mais de um poder, só eu que sou a idiota que vê o futuro, mas não pode fazer nada.
  - Como não pode fazer nada? Você vendo o futuro pode mudá-lo.
  - Ah, mas mudá-lo não é um poder. Eu queria algum poder a mais. Como vocês.
  - Ah . Cala a boca. – eu dei uma pausa e lembrei de Fernando – e ai? – fiz uma cara maliciosa – o que o Fernando veio fazer aqui, hein? – eu cutuquei sua barriga e ela riu.
  - Ah, ele veio trazer as passagens da nossa viajem. – ela mostrou os papeis que no caso eram as nossas passagens. No mesmo instante o meu sorrisinho se desfez. Não quero voltar aquela cidade. Foi lá que eu descobri meus poderes. Não é que eu não goste da cidade por ter descoberto meus poderes lá, mas sai o “porque” que eu os descobri.

  Flashback on
  Cheguei à praça onde eu me encontrava com Vitor, meu “namorado” (as aspas porque ele não era meu namorado ainda. Mas ele me pediu em namoro e eu iria aceitar.) Estava tudo escuro, pois já era de noite, e ninguém estava presente, a rua estava deserta. Deparo com uma cena que eu sinceramente não merecia ver. Vitor estava beijando uma garota loira, e estava sentado no banco em que ele dizia ser o nosso banco.
  - VITOR. – eu grito e ele me olha assustado, automaticamente lagrimas escorrem desesperadamente por meus olhos.
  - ? – ele diz e a garota dá um sorrisinho.
  - Ele é meu. Vê se entende isso. – ela diz e tenta o beijar novamente, o que eu empeço.
  Fui até ela e a puxei pelo cabelo a jogando contra o chão. Vitor tenta me segurar, mas eu lhe acerto um soco fazendo com que ele caísse. Ela se levanta e tenta me bater, mas eu seguro a sua mão e lhe dou um soco no rosto. Vitor levanta e tenta me parar novamente, ele segura meus braços e eu lhe dou uma pisada no pé. A garota levanta rápido e me acerta um soco. Ouço Vitor gritar e apago. Acordo com tudo a minha volta bagunçado, lixo espalhado no chão, muitas coisas quebradas, os postes de luzes estavam apagados e havia alguns machucados em Vitor e aquela vadia que estava com ele, os dois estavam desacordados. Uma criança se aproxima de mim.
  - Eu também sou especial.
  - Especial? Como assim?
  - Você tem poderes e eu também. – era uma garotinha, ela falava seria e com um olhar meio distante.
  - Poderes? Que poderes? – eu pergunto e ela segura em minha mão.
  - Vou lhe mostrar. – ela fechou os olhos e respirou fundo, logo algumas imagens aparecem em minha mente.
  Vejo o soco que a vadia me deu e eu cambalear para trás, Vitor grita e corre em minha direção, mas eu olho para a garota rapidamente e começo a flutuar, meus olhos estavam brancos e alguns objetos voavam a minha volta. A garota me olha com um olhar de medo, e a minha expressão era de raiva. Vitor cai e começa a tentar fugir ainda caído. Um vento muito forte começa a jogar as coisas para os lados. Eu pareço estar me concentrando e a garota de repente é jogada contra um poste. Vitor me olha assustado e eu o encaro, ele é lançado com muita força contra uma lixeira, ele a atinge e cai. Logo o corpo da garota e o dele começam a flutuar e eu começo e mexer os braços, eles são arremessados contra vários lugares. Até que eu caio e o vento forte para, os objetos caem e os corpos, de Vitor e da garota caem ao chão também.
  - Como você... – eu fui perguntar, mas a garotinha não estava mais ali, só estava eu, Vitor e a garota. Algumas lágrimas rolam pelo meu rosto, e apesar de muita dor, eu consigo me arrastar até Vitor e checar seu pulso, constatando que eu estava certa, eu havia o matado.

  Flashback off

  Depois de lembrar disso eu automaticamente corro para dentro de casa com algumas lagrimas escapando de meus olhos.
  - , o que foi? – corre atrás de mim e me segura – o que aconteceu?
  Eu somente caio ao chão e ela me abraça, vejo seu rosto de preocupação passar para medo. Ela se separa de mim rapidamente e me encara.
  - ... Você matou seu ex-namorado?

Capítulo 5

  ’s Pov
  - ... Você matou seu ex-namorado? – me perguntou e eu fiquei assustada, como ela sabia?
  - Eu...
  - É por isso que você nunca quis fazer regressão, você não queria que ninguém soubesse. – ela levantou e começou a falar brava.
  - , deixa eu explicar. – eu cheguei mais perto dela e ela se afastou.
  - Não chega perto de mim. Vai que você fica brava por eu ter descoberto e me mata também. – ela disse em tom de deboche.
  - , eu jamais te...
  - Machucaria? – ela me interrompeu – pois tenho uma surpresinha para você, você já me machucou. Inúmeras vezes. E mesmo assim eu agüentei, e fiquei do seu lado. Te contava tudo e você dizia nunca ter escondido nada de mim, mas escondia.
  - , você não entende. Eu não podia te contar.
  - Por que não?
  - Por que isso me magoou muito. Você acha mesmo que eu queria matar ele? Acha que eu sou uma assassina? Que eu faria aquilo de propósito? Eu nunca quis ter esse poder, e aquilo me marcou. Eu só queria esquecer e seguir minha vida em frente, tudo que me levava a lembrar daquilo eu evitava, como por exemplo, essa viagem.
  - Por isso você não queria ir para Madri. – ela olhou para baixo, mas logo voltou a me encarar – mesmo assim você teve a chance de me contar, e não contou. Quer dizer que se eu não tivesse descoberto... Você nunca teria me contado?
  - , você não entende. Eu me sinto muito culpada por tudo que aconteceu, eu não gosto de lembrar. Tenta se colocar no meu lugar, poh. Mesmo com tudo que me machuca por dentro. Mesmo a ferida ainda não tendo sarado. Mesmo depois de tudo que eu sei que posso sentir ao voltar aquela cidade, mesmo depois de tudo isso... Em nome da nossa amizade, por você... Eu aceitei ir para Madri. Você não reconhece isso não?
  - O que eu não reconheço, é você ter mentido para mim todos esses anos. – ela disse calma, mas com um tom de raiva na voz.
  - Não adianta você nunca vai me entender. – eu disse e subi as escadas.
  Eu precisava espairecer... Correr, andar, nadar, fazer qualquer coisa que me distraísse. Mesmo estando de noite, eu precisava sair. Subi as escadas, troquei de roupa, coloquei a minha jaqueta que eu adoro, a minha camiseta de sempre, uma calça qualquer, passei uma maquiagem forte no olho e na boca um batom rosa quase tom de boca, coloquei meu All Star, minha pulseira, minhas unhas já estavam pintadas, peguei meu celular e desci.
  - Aonde você vai? – perguntou ainda sem me olhar, estava sentada no sofá, com a cabeça abaixada.
  - Vou dar uma volta, daqui a pouco to ai.
  - Se cuida. – só a ouvi dizer isso antes de sair.
  Fui em direção ao parque, andei um pouco, tomei um sorvete, sentei em baixo de uma arvore e mexi no celular. Respirei fundo, aprendi um truquezinho que eu tenho que mostrar a . Pensei um pouco e resolvi voltar para casa. Entrei e encontrei , do mesmo jeito que estava quando eu sai, só que agora dormindo.
  - ... – eu a chamei e a cutuquei – vem. Eu te ajudo a ir para cama.
  - Hã? – ela me olhou – a já chegou?
  - Não, ta de noite. Você ta dormindo no sofá. – ela olhou para onde estava deitada enquanto eu a ajudava a levantar-se.
  - Ah, é mesmo. – ela riu, mas logo ficou seria – você me perdoa?
  - Hã?
  - Por eu ter brigado contigo.
  - Não posso te perdoar . – ela me olhou confusa – eu é que tenho que me desculpar. Fui eu que fiz errado em não te contar.
  - É. – ela riu – mas mesmo assim... Eu não quero ficar brigada contigo.
  - E quem ta brigada aqui?
  - Ah é. – ela corou – ninguém. – ela sorriu e eu sorri de volta.
  A levei para cama, tomei um banho e me deitei. Amanhã a chega.
  - ... – ouvi alguém me chamar e me cutucar – ... – a mesma pessoa continuou.
  - Hã? – eu perguntei e na mesma hora a pessoa começou a pular na minha cama.
  - ACORDA. LEVANTA E ACORDAAA. – olhei com a maior cara de brava que eu conseguia fazer para – não adianta. Eu sei quando você não esta com raiva de verdade. – ela disse descendo da minha cama.
  - Cala a boca . – eu disse e me sentei.
  - Anda, levanta. Temos que nos preparar para receber a .
  - Ah, ta bom. – eu disse e me levantei, ou melhor, fui me arrastando para o banheiro. Fiz minha higiene pessoal e sai do banheiro, me arrumei colocando uma roupa confortável e bonita ao mesmo tempo. Já a ... Sempre com roupas discretas e claras. Eca.
  - A chegou. – ela disse e saiu do quarto, assim que ela saiu a campainha tocou. Espera... Como ela... Como ela sabia?
  Desci e encontrei a e ela abraçadas e pulando.
  - Hey, . – eu a cumprimentei.
  - . – ela correu e me abraçou - como está?
  - To bem e você? – perguntei me separando dela.
  - Ah, to ótima. Estava morrendo de saudades.
  - Que bom, nós também estávamos. – eu disse e a assentiu.

  ’s Pov
  Depois da nossa recepção a . A ajudamos a carregar as malas até o quarto. Quando foi colocar as roupas no armário a interrompeu.
  - Não . Deixa que eu faço isso, eu aprendi um truquezinho. – disse e se posicionou a frente do armário.
  Logo seus olhos estavam brancos, mas em vez de uma expressão de raiva, ela estava com um sorriso meio malicioso. Não demorou muito para as portas do armário se abrirem, os fechos das malas de também e as roupas flutuarem até o armário se posicionando umas em cima das outras, ajeitadas. Depois as portas do armário se fecharam e ela se virou, ainda com os olhos brancos, para a mesinha onde nós colocamos maquiagens, perfumes, assessórios e outras coisas. As maquiagens de começaram a flutuar também, assim como os assessórios, perfumes e tudo mais. E por fim todos já estavam posicionados em cima da mesinha.
  - ... Quando você...
  - Ontem no parque eu deixei meu celular cair e estava com preguiça de pegar ele, então me concentrei e consegui trazer ele até mim, só tenho que ver um jeito de meus olhos não ficarem brancos mais.
  - Que bom que você aprendeu um pouco mais sobre o seu poder. – pulou em e eu também.
  Ficamos brincando, bagunçando, se xingando e se batendo o dia todo, ate que no fim do dia a chama nós por que a comida já chegou.
  - Hum... To com fome. – diz e a olha com cara de tipo “avah, é mesmo?”.
  - Você sempre ta com fome , não tem um dia que você não esteja com fome. Você é terrível.
   pos a língua para ela e se serviu, eu só ri e me servi também quando estávamos lavando a louça, nos surpreende com um grito.
  - O que foi? – eu pergunto assustada.
  - Nós vamos para Madri amanhã, e a ? – disse me olhando e depois olhou para .
  - Ah, serio que você vão? – ela perguntou e assentiu – Não tem problema, eu convenço o homem que vende as passagens me vender um lá na hora. – ela piscou para nós. Nós rimos e fomos nos deitar.
  No dia seguinte...
  - Vamos . – já era a milionésima vez que eu apressava a , cara... Ela demora muito.
  - Já estou indo. – ela entrou no aeroporto carregando varias malas e chegou perto de mim – pena que nem todo mundo tem poderes, se não eu ai levando as minhas malas voando. – ela bufou e eu ri.
  Dentro do avião...
  - Ai meu pé. – se queixou de , que havia pisado em seu pé.
  - Desculpa. – se deitou e dormiu, incrível a facilidade que ela tem para dormir. Eu pareço um vampiro, é muito difícil dormir. Mas até que acabei adormecendo.
  Em Madri...
  - Ai que cidade linda. – eu disse e olhei para Dana que parecia não estar nesse mundo, não dei bola e tentei fazer com que Julia não percebesse.
  - Vem cah, vem . – nos pegou pela mão e nos levou ao táxi, onde já haviam posto nossas malas – para o hotel... – leu o papel e fez uma careta – ah, é esse hotel aqui. – ela entregou-lhe o papel.
  Já no hotel...
  - Gente, eu vou sair. – eu disse e peguei meu celular. Ouvi um “se cuida” da Dana e um “vai com deus” da .
  Estava indo em direção ao parque que tinha em frente ao meu hotel quando um homem vem andando, rápido, e cruza por mim quase me derrubando.
  - Olha por onde anda wou. – eu disse e ele se virou para mim.
  - Olha para onde você está indo.
  - Mal educado.
  - Bem educada. – ele disse em tom irônico e seguiu.
  - Vai com deus que o diabo ta de férias.
  - Ah, você ta de férias é? – ele perguntou de longe.
  - Idiota.
  - Igualmente. – ele gritou e seguiu.
  Que cara mais idiota. Segui andando e vi um cartaz que estava escrito “Enrique Iglesias” e havia a data de um show, logo abaixo uma foto do mesmo... O QUE? Enrique Iglesias é o idiota que cruzou por mim? Ah, ótimo. Tem um famoso agora que me não gosta de mim. Muito bem , começou muito bem.

Capítulo 6

  ’s Pov
  Não tinha como começar melhor, um cara esbarra em mim, xingo ele, depois descubro que ele é um cantor, Enrique Iglesias mais precisamente, ou seja, um famoso, que com um estalar de dedos pode acabar com a minha vida social. Parabéns , você mandou muito bem. Quer saber? Vou voltar para o hotel que eu ganho mais.
  Ao chegar no hotel, vejo assistindo TV e a mesma diz que a estava no banho.
  - Como foi o passeio? – ela pergunta sem tirar os olhos da TV.
  - Mal. – sentei ao seu lado e ela virou-se para mim.
  - Como assim?
  - Quando eu estava saindo do hotel um cara esbarrou em mim, ai eu xinguei ele e ele ficava me ironizando, só que eu não cheguei a discutir sabe? Ele ficava ironizando enquanto caminhava. Ai quando eu cheguei ao parque eu olho em um cartaz de um show e estava escrito “Enrique Iglesias”, e quando eu olho a foto do cantor... Era o idiota que esbarrou em mim.
  - Espera... Você esbarrou em um famoso? E o xingou?
  - Sim.
  - Ele pode acabar com a sua vida social. – ela disse virando-se para a TV.
  - E você acha que eu não sei disso?
  - Sei lá.
  - Você conhece o Enrique Iglesias?
  - Já ouvi falar, mas nunca tive interesse. Nunca sequer vi uma foto dele. – ela virou-se para mim – ele é bonito?
  - Não sei. Na hora eu não reparei, só queria xingar ele.
  - Hum... – ela voltou-se para a TV.
  - Vou tomar um banho.
  - Ta.
  - Mais tarde vamos sair.
  - Ah não. Vai você e a , eu não quero.
  - Anão é um homem bem baixinho. E... Por que não?
  - Você sabe. – ela parou de olhar para TV e olhou para seus pés.
  - Ah, não fica assim. Você supera. Vem com a gente.
  - Não. Melhor não.
  - ... – fiz beicinho – por favor.
  - ...
  - Por favorzinho. – a olhei com cara de gatinho de botas ela pensou um pouco.
  - Ta bom. – bufou.
  - EEEEEEEE. – eu gritei e a abracei.
  - Ta, ta. Vai tomar o seu banho.
  - Ta. – eu disse e fui para o meu quarto.
  Chegando ao meu quarto, fecho a porta, começo a ver minhas roupas até que sinto uma dor na cabeça muito forte e uma tontura. Logo após eu...

  ’s Pov
   foi tomar banho e eu fiquei pensando em como deve estar aquele lugar.

  Flashback on
  - Não. – eu disse assim que tive a certeza de que ele estava morto.
  Eu chorava em quanto abraçava o seu corpo. Ele ainda estava quente, mas mesmo assim não muito. Eu precisava sair dali, mas estava sem força para levantar e estava com muitas dores pelo corpo. Até sentir alguém chegar perto de mim e me ajudar a levantar. Colocou meu braço em volta de seu pescoço e com um dos braços envolveu minha cintura, para que eu pudesse ficar em pé.
  - Quem é você? – eu perguntei, mas a pessoa não respondeu – quem é você? – perguntei de novo.
  - Meu nome é John, e eu estou aqui para te ajudar.
  - John? Como assim? – o único John que eu me lembro é o John meu amigo de alguns anos atrás que eu perdi contato.
  - Sim. Olá . Estou aqui para te ajudar porque eu sei que você os matou, mas foi um acidente.
  - Como você sabe?
  - Eu posso ler mentes.
  - O QUÊ? – eu gritei e me afastei dele, acabei caindo no chão.
  - Calma, eu só vou te levar para casa, não vou te machucar. – ele falou me levantando, colocando meu braço novamente em volta de seu pescoço e o seu braço em volta de minha cintura.
  - Como você sabe onde eu estou... – lembrei que ele lia mentes – ah, esquece.
  Ele não disse nada até chegarmos ao hall do hotel. Assim que chegamos... Eu quebrei o silencio.
  - Pode deixar eu seguir daqui. Eu acho que consigo.
  - Tem certeza? – ele perguntou e eu assenti, ele foi me soltando aos poucos, consegui dar alguns passos, mas logo cai – viu? Deixa que eu te ajudo a chegar ao seu quarto.
  - Ah, tudo bem.
  Ele me segurou e me levou até o elevador, ele se manteve em silêncio até sairmos do elevador.
  - Cadê a chave?
  - Ta aqui. – eu lhe entreguei a chave e ele abriu a porta.
  Ele me levou para dentro e me sentou no sofá. Depois que se despediu e foi embora, eu acabei adormecendo. Acordei e liguei a TV, e estava passando uma reportagem em que dizia terem achado sangue na praça (onde eu matei Vitor), só que não encontraram corpo, nem nenhuma pista do que havia ocorrido lá.
  Flashback off

  Resolvi desligar a TV. Aquelas lembranças não são nada boas. Mas como a é minha melhor amiga, uma irmã para mim, eu tinha que ir com ela passear. Ela pode estar certa. Eu vou conseguir superar tudo isso.
  - Eu sei que vou. – sussurrei para mim mesma em quanto caminhava até a cozinha.
  - Hey, falando sozinha? – falou encostada a porta da cozinha me causando um tremendo susto.
  - Ah, . – eu suspirei – não, eu só estava pensando alto.
  - Hum... Cadê a ?
  - Ela foi tomar banho, só que mais tarde ela quer sair. – falei com uma pontinha de esperança de que ela dissesse “não quero”, ou então “não posso”.
  - Ah, ótimo. Vou me arrumar.
  - Tanto faz. Mais tarde eu me arrumo.
  - Ta, mas não demora. – ela falou e eu pus a língua para ela.
  Ela me olhou quase cerrando os olhos e eu senti a dor de um beliscão no braço.
  - AIII. – eu gritei e ela subiu as escadas rindo. Detesto quando ela faz isso. Ela se aproveita que nós estamos longe dela e nos faz sentir beliscões. Sinceramente? Tem horas que eu queria ter nascido com o poder da , sabe? Fazer as pessoas fazerem o que nós queremos com apenas um olhar, as fazer sentirem cócegas e até mesmo os beliscões, enfim... Fazê-las sentirem ou fazerem o que nós quisermos. Mas tem vezes que eu estou contente com meu poder. Pois estou começando a controlá-lo. Estou feliz por isso.
  - Sim, eu estou. – sussurrei novamente. Fui até o armário e me deparei com o mesmo vazio – droga. – disse assim que lembrei que não havíamos comprado nada. Subi as escadas, fui para meu quarto, tomei banho, me vesti e desci. Ia pedir as meninas para antes de sairmos, comprarmos algumas coisas, deixar aqui e então irmos passear.
  - Quando você vai usar roupas mais claras, hein? – me perguntou em quanto me via descendo.
  - Ah, não tente me mudar, por favor. – eu disse e me direcionei ao sofá.
  - Eita. – ela disse e sentou ao meu lado – o que ta acontecendo? Desde que chegamos você está de mau humor.
  - Não aconteceu nada, ué.
  - Ah, aconteceu sim. Aconteceu mesmo. – ela disse seria.
  - Olha, eu não gosto de falar disso ok? – levantei do sofá.
  - Epa. Não precisa ficar brava também.
  - Não estou. É só... Que eu não gosto desse lugar.
  - Então por que veio? – ela levantou e ficou parada em minha frente.
  - A , por ela.
  - Ah, entendi. – ela fez uma careta de tipo “ok, mas espera” – por falar nela... Cadê ela?
  - Pois é. To estranhando a demora dela.
  - Vou subir e apressar ela. Você pega as chaves do carro. – ela falou piscando e subindo as escadas. Eu tenho que admitir, comprar um carro aqui, para depois no fim da viajem termos que vende-lo para voltar, foi uma idiotice, mas é melhor que alugar um carro usado. Não quero saber o que as pessoas pervertidas fizeram lá. Ri com meus pensamentos e peguei as chaves.
  - ! – gritou lá de cima.
  Corri para ver o que havia acontecido e ela estava abaixada ao lado de que estava desacordada no chão.
  - O que aconteceu? – eu perguntei.
  - Eu não sei. Eu cheguei aqui e ela já estava assim.
  - Faz ela acordar.
  - Como?
  - Faz ela... Faz ela sentir cheiro de café.
  - Ta, vou tentar. – ela fechou os olhos, se concentrou um pouco e logo a Cah abriu os olhos – deu certo.
  - Café? Vocês compraram café... – se sentou e logo abriu bem os olhos – o que eu estou fazendo no chão?
  - É o que queríamos saber. – eu disse e ela me olhou confusa – você estava desmaiada ai.
  - Ah, eu acho que foi por que eu senti uma tontura.
  - Tontura... Sei. – eu disse e a ajudei a levantar-se.
  - Vamos gente, eu tenho que tomar banho. – ela disse empurrando eu a para fora do quarto.
  - O que será que aconteceu? – me perguntou.
  - Não sei. – eu dei de ombros e desci, veio logo atrás.
  Não passou muito tempo e já estava pronta.   - Vamos meninas. – ela disse e nós apenas saímos. Entramos no carro, ligamos o radio e estava tocando uma musica que eu adoro Hero, do... De quem é essa musica mesmo? É algum nome que termina com “ique”. Edrique... Badique... Chuvique... Enrique... ENRIQUE IGLESIAS. Isso, o cara em quem a esbarrou.
  - Olha quem cantando. – eu disse e me olhou confusa.
  - Quem? – perguntou.
  - Enrique Iglesias, o cara em quem a esbarrou.
  - esbarrou em um famoso? – revezava seu olhar surpreso entre mim e .
  - E xingou ele. – eu completei e a olhou surpresa.
  - Ah, ele mereceu. – ela disse e cruzou os braços. riu e olhou para frente. Quando fui olhar... grita.
  - ! – eu olho para frente – CUIDADO! – ela gritou novamente, mas já era tarde demais.

Capítulo 7

  ’s Pov
  - ! – eu olho para frente – CUIDADO! – ela gritou novamente, mas já era tarde demais.
  Acordei com uma dor no corpo, levo minha mão a cabeça e estava com algo molhando a mesma.
  - O que é isso? – eu olho para minha mão e ela estava vermelha – mas o que... – eu vejo que é sangue e vejo no banco de trás desacordada e também. Mas ao contrario de mim as duas estavam de cinto de segurança. Olhei em volta e vi que havíamos batido em uma arvore, mas não lembro por que.
  - Ah meu deus. – eu ouço alguém do lado de fora do carro dizer – alguém ai está acordado. – vejo alguém se aproximar da janela, mas não consigo ver a pessoa, pois minha vista escurece e eu apago.
  - Hey, acorda, por favor. – escuto alguém me chamar e sinto que estou sendo carregada.
  - O que... – eu não consigo terminar por que a pessoa que me carregava me interrompeu.
  - Ah que bom que você acordou. Qual o seu nome?
  - . – tento enxergar, mas minha vista continua embaçada e estava me sentindo tonta - o que aconteceu?
  - Eu fui atravessar a rua, e você quase me atropelou, mas desviou e acabou batendo em um arvore.
  - Cadê as minhas amigas?
  - Estão bem, uma delas só bateu a cabeça e desmaiou, a outra desmaiou por causa do susto.
  - Ah, entendo. Onde estou?
  - Estou te levando para o hospital.
  - Quem é você?
  - Meu nome é Josh.
  - Josh, eu não to conseguindo ver direito.
  - Tudo bem, já estamos chegando ao hospital.
  - Mas onde estão as minhas amigas?
  - Elas já estão vindo.
  Foquei um pouco minha visão e consegui enxergar uma porta, logo minha visão voltou ao normal.
  - Ah, já to enxergando. – eu disse e ele deu uma risada curta.
  - Ela precisa ser atendida. – ouvi ele dizer para a moça que estava no atendimento.
  - Sinto, mas o senhor tem que esperar. O médico que está disponível ainda não pode chegar.
  - Ache algum então.
  - Não posso fazer nada meu senhor, agora peço que se sente, ou vou ter que chamar a segurança.
  - Ela sofreu um acidente, por favor.
  - Senhor, sente-se. – puxei a cabeça dele para mais perto de mim e me aproximei de seu ouvido.
  - Não se assuste eu vou fazer uma coisa, mas por favor não se assuste. – eu sussurrei ao seu ouvido. Ele assentiu.
  Fiz um pouco de esforço e quando minha vista começou a clarear vi a mulher arregalar os olhos. Fiz com que ela fosse levantada levemente do chão.
  - Você vai dar um jeito de eu poder ser atendida. – eu disse com um tom de raiva.
  - Ta. Eu faço, eu faço. – ela disse e eu a soltei. Minha vista voltou ao normal e ela começou a mexer no computador. – o doutor Carlos vai lhe atender.
  Logo alguns enfermeiros vieram, me colocaram numa maca e Josh me acompanhou o tempo inteiro. Depois de alguns exames o doutor disse que não foi nada grave, mas teria que ficar em observação por uns dias, e que é para mim tomar cuidado e usar o cinto de segurança.
  - Você deu sorte. – olhei para onde vinha a voz e vi Josh entrando.
  - Ah, sim.
  - As suas amigas estão ai.
  - Estão...? – fiquei com um pouco de receio em falar no assunto do meu poder, mas logo sumiu – você não se assustou quando eu... Hã... Fiz... Aquilo.
  - Pois é. É que eu tenho um poder também. – ele passou a mão na nuca.
  - Tem?
  - Sim. Eu posso... – ele levantou a mão e toda a água que estava no vaso da flor ao meu lado, começou a flutuar.
  - Nossa, legal. O seu poder é o mesmo que o meu. – eu disse e ele devolveu a água ao vaso.
  - Na verdade não. Você consegue fazer qualquer coisa levitar, já eu só consigo dominar a água.
  - Ah, entendi. – eu disse e ele deu risada.
  - Bom, acho que as suas amigas estão um tanto preocupadas com você. Quer que eu as chame?
  - Pode ser.
  - Ta, mas antes... – ele me entregou meu celular.
  - Mas como... – ele riu e eu peguei o celular.
  - Estava no seu bolso quando trocaram a sua roupa e me entregaram eu peguei e guardei para você.
  - Ah, muito obrigado.
  - Coloquei meu numero, caso você precise. Na verdade, acho que não vai precisar, mas... A gente pode se falar de vez em quando.
  - Sim, claro.
  - Bom... Vou chamar sua amigas.
  - Ok.
  Não demorou muito e entrou a “caravana da alegria” no meu quarto.
  - , meu amor. Você nos deixou muito preocupadas. – Ju disse vindo me abraçar.
  - Muito, muito preocupadas. – disse e veio me abraçar também.
  - Ta, gente. To bem. – eu disse e elas se separaram de mim para me encararem.
  - Você viu o gato que te trouxe para o hospital? – perguntou fazendo uma cara maliciosa.
  - Sim, ele é legal.
  - Legal? O cara é um gato. – disse e eu me surpreendi – que dizer, ele é bonito.
  - Sim, sim. Ele é bonito.
  - Como é o nome dele? – perguntou.
  - Josh.
  - Josh... Eu já ouvi esse nome em algum lugar. – disse.
  - Sim, eu também. – eu concordei – mas voltando ao que interessa... Me desculpem, eu não sei o que houve. Eu vi alguém na frente do carro e tentei desviar.
  - Não aconteceu nada . – me abraçou.
  - É , para de se martirizar. – disse e cruzou os braços.
  - É, pensa pelo lado positivo... Você conheceu o Josh. – ela fez uma cara maliciosa novamente.
  - É, ele pode ser uma grande amigo.
  - Como assim? – se sentou a cama e me encarou.
  - Ele tem poderes assim como nós.
  - Serio? – perguntou e eu assenti.
  - Que poder? – perguntou.
  - Ele pode dominar a água.
  - Legal. – disse.
  - É, maneiro, eu queria dominar a água. – disse fazendo beicinho.
  - Gente eu to um pouco cansada, eu quero dormir... Então se fizerem o favor... Saiam para eu dormir, por favor. – eu disse e ela saíram.
  Adormeci rapidamente. Mas assim como acordei rapidamente, pois tive um pesadelo. Pensando bem, acho que não foi tão rápido, estava tudo escuro. Mas mesmo assim dava para enxergar algumas partes do quarto. Olhei para o lado e vi alguém deitado na poltrona, deduzi ser a , pois a detesta dormir em sofás. Levantei com um pouco de dor e fui até a poltrona. Sentei ao seu lado e apoiei minha cabeça em seu braço.
  - Acorda dorminhoca. – eu disse.
  - Hã? – ouvi a dizer.
  - Acorda. Que horas são? – eu perguntei ajeitando minha cabeça em seu braço.
  - São... 03:37. – reconheci a voz de Josh.
  - Josh? – falei me afastando.
  - Sim?
  - O que você está fazendo aqui a essa hora?
  - Estou te cuidando.
  - Por quê?
  - A sua amiga disse que não podia ficar, ai a sua outra amiga se ofereceu, mas disse que ela tinha que fazer uma coisa para ela, ai elas me perguntaram se eu não podia ficar aqui.
  - Ah entendi. – elas me pagam – mas... Os seus pais não vão ficar tipo... Preocupados?
  - Não, eles morreram em um acidente de carro a três anos.
  - Ah, me desculpa. Eu não sabia. Eu... – ele começou a rir.
  - Não foi nada, não precisa ficar assim. – ele riu, mas em seguida parou.
  - Ah, olha eu te confundi com a , nossa que vergonha.
  - Não foi nada, eu gostei.
  - Gostou de eu te chamar de “dorminhoca”?
  - Não, eu gostei da hora que você deitou no meu braço. - ela parou um pouco, mas depois continuou – quer dizer, eu... Eu...
  - Calma, não foi nada. Acho melhor eu ir dormir. – disse indo em direção a cama.
  - Claro, vai sim. Eu vou dormir também.
  - Você vai dormir no sofá?
  - Sim, por quê?
  - Ah, sei lá. Não é desconfortável?
  - Bom... Não é uma cama de alto conforto, mas dá para tirar uma soneca.
  - Quer saber, eu não to com sono, to a fim de mexer no meu celular. Deita aqui que eu vou para ai.
  - Não. De jeito nenhum, fica ai. Eu vou dormir aqui mesmo.
  - Para de frescura garoto e vem logo. – eu levantei e o puxei.
  - E você vai dormir onde?
  - Eu... Ah, eu durmo no sofá. – comecei a sussurrar – vou te contar um segredo, eu tenho uma quedinha por sofás. – eu disse e ele deu risada.
  - Ah, não. Vem cá. – ele me puxou – deita ai comigo então. Eu nunca vi uma cama de hospital tão grande. – realmente era uma cama grande.
  - Deitar com você?
  - Sim, quer dizer, só para descansar, eu não vou te fazer nada.
  - Não é isso, é que eu durmo... Chutando. – disse com um pouco de vergonha.
  - Ah, não dá nada. Vem. – ele me puxou e eu deitei ao seu lado.
  - Espera, cadê meu celular?
  - Ta ali no sofá.
  - Ata. – eu fui levantar e levei o braço para o lado derrubando o vaso de flores, sorte que era de plástico e não quebrou, em compensação virou toda a água. – Ai, tinha que ser eu.
  - O que foi?
  - Derrubei o vaso e virou a água no chão.
  - Toma cuidado para não escorregar... – ele disse, mas eu acabei escorregando.
  - AIII. – eu gritei e ele, eu não faço a idéia de como, deu um pulo e já estava ao meu lado me levantando.
  - Você ta bem?
  - To. – eu disse e ele me levantou.
  Ao me levantar, eu me segurei nele e ele acabou deixando nossos rostos tão próximos, que eu sentia a sua respiração. Ele se aproximou e me beijou, eu retribui. Seu beijo era calmo, como se não tivesse a menor pressa, e como se quisesse apreciar aquele momento por inteiro. Ele parou o beijo e eu sorri. Engraçado, eu não costumo sorrir depois de beijar alguém, mas em fim... Depois peguei meu celular, nos deitamos e ele me deu mais um beijo. Adormeci sobre seu peito.

Capítulo 8

  ’s Pov
  - Vem . – vejo uma menina muito bonita, com um vestido branco me chamar, só que eu não conheço ela.
  - Quem é você?
  - Vem, só vem. – ela disse e sorria de uma maneira tão bonita.
  - Mas quem é você? – comecei a segui-la.
  - Você não se lembra de mim? – ela perguntou e dobrou em uma esquina.
  - Não, qual o seu nome?
  Eu dobro e vejo a garota parada me encarando com os olhos arregalados de medo, olho sua roupa suja de sangue e me assusto.
  - ... – ela começa a falar triste e ao mesmo tempo fazendo força, pois parece estar fraca. – você não se lembra de mim?
  - Não... Eu... Qual o seu nome? – de repente fico sem reação ao ver que ela está a beira de um precipício.
  - ... – ela falou e caiu para trás.
  Em um reflexo eu corro e tento segura-la, mas não consigo alcançá-la a tempo.

  - ! – eu grito e dou um pulo na cama.
  - , o que aconteceu? – entrou em meu quarto.
  - Ah, eu acho que tive um pesadelo.
  - Com a , não foi?
  - Sim.
  - O que aconteceu?
  - Eu não sei explicar, mas no sonho eu não a reconheço, ela estava diferente e estava de vestido branco, duas coisas que ela detesta cores claras e vestidos. E depois ela estava parada me encarando com medo e sua roupa estava suja de sangue. Depois ela caiu de um precipício.
  - Meu Deus. Será que isso vai acontecer?
  - Não, eu acho que não, pois eu tenho tido uns sonhos muito estranhos.
  - E algum se realizou?
  - Não.
  - Ótimo.
  - Vamos para o hospital?
  - Claro, depois que a falou que o Josh pode ser um amigo, eu estou meio interessada nele.
  - , eu acho bom você não se interessar por ele.
  - Por que não?
  - Eu consegui ver que ele está meio interessado na .
  - Você acha?
  - Sim.
  - Ah, mas também... A bonita daquele jeito, só se ele fosse cego para não se interessar. – ela disse e eu ri.
  - Então, depois nós podemos pedir para ele nos apresentar uns amigos, o que você acha?
  - Acho bem legal.
  - Ótimo, agora vamos que eu estou um pouco preocupada com a .
  - Não precisa se preocupa com ela, o Josh – ela fez questão de dar ênfase ao “Josh” –, deve estar cuidando dela. – ela fez uma cara maliciosa.
  - Tanto faz, eu quero ver como ela está. – Falei me levantando da cama. – Quem ta lá em baixo?
  - Como você sabe que tem alguém lá em baixo?
  - Não sei, eu só... Sei. – eu disse dando de ombros.
  - Não me diga que você tem aquele poder de poder sentir as pessoas mesmo sem vê-las?
  - Será?
  - Eu sei lá, você que tem que me dizer.
  - Bom, eu não sei, acho que sim.
  - Legal. – ela disse saltando em meu pescoço. Como ela consegue ser tão escandalosa?
  - Ta, mas quem ta lá em baixo?
  - Ah – ela se separou de mim. –, é um entregador, pedi para trazerem pão.
  - E o que ele ta fazendo aqui ainda?
  - Eu vim buscar o dinheiro bem na hora que você gritou. Vou lá pagar ele e já volto.
  - Ta. – eu disse e ela saiu do quarto.
  Peguei minha roupa, vesti. Desci e ela já havia posto a mesa e já estava pronta.
  - Nossa... Parabéns. – eu disse sentando.
  - Obrigada. – ela disse e limpou o ombro. Eu ri.
  Terminamos o café e fomos para o hospital, chegando lá entramos no quarto da e vimos a mesma deitada com Josh.
  - Olha. – eu sussurrei – eles dormiram juntos.
  - É. – ela sussurrou de volta fazendo uma cara maliciosa.
  - Vamos deixá-los a sós. – eu disse e me virei.
  - Ok. – disse e saímos do quarto.
  - O que vamos fazer agora? – eu perguntei com a maior cara de tédio.
  - Vamos naquela lanchonete que tem aqui na frente? – ela perguntou e passou a mão na barriga, essa menina não cansa de comer não? – não, eu não canso. – porra, eu falei isso alto?
  - Hã, vamos? – eu perguntei mudando de assunto.
  - Vamos. – ela disse e saiu na frente, eu respirei aliviada de ela não ter se mantido naquele assunto.
  Ao segui-la vejo que a mesma já estava no outro lado da rua entrando na lanchonete, essa vaca. Nem me esperou. Olhei para meus tênis e vi que um deles estava desamarrado. Abaixei e fui amarrá-lo novamente. O que seria possível se um idiota não tivesse trombado e caído por cima de mim.
  - Ai, me desculpa mesmo. Eu não te vi. – ele se desculpava.
  - Não está tudo bem, eu... – parei de falar assim que vi que o idiota era o mesmo idiota que eu encontrei no meu primeiro dia aqui, o tal de Enrique Iglesias.
  - Ah, não. Você está me seguindo é isso? – ele perguntou.
  - Eu? Seguindo você? Só se eu fosse louca.
  - Ah, não é? Eu pensei que fosse.
  - Cala a boca, ok?
  - Olha, ela ficou bravinha. – ele debochou.
  - Ai, vai ver se eu estou na esquina, vai? – disse atravessando a rua.
  - Se você tivesse na esquina, eu não teria esbarrado em você. – ele disse e entrou no hospital.
  - Que cara mais idiota. – disse sentando na mesa em que estava.
  - Quem é idiota?
  - Ninguém, esquece.
  - Eu não vou... – ela começou a falar, mas bem na hora chegou o que ela havia pedido – ah, olha. A minha comida. – ela nem deu bola mais para a conversa. Ainda bem.
  Depois que comeu quase toda a comida da lanchonete, voltamos ao hospital, com certeza a essa hora já havia acordado. Só espero que aquele imbecil do Iglesias não esteja lá.
  Fomos em direção ao quarto da e vimos Josh voltando ao quarto.
  - Hey Josh. – eu o chamei.
  - Ah, oi meninas. – ele nos cumprimentou.
  - A já acordou?
  - Sim, ela está conversando com um amigo meu.
  - Tem um amigo seu ai dentro? – apontou para a porta do quarto.
  - Aham. – ele assentiu – ah, quero avisar vocês que em seguida que a sair daqui eu vou dar uma festa lá em casa, e uns amigos meus vão, ai eu talvez possa apresentar eles para vocês.
  - Claro. – saltou.
  - Qual o tema? – eu perguntei.
  - Sem tema, só que tem uma regra, mulheres de vestidos e homens de terno. – ele disse e nós rimos.
  - Ótimo, vamos entrar. – eu disse e coloquei a mão na maçaneta – AI. – eu gritei ao sentir uma dor forte na cabeça.
  - O que foi ? – perguntou.
  - A dor. – eu falei e ela entendeu.
  - Josh, eu vou no banheiro bem rápido com a , já voltamos. – disse e fomos ao banheiro.
  - Tudo bem. – ele disse.
  - O que você ta vendo?
  - Nada, só sinto a dor. – eu disse.
  - Só dor?
  - Sim... – bem na hora a dor passou. – Ué, parou.
  - Não viu nada?
  - Não.
  Depois disso voltamos ao quarto da , já que queria ver quem era o amigo do Josh.
  - Hey meninas. – gritou assim que nos viu.
  - Hey. – Eu e dissemos juntas.
  - Hã... Cadê o teu amigo Josh? – perguntou.
  - Ah, ele teve que sair e... – ele pegou o celular e olhou o visor – infelizmente vou ter que ir também.
  - Ah, já? – perguntou.
  - Sim, vou ter que ir indo, linda. Mas te vejo hoje ainda. Eu volto. – ele disse e deu um selinho nela – tchau meninas. – ele disse e saiu do quarto. voltou-se para .
  - Linda? Selinho? O que ta rolando hein? – se aproximou de com uma cara maliciosa.
  - Nada ué. – ela disse e corou... Espera. corada? Por quê? Como? Quando?
  - Ficou corada e... Você corada? – perguntou.
  - Eu estou corada? – levou as mãos até o rosto – hã... Não é nada gente, eu devo estar doente, deve ser isso.
  - Aham, sei. – disse e se sentou na poltrona.
  - Então... Conheceu o amigo do Josh?
  - Ah sim, ele é muito legal.
  - E como é o nome dele? – perguntou.
  - Ah, isso eu não sei, e acho que nem ele sabe meu nome. – ela disse dando risada.
  - Você conversou com o cara, e não sabe nem o nome dele? – eu perguntei e ela assentiu.
  - Pelo menos ele é bonito? – perguntou.
  - Sim, ele é bem bonito, mas parece ser um pouco mais velho.
  - Olha ai , perfeito para ti que gosta de gente mais velha. – disse e eu dei língua para ela.

Capítulo 9

  ’s Pov
  - Olha ai , perfeito para ti que gosta de gente mais velha. – disse e eu dei língua para ela.
  - E daí se eu gosto de gente mais velha? – eu perguntei cruzando os braços. – Não posso agora?
  - Pode. Mas é claro que pode, só to dizendo. – disse como se fosse sua defesa.
  - Ta gente, vocês vieram aqui para discutir ou me ver? – perguntou.
  - Para te ver. – eu disse.
  - Mas e o que aconteceu entre você e o Josh noite passada, hein? – perguntou com uma cara maliciosa.
  - Nada, por quê?
  - Nós vimos vocês dormindo juntos. – eu disse.
  - Ah, vocês viram? – perguntou passando a mão no cabelo e olhando para o chão.
  - Sim. – disse – mas o que aconteceu?
  - Ah, bem... – ela respirou – eu acordei de noite e vi alguém deitado na poltrona, achei que fosse a , já a não suporta dormir em poltronas. – deu um risinho. – Eu levantei, fui até a pessoa, crente que era a , e deitei no braço da mesma. Depois falei “acorda dorminhoca”, ai a pessoa se mexeu e perguntou “hã?” e eu disse “acorda. Que horas são?” ai ele falou “03:37” ai eu reconheci a voz dele e me assustei. – nós rimos – ai eu me desculpei, nós conversamos um pouco, ai eu falei para ele dormir na cama e eu na poltrona, já que eu não tava com sono. Mas ele falou que era para mim dormir com ele então, mas só como amigo. Ai eu fui pega meu celular, escorreguei e cai.
  - Sério que você caiu? Nossa... Você nunca cai que milagre é esse? – disse debochando.
  - Cala a boca, . – ele falou – voltando... Ele levantou para me ajudar... Ai... Bem...
  - Pintou o clima e vocês se beijaram, já sacamos. O que mais? – perguntou.
  - Ai eu me deitei ao lado dele e nós dormimos.
  - Só? – perguntou.
  - Sim, queria mais?
  - Claro, queria que tivesse rolado uns amassos e tal. – disse fazendo cara de safada.
  - Cala a boca . – mando e jogou um travesseiro na mesma.
  - Quando você vai sair daqui? – eu perguntei.
  - Não sei, mas to louca que seja logo. – ela disse se abraçando a um travesseiro.
  - Isso, para a gente poder ir na festa. – disse fazendo uma dancinha meio ridícula.
  - Que festa? – perguntou e eu olhei para como se dissesse “cala a boca”. – Anda gente, que festa é essa?
  - Bem... – começou a falar e eu fiz a mesma cara de novo, mas ela ignorou. – O Josh vai dar uma festa para comemorar a sua saída.
  - Mas é claro, por isso que ele quer tanto que eu vá a essa festa.
  - Mas ele não disse que festa era?
  - Não, ele só disse que ia dar em homenagem a mim, ai eu disse que não gosto de festas em minha homenagem, ai ele disse que de qualquer jeito ele tinha uma festa esses dias, ai ele insistiu para que eu fosse. Mas eu não vou.
  - Como não vai? Claro que vai. – falou.
  - Não vou não. Eu não quero.
  - ... – eu fui falar e ela me interrompeu.
  - É ! E não adianta. Eu não vou!

  Uma semana depois...

  - Ta gostando da festa, ? – eu perguntei. Sim, mesmo ela não querendo vir, eu a convenci, e mesmo não querendo vir ela se arrumou pra valer. Estava tão bonita.
  - Claro que não. Detesto festas em minha homenagem. – ela disse cruzando os braços.
  - Puckt... Se comporte. – eu disse a ela.
  - Sim senhora, mamãe.
  - E para de deboche. – ela me deu língua.
  - Olá . – Josh me cumprimentou.
  - Olá Josh.
  - Ta bonita hein... – eu tenho que concordar, viu uma roupa bem legal para mim.
  - Eu quero lhe apresentar uns amigos meus.
  - Ah, claro. – eu disse e o acompanhei – se comporte. – eu disse a e a mesma não deu bola.
  - , esse é o Petrick. Petrick essa é a . – ele nos apresentou. Quando eu realmente vi quem era... Tomei um susto.
  - Petrick? – eu perguntei.
  - ? – ele me perguntou.
  - Petrick. – eu o abracei sorrindo.
  - . – ele me abraçou sorrindo também.
  - Vocês já se conheciam? – Josh parecia confuso.
  - Sim. Eu a conheci na festa da Patrícia, na mesma noite que você nos avisou que tínhamos que voltar.
  - Ah, entendi. – Josh disse. – Bom, vou indo. A ta me esperando.
  - Ah, Josh espera. – eu o chamei.
  - Sim?
  - Você viu a ? – estava tão bonita que era melhor ficar de olho.
  - Ah sim, ela estava conversando com outro amigo meu. – ah, mas é claro.
  - Ata. – eu disse e voltei para Peck – como estão as coisas?
  - Ah, esta tudo indo. – ele disse e entrelaçou nossas mãos, eu de primeira me assustei um pouco, mas depois deixei. Ele começou a andar e eu o acompanhei.
  - Você mora aqui? – eu perguntei.
  - Sim. Eu não te contei?
  - Não, na hora que você foi falar, o seu amigo avisou que vocês tinham que voltar.
  - Ah, é. – já estávamos em um lado mais calmo da festa, estávamos agora no jardim e ele voltou-se para mim – você lembra onde paramos da ultima vez que nos vimos? – ele perguntou e deu um sorriso malandro.
  - Sim. – eu ri e ele me beijou.
  Ficamos nos beijando, conversando um pouco, beijando, admirando as estrelas, beijando, rindo... E eu já falei beijando?
  - Você quer beber alguma coisa? – ele me perguntou.
  - Ah, sim. Eu aceito um Bloody Mary. – ele me deu um selinho e foi buscar, eu fiquei ali no banco. Logo vejo se aproximar. E ela estava bêbada.
  - Oi .
  - , você está bêbada?
  - Não. Por quê?
  - Está sim, olha o jeito que você está.
  - Eu não estou bêbada, eu estou feliz.
  - Aham, e não é “eu não estou bêbada, estou feliz” é “não sou louca, sou feliz”. E é uma frase da .
  - Tanto faz.
  - Acho melhor eu chamar a e nós irmos embora.
  - Ah, não. Eu estou atrás do meu gatinho que sumiu há algum tempo. Ele foi buscar uma bebida para mim e sumiu. E você? Ta sozinha?
  - Não. Tem um fantasma aqui do meu lado, não ta vendo?
  - Ah, cala a boca.
  - Vamos embora, já chega de festa.
  - Ah, deixa só eu me despedir do gatinho.
  - Tanto faz, eu vou avisar o Petrick e o Josh. Me encontre aqui em quinze minutos.
  - Ta. – ela disse e saiu cambaleando (lê-se caindo de bêbada).
  Procurei Petrick e nada.
  - Onde esse garoto se meteu? – eu me pergunto.
  - Procurando alguma coisa? – senti um par de mãos em volta da minha cintura.
  - Ah, que bom que você apareceu, eu... – falei me virando, mas parei ao notar quem era. Era o imbecil do Iglesias.
  - Epa. Eu achei que era a .
  - E eu achei que era o Petrick. – eu falei. Detalhe: ele é muito bonito, mas é um imbecil. E ainda estava agarrado a minha cintura.
  - ? – eu ouvi a voz de Petrick. Ai meu deus.
  - ? – eu ouvi a voz de . Pronto, agora ferrou de vez. Empurrei Iglesias separando nossos corpos.
  - , Petrick, não é nada disso.
  - Cara... – Petrick se aproximou de Iglesias com raiva.
  - Petrick, não. Não é nada disso. Deixa eu explicar.
  - Explica. – ele falou.
  - Primeiro: eu estava te procurando para avisar que ia embora, quando ele me agarrou por trás e...
  - Ah. – ele falou bravo me interrompendo e tentando ir até o Iglesias.
  - NÃO! Ele se assustou ao ver que era eu e não a . Que no caso era quem ele estava procurando.
  - Tem certeza que foi isso? – ele me perguntou.
  - Sim, eu tenho.
  - Hum... Bom... Mas você está indo embora?
  - E você também? – ouvi o imbecil atrás de mim perguntar a que respondeu “sim”.
  - Vou, eu tenho que levar a bêbada aí. – eu disse apontando para – e procurar a outra que deve estar bêbada também.
  - Se você está falando da , ela não está bêbada.
  - Sério?   - Sim, o Josh a convenceu a não beber hoje.
  - O Josh deve ser um anjo, ou então hipnotizou ela para convencer ela a não beber. – eu disse rindo.
  - Bom, eu posso te levar, afinal... Ainda não bebi nada. – ele disse me abraçando pela cintura.
  - Ah não, não precisa. – mentira, precisa sim, eu esqueci de trazer dinheiro.
  - Não, sério, eu quero te levar para casa, te beijar um pouco, quem sabe olhar um filme... – ele disse bem devagar próximo a minha orelha e quando terminou deu uma leve mordidinha na mesma e eu ri.
  - Ta tudo bem. – fiz um charminho – agora me deixa achar a e nós vamos.
  Não demorou muito e era, com Josh no carro do mesmo, que deixou a festa sobre a conta de sua irmã para vir cuidar da , afinal ela recém havia saído do hospital e... Afinal o que eles estão tendo? Namoro eu sei que não é, e é muito beijo, muito carinho e muita “melação” para ser só uma “amizade com benefícios”. Enfim... No carro do imbecil do Iglesias ia ele e a , que foram os primeiros a chegar e subiram para o quarto, acredita que o imbecil dormiu lá em casa? Urgh. E no outro carro ia eu e Petrick, ele me levou até em casa, estacionou o carro, depois entrou, se ofereceu para fazer uma massagem nos meus pés que estavam totalmente doloridos, não é fofo? E tem mais, ainda fez pipoca doce para mim, olhamos filmes e depois me levou para o quarto no colo, dizendo que eu devia estar cansada e não era para gastar meus lindos pés. E ao contrario do que todos acham, ele não tentou nada de safadeza, ao contrario, ele se mostrou um cavalheiro, notando meu cansaço e se ofereceu para cuidar de mim de noite. E eu como não sou tosca, aceitei. Tomei um banho, me vesti e me deitei ao lado dele, e é claro... Tive que oferecer uma roupa, e minha maior roupa, que era um blusão que eu não usava e um calção do meu pai, que eu sempre carregava comigo como lembrança. Eu sei que é estranho, mas ajudou.

Capítulo 10

  ’s Pov
  Acordei com Petrick abraçado em mim, ele dormindo é... Tão bonito, lindo, fofo, gosto... Quer dizer... Ele é perfeito dormindo, e acordado também... Mas agora voltando à realidade e parando de babar... Eu estava morta de fome. Resolvi descer e buscar algo para comer.
  Cheguei na cozinha, comecei a preparar um café, cantarolando uma musica que eu não lembro o nome...
  - Bom dia. – ouvi alguém dizer e me abraçar por trás. Não era , a voz era de homem. Petrick também não era a voz era diferente. Olhei para trás e enxerguei Iglesias.
  - Mas você tem que ficar me agarrando toda vez que me ver, é? – eu disse me separando.
  - E você tem que ser tão parecida com a ? E ainda por cima usar o mesmo estilo de roupa?
  - Não usamos o mesmo estilo de roupa.
  - Ah não? Então por pura coincidência ela foi dormir ontem com um pijama igual ao seu.
  - De cupcakes?
  - Sim. Da mesma cor, estilo e tamanho.
  - Ela ainda tem? – disse quase num sussurro para mim mesma, assim que nos tornamos amigas, compramos pijamas iguais e eu achei que ela não usava mais, ou não queria – mas mesmo assim... Você precisa chegar agarrando? Não pode ter certeza de quem é a pessoa antes de agarrar? – perguntei quase gritando.
  - E você precisa ser tão grossa? – ele respondeu no mesmo tom.
  - Eita, vão por a casa abaixo ainda hoje. – disse entrando na cozinha.
  - A culpa é dele. Fica sempre me agarrando de surpresa.
  - Quer ser avisada antes? – ele perguntou.
  - Se você soubesse que era eu me agarraria? – eu perguntei.
  - Não, é claro que não. Prefiro beijar uma arvore, a te agarrar outra vez.
  - Então ve se presta atenção... – disse levantando a voz – por que se você me agarrar de novo... – peguei a faca que estava em cima da mesa e me aproximei dele – esta linda faquinha vai conhecer o estomago de Enrique Iglesias por dentro! – eu falei e ele já estava encostado na parede e eu com a faca quase encostada em seu pescoço.
  - ! – tomou a faca da minha mão e me afastando de Iglesias. O mesmo virou, saiu da cozinha e subiu as escadas.
  - O quê? – eu disse me encostando a bancada.   - O quê? – ele perguntou soltando a faca em minha frente. – Como o quê? Você ta louca? Você nunca ficou assim, nem falou assim com alguém.
  - Eu sei, mas ele me tira do sério.
  - Mas você quase matou o cara.
  - E daí? – eu perguntei levantando a voz. – VOCÊ MATOU UM CARA E UMA MULHER EU NUNCA ESFREGUEI ISSO NA SUA CARA! – eu gritei com bastante raiva.
  Ela fechou os olhos e baixou a cabeça em uma tentativa de parar de lembrar disto.
  - Hã... Me desculpa ... Eu não sei por que eu falei isso... – eu disse tentando me aproximar.
  - Se não quer que eu fale nada, também não precisa jogar meus erros na cara. – ela disse ainda de cabeça abaixada, olhos fechados e com a voz diferente, como se estivesse tentando segurar o choro.
  - ... – eu falei, mas ela saiu da cozinha – ... – a segui, enquanto a mesma subia as escadas – . – a chamei, mas ela entrou no seu quarto e grudou a porta na minha cara.

  ’s Pov
  - . – me chamava, mas eu só ignorava. Poxa, ela não levou em consideração nada né? Tipo... Ela me chama de louca, maluca, retardada, idiota, safada e às vezes até de indigente, mas eu nunca a discriminei por nenhum de seus erros, muito menos joguei em sua cara, ela pegou pesado dessa vez. De todas as coisas que ela podia gritar para mim, ela escolheu a que mais me doía, dessa vez ela pisou na bola, e feio.
  Entrei no quarto parecendo um furacão. Josh estava sentado à cama, encostado na parede mexendo no celular.
  - Bom dia... – ele me olhou e percebeu que eu não estava nada bem. – O que foi? – ele levantou e chegou mais perto.
  - Nada Josh. – eu disse segurando o choro e começando a revirar o guarda roupa.
  - Nada não, como assim? Você entra aqui, gruda a porta, não me olha direito, sua cara não esta nada boa, a sua voz esta parecendo que esta reprimindo um choro... – ele falou indignado – fala. O que aconteceu? – ele falou mais calmo.
  - Nada Josh, eu já disse que não aconteceu nada. – falei tentando mudar o tom de voz, mas não conseguia olhar em seus olhos, eu sei que se olhasse eu desabaria, e eu detesto chorar na frente das pessoas, até mesmo dos amigos e familiares. Continuei revirando o guarda roupa.
  - Você disse, eu sei muito bem o que você disse, e sei também que não é verdade.
  - Olha Josh... – peguei minha roupa e coloquei em cima da cama e voltei ao armário agora procurando um tênis – eu não menti, não aconteceu nada.
  - Se não aconteceu nada... Por que não me olha nos olhos, não fala direito comigo... Nem ao menos... Hã... Nada?
  - Josh... Por favor, não força. – eu disse entrando no banheiro para me trocar. Por mais que Josh tivesse dormido aqui em casa, dormido no meu quarto, na minha cama, comigo... Nós apenas dormimos, e ele nunca me viu nem sequer de biquíni.
  - ... – consigo escutar ele se encostando a porta do banheiro.
  Me arrumei rápido e sai do banheiro.
  - Aonde você vai? – ele perguntou dando um pulo, pois estava sentado na cama.
  - Sair, mais tarde eu volto. – disse abrindo a porta do quarto e saindo.
  - Espera! Aonde você vai? – ele perguntou me seguindo enquanto eu descia as escadas, mas por mais incrível que pareça, eu andava (lê-se corria) mais rápido que ele. Quando estou com raiva, triste, ou quando quero fugir... Ninguém consegue ser mais rápido que eu.
  - Não sei Josh. Não sei. – eu disse um tanto que grossa, mas eu sei que se contasse a ele, ele talvez nunca mais quisesse falar comigo.
  - . – estava sentada no sofá e deu um pulo com a minha chegada à sala. Eu não respondi, passei por ele como se ela não existisse, pequei as chaves da minha Ferrari, sai de casa correndo, com Josh tentando me alcançar, entrei no carro, e antes que ele conseguisse me alcançar e me fazer parar e consequentemente eu o encarar... Entrei no carro e dei a partida. Acelerando mais do que eu já acelerei em toda a minha vida.
  - ! – ouvi Josh gritar, mas só conseguia dirigir para longe dali.

  Josh’s Pov
   saiu parecendo um furacão e eu sem entender tentava fazê-la parar e me contar o que havia acontecido, mas ela parou? Não. Quer dizer, eu nem consegui alcança-la, como uma garota consegue ser mais rápida que eu, hein?
  - O que aconteceu? – eu perguntei ao entrar novamente na casa e encarar . Algo me dizia que estava naquele estado por algo que fez.
  - Gente, o que foi essa barulheira? Cadê a ? – desceu com Iglesias atrás de si.
  - Eu... Eu... Eu nunca devia ter dito o eu disse. Por que eu disse aquilo? – disse se encolhendo no sofá e começando a chorar.
  - . – foi até ela a abraçando. – O que você disse?
  - Algo... Que eu... Não... Devia ter... Dito. – disse em meio a soluços, mas mesmo vendo ela naquele estado, não me abalei nem um pouco, por causa dela estava assim.
  - Isso eu já saquei amiga, eu quero saber O QUE você disse a ela. – disse calma.
  - Eu... Não posso contar, ela nunca vai me perdoar se eu contar.
  Eu e Iglesias continuávamos parados olhando e conversando.
  - Mas eu também sou amiga dela, ela vai te perdoar.
  - Não , você não entende, não é algo comum, não é algo fácil de falar. Nem pra ela nem pra mim. – ela disse e se enterrou em meio a algumas almofadas que havia no sofá.
  - Eu vou atrás dela. – eu disse pegando a chave do meu carro.
  - Se encontrar ela... Me avisa por favor.
  - Ta. – eu disse saindo, e em pouco segundos estava andando pela cidade tentando encontrar uma garota que está dirigindo uma Ferrari vermelha em alta velocidade.
  Maldito dia que eu fui escolher aquele toque irritante para o meu celular. Meu celular gritava ao meu lado e a única coisa que eu enxergava era “” escrito na tela. Apertei o botão para atender e logo após o botão do viva voz.
  - Josh, eu lembrei um lugar que a sempre vai quando ta chateada. – disse.
  - Que lugar?
  - Sabe onde é o Le Montre?
  - Sim.
  - É lá, capaz dela estar lá.
  - Ta, to perto desse lugar. Vou ver e se eu encontrar, eu te aviso.
  - Só manda um “me liga” que eu entendo, eu já to saindo com o Petrick daqui.
  - Ta. – eu disse e desliguei.
  Não demorou muito e eu já estava no Le Montre. Olhei em volta e não havia nada de diferente, na verdade, não havia ninguém. Mas a única coisa que me chamava a atenção era um pontinho vermelho ao longe. Me aproximei e consegui ver que era uma Ferrari. Olhei em volta e não enxerguei . Dei um volta e perto do lago, em baixo de uma árvore, havia um mulher toda de preto. Não era uma mulher qualquer, era a . Mandei um “me liga” para a e me aproximei de vagar de . Ela estava com o rosto enterrado nas mãos e chorando, chegando a soluçar de uma forma que dava muito medo. Não me aproximei mais, pois vi ela se assustar de repente.

  ’s Pov
  - Ora, ora... Quem é vivo sempre aparece. – uma garota loira aproximou-se de mim.
  - Quem é você? – levantei limpando as lágrimas.
  - Dizer meu nome não vai mudar nada. Você nunca soube meu nome mesmo, mas eu pensei que mesmo depois desses anos você pudesse me reconhecer... Eu sei que estou bem melhor, mas você não mudou nada hein?
  - Quem é você? – a garota se aproximava e eu, por mais incrível que pareça, me afastava.
  - Não lembrou? Ah, mas que péssima memória , eu com toda a certeza faço parte de um momento inesquecível de sua vida. – a garota continuava se aproximando.
  - Eu deveria lembrar?
  - Mas é claro... Afinal... Você me matou. – ela disse e eu arregalei os olhos de uma forma que achei que fosse desmaiar ali. Mesmo não entendendo ainda quem ela era. Mas... Se eu a matei... Como ela está aqui?
  - Mas... C-como... Como... – eu gaguejava.
  - Como eu estou aqui? Você não precisa saber, só precisa saber que eu não vou te deixar em paz. A última coisa que eu vou fazer é te deixar em paz. – ela tirou um canivete do bolso e eu me assustei.

Capítulo 11

  Josh’s Pov
  - Com quem ela está falando? – perguntei a que acabara de chegar ao meu lado.
  - Eu não sei. Mas, ela deve estar com algum problema. Precisamos ajudá-la. – ela me olhou com medo.
  - Concordo. – eu disse assentindo e voltando a olhar onde estava, mas ela não estava mais lá.
  - Cadê ela? – perguntou.
  - Eu não sei, ela estava a pouco aqui.
  - Eu sei, eu vi. – ela falou dando uma observada no local para ver se a encontrava.
  - Ta vendo ela?
  - Não... ALI. – ela gritou e saiu correndo, eu só me limitei a segui-la – , , fala comigo. – ela tentava fazer com que agora caída ao chão e sangrando, desse sinal de vida.
  Eu permanecia estático, nunca havia visto algo parecido, não sei se estava com medo, ou simplesmente sem reação. Só sei que meus membros agora não respondiam mais aos comandos do meu cérebro. Meu cérebro dizia: Mecham-se, façam alguma coisa, ajudem! Mas meus músculos se recusavam a obedecer ou escutar. Estava assim, tentando assimilar o que havia acabado de acontecer, quando me tirou de meus pensamentos, me tirando de transe e fazendo com que eu recobrasse a consciência e voltasse a me mover, como meu cérebro mandava.
  - O... O que aconteceu? – eu perguntei pegando no colo.
  - E você acha que eu sei?
  - Se eu não achasse não teria perguntado.
  - Ora seu... Não, agora não é hora se brigar, agora nós temos que levar para um hospital.
  - Concordo. – disse indo em direção ao meu carro.
  - Onde você está indo?
  - Levar ao hospital.
  - Mas o carro do Petrick está para lá. – ela disse apontando para o outro lado.
  - Mas eu vou levá-la no meu carro.
  - Ah, tudo bem. Só me de a chave da Ferrari dela para que eu possa deixar em casa.
  - Eu não sei onde está.
  - Ela guarda no bolso esquerdo da jaqueta, sempre.
  - Deixa eu ver. – coloquei a mão no bolso esquerdo de sua jaqueta e logo pude sentir a chave – aqui. – disse entregando a .
  - Vou avisar o Petrick, levar o carro da para casa e depois eu vou para o hospital.
  - Ta. – eu disse já longe, não iria esperar ela ficar falando para poder levar ao hospital, ela precisava ser atendida agora.
  Ao chegar ao hospital, a atendente, recepcionista ou sei lá eu o quê, nos reconheceu e já providenciou um médico disponível para atender .

  ’s Pov
  - Ela vai se recuperar Josh. – ouvi a voz de dizendo.
  - Eu... Eu não quero perdê-la. – identifiquei a voz de Josh.
  - Presta atenção. – ela falou e eu tentei entender do que eles falavam – ela é forte, ela vai conseguir sair dessa. E quem deu a facada nela vai pagar por isso. – facada? Quem levou uma facada?
  - Eu sei, mas... Eu não quero ouvir alguém me chamar e avisar que ela está morta. – morta? Quem ta morta?
  - Gente. – agora a voz era de – vocês viram o médico que atendeu ela? Eu to tentando achar, mas não encontro em lugar nenhum. – Médico? Pra quem é o médico?
  - Não vi . – respondeu – ele estava aqui agora a pouco e depois saiu... Não vi mais ele. – aqui? Por que tinha um médico aqui?
  Eu já estava mais confusa do que antes de eu tentar entender, então resolvi abrir os olhos e tentar ver o que estava havendo.
  - Gente... Quem levou uma facada? Quem ta morta? Por que um médico... – parei de falar assim que notei estar em um quarto de hospital.
  - ! – correu até mim e me abraçou.
  - Sim. Sou eu, mas... O que ta acontecendo... – não pude terminar de falar por que um gordo chamado Josh e uma baleia chamada saltaram em cima de mim e de nos abraçando.
  - ... Nós pensamos que você não ia acordar tão cedo. – disse ao me abraçar (lê-se me esmagar).
  - Hey... Saiam... De... Cima... De... MIM! – eu os empurrei para fora da cama, assim pude falar e respirar direito.
  - Foi mal, mas nós estávamos preocupados. – disse me dando um ultimo abraço.
  - Você não sabe o quanto eu fiquei preocupado. – Josh disse com um sorriso enorme.
  - Eu não estou... – não deu para terminar a frase novamente, mas dessa vez fui interrompida por um beijo de Josh.
  - Eu te amo ouviu? – ele perguntou. PQP, e agora o que eu falo?
  - Hã... Josh... Me explica o que houve. – eu disse tentando mudar de assunto.
  - Ah, bem... Acho melhor a te explicar. – ele disse empurrando a frente de todos, para poder dar a explicação.
  - Ah... Eu não sei bem por onde começar...
  - Eu sei. – eu a interrompi – quem levou uma facada?
  - Hã... Você. – disse... JU DISSE O QUÊ?
  - EU LEVEI UMA FACADA? – perguntei apavorada – ONDE?
  - Na barriga... – nem terminou de falar e eu já havia levantado minha blusa para ver a cicatriz, mas é claro que não havia nada. Ah, sim. Esqueci de comentar que eu posso me curar mais rápido do que o normal. O que uma pessoa demora cinco horas para cicatrizar, eu demoro alguns minutos.
  - Mas você não demorou muito a se curar, como sempre. – disse com um sorriso de tele marketing.
  - Então se eu não demorei tanto, por que eu fiquei desacordada?
  - Bem... – foi responder, mas eu a interrompi.
  - E por que todos estavam tão preocupados?
  - Bem... Hã... Nós estávamos preocupados a toa. Não foi nada muito grave não é mesmo?
  - Como assim? Não minta para mim . Por que vocês estavam tão preocupados?
  - Bem... – começou, mas a interrompeu.
  - Ah, eu vou falar a verdade. – tomou a frente – você levou uma facada, mas demorou mais do que costuma a cicatrizar. Demorou uns dois dias.
  - Dois... Dois dias? – eu nunca demorei mais que cinco horas para cicatrizar, nem quando eu fiz uma cirurgia. Na verdade nunca cheguei a demorar nem três horas. – eu não lembro desses últimos dias, para falar a verdade eu não lembro de ter ido dormir ontem.
  - Ah... Por causa da demora estávamos preocupados e... – parou de falar.
  - E... ?
  - E que você estava inconsciente durante esses dois dias.
  - INCONSCIENTE? POR DOIS DIAS? - eu nunca fiquei inconsciente por mais de algumas horas.
  - Sim, mas não se preocupa.
  - Não me preocupar? Como não? Eu estive desacordada em uma cama de hospital por dois dias, coisa que nunca aconteceu por mais de algumas horas, e você vem de dizer que não é para mim me preocupar? – eu disse indignada.
  - ... Desculpa, mas você não está bem agora?
  - Sim, mas como isso pode acontecer? Eu não posso acreditar. Isso não pode estar acontecendo. Isso nunca aconteceu. Não pode... – Josh me interrompeu.
  - . – ele segurou meu rosto para que eu o encarasse – eu estou aqui, e nada vai acontecer com você ok?
  - Sim, mas...
  - Não tem “mas” . – ele disse me interrompendo novamente – eu vou estar aqui sempre, e vou te cuidar, por mais que você fuja de mim.
  - Ta bom. – eu sorri.
  - EEEEEEE! – gritou nos assustando – momento alegria. – ela disse nos fazendo rir.

  Passado alguns dias...
  - Ai, eu senti tanta falta dessa casa. – eu disse entrando em casa. Estava sentindo falta, afinal... Eu nunca fico longe de uma casa por mais de um dia. – oi sofá. Oi planta. Oi sala. OI CASA! – eu disse rodando no meio da sala.
  - E depois diz que não é louca. – ouvi dizer quase sussurrando.
  - EU NÃO SOU LOUCA. – gritei e ela deu um pulo.
  - Ai garota, não me assusta.
  - Ninguém manda você falar que eu sou louca. Eu detesto ser chamada de louca.
  - Mas você não é louca, você é... Você é o que mesmo? – Josh me perguntou.
  - Feliz. – eu disse com a maior cara de obvio.
  - Isso! Você não é louca, você é feliz.
  - É. – eu disse concordando.
  - Bom, espero que esteja preparada. – disse.
  - Pra... ?
  - Para a grande festa que nós vamos dar aqui. – disse.
  - Oi? Como? Quando? Onde?
  - Oi para você também. – disse e eu bufei – como? Dando a festa, ué. Quando? Amanhã. Onde? Aqui em casa.
  - Ótimo. Vocês dão uma festa e eu e o Josh vamos para a casa dele, ou no cinema, jantar fora... Sei lá. – disse subindo as escadas e praticamente arrastando Josh comigo.
  - Não senhora. Você vai ficar aqui. A festa é para você. – me puxou para a sala novamente e consequentemente Josh junto.
  - E você acha que eu não sei? É por isso que eu não vou ficar.
  - Ah . – disse fazendo uma carinha de gatinho de botas.
  - Sem a, nem b, nem c, nem d!
  - Fala sério, o que você tem contra festas em sua homenagem?
  - Tudo. Eu detesto.
  - ... Você vai ficar e ponto final. – disse com autoridade.
  - ARGH. – eu disse subindo as escadas e arrastando Josh junto.
  - OBRIGADO. – ouvi gritando do andar de baixo.
  Entrei no quarto, tranquei a porta e entrei no banheiro.
  - Você vai tomar banho? – Josh perguntou.
  - Sim. E você? Vai tomar mais tarde?
  - Sim. Só me avisa a hora que você sair.
  - Ta.
  Eu abri o chuveiro deixando que a banheira enchesse em quanto eu tirava minha roupa. Depois que a banheira já estava cheia, entrei. Primeiro fiquei pensando e tentando me lembrar do que aconteceu para eu ir para naquele hospital. Ninguém queria me dizer quem havia me dado a facada, fugiam sempre do assunto. E isso já estava ficando chato, até que eu desisti. Desisti de perguntar, ainda estou confusa com a história. Como eu levo uma facada e ninguém me conta quem foi? Isso ta estranho até demais.
  - Você não morreu? Que pena. – ouvi alguém dizer. Olhei para o lado e vi uma garota loira, já havia visto ela, mas não lembro onde.
  - Quem é você?
  - De novo essa pergunta? Será que ainda não entendeu? Eu sou quem vai te aterrorizar até o seu ultimo suspiro. – ela disse calma, acariciando o meu rosto de uma forma estranha, uma forma que chegava a dar medo. Não doía, parecia mesmo um carinho, mas eu só ficaria calma com aquele “carinho”, se não fosse acompanhado daquelas palavras.
  - Como assim?
  - Ai, você é lerda não é mesmo? – ela disse brava como se estivesse mudando de humor de repente, como se de um minuto para outro ela mudasse se “calmamente aterrorizante” para “assustadoramente irritada”. Não me pergunte o porquê de eu estar com medo dela, eu também não sei. Só sei que algo me dizia que ela era algo a temer.
  - Estou tentando entender. – e estava mesmo, mas acho que estava meio difícil.
  - Ah. – ela disse quase como um suspiro – ok, eu sei que vou te aterrorizar... Infernizar... Torturar... Maltratar... E um monte de coisas que não serão nem um pouco agradáveis para você... Mas podemos começar bem, depois mudamos a tática, ok? – ela disse com uma frieza de se dar mais medo ainda.
  - Josh. – eu tentei chamar, mas ela tapou minha boca.
  - Ah, você não quer mesmo colaborar comigo não é? – ela disse apertando a mão contra a minha boca, com uma força descomunal.
  Tentei falar algo, mas saiu abafado.
  - Ok, já que você não quer colaborar, vamos mudar a tática. – ela disse soltando a minha boca – ah, e nem pense em chamar o seu namoradinho, pois se não, será muito pior a dor para ele. – ela disse com um sorriso no sarcástico no rosto.
  - O... O que você vai... – tentei falar, mas ela colocou um dedo sobre meus lábios, me dando um sinal para que eu ficasse em silencio.
  - Shh. – ela sussurrou para que eu me calasse – vai por mim... Vai ser pior se tentar resistir.
  Já estava com tanto medo que já nem sei se estava em meu estado normal. Ela foi até o espelho do banheiro, abriu a portinha do armário, pegou minha escova de cabelo e uma fita adesiva.
  - Continue assim, ou você colabora, ou é pior. Eu não tenho mesmo nada a perder. – ela deu de ombros.
  - Você vai fazer o que com isso... – ela não me deixou completar a frase.
  Ela tapou minha boca com a fita, e se sentou ao meu lado. Pegou a escova de cabelo e me mostrou o que estava fazendo. Pegou algumas giletes, cravou na escova, ao lado dos pequenos dentes com as pontas arredondadas. Deixando as pontas afiadas das giletes viradas para cima. Tentei em vão perguntar o que ela ia fazer, mas o som saiu estranho e nem dava para dizer que eu cheguei a falar alguma palavra. Ela me virou, para eu ficar de costas. De repente começo a sentir as giletes cortando, além do meu couro cabeludo, também meu cabelo. Só então vejo meus cabelos e a água, ambos avermelhados por conta do sangue. A dor estava insuportável, eu já não estava aguentando mais. Meus gritos não podiam sair, pois a fita impedia que meus lábios pudessem ao menos se mover. Lágrimas escorriam pela minha face e se misturavam a água que já estava na mesma. A dor estava mais do que insuportável agora, e eu não conseguia nem ao menos mexer meus braços, ou qualquer outra parte do corpo. Estava paralisada. O que aquela menina era? Ela parou e eu pude suspirar de alivio, por mais que a dor, ainda estivesse presente, agora tinha se amenizado. Ela então tirou cada gilete, agora vermelhas por conta do sangue, as lavou e voltou a guardá-las no armário. Por fim veio até mim, tirou a fita de minha boca, possibilitando que eu desse um leve gemido, que ela logo fez uma cara que me deu medo, e eu mesma tapei minha boca. Me sentia fraca, não conseguia nem ao menos me concentrar para pode fazer algo. Ela então me fez um leve carinho novamente em meu rosto.
  - Agora... Descanse. Tente não levar para o lado pessoal... Eu só estou fazendo o que você merece. – ela disse e sua feição de calma passou para raiva.
  Ela empurrou minha cabeça para baixo, me colocando dentro da água. Eu estava começando a me afogar e comecei a me debater. Josh gritou perguntando se eu estava bem, eu não conseguia responder. Ela então começou a chutar a porta e assim que a mesma abriu ele veio até mim, me tirou da água e perguntou assustado.
  - ... O que você fez?
  - Fiz o quê? Cadê ela? – eu perguntei me abraçando a ele, a garota já não estava mais lá.
  - Eu entrei aqui e você estava com as suas próprias mãos no pescoço e com uma expressão de raiva. Como se estivesse tentando se afogar, mas as suas pernas estavam se debatendo.
  - O quê?

Capítulo 12

  ’s Pov
  Depois do que Josh falou, eu fiquei pensando, como assim EU estava tentando ME afogar? Eu não sou louca, eu vi a garota loira me empurrar para debaixo da água. Ela cortou meu cabelo... Passei a mão pelo cabelo, mas não sentia dor. Olhei a água e não estava vermelha, nem mesmo meus cabelos estavam cortados... O que está acontecendo?
  - Josh, eu não sou louca, mas eu vi uma garota loira aqui, e ela estava tentando me afogar.
  - Não tinha garota nenhuma . Foi só um delírio. – ele me abraçou.
  - Delírio? – eu o empurrei – eu não sou louca Josh. – peguei minha toalha, me enrolei e sai do banheiro.
  - Não foi isso que eu quis dizer. – ele me seguiu.
  - Mas foi o que você disse. – eu revirava o armário atrás de uma roupa.
  - Desculpa. – me virou para que eu o encarasse – , eu não duvido que você viu uma garota, mas pode ter sido a sua imaginação.
  - JOSH! – eu chamei sua atenção – eu não imaginei, ela estava lá, ela tentou me afogar. – me virei e continuei catando a roupa, por que as coisas insistem em desaparecer quando eu mais preciso?
  Ele continuou em silencio em quanto eu revirava o guarda roupa. Assim que achei a roupa, a levei para o banheiro, me troquei e sai.
  - Você vai sair de novo? – Josh parecia surpreso.
  - Sim, e... Eu acho melhor você ir para a sua casa Josh. – eu disse e ele me encarou mais surpreso.
  - Ta, hã... Você promete que vai se cuidar? – ele colocou uma mecha de meu cabelo atrás da orelha.
  - Sim, prometo. – disse sem o encara-lo.

  ’s Pov
  Eu e estávamos arrumando as coisas para a festa, seria amanhã. estava em cima da escada, aprontando os ganchos onde colocaríamos as cordinhas que segurariam as luzes, parafusar os fios das luzinhas no teto e nas paredes, além de dar muito trabalho, só daria mais trabalho ainda para tirar. E eu estava deixando as coisas arrumadas em caixas na sala, assim, amanhã só teríamos que montar.
  De repente passa uma rápida e seria pela sala. Bate sem querer na escada de e a derruba, mas antes que chegasse ao chão, a parou no ar, mas nem sequer a olhou ou parou, só mexeu a mão e a soltou sentada no chão. Saiu, sem bater e nem ao menos fechar a porta. Logo Josh veio também, só um pouco preocupado.
  - O que foi Josh? – eu perguntei notando que ele estava um pouco chateado também.
  - Ah, nada. Eu vou para casa, amanhã eu volto para ajudar a arrumar as coisas.
  - Claro. – disse se levantando.
  - Tchau. – ele disse e saiu, mas ele, diferente de , fechou a porta.
  - Será que eles brigaram? – perguntou subindo a escada novamente.
  - Não sei, mas acho que não. Se não ele não viria amanhã.
  - É, eu acho que não.
  - . – a chamei e ela instantaneamente me olhou – o Iglesias não vem amanhã, né? – eu perguntei com receio, não quero ver a cara dele por um bom tempo, mas se der, nunca mais seria melhor.
  - Não. – ela se virou completamente e sentou no degrau mais alto da escada. Mas em vez de parecer triste ou alo do tipo, que era o que eu esperava, ela parecia sorrir por dentro. Fiquei sem entender.
  - Ah... – disse sem mostrar empolgação, embora por dentro estivesse soltando fogos de artifício.
  - Ele vai ter que fazer um show em Dublin, na Irlanda e depois em Londres, na Inglaterra.   - Eu sei onde ficam Dublin e Londres ok? – ela riu.
  - Desculpa, mas eu só repeti o que ele falou.
  - Hum... – me virei e continuei arrumando as caixas – você e ele estão namorando ou algo do tipo? – eu perguntei sem nem vontade de saber, só para manter uma conversa mesmo.
  - Não. Ele é só um amigo.
  - Como assim? – eu perguntei agora interessada, primeiro eles ficam na festa, depois dormem juntos e não são nada? Só amigos?
  - É. Ele é do tipo para namorar, não faz muito o meu jeito. – ele riu - ele é alguém especial.   - Claro. Só que está no lugar errado. – ela me olhou sem entender – o lugar de pessoas especiais como ele é um hospício.
  - Ah, cala a boca . – ela me jogou um ganchinho de plástico e riu.
  Acho que fiquei feliz por ela dizer que eram só amigos... Não. Eu não acho. Eu fiquei feliz. É. Assim a minha amiga não vai namorar um idiota.

  ’s Pov
  Fui ao parque que eu tinha ido no dia do acidente. Fui ao mesmo local, e vi que ainda tinha sangue lá. Meu sangue é claro. Então lembrei do que aconteceu.

  Flashback on

  A garota loira tirou o canivete do bolso, eu me virei e comecei a correr. Mas antes que eu pudesse correr só mais um pouco, ela me segurou e me jogou no chão, com uma força descomunal.
  - Me larga. – eu tentava me soltar, mas ela parecia ser bem mais forte que eu.
  - Ah. Por que acha que eu faria isso? Eu cheguei até aqui, agora vou até o fim. – ela abriu o canivete, se posicionou e cravou o mesmo na minha barriga.
  - Ah... – tentei gritar de dor, mas ela tapou minha boca.
  - Nah. Não vai gritar. – ela disse e se aproximou do meu ouvido – durma com os diabinhos. – deu uma gargalhada e depois de sentir um gosto de sangue na boca, apaguei.

  Flashback off

  - Então... – eu falei comigo mesma.
  - Então que fui eu que tentei te matar, mas você não se lembrou. – a mesma garota loira do banheiro disse e fez biquinho.
  - O que é você?
  - Eu já disse, sou o quem vai te torturar, maltratar e tal. – ela disse e se sentou ao pé de uma arvore.

  ’s Pov
  Depois de arrumar as coisas para a festa, resolvi dar uma volta, afinal... Não quero ficar enfurnada dentro de casa.
  Fui até o parque da frente da nossa casa. Sentei em um banco e fiquei lá, olhando algumas crianças correndo. Levantei, comprei um sorvete e resolvi ir mais longe. Acho que estava quase me perdendo quando resolvi voltar, estava ficando tarde. E aqui escurece rápido e cedo, resolvi andar mais de pressa, nunca se sabe o que se pode encontrar num beco desses. Tomei um enorme susto ao ouvir meu celular tocar. Olhei para o visor e vi o nome do deteve Evans, ele estava investigando o que aconteceu com e tentando descobrir quem fez aquilo com ela.
  - Alô, detetive Evans?
  - Sim senhorita .
  - Alguma notícia?
  - Sim, na verdade uma notícia um tanto confusa.
  - Como assim?
  - Encontramos um canivete no local onde a senhorita foi esfaqueada.
  - Ótimo, e tinha alguma pista nele?
  - Sim, havia impressões digitais.
  - Maravilha. E vocês viram de quem era, já identificaram?
  - Sim, e é exatamente por isso que lhe liguei.
  - O que aconteceu?
  - No canivete foi encontrado duas impressões digitais diferentes.
  - Como assim?
  - Sim, a primeira era da senhorita . E a segunda...
  - A segunda o quê?
  - A segunda foi a mais interessante. A segunda impressão digital é da senhora Jane McNuty.
  - E o que tem de interessante nisso?
  - O interessante é que a senhorita McNuty já está morta há anos.
  - O quê?
  - Sim, isso que foi impressionante, é impossível que as digitais sejam dela, o corpo já se decompôs, e somente os ossos estão lá.
  - Ah meu deus.
  - Sim, mas não é só isso.
  - O que mais?
  - Ao que tudo indica quem deu a facada na senhorita foi...
  - Sim?

  ’s Pov
  - Por que você quer fazer isso comigo? – eu perguntei ainda assustada.
  - Porque você merece, me fez passar pelo o que eu não merecia.
  - Eu não te conheço, como posso ter feito algo?
  - Simples... Você que me matou.
  - Você já disse isso, mas não adiantou muito... – fui interrompida pelo toque do meu telefone, olhei o visor e vi que era .
  - Atenda, deve ser importante.
  Eu atendi.
  - ? – era a voz de .
  - Sim? – eu perguntei.
  - O detetive Evans me ligou agora e disse que a equipe dele...
  - Alguma notícia? – eu a interrompi.
  - ... Eles encontraram digitais em um canivete.
  - Ta, e o que mais? – eu estava nervosa.
  - Tinha duas digitais diferentes, uma delas é de uma mulher que já morreu há anos, tal de Jane McNuty. , isso é impossível.
  - Hum...
  - E a outra... – ela me interrompeu: – Era sua , foi você que deu a facada em você mesma.
  - Não... – deixai o celular cair no chão e lembrei quem era aquela garota loira a minha frente. Ela me olhou e viu que eu já sabia. Só então se pronunciou e sorriu.
  - Surpresa!

Capítulo 13

  Josh’s Pov
  Estou com medo, esta diferente. Esta estranha. Liguei para Petrick.
  - Josh? – ele perguntou sonolento.
  - Sim, mano. Sou eu.
  - O que foi? Algo aconteceu?
  - Só com a .
  - O quê? Ela teve uma recaída?
  - Não, ela ta bem. – ouvi ele suspirar aliviado no outro lado da linha – é que... Eu não sei, ela ta diferente comigo.
  - Ué, conversa com ela então.
  - Eu quero, mas ela não quer. Ela foge toda vez que eu tento falar com ela. Cara, eu to sentindo por ela o que eu nunca senti por ninguém, eu to maluquinho por ela. E ela parece que não quer nada comigo.
  - Ah, mano. Não sei, eu... Eu acho que você está exagerando. Talvez ela queira algo sim, só você que não ve.
  - Eu vejo sim, ela não quer, pelo menos, não parece.
  - Mano, na boa. Acho que você ta fazendo uma tempestade num copo de água.
  - Não to.
  - Ta sim.
  - Ah. Ta bom Petrick. Mas e você e a ?
  - Ah, nós? Melhor impossível. Estamos muito bem.
  - Olha lá em Peck, a ultima vez você ficou com a garota, ela se apaixonou, você achou que estava apaixonado também e quando viu, já tava em outra. Não vai machucar a garota.
  - Não, cara. Dessa vez é diferente.
  - Você sempre diz a mesma coisa.
  - Ah cara, quer saber? Eu acho que to como você esta pela . Acho que to muito afim da também.
  - É a é uma garota legal, meiga, gentil, bonita...
  - Já entendi! – ele me interrompeu. Ta, tirei a prova, antes ele só concordaria e se gabaria de estar com alguém assim, mas agora ele ta com ciúmes.
  - Hum... Ta com ciúmes é?
  - E daí? Se eu estiver?
  - Calma. Só to perguntando. – dei risada.
  - Hum. Ta, vou ter que desliga, vou ligar para a , ela deve estar com saudade, e se não tiver também... Eu to. – ele nem esperou eu falar algo e já desligou. Eita, to vendo que o negocio é serio. Só uma garota como a mesmo para mudar o Petrick.

  ’s Pov
  Não consigo acreditar, a pode ser meio maluca, desastrada e tal... Mas se automutilar? Tentar se matar? Não. Ela não faria isso. Liguei para ela e falei o que o detetive falou, só a ouvi dizer “não” e então a ligação caiu. Confesso que fiquei com medo, por que ela diria “não”?   Andei um pouco mais depressa, estava com medo de andar sozinha numa cidade escura. Mas que ótima ideia , andar sozinha por um lugar que nunca viu. , você é tão inteligente que até me surpreende. Ah meu deus, por que diabos eu estou falando comigo mesma?
  - Loucura, você ta pegando isso da . – eu disse a mim mesma e apertei o passo.
  - Vai algum lugar? – alguém sussurrou em meu ouvido, tapou minha boca e me carregou para dentro de um carro. Antes que eu pudesse revidar, não pude evitar de respirar o que estava no papel que ele colocou em minha boca e nariz. Apaguei consequentemente.

  - ! – ouvi me chamar.
  - ?
  - ... – ela estava chorando, por isso me assustei e abri os olhos, vendo que estava sentada em uma cadeira, ou melhor, amarrada a cadeira.
  - , o que está acontecendo? – eu perguntei notando que ela também estava amarrada, mas estava, ao contrario de mim, com vários cortes, machucados e hematomas pelo corpo e rosto.
  - Ele... Nos... Encontrou. – falou com dificuldade.
  Consegui sentir a presença de alguém atrás de mim.
  - Quem é você?
  - Calma. Tudo no seu tempo. – ele disse e deu um beijo em meu pescoço.
  - O que você quer?
  - Você. – ele sussurrou em meu ouvido.

  Petrick’s Pov
  Liguei para , mas ela não atendia. Resolvi ir até a casa dela então. Chegando lá, antes de chegar a porta, vi amarrada em uma cadeira, toda machucada. Ela me viu e abriu os olhos e sacudiu a cabeça negativamente, mas eu não iria deixá-la ali. Me abaixei e fui até a janela, vi que estava em outra cadeira, mas não estava machucada. Esperei um momento certo para entrar, até que o homem que estava lá dentro, foi atender o celular, peguei a chave reserva, que eu sabia onde ficava, abri a porta de vagar, e depois entrei. Assim que o cara ouviu meu barulho, virou-se para mim, ele estava com o rosto coberto e me apontou uma arma. Eu joguei água nele e a congelei, ele tentava quebrar o gelo, em quanto eu soltava . Assim que a soltei, coloquei água em seus machucados e a curei. Ela imediatamente se sentiu mais forte e fez com que o cara desmaiasse.
  Soltei e ela me abraçou.
  - O que aconteceu? Quem é ele? – eu perguntei.
  - Esse Josh, é o Marcos, antigo namorado meu e mais recente da . – ela disse e eu olhei para , que estava tão assustada quanto eu.
  - Como assim, “mais recente da ”?
  - Ele foi o último namorado da . – disse.
  - Esse é o... Marcos? – perguntou.
  - Sim, esse mesmo. – disse.
  - O que esse cara quer?
  - A . – me respondeu.
  - Como assim?
   me explicou tudo, eu no inicio não acreditei, como alguém chegaria a esse ponto por um fora?
  - Cara, ele é louco. – eu falei olhando para aquele idiota caído no meio da sala.
  - Ele é, e é por isso que temos que tomar cuidado, ele é perigoso. – disse e eu a olhei.
  - Ele não é louco, é pior. Ele é obcecado. – disse.
  - Mas ele... – falou, mas fez uma pausa – cadê ele?
  Olhei para onde ele estava caído, mas ele não estava mais lá.

  ’s Pov
  - Você não é real. – eu saí correndo, estava com medo.
  - Não sou é? – ela apareceu do nada na minha frente.
  - Não. – sai correndo para o outro lado.
  - Não seja tola, você não pode fugir de mim. – ela apareceu novamente a minha frente.
  - O que você é?
  - O seu pior pesadelo.
  - Você não existe, não existe. VOCÊ MORREU! – eu gritei e sai correndo novamente, dessa vez em direção a casa. Ao chegar a algumas quadras de casa, vejo um homem saindo da mesma, estava apressado e com o rosto coberto. Me escondi e consegui ver quando ele tirou o que cobria o rosto. Era Marcos. Entrei em casa e abri a porta apressada.
  - Gente, o que o Marcos estava fazendo aqui?
  - Ele me prendeu, e prendeu a também. Petrick nos ajudou. – disse.
  - Como ele nos descobriu aqui?
  - Eu não sei. – disse.
  Antes que pudesse falar qualquer coisa, senti uma tontura, Petrick me segurou e eu me senti melhor.
  - Obrigado. – disse agradecendo.
  - Não foi nada, hã... Você ta bem?
  - Sim, sim. To ótima. – disse tentando desconversar.
  - , onde você estava?
  - Por que ?
  - Você estava desaparecida.
  - Não estava desaparecida, estava somente precisando respirar um pouco de ar.
  - Não, você ia respirar água. – disse irônica.
  - Ah, vai te cata . – ela me olhou espantada, sabia que eu só falava e quando estava brava.
  - , sobre o que eu te falei no telefone...
  - Não quero falar sobre isso . – disse subindo as escadas.
  Na correria tropecei no ultimo degrau lá de cima, me desequilibrei, para piorar senti uma tontura e cai escada abaixo. Mesmo com a visão turva, vi a garota loira no topo da escada me olhando e gargalhando, logo , e Peck me cercaram e eu apaguei.

Capítulo 14

  ’s Pov
   caiu as escadas ontem, e desde que isso aconteceu estamos de plantão no hospital. Fizemos como um esquema de turnos. Um tempo era eu no quarto, depois Josh e por ultimo Ju.
  - Água. – ouvi falar e imediatamente peguei um copo para ela.
  - Aqui, . Aqui. – eu lhe entreguei.
  - Obrigado. – ela disse e tomou um gole – o que aconteceu? – perguntou se ajeitando na cama.
  - Você caiu nas escadas lá de casa.
  - Nossa. Mais desastrada impossível né? – ela disse rindo fraco.
  - Não, é possível sim. Lembra da Patty?
  - Ah não. Nem me lembra daquela idiota. – ela disse rindo.
  - Que bom que você melhorou. – eu disse a abraçando.
  - Eu também acho. – ela disse e eu ri.
  - Vou chamar o Josh.
  - Claro, mas... Chama primeiro a Ju, depois fala que eu quero conversar com ele sozinha.
  - Ta, como você quiser. – eu disse e sai do quarto. Chamei Ju e a mesma entrou. Não passou muito tempo e ela saiu rindo, avisou Josh e o mesmo adentrou o quarto de hospital.

  Josh’s Pov
  - Como se sente? - eu disse assim que entrei no quarto.
  - Bem... Quer dizer, mais ou menos.
  - Por quê? – me sentei aos pés da cama.
  - Eu não sei... Eu... Eu não quero te tratar do jeito que tenho te tratado... Eu quero... – ela fechou bem forte os olhos, mas mesmo assim um lagrima escorreu pelo seu rosto – quero ser uma boa amiga.
  Na hora que ela falou a palavra “amiga”, foi como se uma faca fosse enterrada em meu coração. Eu não quero ser seu amigo, quero ser seu namorado. Infelizmente a coragem faltou para que eu pronunciasse isso.
  - Claro. – eu disse tentando não mostrar minha decepção.
  - Josh...
  - Sim?
  - Me abraça?
  - Claro. – eu a abracei, e infelizmente aquele abraço representava mais para mim do que para ela. E isso me doía imensamente.

  ’s Pov   Não queria dizer que queria ser uma boa “amiga” para Josh, sei que ele não sente o mesmo que eu. Ele quer mais, e eu não estou preparada ainda. Assim que ele me abraçou um calafrio percorreu meu corpo, não entendi, mas tentei ao máximo não deixar que ele percebesse.
  - , eu não posso mais esconder.
  - O que Josh?
  - Tem uma coisa que eu tenho que te falar, e vai ser agora.
  - Josh... – ele pos um dedo em meus lábios impedindo que eu continuasse.
  - , você pode não ser a pessoa mais certa do mundo. – eu ri – pode não ser a pessoa mais inteligente. Pode não ser a pessoa mais compreensível. Pode não ser a pessoa mais socializável do mundo também. – eu ri novamente, mas ele continuava sério – mas para mim são esses pequenos detalhes... Que te tornam única. – eu escutava atentamente cada palavra – você pode ser desastrada, idiota, rude e chata. Mas eu nunca irei te deixar por nenhum desses motivos, pois para mim... Você não é desastrada, é desatentamente linda. Você não é idiota, é ligeiramente desligada. Você não é rude, é extremamente verdadeira. Não é chata, é... Ta você é chata sim, mas isso não vem ao caso. – eu ri mais – mas o que eu quero dizer... É que você ... É perfeita para mim... E, eu sei que eu posso não passar de um amigo para você, mas saiba que para mim você é bem mais que... – Não deixei ele terminar e o beijei.
  Ele se aproximou e segurou minha cintura.
  - Josh... Eu te... Eu... Te... Hã... – não conseguia pronunciar aquela frase, pois para mim isso é muito forte.
  - ... Eu sei que é difícil para você pronunciar essa frase de apenas três palavras e sete letras. Mas isso para mim significaria a felicidade eterna. – eu ri, cara esse garoto consegue me fazer rir hein?
  - Ta bom Josh. – respirei fundo – Josh... Eu te... Te... Ah, mas que droga. Eu não consigo dizer.
  - Repete comigo... Eu...
  - Eu...
  - Te...
  - Te...
  - Amo...
  - A... Hã... Ah quer saber? Foda-se, Josh eu te amo. – falei rápido, ele sorriu e logo me beijou.

  ’s Pov
  - Josh ta demorando né? – Ju perguntou.
  - Deixa eles conversarem, fofoqueira.
  - Ah, mas eu quero saber o que é... – ela levantou e foi até a porta, mas não demorou muito, voltou pálida e pasma, como se tivesse visto um fantasma.
  - Ju? O que aconteceu?
  - A... A ... Ela... Ela...
  - Fala menina.
  - A disse “Josh, eu te amo”. – ela disse e eu não acreditei, a não usa essa frase.
  - Mentira.
  - Você acha que eu ia brincar com isso?
  - Acho.
  - Ta, eu até brincaria, mas não to. – ela levantou – vem, vamos lá.
  Antes que eu pronunciasse qualquer coisa, ela me puxou e assim que entramos no quarto ouvimos o que eu pensei que não ia escutar tão cedo.
  - Josh, eu te amo. Te amo, te amo, te amo. – uma feliz e alegre dizia em meio aos beijinhos que dava no rosto de Josh.
  - Ama? – eu e Julia perguntamos ao mesmo tempo.
  - Meninas? Ah, bem... É. Isso mesmo. Eu amo esse idiota aqui chamado Josh.
  - Hã... Minha nossa senhora da bicicletinha, a nossa ta crescendo. – Ju gritou, correu e abraçou .
  - Cala a boca Ju. – ela deu uma almofadada na cara de Julia.

  No dia seguinte...

  - Ah, eu detesto hospital. Cara, eu detesto mesmo. – disse assim que entramos em casa.
  - Ta , você já disse isso mais de mil vezes.
  - Mas como pode uma coisas dessas?
  - O que ? – Ju perguntou.
  - Eu detesto hospitais, mas tenho passado mais tempo lá, do que em cada.
  - Ah, sim... Isso é verdade. – Ju concordou.
  - Gente... – nos chamou.
  - Sim? – eu perguntei a olhando.
  - Acho melhor nós irmos embora dessa cidade.
  - Por quê? – Ju perguntou.
  - Não... Olha, desde que chegamos aqui, eu tenho ficado direto no hospital. Marcos nos encontrou... E agora o que vocês querem mais? Que alguém morra?
  - Ah , vira essa boca pra lá. – eu disse.
  - E os amores de vocês? – Ju perguntou.
  - É mesmo, e agora? – perguntou também.
  - Nós não vamos embora , não vamos. – eu disse e subi as escadas, ela não vai me separar de Petrick, não vai mesmo.
  - , . – perguntei em quanto a procurava.
  - O que foi ? Será que eu posso ajudar ou só a sua amiguinha idiota pode? – ouvi uma voz nada agradável atrás de mim.
  - O que você quer Marcos?
  - Você sabe. – ela falou e subiu as escadas. Eu como não sabia o que ele ia fazer, o segui.
  - O que você ta fazendo aqui?
  - Pare de fazer perguntas idiotas, por favor? – ele entrou no quarto de .
  Na hora que eu vi o que tinha lá, me assustei.
   amarrada a uma cadeira, chorando. Ju amarrada a outra, também chorando. E por fim...
  - A atração principal. – ele pegou uma cadeira que estava de costas pra mim e virou – o maior idiota da face da Terra. – ele disse sorrindo ao mostrar Petrick todo ensanguentado e machucado, amarrado a cadeira.
  - Petrick! – fui correr até ele, mas Marcos se meteu a minha frente.
  - Nah, nah, nah, nah não. – ele me segurou – você só vai poder assistir.
  Ele colocou uma cadeira perto da porta, me amarrou nela e segurou meu rosto, me dando um beijo.
  - Como senti falta de seus lábios. – ele disse e caminhou até Petrick – agora, com vocês, o show mais esperado... A morte. – ele falou triunfante.
  Pegou uma faca e começou com leves cortes nos braços de Petrick. Lagrimas começaram a escorrer dos olhos de Petrick e dos meus também, ver Petrick naquele estado, chorando, machucado e soltando gemidos de dor... Era a pior coisa do mundo.
  - E agora... – ele levantou a faca, e abaixou o pano que impedia Petrick de gritar. Logo cravou a faca em seu estomago e puxou para o lado, cortando todo seu abdômen. Em quanto Petrick urrava de dor. – boa noite, princesinha. – ele disse e por fim acertou o peito de Petrick, matando o mesmo na hora.
  Eu somente chorava, e chorava. Não conseguia aguentar a dor dentro de mim.
  Marcos veio até mim e abaixou o pano da minha boca também.
  - Agora meu amor... – ele foi interrompido por um barulho na porta.
  - AQUI EM CIMA, SOCORRO! – eu gritei e Marcos colocou o pano em minha boca novamente.
  - Cala a boca sua vadia. – ele apertou meu maxilar e saiu do quarto.
  Logo ouvimos o barulho de algo quebrando e Iglesias entrou no quarto.
  - Ah meu deus. – ele disse vendo Petrick morto – não. – ele fez menção de chorar, mas não chorou.
  Soltou , para que soltasse Ju. E veio até mim para me soltar.
  - O que houve? Quem é aquele louco lá em baixo?
  - Marcos... – eu só disse isso o comecei a chorar novamente.
  Marcos entrou no quarto novamente e acertou um soco em Iglesias que revidou, derrubando Marcos. Mas ele logo levantou e grudou Iglesias na parede, veio até mim e me deu um tapa no rosto.
  - Sua vadia idiota... – foi me bater de novo, mas Iglesias lhe deu outro soco.
  - Não encosta nela! – ele gritou e Marcos fugiu.
   e Julia foram de atrás dele. E Iglesias veio até mim e me abraçou.
  - O que ele queria?
  - Ele... Ele quer a mim. – eu disse ainda chorando.
  - Ele é louco. – parei para o encarar.
  - Você esta sangrando.
  - Sim, mas não foi nada, logo passa.
  - Não, você ta sangrando mesmo, e muito. – eu disse notando a quantidade de sangue que estava em sua face.
  - É sério, não foi nada. E você, ta doendo? – ele passou a mão delicadamente no meu rosto, no exato local onde aquele puto do Marcos tinha me acertado.
  - Não. – eu peguei sua mão e que ainda estava no meu rosto e segurei.
  Ele parou de olhar para onde provavelmente tinha ficado vermelho e encarou meus olhos.
  - Vai ficar tudo bem ok? – ele falou e eu concordei me abraçando a ele e ele me apertou mais contra si.
  Logo ouvimos barulhos de passos nas escadas e eu fiquei com medo, medo de que Marcos tivesse voltado e estivesse armado, mas ainda bem que não.
  - Terminou. – Julia falou e veio até mim e me abraçou.
  - Como assim? – perguntei.
  - o matou. – ela disse me encarando.
  - ... – entrou no quarto – você...
  - Sim, eu o matei. Mas não foi intencional. – disse.
  - Ele a atacou e tinha uma faca na mão, bem... Ela o acertou, todos viram que foi legitima defesa. – Ju disse.
  - Acabou. – Iglesias disse me abraçando e eu dei uma ultima olhada para o corpo de Petrick e me abracei a Iglesias, chorando.

  ’s Pov   - Para eles pode ter acabado, mas para você ainda não. – ouvi a voz da loira que veio me assombrando os últimos dias atrás de mim. Engoli seco e continuei ali, pois sabia que era verdade.

Capítulo 15

  ’s Pov
  Acabei de chegar em casa, com tudo que está ou estava acontecendo... Marcos e Petrick morreram faz dois dias... Eu só quero acabar com isso de uma vez. Acabo de chegar de um centro espírita, onde um homem me ajudou. Ele me aconselhou sobre o que fazer quando a loira aparecer para mim.

  Flashback on
  - Olá. – eu disse assim que entrei na sala em que ele atendia.
  - Olá. – ele me cumprimentou – pode sentar.
  - Ah, ok. – eu me sentei.
  - Bem... Para quê a senhora veio aqui?
  - Ah, bem... Tem um espírito que está me incomodando.
  - Ok, o que esse espírito faz?
  - Bom, ele já me fez cair as escadas lá de casa. Ele já me fez eu me auto-esfaquear e também fez com que eu mesma tentasse me afogar.
  - Hum... E você teve algum contato com esse espírito antes de tudo isso acontecer?
  - Como assim?
  - Você conhecia a pessoa antes dela morrer e virar um espírito?
  - Hã... Sim.
  - Aham. – eu olhei para o lado e lá estava ela, para olhando para mim com aquele maldito sorriso sarcástico.
  - Sai daqui. – eu lhe disse.
  - Não, você veio até aqui e assim que sairmos daqui nós iremos nos... Divertir. – ela disse de um jeito que me deu medo.
  - Sai daqui. – eu disse.
  - A senhora está falando comigo?
  - Não, estou falando com ela. – apontei para ela.
  - Com quem?
  - O senhor não é espírita? Não pode vê-la?
  - Ver quem?
  - O espírito, é uma mulher e está aqui.
  - Não tem nada aqui. – ele disse me olhando sério.
  - Como não? Ah, você é mesmo um charlatão.
  - Senhora, mais respeito, por favor.
  - Respeito é uma ova. Ela está aqui e você ao menos consegue senti-la?
  - Senhorita, acalme-se. – eu respirei – compreenda. Eu posso ver e sentir, dependendo do espírito. E não tem nada aqui. Se eu não posso vê-lo nem senti-lo, quem dizer que ele não é um espírito.
  - Como assim não é um espírito?
  - É, ele pode ser uma ilusão.
  - Ilusão?
  - Sim. Você fez algo de ruim a essa pessoa antes dela morrer?
  - Hã... Digamos que sim.
  - Então pode ser o peso da sua consciência.
  - Então...
  - Então que se quiser que isso pare, você deve ignorar.
  - Hã... E se não adiantar?
  - Se não adiantar é porque não é uma ilusão, ai é algo bem mais além.
  - Além? Como?
  - Não sou permitido a falar disto, mas... Tenho um primo, que sabe lhe dar com demônios.
  - Demônios?
  - Sim, é a única alternativa que resta.
  - Hã... Ok. – eu levantei – muito obrigada. – eu lhe agradeci e sai.

  Flashback off

  - ! – ouvi alguém me chamar.
  - Ah, sim? – olhei para a escada e estava descendo.
  - Você estava onde?
  - Hã... Em lugar nenhum, estava passeando.
  - Ah, bom eu também vou passear, preciso respirar e pensar um pouco. Assimilar tudo que aconteceu.
  - Concordo. Vai lá. – eu disse e sorri.
  Ela me deu um sorriso moderado e saiu.
  - Então... O que você acha? – a loira apareceu no meu lado. Eu respirei, levantei e fui até a cozinha a ignorando – ah, já sei. Mas vai ficar me ignorando até quando? – ela veio atrás de mim e eu fui até a geladeira – você não pode fugir da verdade. – ela falou, eu peguei uma lata de cerveja e fechei a geladeira – sabe que é verdade. Você é uma assassina. – ela disse e eu voltei a sala.
  Peguei o controle da televisão, liguei a mesma e dei uma olhada em volta. Ela já não estava mais lá. Me foquei no que estava passando na TV e notei que era um dos meus seriados favoritos “The Walking Dead”.
  - Ótimo. – fui até a geladeira, peguei mais umas latas de cerveja e levei para a sala, levei também alguns frios que a Ju tinha comprado. Me sentei no sofá e comecei a olhar o seriado, já que estava passando uma maratona “TWD”. Tinha uma longa noite bem divertida pela frente.

  ’s Pov
  Estava passeando pelo parque mais famoso de Madri, quando vejo um casal sentado num banco, eles discutiam. Lembrei dos meus pais já que eles viviam brigando pouco antes de se separarem. A garota se levantou e eu sentei em um banco e fingi mexer no celular em quanto via a briga deles.
  - Não fala mais comigo. – ela disse e saiu.
  - Mas não fui eu. Eu juro. – ele segurou seu braço.
  - Mas se não foi você foi quem então?
  - Eu não posso contar. – ele baixou a cabeça.
  - Como não? – ela levantou seu rosto e os dois se encararam.
  - Não posso, mas... Eu vou te contar. Foi o Jorge.
  - O Jorge? – ela pareceu surpresa – por que não me contou antes?
  - Não sei, eu... Eu preciso te contar uma coisa.
  - Sim?
  - Eu... – ele se aproximou dela – eu te amo. – os olhos dela brilharam e eles se beijaram. Parecia coisa de filme. Ah, filme meloso, coisa que eu detesto.
  Resolvi mexer realmente no meu celular em quanto aquele casal chicletinho saia de lá, me deixando completamente sozinha no parque. O que eu não sei se é uma boa ideia, afinal estou sozinha e está de noite.
  Então lembrei de que finalmente parou as visões estranhas e sem sentido. Era isso, era como se as minhas visões tentassem me avisar de que Marcos estava por perto, de que estava me perigo e os outros também.
  - O que faz aqui sozinha, nesta noite tão bonita? – Iglesias chegou perto de mim e se sentou ao meu lado.
  - Ah, oi Iglesias. – eu lhe disse.
  Depois daquele dia que ele nos ajudou com Marcos... Bom, digamos que nossa relação passou de “insuportável” para “amigável”.
  - , já disse que não gosto que me chamem assim.
  - Ah, sim. Bom... Como te chamo então?
  - Que tal de querido?
  - Não força. – eu disse e ele riu.
  - Ah, vamos ver... – ele fez cara de pensativo – que tal... Enrique. Olha que máximo nunca ninguém me chamou assim. – ele disse ironicamente hilário.
  - Haha. Você é tão engraçado Igle... Enrique.
  - Ótimo. Agora melhorou. Mas ainda não respondeu minha pergunta.
  - Ah. Bem, eu precisava pensar, arejar um pouco. Precisava sair de casa. – disse olhando para a lua.
  - Entendo.
  - Pois é.
  - E... Como a e a Ju estão?
  - Ah, estão bem.
  - Ah, que bom.
  - É. – eu sorri.
  - Hã... O que você vai fazer agora?
  - Acho que vou pra casa, por quê?
  - Quer que eu te acompanhe?
  - Hã... Acho que não preci... – olhei pra trás e vi que o caminho era escuto e assustador – aceito.
  - Ok. – ele riu.
  Levantamos do banco e fomos até a minha casa em completo silêncio.
  - Bom, é aqui que eu fico. – falei assim que chagamos a porta da minha casa.
  - É... – ele me encarou – até amanhã ou... Não sei.
  - É. A gente se cruza.
  - Com certeza. – ele se aproximou e foi me dar um beijo, mas eu inventei de virar na mesma hora e acabamos nos dando um selinho.
  - Hã... – eu me separei rapidamente.
  - É... – ele se afastou também.
  - Então eu acho que vou entrar. – eu disse.
  - Ah, sim, sim. Boa noite.
  - Boa noite. – eu entrei e fechei a porta. Subi as escadas correndo, ignorando as perguntas de e Julia. Me joguei na cama, coloquei meus fones, e tentei dormir o mais rápido possível.

Capítulo 16

  ’s Pov
  - , acorda. – me chamou.
  - Hã? – eu abri meus olhos com dificuldade pela quantidade de claridade que estava presente em meu quarto.
  - O Henrique ta lá embaixo.
  - Quem? – eu me sentei na cama de vagar.
  - O Enrique. O Iglesias, . Acorda.
  - Ah. – eu me espreguicei – já desço. – eu disse, ela assentiu e saiu.
  Levantei e fui até o banheiro me lavar. Mas afinal... O que o Iglesias quer aqui? Ainda mais depois de ontem...
  Sai do banheiro, peguei uma roupa, me vesti, terminei de me arrumar e desci as escadas. Cheguei lá e Enrique estava sozinho na sala, sentado no sofá.
  - Ah, oi. – eu disse assim que cheguei à sala.
  - Oi. – ele levantou – a foi te acordar, não foi? – ele perguntou receoso.
  - Ah, sim. – eu disse e me aproximei dele sentando no sofá e logo e ele sentou novamente – por quê?
  - Eu pedi que ela não te acordasse, eu podia voltar mais tarde.
  - Sim, mas... Ta certo, eu já tinha que estar acordada mesmo. – eu disse e sorri fraco.
  - Ah, sim. – ele não me encarava mais agora.
  - Então... Aconteceu algo? – eu perguntei a ele e ele voltou-se para mim.
  - Na verdade... Sim. – eu me assustei de inicio, não sabia se era coisa boa ou ruim.
  - O que foi? – eu perguntei e estava visivelmente nervosa.
  - Calma. – ele riu e eu fiquei confusa – então... Hoje é quarta e... É que vai ter uma festa nesse fim de semana, na sexta e bem... Eu não tenho com quem ir. – ele olhou pro chão, mas logo voltou-se para mim novamente – você aceitaria vir comigo?
  - Ir a uma festa com você?
  - Bem, é... Eu preciso de uma acompanhante e não tenho...
  - Mas por que não pede para a Ju ir com você? Já que são tão próximos... – eu falei com amargura e virei para a frente.
  - O que você quer dizer com “próximos”?
  - Sim, aquela noite, depois da festa, você e a Julia... Bem, vocês chegaram primeiro, foram direto para o quarto dela e...
  - E nada. – ele me interrompeu.
  - Nada?
  - Sim. Não aconteceu nada entre eu e a Julia. Eu não sou o tipo de cara que já dorme com a garota na primeira noite que fica com ela ok? – ele perguntou ofendido.
  - Ah, não foi o que eu queria dizer, é que eu... – eu falava tropeçando nas palavras.
  - Calma. – ele riu – eu to só brincando, sei que não queria insinuar isso. – ele sorriu.
  - Ah. – eu me senti uma idiota.
  - Então? Aceita vir comigo?
  - Hã... – , acorda. Você não tem nada pra fazer, o que você tem a perder? Aceita sua idiota. – É... Pode ser bom para eu sair um pouco, me divertir... – eu disse e ele sorriu.
  - Ótimo. Passo aqui às 00:00 pode ser? – eita. Que festa começa às 00:00?
  - Ah, sim. – eu disse sem querer mostrar meu nervosismo, afinal... Eu não sou tão careta assim, sou?
  - Então... – ele levantou – acho que já vou. – eu levantei.
  - Ah, sim. – eu disse e tomei a frente para abrir a porta.
  - Hã... Você vai fazer algo amanhã a noite? – espera, ele acabou de me chamar para ir a uma festa com ele, e agora quer me chamar pra sair de novo?
  - Não sei...
  - Se você não for fazer nada, me avisa. Eu to afim de sair um pouco, quem sabe não damos uma volta, ou... Sei lá. Você escolhe.
  - Ah, sim. – eu disse e ele foi se afastando acenando. Fechei a porta e quando fui ir para a cozinha, ver se encontrava algo para comer a campainha tocar novamente.
  - Ah, oi de novo. – era o Henrique com a mão na nuca parecendo constrangido.
  - Oi. – eu ri – o que foi?
  - Ah, eu pedi que você me avisasse, mas não te dei meu numero nem peguei o seu.
  - Ah, é. – como eu sou idiota – vou pegar meu celular. – subi as escadas, fui até meu quarto, peguei o celular e desci – voltei. – falei mostrando o celular em mãos.
  - Ah, claro. – ele mexeu em seu celular e logo tirou rápido uma foto minha de surpresa.
  - Hey. – ele me encarou – por que tirou uma foto minha?
  - Para colocar no contato.
  - Ah. – eu disse um tanto desconfiada – deixa eu ver. – tomei o celular de suas mãos e olhei a imagem que ele havia tirado – eu to horrível.
  - Hey. – ele tentou pegar o celular de novo, mas eu não deixei.
  - Nem pensar, não essa foto. – eu apaguei – agora eu tirou outra – ajeitei a câmera de seu celular e tirei uma foto fazendo uma careta engraçada – agora sim, ficou melhor. – eu lhe entreguei o celular de volta.
  - Ah, sim. – ele riu olhando a imagem.
  Trocamos os números e ele foi embora. Agora... Com que vestido eu vou à festa?
  - Preciso da ajuda da ... Pra quê? Ela não sabe nem escolher um vestido pra ela mesma. Quem sabe a Julia... Também não, é outra que não sabe escolher roupa. Ah, vou ter que me virar sozinha. – eu disse e subi as escadas em busca de dinheiro, iria ver esse vestido o quanto antes. Peguei meu cartão de crédito, desci as escadas, peguei uma maçã, sai comendo e indo em direção as compras. Ah, é hoje que eu acabo com meu cartão.

  ’s Pov   Sai para comprar algumas coisas como algo comestível lá para casa, ficou lá conversando com Iglesias e a Ju... Bom, a Ju só deus sabe.
  Levei as compras para o caixa, paguei, levei até meu carro e fui para casa.
  - Você não pode ficar fugindo de mim. – a loira surgiu ao meu lado.
  Eu liguei o rádio e tocava uma musica dos Ramones. Ah, perfeito, agora que eu a ignoro legal.
  - Você sabe que foi a culpada, você me matou, matou Vitor. – ela disse e eu aumentei o volume do radio e cantei junto.
  - Não vai conseguir me ignorar para sempre, NÃO VAI. – ela gritou e eu não dei bola. Logo ela apareceu no meio da rua.
  - AAAAAAAAAAH. – eu gritei e me assustei tentando desviar o carro.
  Quase bati em um poste, foi por muito pouco.
  Sai com pressa do local indo para casa, cheguei, levei as compras para a cozinha, soltando (lê-se: atirando) as sacolas na mesa e subi correndo para meu quarto.
  Entrei, fechei a porta, peguei minha toalha e fui para o banheiro. Nesse momento um banho é bom para tirar o estresse e relaxar um pouco. Deixei que a água corresse pelo meu corpo, relaxando cada músculo por onde ela tocava. Peguei o sabonete, me lavei, me enxaguei e quando fui pegar a toalha, a mesma tinha caído do apoio. Abaixei, a peguei, me enrolei nela e quando dei uma olhada no espelho tinha a palavra “assassina” escrita com sangue.
  - AAAAAAAAAAH. - eu me afastei, acabei tropeçando na toalha, pois deixei que ela caísse quando eu gritei. Cai e bati minha cabeça na parede.
  - ? – ouvi a voz da do outro lado da porta.
  - Sim?
  - Você gritou. O que foi?
  - Ah, nada. Eu só me assustei com... Com... Com o choque. É, eu me assustei por que levei um choque. – eu falei apressada, pois estava apagando o que estava escrito no espelho.
  - Ah, você ta bem?
  - Sim, sim. – eu disse e ela resmungou algo e logo ouvi a porta do meu quarto se fechar.   Sai do banheiro, chequei se o quarto estava vazio, procurei minha roupa e senti algo pingar em mim. Era sangue. Olhei para cima assustada e estava pingando sangue do teto. Brotava sangue das paredes e começou a sair baratas por tudo que é lugar. Debaixo da cama, do armário, até que uma caiu em mim.
  - AAAAAAAAAAH. – não sou do tipo que tem medo de baratas, mas tinha muitas.
  Tentei abrir a porta do meu quarto, mas não conseguia, pois estava trancada.
  - ! ME AJUDA. SOCORRO! ALGUÉM! – eu gritei, mas ninguém me ouvia. Parecia que eu estava sozinha, mas logo senti uma presença atrás de mim.
  Olhei com bastante medo para trás e a loira estava no meio do quarto. Coberta por baratas e sangue, saia sangue de seus olhos, baratas de sua boca e ela estava com vários hematomas pelo corpo.
  - Foi você , você me matou. Matou Vitor. – ela olhou para o lado e eu acompanhei seu olhar, vendo Vitor no mesmo estado que ela.
  - Me ajude, , me ajude.- ele dizia e eu me ajoelhei no chão.
  - Eu não posso, eu não posso... – eu chorava dizendo.
  - Você nos matou, agora deve vir conosco. – ela estendeu a mão para mim, de onde varias baratas caíram e uma caiu em mim.
  - AAAAH. – eu bati na barata jogando ela pra longe e engatinhei para trás me encostando a porta.
  - Venha, . É o que deve ser feito, você deve morrer. – Vitor disse e eu me encolhi abraçando minhas pernas.
  - Não posso, eu não posso. – eu disse e chorei mais.
  De repente o barulho parou e eu olho para meu quarto. Onde não havia mais nada. Não havia sangue, nem baratas, nem a loira muito menos o Vitor. Olhei na minha mão e ela não estava mais com sangue.
  Levantei com cautela, fui até o armário, peguei uma roupa, me vesti e me deitei... Chorando.

  ’s Pov
  Acordei com um barulho na minha janela. Tinha algum infeliz jogando pedras nela.
  - Ah, mas quem é? – eu abri a janela e uma pedrinha me acertou na testa – Ai! – eu passei a mão na testa e olhei para fora da janela – quem você pensa que é seu infeliz? – eu olhei para baixo e ele com um sorriso enorme.
  - Eu sou Enrique Iglesias e... Foi mal. Eu só queria te acordar, parece que todo mundo nessa casa está em um sono de pedra. – ele falou soltando as pedras que estavam em suas mãos.
  - Ah, oi. – eu disse e fechei a janela, passei a mão no cabelo, já que deveria estar parecendo um espantalho. Desci as escadas e abri a porta. Mas ele não estava lá, fui até o lado da casa e ele estava lá, parado, olhando para minha janela com cara de idiota.
  - Hey. Vem. – eu falei e ele me olhou e riu.
  Ele me seguiu até a sala, eu falei para ele me esperar, subi, fiz minha higiene pessoal, troquei de roupa e desci novamente.
  - Fala ai. O que foi? – eu perguntei assim que cheguei à sala.
  - Ah, sim. Bem, eu vim saber se você poderia sair hoje, tipo mais tarde.
  - Você me acordou, fez eu levantar contra minha vontade, me acertou uma pedra na testa... – eu apontei para minha própria testa - só pra saber se eu ia poder sair com você mais tarde?
  - Hã... Bem, não só pra isso. Também queria saber se em vez de sair mais tarde, não dá pra gente almoçar, e depois dar uma volta.
  Eu fiquei o encarando por um tempo e respondi.
  - Ta, pode ser. – eu dei de ombros.
  - Ta, você vai assim?
  - Nós vamos agora?
  - Sim.
  - Não é muito cedo?
  - Não, são... – ele olhou no celular – são 11:30.
  - Minha nossa. E como eu fui acordar tão tarde, o que está acontecendo comigo? – eu perguntei me levantando.
  - Eu não sei. – ele deu de ombros e riu de leve.
  - Hã... – eu me lembrei do que ele perguntou – tem problema se eu for assim?
  - Não, você está ótima assim.
  - Ah, valeu.
  - Então... – ele levantou – vamos?
  - Claro. Deixa só eu pegar meu celular. – ele concordou, eu peguei meu celular do meu quarto e desci. Entramos em seu carro e fomos até um restaurante. Almoçamos, nos divertimos conversando, parecíamos amigos de infância. Depois ele me levou pra casa.
  - Então... Tchau. – eu disse na porta de casa.
  - Tchau, passo aqui amanhã as 23:00 horas, né?
  - Ah, sim. – eu disse concordando.
  - Até amanhã...
  - Até. – eu me virei para abrir a porta e ele me chamou.
  - ... – eu me virei e ele estava muito próximo. Ele me puxou pela cintura, se aproximou de meu rosto, me deu um selinho e logo me deu outro, mas mais demorado. Logo a língua dele pediu passagem e eu permiti, fechei meus olhos que ainda estavam abertos e me entreguei ao beijo. Um beijo calmo e sem pressa.

Capítulo 17

  ’s Pov
  - , acorda. – alguém sacudia meu corpo, mas parecia longe – faça o favor de acordar . – a pessoa continuava balançando meu corpo e a única coisa que eu consegui fazer, foi escorregar de suas mãos para a cama – ..... – a pessoa insistia em me incomodar.
  - Mas o que foi? – eu me sentei brutamente na cama e vi Vitor sentado ao meu lado, só que estava todo de branco - AAAAAAH. – eu gritei, engatinhando para fora da cama.
  - , não fuja. – ele deu a volta na cama e se aproximou de mim.
  - O que você quer? O que foi? – eu me afastava dele.
  - Eu estou aqui para te ajudar.
  - Você quer que eu morra, mas eu não posso. – eu disse e ele negou com a cabeça.
  - Não quero que morra... NÓS não queremos. – ele estendeu a mão para trás e a loira apareceu ao seu lado, assim como ele, de branco.
  - Então... Por que...
  - A sua consciência. , você esta com a consciência pesada, mas entenda, você não tinha controle de seus poderes. Não foi sua culpa.
  - O quer dizer? – eu ainda me afastava, mas agora eu encostei na parede, ótimo. Mais um passo deles e eles me alcançam.
  - O que você tem são alucinações. Não é real, ignore. Por mais difícil que seja, sua mente esta lhe pregando uma peça, que pode levar a um resultado perigoso. – ele disse sério, a loira só sorria.
  - Mas, mas se são alucinações... Como a digital dela estava na faca? – eu perguntei lembrando do que aconteceu.
  - O que aconteceu foi o seguinte: - a loira se pronunciou com uma voz calma e serena – você estava com a minha imagem em sua mente, estava prestes a se matar. Até que eu resolvi intervir e impedi que você cravasse o canivete no lugar onde você iria cravar, no coração. Seria fatal, mas eu não tive força o suficiente para lhe parar, somente desviar o curso do canivete.
  - Então...
  - Então que ela lhe perdoou e lhe salvou.
  - Ah, ótimo. Depois de morrer todo mundo vira santo. – eu disse ironicamente.
  - Não sou santa, cometi muitos pecados em vida. Mas agora eu percebo que ainda posso salvar minha alma. – ela disse e eu fiquei sem entender nada, mas também não comentei.
  - Ah, bom... – eu comecei – o negocio então é ignorar?
  - Sim. – eles disseram juntos.
  - Espero que funcione.
  - Tente, verá que funciona. – ele disse e de repente sumiram.
  - Depois de falar isso eles simplesmente fazem “puf” e desaparecem. Legal, valeu pela ajuda ai, hein. – eu disse olhando para cima e levantei.
  Caminhei até o banheiro, me lavei, já que estava levantada iria me preparar para mais um dia. Sai do banheiro e fui até o meu armário, o abri e a loira estava lá, só que com a aparência de um defunto. Sangue por tudo que é lado e mais baratas. Respirei fundo, coloquei minha mão lá, peguei minha roupa que pingava barata, joguei em minha cama e abri o outro lado do armário em busca de uma calça. Dessa vez era Vitor que estava lá. Respirei novamente e peguei minha calça, mas diferente da loira ele não ficou quieto. Ele pegou no meu pulso eu só respirei novamente e puxei meu braço que logo se soltou. Coloquei minha roupa assim que as baratas sumiram, fechei o armário e desci as escadas. Abri a geladeira, peguei um copo, uma caixinha de suco, e quando virei o suco da caixinha no copo vieram algumas baratas junto. Tomei um susto leve e soltei a caixa um tanto assustada. Respirei novamente e peguei o copo ignorando as baratas que começavam a caminhar no meu braço. Levei o copo à boca e quando toquei o vidro com meus lábios as baratas desapareceram. Respirei aliviada e decidi tornar meu dia o melhor possível. Ignorando qualquer coisa que pudesse me amedrontar.

  ’s Pov
  Entrei em casa e estava no sofá.
  - ?
  - Ah, oi .
  - O que está fazendo?
  - Tomando suco? – ela levantou o copo.
  - Ah, sim. – eu sentei ao seu lado e não pude impedir de sorrir, um sorriso bobo, pois lembrei de Iglesias me beijando.
  - O que foi?
  - O quê? – me voltei para ela.
  - Por que está sorrindo assim?
  - Assim como?
  - Assim, toda boba.
  - Eu não estou sorrindo toda boba. – eu ri.
  - Está sim, agora fala por quê.
  - Bem... Eu e o Iglesias... Que dizer o Enrique...
  - Ih, já vi tudo. – ela me interrompeu e eu a olhei confusa – vocês brigaram de novo e dessa vez você o matou.
  - O quê? Não. – eu disse rápido e ela me olhou de novo.
  - Então se não foi isso... Ah... – ela se virou para a TV com um sorrisinho de canto - já entendi.
  - O quê?
  - Vocês se deram uns pegas né?
  - O quê?
  - Ah, para . Se você não o matou, não pegou ele... Assim fica difícil.
  - Não, eu não o matei. E nem deis uns pegas. Quer dizer... Não foi bem isso. – ela se voltou para mim com um rosto bem conhecido, o rosto de quem diz “sua safada”. Eu me fiz de desentendida e fiquei a encarando.
  - E ai?
  - O quê?
  - Não vai falar?
  - Falar o quê? Você já sabe o que aconteceu.
  - Não, não, não, não. Nah. – ela abanou o ar – entenda: saber que algo aconteceu, é saber que ocorreu o fato. Saber O QUE aconteceu, é saber os detalhes do fato.
  - Então você sabe que o fato aconteceu.
  - ! – eu a olhei assustada, ela só me chama assim quando está brava – há, te assustei. – eu a olhei brava – agora fala, eu quero saber O QUE aconteceu.
  - Ah, bem... A gente saiu, deu uma volta, almoçamos e quando voltamos ele me beijou.
  - Assim? Do nada?
  - Mais ou menos. Ele me chamou e quando eu virei ele me puxou, me deu um selinho, depois um mais demorado que virou um beijo de verdade.
  - Hum... – ela alisou o queixo e fez uma cara que eu tive que dar risada – e ele beija bem?
  - Por que você quer saber?
  - Nada, só quero saber se beija bem.
  - Beija. Pra falar a verdade, beija muito bem. – eu disse e ela riu – ta rindo de quê?
  - Você se apaixonou pelo Enrique Iglesias , o cara que você não podia nem ver a cara e ameaçou de morte.
  - Eu não me apaixonei por ele.
  - Ah, não claro. – ela disse irônica – seus olhos brilham por qualquer coisa mesmo.
  - Meus olhos brilharam?
  - Sim. Mais ou menos assim: – ela se ajeitou – “Beija. Pra falar a verdade, beija muito bem...” – ela falou com voz de garotinha e fazendo uma cara idiota.
  - Eu não falo assim e nem faço essa carinha.
  - Não fala, mas falou. E não faz, mas fez.
  - Falei? Fiz?
  - Aham. – ela riu.
  - Hey gente. – Ju entrou em casa parecendo um canguru de tão saltitante.
  - Ju. – se levantou – posso saber onde estava?
  - Estava passeando ué.
  - Faz dois dias que eu não te vejo, o que aconteceu? – eu perguntei.
  - Ah, gente. – ela soltou umas bolsas que carregava – estava me divertindo.
  - Fazendo o quê? E com quem? – disse colocando as mãos na cintura.
  - Há. – ela riu – estava passeando, estou fazendo a terapia do 1 minuto.
  - Terapia do quê? – perguntou levantando uma sobrancelha.
  - Terapia do 1 minuto.
  - O que diabos é isso? – eu perguntei.
  - Simples. Depois do que aconteceu. Eu precisava arejar um pouco o pensamento, sair um pouco. Então eu encontrei uma garota que me recomendou a terapia do 1 minuto. Nós compramos varias coisas, uma coisa em cada loja, em menos de um minuto em cada loja, não dá pra demorar muito. Depois a gente devolve tudo. Depois a gente vai para um lugar onde tenha bastantes garotos, que gostam de mulheres mais velhas, por que um novinho é muito bom. – ela se abanou – ficamos com vários, mas em menos de um minuto. No máximo um minuto com cada um. Depois a gente come varias coisas gostosas, mas em um minuto. Mas ai é varias coisas ao mesmo tempo. Primeiro as salgadas, um minuto, e depois mais um minuto pros doces. Por fim, passeamos por um minuto em um lugar muito legal. E voltamos para a casa. Fazendo varias coisas que gostamos durante um minuto. – ela sorriu.
  - Cara... – sentou no sofá.
  - É... Você é louca. – eu me sentei ao lado da .
  - Gostei disso. – disse e eu a olhei – pena que não dá pra ficar com os novinhos, o Josh ia querer me matar. – ela riu.
  - Por falar nisso, e o Josh? – eu perguntei a ela.
  - Ah, ele ta viajando. – ela sorriu.
  - E você não fica com medo dele te trair? – Ju perguntou.
  - Não. Gente você nem sabem...
  - O quê? – eu perguntei.
  - Eu desenvolvi um novo poder.
  - Sério? – Ju perguntou.
  - Aham. Agora eu tenho um tipo de telepatia com o Josh. Desde que eu disse que o amava nós começamos a nos comunicar pela mente, podemos nos comunicar de qualquer lugar a qualquer hora. E o melhor, sempre sabemos se o outro ta mentindo. Então não tem como eu o trair e nem ele a mim. – ela sorriu.
  - Nossa que legal. – Ju disse.
  - É, bem maneiro. – eu disse.
  - Assim você economiza com as ligações. – Ah, claro. Ju é a Ju.
  - Bom, vou falar com ele agora. – ela se levantou.
  - E por que não fala na nossa frente? – Ju perguntou.
  - Ao contrario de vocês, eu não falo minhas intimidades para os outros. – ela deu um beijo no ar e subiu as escadas.

  ’s Pov
  Subi as escadas, entrei no meu quarto, tranquei a porta e me deitei na cama. Fechei meus olhos e fiquei tentando fazer uma “conexão” com Josh.
  - ? – ouvi ele perguntar.
  - Josh. – eu disse empolgada.
  - , amor... – eu pude ouvi seu coração, era como se ele estivesse aqui comigo.
  - Como estão as coisas ai?
  - Ótimas, consegui resolver o problema da firma da minha irmã e agora estou voltando para casa. Não exatamente agora, eu volto amanhã, mas você entendeu.
  - Claro, claro. To com saudade. – eu disse sorrindo.
  - Você esta sorrindo. – ele disse e eu pude senti-lo sorrir.
  - Você também está.
  - Mas é claro, adoro fazer você sorrir.
  - Quer fazer um favor?
  - O quê?
  - Para de ser tão perfeito e de me fazer eu te amar cada vez mais. – ele riu.
  - Então para de ser a mulher da minha vida, para de ser imperfeitamente perfeita, para de ser a mulher que eu sempre sonhei para mim... Para de ser a minha .
  - Hum... Vish, ta difícil hein... – eu disse e ele riu.
  - Então não reclama. – ele disse e eu ri.
  - Ok, ok. Eu me rendo e me permito te amar cada vez mais.
  - Ah, então eu vou te amar igualmente ou mais.
  - Impossível. Eu te amo como nunca amei ninguém. Pra falar a verdade... Eu nunca amei ninguém de verdade.
  - Sério?
  - Aham, você é o primeiro.
  - Nossa que privilégio.
  - Mas eu não sou a sua primeira né?
  - Na verdade, eu era apaixonado por uma garota antes de te conhecer, mas ela nunca me deu bola. Ai eu te conheci.
  - E tentou esquecer ela comigo, né?
  - Não, eu simplesmente me deixei levar pelo o que eu estava sentindo. E se eu a amasse de verdade, eu não teria a esquecido.
  - Ah, para de mentir.
  - Você sabe que eu não to mentindo. – e pior que eu sabia mesmo.
  - Então eu sou a primeira?
  - E única.
  - Ah, cara. Volta logo antes que eu voe para ai.
  - Ok. Ok. Agora vou ter que ir, mais tardes nos falamos.
  - Aham. – eu concordei – não está me traindo né?
  - Nunca, e você? Esta me traindo?
  - Nunca. Eu te amo.
  - Também te amo. – ele disse e “desligou”.
  Cara, eu adorei meu novo poder...

Capítulo 18

  ’s Pov - ! – ouvi alguém gritar.
  - Hein? – levantei rápido.
  - Me ajuda.
  - Ah, meu Deus, o que foi? Algo aconteceu? – eu perguntei em quanto corria na direção da voz.
  - !
  - Já to indo. – corri mais rápido e quando cheguei à sala vi na frente do espelho ajeitando uma blusa – o que houve?
  - . – ela me olhou – que bom que você está aqui. – ela se ajeitou – fechai o fecho pra mim ai de trás? – ela indicou o fecho nas costas.
  - Só por isso que você me chamou? – eu perguntei assim que fechei sua blusa.
  - Como só por isso? – ela se virou para mim – posso saber por que a senhora ainda está de pijama e não está pronta?
  - Pra quê?
  - Pro jantar . Onde você estava? Nós vamos fazer um jantar em comemoração aos nossos namoros, eu completando 7 anos e 1 mês e você exatamente 6 anos.
  - Namoros?
  - , o que houve? Está ficando caduca? Eu namoro o Josh e você o Enrique.
  - Eu namoro quem?
  - Dá pra parar de fazer perguntas sem sentido e ir se arrumar de uma vez?
  - Mas...
  - Sobe logo. – ela me empurrou escada acima e eu só então notei que ela parecia alguns anos mais velha, mas não ter 35, parecia ter no máximo 31.

  - ! – dei um pulo na cama – cara, você estava tendo uma visão ou o quê? – perguntou a minha frente e... Ufa, ela não tinha 35 anos com aparência de 31.
  - ! – eu a abracei.
  - Ta, estava tendo uma visão em que eu morria?
  - Não. Uma visão de que você completava 7 anos e 1 mês de namoro com o Josh e eu...
  - E você...?
  - E eu estava solteira.
  - Nossa. – ela me olhou estranha – se depender do Iglesias você não vai ficar pra titia. – ela piscou.
  - Ah, cala a boca. – joguei um travesseiro nela.
  - Enfim... Levanta, temos que resolver umas coisinhas... – ela sorriu e saiu do quarto. Ah, meu pai. Eu já disse o quanto eu detesto quando ela deixa esse “suspense” no ar?

  ’s Pov
  Eu estou muito feliz de saber que finalmente eu estou conseguindo controlar meu poder. As “aparições” estão diminuindo e eu finalmente amo alguém, podia ficar mais perfeito? Ah, mas é claro que podia hoje eu, a e a Ju vamos fazer coisas de garotas. Não que eu seja uma patricinha que vive em salões de beleza e não resiste a compras. Não, eca. É que de tanto agir praticamente como um garoto (fazer o que se o meu estilo é assim?)... Agir como uma garota de vez em quanto é bem legal, só pra variar um pouquinho.
  - Cadê a ? – Ju perguntou assim que eu entrei na cozinha.
  - Bom dia Ju, eu estou bem. E você? – eu disse ironicamente.
  - Eu já te cumprimentei hoje, lembra?
  - Eu sei, só estava tirando uma com a tua cara. – ela me mostrou a língua – enfim... A ta lá em cima se arrumando, ou melhor, levantando.
  - Hum...
  - Nem sabe da melhor...
  - O quê? – Ju se sentou e eu me sentei ao seu lado na mesa.
  - A , bem... Lembra que ela e o Enrique não se entendiam e até teve aquela ameaça de morte da pro Enriquê?
  - Sim, sim. E ai?
  - Então ela...
  - Ela matou ele?
  - Não! – eu ri – eu até pensei isso também, mas não.
  - Então se deram uns pegas?
  - Mais ou menos. Eles saíram, deram uma volta e quando estavam aqui na porta...
  - Ele me chamou e quando eu virei ele me deu um selinho, depois me deu outro mais demorado que virou um beijo, foi isso. – entrou na cozinha.
  - Ah, . Eu estava contando...
  - Eu ouvi. – ela me olhou – mas ta tudo bem, ela ia saber de qualquer jeito.
  - Ah e. Vamos tomar o café e ir logo? – Ju falou.
  - Ir onde? – perguntou.
  - Vamos ter aquele dia no shopping. Salão de beleza, almoço, salão de beleza novamente e compras. Oi. Em que mundo você estava em quanto nós marcávamos isso?
  - Tava no mundo Iglesias. – eu disse.
  - Cala a boca .
  - Ah, fala sério. Você ficou super diferente depois que beijou o Enrique. – eu disse e ela foi responder, mas somente arregalou os olhos – o que foi ? – Ju ia dar uma mordida no pãozinho, mas parou e olhou para .
  - O Enrique me chamou para ir a uma festa com ele.
  - Aham.
  - Mas... Ah, meu Deus. – disse e novamente antes de Ju dar a mordida no pãozinho, parou e lhe olhou.
  - O que foi? – eu perguntei.
  - Vai ser hoje.
  - Hum... – ela vai a uma festa, ótimo, o Josh chega hoje, vou ter que dar um jeito de mandar a Ju passear.
  - E agora? Gente me ajuda. – quase caiu em cima da mesa e novamente a Ju ficou sem morder seu pãozinho.
  - Ah, desisto. – eu a olhei – não vai ser hoje que eu vou morder meu pãozinho, então eu desisto. – ela disse soltando o pãozinho em cima da mesa.
  - Então eu mordo. – peguei o pãozinho e mordi.
  - Mas... Hã... – ela me olhou e logo abaixou a cabeça bufando. me olhou.
  - O quê? Ela disse que desistia do pãozinho.
  - Quer fazer o favor de esquecer o pãozinho e focar em mim? – pegou o pãozinho e soltou na mesa.
  - Ah, mas eu ia comer. – eu disse.
  - Esquece o pãozinho. – ela disse e Ju saltou em cima da mesa, pegou o pãozinho e colocou na boca, mastigando.
  - Mas...
  - Deu. – Ju disse assim que engoliu o bendito pãozinho.
  - Ah, viu? – eu olhei para – agora eu fiquei sem o pãozinho.
  - O pãozinho era meu. – Ju disse.
  - ESQUEÇAM O MALDITO PÃOZINHO! – gritou e imediatamente eu e Ju a olhamos.
  - Ok. – eu disse levantando as mãos – o que faremos então senhorita anti-pãezinhos?
  - Eu não sei. – ela se deitou sobre a mesa e bufou de um jeito que me deu vontade de dar risada.
  - Então... – Ju levantou – vamos começar pelo começo. O que você disse que ia fazer hoje com o Enriquê?
  - Ir a uma festa. – lhe olhou.
  - Ótimo, vamos ver o vestido.
  - Eu já comprei um vestido.
  - Então o que quer fazer? – Ju perguntou.
  - Sei lá.
  - Que tal fazermos o que já íamos fazer antes de você dar um surto por causa do Iglesias ou do pãozinho... Ainda não sei, mas enfim... O que acha?
  - Se eu ouvir “pãozinho” mais uma vez eu arranco a cabeça de quem falar. – disse seria.
  - PÃOZINHO. – eu gritei e levantei os braços em quanto Ju ria.
  - PÃÃÃÃÃÃÃOZINHO... – Ju foi levantando os braços em quanto falava elevando o tom de voz e eu ri.
  - Ah... – ameaçou pular por cima da mesa, mas a campainha tocou bem na hora – salvas pela campainha. – ela nos olhou e continuou seria, será que ela tava falando sério em arrancar nossas... Não... Será?
  - Ah, oi Enrique. – ouvimos a dizer na sala.   - Enriquê? – eu e a Ju nos olhamos e dissemos juntas.
  - VERDE! – nós gritamos juntas de novo e começamos a catar com os olhos algo que fosse verde para tocar antes da outra.

  ’s Pov
  - Então... Eu vim ver se estava tudo bem... E avisar que a festa ainda vai rolar... – Enrique não pode continuar, pois foi interrompido por um barulho vindo da cozinha.
  - O que será que essas duas fizeram? – eu caminhei até a porta da cozinha e Enrique me acompanhou – mas o que... – eu fiquei estática olhando aquela cena que se não fosse constrangedora para mim, eu até daria risada.
  Julia estava caída no chão e estava por cima dela. A cesta de frutas estava na cabeça de , encobrindo um olho e ju estava com varias frutas em cima de si mesma.
  - Ah, e ai pessoal? – disse levantando a cesta para nos ver direito.
  - O que houve aqui? – eu perguntei.
  - Simples. Eu e a falamos juntas e então procuramos algo verde, vimos uma pera ao mesmo tempo e saltamos em cima dela, o que não deu muito certo. – Ju disse em quanto levantava.
  - É basicamente foi isso, e o resultado foi, nenhuma tocou verde e acabou com a Ju como uma salada de fruta humana e eu com uma cesta como chapéu. – disse ajeitando a cesta na cabeça como se fosse um chapéu mesmo.
  - Ah, claro. Eu deveria ter imaginado. – eu disse pegando a cesta e colocando no lugar.
  - Eu ajudo. – Enrique disse e me ajudou a pegar as frutas. Olhei de canto para e Julia que saiam de fininho da cozinha.
  - Voltem aqui. – eu disse e elas correram escada acima. Enrique só riu.
  - Então... Tudo pronto para a festa? – ele perguntou colocando a ultima fruta que estava no chão, na cesta.
  - Ah, sim. Mais ou menos.
  - Então ta, passei para ver se estava bem... – ele passou a mão na nuca.
  - Ah, claro. – eu disse e me senti uma adolescente recém apaixonada e iludida. Droga, será que eu estou mesmo apaixonada pelo Enriquê?
  - Então... Acho que vou indo. – ele disse.
  - Claro, claro. Eu te levo até a porta... – eu me virei, mas ele me virou novamente de volta para ele, me puxou e me beijou – hã...
  - Bem, eu... – o interrompi puxando ele e o beijando, mas o que diabos eu to fazendo?
  - Que horas é a festa mesmo? – eu disse assim que o soltei e me ajeitei.
  - Ás... Hã... Meia noite. – ele disse e parecia um pouco perdido, eu só ri.
  - Ok. Então eu te vejo meia noite.
  - Claro, claro, passo aqui para te buscar.
  - Aham. – eu disse, ele me beijou de novo, terminou com um selinho e saiu com um aceno.
  - Aham... – ouvi falar e olhei para trás vendo e Ju sentadas na escada me olhando.
  - O que foi isso hein Senhorita ? – Ju perguntou.
  - O quê? Eu sou maior de idade, vacinada e pago minhas próprias contas.
  - Ela quis dizer que é quase uma velha, que já ficou doente e é podre de rica. – disse a Ju.
  - Você tem quase a mesma idade que eu. – eu disse a ela.
  - Não mesmo, você é mais velha.
  - Por meses.
  - Não importa, é mais velha. E o pior, age como uma. – ela disse e piscou.
  - Eu não ajo como uma velha. Ajo?   - Sim. – Ju disse concordando.
  - Então...
  - Então que eu acho que deveria agir como se fosse jovem, ou melhor, como deveria agir. – disse e eu somente tentei assimilar as informações. Ok, isso soou nerd, mas não importa.

Capítulo 19

  ’s Pov
  Faz uns 9 dias que eu fui na festa com o Enrique, lá correu tudo bem e quando eu digo bem... Foi bem até demais se é que me entendem...
  - , me ajuda aqui? – ouvi Ju perguntar do andar de baixo, provavelmente de cozinha. Claro que agora ela não iria chamar a , já que ela se trancou no quarto dela junto com o Josh e não saíram mais de lá.
  - Sim? – eu cheguei a cozinha.
  - Eu fiz o café da manhã e ta tudo pronto, só pega o presunto e o queijo que estão ai na geladeira?
  - Claro. – eu fui até a geladeira, peguei e coloquei em cima da mesa, junto com todo o café. De repente senti um enjoo e corri para o banheiro.
  - ? – ouvi Ju bater na porta – ta tudo bem?
  - Sim, sim. Foi só um enjoo.
  - Espero que sim. Mas você não está doente né?
  - Não, não. – eu lavei minha boca e sai do banheiro.
  - Você tem tido muitos enjoos ultimamente não acha ? – perguntou saindo do quarto com Josh atrás dela.
  - O que você quer dizer?
  - Quero dizer que você anda vomitando todos os dias, varias vezes ao dia... Tem algo para nos contar ?
  - Não, não tenho nada.
  - Josh, me espera lá na sala, ta legal? – perguntou ao Josh e ele assentiu – você por acaso não está grávida não é? – perguntou e Ju me olhou assustada.
  - O quê? – Ju perguntou me olhando.
  - Não, é claro que não. – eu disse – sem chance.
  - Sem chance ? Acha mesmo? Vai me dizer que não rolou nada entre você e o Iglesias naquela festa?
  - Rolou, mas nós nos protegemos.
  - Ta, e você vai me dizer que foi só uma vez?
  - Eu não vou te dizer nada.
  - ... Você tem certeza que não está grávida né?
  - Mas é claro que sim. Quer dizer, eu tenho a mais plena certeza.
  - Acho bom mesmo. – ela disse e desceu as escadas.
  - ... – Ju me olhou – você está muito estranha esses dias... Tem vomitado direto, enjoos constantes e tal. Eu tenho ainda alguma duvida disso. Eu até pensei em te perguntar, mas você estava muito ocupada, entrando e saindo do banheiro. – ela disse seria.
  - Ju, eu já disse que não estou grávida.
  - Isso é o que você acha.
  - Não. É o que eu tenho certeza.
  - Então você bem que podia fazer um teste de gravidez, não é?
  - Fazer o quê? Você ta maluca? Por quê?
  - Para ter certeza?
  - Mas eu tenho certeza.
  - Mas eu não. – ela colocou o guardanapo que segurava, no ombro – eu vou comprar um teste de gravidez de farmácia para você fazer e você vai fazer! – ela disse calma.
  - Ok. – eu disse levantando as mãos, afinal, quem não deve não teme, não é?

  ’s Pov
  Estava saindo de casa com Josh, íamos procurar algo para fazer hoje de noite, quem sabe um filme com pipoca, um passeio, ou até um parque de diversões...
  - ! – Ju gritou para mim assim que eu estava fora de casa.
  - Sim?
  - Vem cá um pouquinho? – ela me chamou e eu entendi que era sem o Josh.
  - Já volto amor. – eu disse a ele e fui até a Ju – o que você quer?
  - Quanto amor não é? – ela perguntou ironicamente – faz um favor?
  - Não.
  - Compra um teste de gravidez na farmácia por que você passar.
  - O quê? Você também acha que está grávida?   - O quê? Não. Você está?
  - Não, eu to falando da .
  - Ah. Mas eu também.
  - Ah, bom... Quer dizer, nada bom, nada bom...
  - Compra logo o teste e traz pra mim, ok?
  - Tudo bem. – ela me entregou o dinheiro – pra que isso?
  - Pra comprar o teste, por quê?
  - Eu vou pagar o teste.
  - Mas...
  - Já que eu vou pegar, eu decido quem paga. – lhe entreguei o dinheiro, fui em direção ao Josh e entrei em seu carro – toca para a farmácia.
  - Ta tudo bem?
  - Eu espero que sim. – eu disse olhando pela janela e ele só segurou minha mão firme e arrancou com o carro dali.
  Cheguei à frente de uma prateleira onde havia vários testes.
  - Pronto, pra que tanto teste assim? Não podia ser só um? E agora, qual eu levo? – eu falei comigo mesma.
  - Hã... Se você não se importar de eu dar minha opinião... – uma mulher se aproximou – esse aqui... – ela pegou uma caixinha verde – é o mais seguro. – ela me deu uma olhada.
  - Ah, sim. Obrigado. – eu peguei a caixinha – ah, mas não é pra mim não, é pra uma amiga. – eu disse e ela só sorriu e saiu. Ah, valeu , valeu mesmo. Agora eu sou a barriguda.
  - Ah, meu Deus... – uma outra mulher me olhou e olhou para a caixinha – nessa idade e já comprando esse tipo de coisa... – ela disse e saiu com a sua filha dali.
  - Mas eu não estou... Ah, deixa pra lá. – dei mais uma olhada nas prateleiras.
  Logo Josh chegou perto de mim e eu não sabia se ria da cara que ele estava por eu estar com um teste de gravidez na mão ou se me concentrava em ver qual levar.
  - Você... Hã... – Josh começou a falar.
  - Nem vem, você também não.
  - Hã... Se a senhora não tem nenhuma experiência em comprar testes... – uma das mulheres que trabalhava ali veio até mim – poderia ver por essa tabelinha aqui... – ela me mostrou uma pequena tabelinha na caixa – qual a precisão deles. – ela sorriu – e aqui também temos assistência a mãe se a senhora precisar.
  - Ah, claro. Eu vou precisar mesmo se der positivo. – eu disse sorrindo e sai dali. Afinal, não adiantaria falar que não. Não iriam acreditar mesmo...
  Josh só me seguia em silêncio. Comprei, paguei e passei pela mesma mulher com a filha que disse que era um horror. Pra falar a verdade, se ela disse “nessa idade já comprando esse tipo de coisa”, quer dizer que eu aparento ter bem menos do que eu realmente tenho. Legal. Passei por ela, dei um sorrisinho e puxei Josh para fora da farmácia.
  Caminhei até o carro com Josh, em silêncio ainda. Entramos no carro em silêncio e fizemos quase todo o percurso em silêncio...
  - Quer fazer o favor de não ficar nesse silêncio angustiante? – eu me pronunciei irritada.
  - Eu... Eu ainda estou tentando assimilar tudo isso... – eu ri.
  - Josh...
  - , eu sei que isso não vai ser fácil, mas eu vou estar aqui, ok? Eu prometo que não vou te abandonar e nem o nosso filho. – ele pegou minha mão.
  - Que isso Josh? – eu larguei sua mão rindo – Você ta maluco? O teste não é pra mim, não. É pra .
  - Pra ?
  - Sim. Você achou mesmo que eu... Ah, esquece. – disse rindo. Ele somente respirou aliviado.
  Chegamos em casa, eu subi as escadas e entreguei o teste a .

  ’s Pov
   subiu as escadas e veio até mim com uma caixinha verde na mão.
  - Toma, e anda logo. – ela disse me entregando e cruzando os braços.
  - , qual seja o resultado que der aqui... Você não vai deixar de ser minha amiga, não é?
  - Não, . Vai precisar de bem mais que uma gravidez para me afastar de você. – ela disse seria.
  - Obrigado. – entrei no banheiro com cautela.
  Estava com medo, estava realmente com medo. Isso me deixava com um aperto no peito enorme.
  Fiz o teste sem a menor hesitação, precisava ter certeza.
  - Já deu ai? – Ju bateu na porta.
  - Acho que sim, é só esperar.
  Esperei o teste dar o resultado.
  - E ai? – perguntou abrindo a porta.
  - Vê pra mim, eu não tenho coragem. – eu disse fechando os olhos e entregando o teste a .
  - E como vê isso? Se der mais rosa é menina e se der mais verde é menino? – ela balançou o teste – Me entrega a caixinha, pra eu ver o que significa isso.
  - Ta. – eu peguei a caixinha e lhe entreguei.
  - Hã... Vamos ver... Se der rosa é... Ta. Se der verde... Ah meu Deus.
  - O que foi? – eu perguntei.
  - , quando eu disse para se comportar como jovem, não quis dizer para se comportar como uma adolescente inconsequente e engravidar, ok?
  - Eu... Eu estou grávida? – eu perguntei.
  - Eu não acredito nisso... – colocou a mão na testa e logo senti minhas pernas ficarem fracas e tudo se apagou.

Capítulo 20

  ’s Pov
  - ! – Ju disse e foi até ela – me ajuda aqui . – ela apontou para .
  Eu somente fiz com que flutuasse até o quarto e a coloquei na cama... Cara, a precisa emagrecer, ela deu um pouco de trabalho, hein...
  - Deixa eu ver isso. – Ju pegou o teste e a caixinha da minha mão.
  - Espera... – eu disse assim que ela pegou, mas ela já havia visto.
  - Negativo? !
  - Foi mal, mas ela não tinha certeza, eu queria que da próxima vez ela tivesse certeza ué.
  - É, mas do jeito que saiu o seu plano, eu acho difícil ter uma próxima vez.
  - , acorda, por favor. – eu bati não muito forte em seu rosto.
  - Hã? – ela acordou – o que houve? – ela balançou a cabeça, nós nada dissemos – Eu só me lembro de acordar, a Ju me pedir ajuda com o café... Ah meu Deus. Eu to grávida! – ela gritou agarrando a barriga.
  - Está? – Enrique entrou no quarto com os olhos arregalados.
  - Estou. – abaixou a cabeça.
  - Ah, meu Deus. Me desculpe , eu juro que não queria... Me desculpe. – ele se sentou ao lado de .
  - Hã... Gente... – Ju os chamou, mas eles a ignoraram.
  - Ju, acho que agora eles vão ter que conversar um pouquinho, depois eu falo com eles. – sorri.
  - Se ela está assim só pensando em estar grávida – Ju sussurrou, mas acabou falando a ultima parte um pouco alto – Imagina se ela chega a engravidar de gêmeos?
  - Ju! Não piora. – eu disse a repreendendo.
  - Gêmeos? Ai tu me mata, né filha... – disse e logo percebeu o que disse – GÊMEOS? – ela desmaiou novamente.
  - ! – Enrique tentou acorda-la.
  - Se ela ficou assim com Gêmeos, imagina se vem Trigêmeos? – Ju disse rindo e eu vi Enrique ficar parecendo um papel – hã... Quer dizer...
  - Tri... Trigêmeos? – ela falou meio assustado e caiu pra trás, consequentemente caiu da cama.
  - Ótimo, viu o que você fez? – Ju perguntou pra mim.
  - Eu? Foi você que piorou tudo falando de gêmeos e trigêmeos.
  - Ta... Eu tenho minha porcentagem de culpa, mas foi você que começou tudo. – ela caminhou até Enrique.
  - Ah, cala a boca Ju.
  - Levanta ele aqui pelo amor de Deus, por que ta difícil o negócio aqui. – ela disse fazendo esforço para conseguir levantá-lo.

  ’s Pov
  - , acorda. – ouvi a voz de .
  - ! – eu sentei na cama – Enriquê? – eu vi ele deitado ao meu lado – o que ele ta fazendo aqui?
  - Bom...
  - Eu to grávida?
  - Não! – Ju gritou irritada.
  - Mas o teste...
  - O teste deu negativo . N. E. G. A. T. I. V. O. Negativo. Ne-ga-ti-vo. – Ju disse soletrando, repetindo e separando silabas. Parecia estar bem irritada.
  - Mas a ... ? – eu a olhei.
  - Eu só queria que da próxima vez você tivesse certeza. – ela se encolheu.
  - ! – eu gritei e sai correndo atrás dela – , eu vou te matar, sua filha da mãe.
  - Me desculpa. – ela pulou o sofá e eu pulei também, espera. Como eu pulei aquele sofá?
  - Você me fez achar que estava grávida.
  - Eu sei. – saímos correndo pelo pátio.
  - Eu não acredito! – eu continuei a perseguindo.
  - Foi sem querer.
  - Querendo!
  - Foi mal.
  - Foi péssimo você quer dizer. – eu disse ainda a seguindo, quando eu to brava eu tiro força, agilidade e fôlego sei eu da onde.
  - Eu prometo que nunca mais faço isso.
  - Nunca mais? – eu parei de correr.
  - Nunca. – ela parou também.
  - , se você me fizer ter outro susto desses, eu te mato.
  - Aham, aham. Pode matar. – ela disse sorrindo.
  - Ah, você me deixou cansada. – eu disse entrando na casa.
  - Foi mal. – ela riu.
  - Eu sei. – eu lhe dei um soco no braço.
  - Hey.
  - Você mereceu.
  Subimos até o quarto onde Enrique estava acordando.
  - , me desculpa, eu não queria ok? – ela veio até mim.
  - Calma Enrique. Eu não to grávida.
  - Não?
  - Não. A me fez pensar que eu estava.

  ’s Pov
  - ? – Enrique perguntou.
  - Cara, foi mal. Eu já pedi desculpas.
  - Espera, tudo isso... E a não estava grávida?
  - É, olhando por esse ângulo... – eu falei torcendo a boca.
  - Ok. Talvez na próxima devêssemos ter certeza de que a resposta é não, ok? – ele falou olhando pra .
  - Hum... Próxima vez... – Ju fez cara maliciosa.
  - Ju. – jogou uma almofada na cara dela que só ria – Enrique. – ela deu um tapa em seu ombro.
  - O quê? – ele riu.
  - Não quero você falando das nossas intimidades perto delas. – de repente Ju explodiu em risadas e eu também – viu?
  - Mas vai haver uma próxima vez? – Ju perguntou rindo.
  - Uma? Muitas, você quis dizer. – Enrique disse e eu e Ju quase caímos dando risada.
  - Enrique! – falou e bateu nele.
  - Mas é verdade. – ele falou e agora sim, não prestou, Ju se atirou no sofá e eu tive que me apoiar na porta. Deus, acho que to ficando sem ar.
  - Parem de falar disso. – eu disse tentando me recuperar dos risos.
  - O que está havendo aqui? – Josh entrou no quarto.
  - Um papo nada agradável. – disse e eu e Ju voltamos a rir.
  Josh só me olhava em quanto eu me apoiava nele. Ele estava com aquela cara de quem não ta entendendo nada.
  - É que... A não ta... Grávida. – eu disse.
  - E isso é engraçado?
  - O que o Enrique disse depois que causou tudo isso. – eu lhe disse.
  - O que ele disse?
  - Eu disse que da próxima vez tem que ter certeza que não, sem sombra de duvidas. – Enrique disse e eu e Ju voltamos novamente a rir, cara, eu já devo estar ficando roxa.
  Josh começou a rir junto.
  - E depois eu perguntei se ia haver uma próxima vez e ele... – Ju apontou para o Enrique – disse “uma? Muitas, você quis dizer.” – voltamos a rir e Josh riu mais.
  - Gente. Eu já estou ficando constrangida. – disse tapando o rosto.
  - Vem cá que eu te ajudo a perder essa vergonha. – Enrique disse a abraçando e acabamos rindo mais.

Capítulo 21

  1 semana depois...

  ’s Pov
  - . – ouvi gritar pra mim do andar de baixo.
  - Já estou indo.
  - Vamos logo, o avião não vai te esperar para sempre. – Ju gritou.
  - Eu disse que já estou indo. – disse fechando a ultima mala.
  - Quer ajuda? – Enrique perguntou se encostando a porta.
  - Ah, claro. – eu disse e ele veio até mim me dando um selinho e pegando duas malas, deixando apenas uma, que era pequena.
  - Até que um dia. – disse assim que viu Enrique e eu descendo as escadas.
  - Ah, só por que o seu namorado já está lá te esperando que você está com toda essa pressa. – eu disse.
  - Sim, é por isso mesmo. Se o Enrique estivesse lá você não ficaria assim?
  - É... – eu disse olhando pra ele.
  Enrique nos ajudou com as malas até o táxi. Teve que ser dois táxis, um para as malas e outro pra nós. Aquilo foi engraçado, principalmente a cara que o taxista que iria levar as malas fez quando viu a quantidade de bagagens.
  Enrique foi comigo e com a no banco de trás e Ju foi na frente.

  - Você tem certeza que não vai poder ir com a gente? – eu perguntei a Enrique assim que chegamos ao aeroporto.
  - Não posso amor... Tenho um compromisso. – ele passou a mão na nuca.
  - Mas você vai nos visitar né?
  - Claro. Sempre que puder.
  - Bem que depois desse compromisso você podia comprar uma casa lá no Brasil, mais precisamente em São Paulo e ir morar lá. – disse.
  - É... Isso a gente vê depois. – ele parecia desconfortável.
  - Quem vê até diz que você não quer ir. – eu disse.
  - Você sabe que não é verdade, eu quero muito ir.
  - É, eu também quero. Mas que nojo, você não podia ser comum não?
  - Eu sou comum.
  - Desculpe, mas eu discordo. – disse – você é cantor. Famoso e com algumas fãs. E venhamos e convenhamos você é bem estranho até. Não é alguém comum.
  - E você é? – ele perguntou a ela.
  - Deus me livre. – ela disse e ele riu.
  - Ok. – Ju disse voltando – o avião sai daqui 30 minutos. O casal ai aproveite em quanto pode. – Ju disse e piscou arrastando para longe de nós.
  - Então... – Enrique se virou para mim com um sorrisinho de canto.
  - Então... – eu o olhei e ele me beijou.

  ’s Pov
  Ju me arrastou para longe de e Enrique. Fomos até uma lanchonete e fizemos um lanche.
  - Você já pensou em alguma vez se arrumar, tipo, num relacionamento sério com alguém? – eu perguntei a Ju.
  - Não, não mesmo.
  - Por que não?
  - Sei lá, tipo... Eu queria tanto encontrar alguém como aqueles personagens de filmes que tem um amigo gostoso, que fica com ela e sem nenhum compromisso.
  - E depois se apaixonam?
  - É... Sei lá. Eu queria alguém que eu conhecesse a algum tempo e pudesse confiar.
  - E você não tem?
  - Alguém bonito e gostoso não.
  - Eita, mas você é uma tarada mesmo. – eu disse rindo e tomando meu suco.
  - Tarada, pra mim é elogio ou apelido, meu bem. – ela disse e nós rimos.
  - Ok, ok. Acho que já demos tempo para o casal né?
  - Aham. – ela levantou.
  - Ei. – eu a parei.
  - O que foi?
  - Você ta bem com isso? Com o Enrique e a juntos? Tipo, você e ele antes já...
  - Já nada. – ela riu – por que você e a acham isso?
  - Será que é por que aquele dia, quando chegamos em casa, você estava trancada no quarto com ele?
  - Ah, mas não rolou nada.
  - Nada?
  - É nada. N-A-D-A. Tipo, ele é do tipo respeitoso, que prefere algo sério.
  - Ah, entendi, ai você deu um fora nele.
  - É, mais ou menos isso.
  - Mas eu espero que ele e a se dêem muito bem, até por que... Eles são fofos juntos.
  - São mesmo. – ela concordou – E você e o Josh também são fofos.
  - Garanto que sim. – eu pisquei.

  ’s Pov
  Depois de um tempinho Ju e voltaram.
  - Vamos? – disse.
  - Sim. – eu dei um selinho em Enrique e me despedi dele.
  - Vou te ver logo. Eu prometo. – ele disse.
  - Assim espero.
  - Vamos... – disse e eu lhe dei um ultimo selinho e sai ao encontro delas.
  - Vamos. – eu disse.
  - Tchau, Enrique. – elas disseram em uníssono.
  - Tchau. – ele respondeu.

  - Até. Que. Um. Dia. – disse pausadamente assim que entramos em casa.
  - Nossa, estava tão ruim assim lá? – eu perguntei.
  - Não, mas eu senti tanta falta da minha casinha. – ela disse.
  - Gente, eu preciso falar com vocês. – Ju disse.
  - Sim, pode falar. – eu disse.
  - Bom, eu não mencionei a vocês antes, para não incomodar, mas...
  - Fala logo. – eu disse.
  - É que... Bom, minha mãe me expulsou de casa. – ela riu sem jeito.
  - Como assim?
  - É, eu não queria mais ficar trancada em casa, queria sair, mas...
  - Mais ainda?
  - É. – ela disse – e então ele disse que tudo bem e me expulsou de casa.
  - Mas então como ainda tem dinheiro?
  - Como meus pais são separados e o meu pai faz tudo por mim, eu pedi que ele mantivesse meu cartão de crédito, e assim ele o fez.
  - Ah, entendo. Ele ainda está com aquela loira?
  - Sim, por isso eu vim para cá em vez de ir para a casa dele.
  - Ah, bom. – disse.
  - E agora eu queria que vocês me ajudassem a arrumar uma casa aqui em São Paulo, mesmo.
  - E por que não fica aqui?
  - Aqui? Não, não precisa. – ela disse.
  - Ju, fica. Você pode... – começou e Ju lhe lançou aquele olhar.
  - Ok. – ela disse e eu também não insisti, já que Ju é uma cabeça dura.

  Depois de algum tempo ouvimos a campainha.
  - É o Josh. – saiu correndo.
  - Nossa, ela é meio apressadinha não? – Ju perguntou e eu ri.
  Logo voltou com uma cara de quem ficou decepcionada.
  - É pra você Ju. – ela disse se jogando em cima da cama e ficando com a cara enterrada no travesseiro.
  - Pra mim? – Ju perguntou levantando e saindo.
  Eu perguntei a quem era e ela resmungou algo que eu acho que foi “um gostosão que estava na porta e não era o Josh”.
  - Vem, vamos ver. – eu a puxei e ficamos na ponta de cima da escada vendo eles. Ou melhor, espiando.
  - Hã... Oi? – Ju perguntou e o garoto, lindo de morrer, virou para ela.
  - Ah, oi. – ele tinha cabelos escuros, meio espetados, que dava um charme, olhos verdes e tinha um rosto extremamente lindo, chegava a ser hipnotizante – UAU. Você ta linda, uma gata mesmo.
  - Hein? – ela falou.
  - Ah, vai Ju, vai dizer que não lembra de mim?
  - Hã... – ela parecia tentar se lembrar – Zac?
  - Ah, lembrou.
  - Meu Deus, Zac. – ela o abraçou. Ou melhor, ela se jogou contra o garoto que a segurou.
  - É.
  - Você ta lindo. – ela disse se separando dele – lindo e gostoso. – ela disse olhando-o de cima a baixo.
  - Ela é direta. – disse.
  - E você também, ta bem gostosa, hein? – ele disse.
  - Pelo visto ele também. – eu disse.
  - Enfim, o que ta fazendo aqui?
  - Eu me mudei para a casa da frente, e vi você e suas amigas chegarem. Ai eu resolvi ver se era você mesma.
  - Uau, sério? Que legal. – ela disse – ah, espera aqui um pouquinho?
  - Claro. – ele disse.
  Ela subiu as escadas e nós rapidamente levantamos.
  - Ah, me espiando, hein?
  - Ah, fala sério. – disse.
  - Ok, enfim... Aquela proposta de eu ficar aqui... Ainda ta de pé?
  - Por quê? – perguntou.
  - Acho que eu vou pegar o meu amigo ai.   - Vocês já se conheciam? – eu disse.
  - Ih, a tempo. Ele me conhece desde que eu tinha 6 ou 7 anos de idade.
  - Caramba. – disse.
  - Enfim, posso ou não ficar aqui?
  - Claro que pode. – eu respondi.
  - Valeu. – ele disse e desceu as escadas.
  Senti uma tontura e algumas imagens passaram na minha cabeça.
  De primeira vi Ju sentada em um banco, logo chegava esse amigo dela, ela o beijava e ele começava a andar por um parque. Depois a segunda imagem era dela chegando em casa, de mãos dadas com ele. E por ultimo, ele colocava um anel em seu dedo, parecia uma aliança, então ela o beijava e pegava um bebê dos braços de .
  - Pai do céu. – eu disse.
  - O que foi?
  - Ela e ele... Eles... Eles...
  - O que foi .
  - Um bebê? – eu me perguntei baixinho.
  - Que é que foi?
  - A Ju e ele vão namorar, vão noivar ou casar, sei lá o que era aquela coisa e depois eu vi ele pegando um bebê dos teus braços e...
  - E?
  - E a imagem fechava neles, como se formassem uma família.
  - Eu não consigo imaginar ela com um namorado ou noivo tanto faz, e muito menos com um bebê.
  - Eu também não, e não acreditaria se eu mesma não tivesse visto.
  - Isso parece fora da realidade.
  - Muito.

  ’s Pov
  Já fazia dois dias que estávamos no Brasil, e com a Ju morando conosco, era meio estranho, mas nós nos acostumamos já a vê-la somente de vez em quando.
  - E ai? O que vamos fazer hoje? – me perguntou.
  - Você eu não sei, eu só sei que eu e o Josh vamos sair.
  - Ah, claro.
  - Vem cá, e você e o Enrique não se falaram mais?
  - Desde que nós voltamos, eu nunca mais falei com ele de novo.
  - Estranho, achei que iriam manter contato.
  - Eu também. – ela disse em um tom triste.
  - E eu achei que aquele avião não iria pousar nunca. Cara, o Brasil é meio longe, eu havia esquecido. – Enrique disse parado, se encostando ao lado da porta.
  - ENRIQUE! – pulou em seu pescoço.
  - Como você veio? – eu perguntei.
  - Voando. Eu peguei um avião.
  - Ah vá. – eu disse.
  - Serio, quer ver o cartão de embarquê?
  - Cala a boca. – disse.
  - Enfim, só não vim antes...
  - Por que tinha uns shows para fazer. Eu sei. – disse.
  - Não, por que eu estava vendendo minha casa e comprando uma daqui. Cara, a vizinha de vocês não queria vender de jeito nenhum.
  - Você quer dizer que...
  - Que para o seu governo, eu pretendo morar definitivamente no Brasil, sabe, na casa ao lado.
  - Enrique...
  - Surpresa! – ele disse e abraçou .

FIM



Comentários da autora


  Hey gente, sei que não há muitas leitoras nessa fanfic, mas eu ainda assim peço que comentem. Sabiam que isso deprime a autora? Pois é...
  Enfim, espero que comentem um pouquinho agora que eu terminei. Kisses and a punch xx Danna Pucktt