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#006 Temporada

This Is Why We Can't Have Nice Things
Taylor Swift




Cheers

Escrita por StrangeDemigod | Betada por Natashia Kitamura

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  Definitivamente, aquela era a melhor festa do ano. O local estava lotado; as luzes piscavam e a música estava alta.
  Os adolescentes doidos pela bebida, pulando na piscina, se movendo ao som da batida insana.
  Luce bebericou sua taça de champanhe, abrindo um belo sorrido nos lábios rubros. Era por isso que ela amava dar aquelas festas. Sentia-se como Gatsby nesses momentos.
  Notou um corpo se aproximar de si e, reconhecendo o aroma de seu perfume, seu sorriso se alargou.
  — Pensei que não fosse mais aparecer. – virou-se.
  — Atrasos fazem parte do meu charme. – o homem sorriu, a cumprimentando com um beijo na bochecha.
  — Não é nem um pouco charmoso se atrasar, Gabriel. – ela revirou os olhos. – E muito menos excitante.
  — Você é sem limites, Luce. – ele riu, sentando-se na banqueta ao lado dela e pedindo um copo de uísque.
  Era sempre assim, Luce fazia alguma piada com a cara dele e em resposta, Gabriel apenas ria.
  A amizade dos dois sempre fora algo estranho e improvável no começo. Um jornalista e uma filha de um dos corretores imobiliários mais famoso do estado? Nunca daria certo.
  Mas eles provaram o contrário.
  — Bem-vindo ao meu mundo, mon amour. – fez um leve bico, ao pronunciar o apelido.
  — Obrigado. – seus copos tilintaram.
  Luce confiava em Gabriel. Confiava até demais. E ela não imaginava que isso poderia se tornar sua ruína.

~//~

  Acordou com uma ressaca das horrendas. Havia se jogado na cama sem ao menos retirar as roupas de festa. Apoiando a cabeça em uma das mãos, desceu as escadas, indo atrás de algum remédio.
  A festa havia durado até altas horas e tudo o que sobrou dela foram alguns copos pelo chão, uma piscina suja de garrafas de champanhe e uns poucos desmaiados pelos cantos da casa.
  Abriu uma das gavetas da cozinha, pegando a cartela de comprimidos.
  A empregada começava a espantar os que estavam desmaiados, sempre aos resmungos. Ela nem se surpreendia mais.
  — Lucinda Pearl! – ela se assustou com o grito.
  — Bom dia, papai. – tentou disfarçar a careta que fez, já que sua caebça latejava. – Aconteceu algo?
  — Se aconteceu algo? – o homem bufava. – Além do fato de você ter deixado esse lugar virar um ponto de comércio de traficantes!
  — O quê?! – olhou-o incrédula. – Que história é essa?
  — Eu quem lhe pergunto! – o pai se exasperou. – Eu te dou toda a liberdade para dar suas festas e é assim que você me retribui?!
  — Papai, isso é mentira! – Luce disse. — Eu nunca me envolveria com algo desse tipo.
  Bom, não era de todo uma mentira. Ela deixava que alguns poucos vendessem isso em suas festas, mas seu envolvimento não era direto.
  — Então por que ele disse que é isso? – o homem mostrou o celular para ela.
  “Drogas nas festas da mansão Pearl.”
  Luce Pearl é conhecida pelas suas extravagantes festas, cheias de curtição, bebidas e música. Mas há também o lado obscuro.
  Nas fotos abaixo, tiradas na últimas festas, a venda das drogas ilícitas pode ser, facilmente, identificada.
  Ela parou a leitura, engolindo em seco.
  — Quem escreveu isso? – olhou para o pai, que soltou um riso irônico.
  — Veja por você mesma. – apontou para uma linha específica na tela.
  “Por Gabriel Stuart.”

~//~

  Gabriel caminhava tranquilamente até os portões da mansão Pearl, assoviando.
  — Boa tarde, Frederick. – cumprimentou o porteiro, esperando que ele abrisse o portão e lhe desse passagem.
  Mas isso não aconteceu.
  — Desculpe, senhor Stuart. – pediu ao homem.
  — Pelo quê? – Gabriel ficou confuso.
  — Sua passagem não está autorizada. – o porteiro disse.
  — Ora, mas que brincadeira, Fred, meu amigo. – ele riu.
  — Não é brincadeira, senhor. – respondeu.
  — Vamos, você sabe que já sou de casa. A própria Luce disse isso. – Gabriel lembrou.
  — Mas estas são ordens diretas da senhorita Pearl. – Frederick disse, deixando Gabriel assustado.
  — Como é? – perguntou, meio sem rumo. – Não, isso está errado. Vamos lá, interfone para a Luce.
  — Como quiser, senhor. – o porteiro respondeu, interfonando para a casa. –Ele está aqui, senhorita e exige que eu libere sua entrada.
  Após alguns segundos, o porteiro passou o interfone a Gabriel.
  — Minha queri... – não conseguiu terminar sua fala.
  — Como consegue ser cínico a esse ponto? – a voz dela estava fria.
  — Luce... – ela o interrompeu mais uma vez.
  — Você achou que eu não leria todas as coisas que você falou sobre mim? – perguntou retoricamente. – Eu não sou idiota, Gabriel.
  — Você vai me deixar explicar? – ele indagou.
  — Não preciso de suas falsas explicações. Passar bem. – e desligou.
  Gabriel passou as mãos pelos cabelos, rindo nervoso.
  Ele não deixaria as coisas daquela maneira. Não iria mesmo.

~//~

  Gabriel passou semanas jogando flores pelos portões da mansão, gritando o nome de Luce, ligando e passando mensagens para ela.
  E ela o ignorou completamente. Ele estava prestes a desistir quando viu a oportunidade de se aproximar quando ela deu mais uma de suas festas.
  Aparentemente, a fofoca não tinha a abalado.
  Se infiltrou no meio das outras pessoas e conseguiu chegar perto do bar, onde ela sempre ficava quando dava as festas. As pernas cruzadas, bebericando champanhe e sorrindo.
  Quando o viu, Luce desfez o sorriso imediatamente.
  — Quem te deixou entrar? – ela pensou rapidamente que teria de mudar os seguranças da casa, mais uma vez.
  — Pelo amor, me escuta, ok? – pediu. Ela o olhou apaticamente e ele entendeu isso como um “Pode continuar.” – Eu não queria fazer aquilo. Meu chefe exigiu uma fofoca e eu fui obrigado a fazer algo.
  — E jogar a bomba pra cima de mim, dessa maneira?-ela arqueou uma sobrancelha. – Caramba, que grande amigo.
  — Me desculpe. Eu me deixei levar.-ele encolheu os ombros. – Não me olhe como se você nunca tivesse feito o mesmo.
  — É porque eu nunca fiz. – ela deu de ombros, terminando a taça.
  — Por favor, me perdoa. Eu estou aqui, admitindo meu erro. Você não pode me dar uma segunda chance? – ele a olhou, esperançoso.
  — Ah, Gabriel. – ela suspirou. – Droga, mon amour. Está bem, não faça essa cara! – riu. – Uma segunda chance.
  — Perfeito! – ele comemorou, se sentando ao lado dela. – Obrigado.
  Luce sorriu, era bom ter seu amigo de volta.

~//~

  Os chupões que ele dava em seu pescoço iriam ficar roxos por dias.
  — James, isso faz cócegas. – ela riu, quando ele acariciou sua lombar.
  — Mas você gosta. – mordeu a orelha dela.
  — Talvez. – Luce riu. Ele voltou a beijar o pescoço dela, passando as mãos por seu corpo. – James, querido, ainda estamos no corredor.
  — Você sabe que eu não me aguento perto de você. – deu alguns selinhos na boca dela, o último foi acompanhado de uma mordida.
  — Eu preciso pegar uma garrafa de champanhe para nós lá embaixo. Sei que você adora usá-la para outros propósitos. – ela sorriu, maliciosa. – Me espera no quarto.
  — Não demora. – deu um tapa numa nádega dela e saiu em direção ao quarto.
  Luce foi até a cozinha, separando duas taças e uma garrafa e, quando subia, escutou uma conversa. Curiosa, foi em direção à voz.
  — Sem sombra de dúvidas, ela está na palma da minha mão. – Gabriel dizia ao telefone. – Não se preocupe, chefe. Logo, logo, você vai conseguir sua melhor fofoca e eu a minha promoção.
  Luce arregalou os olhos e correu escada acima. Parou e se apoiou em uma parede.
  Ele havia a enganado. E ela foi tola de acreditar.
  Cerrou os dentes. Enganá-la uma vez, a culpa era dele. Agora duas vezes, aí era culpa dela.
  E ela não deixaria barato.

~//~

  — Como assim, demitido? – Gabriel olhava o chefe, indignado. – Eu lhe dei exatamente o que me pediu!
  — Sua notícia não foi lá essas coisas, sinto muito. – o homem deu de ombros.
  — Eu lhe dei a melhor das fofocas! – Gabriel exclamou.
  — É, não foi tão impressionante assim. – falou. – Arrume suas coisas.
  — Você vai se arrepender! – saiu da sala, batendo a porta.
  Carregando a caixa com seus pertences, caminhava pela calçada pisando duro.
  Ouviu o telefone tocar e o puxou, vendo aquele nome na tela. Fez uma careta, atendendo.
  — Luce, o que foi? – perguntou.
  — Está ocupado? – ela estava estranhamente alegre.
  — Não, por quê? – quis saber.
  — Venha aqui em casa. Estamos todos tomando uma. Só os verdadeiros amigos. – ela riu.
  — Uh, certo. – desligou.
  Bom, beber para esquecer. Parecia ser a melhor opção.

~//~

  A mansão não estava lotada, como das tantas outras vezes que Gabriel havia visto.
  Ele entrou e foi direto para os fundos, vendo todos reunidos.
  Luce saiu do meio deles e sorriu para Gabriel.
  — Até que enfim, Gabriel – falou. – Agora podemos brindar.
  — Brindar a quê? – ele perguntou.
  — Um brinde aos meus verdadeiros amigos, que sempre estão ao meu lado, não importa o que digam.- Luce começou a dizer. – Ao James, querido, que sequer lê o que dizem de mim.- ela recebeu um selinho do dito cujo. – Ao meu pai que aguentou todo esse drama. – riu. – E a sua promoção, Gabriel. Ou deveria dizer, demissão?
  — O quê? – Gabriel arregalou os olhos. – Como você?
  — Não se conquista um homem pelo estômago, mas sim pela sua conta bancária.- Luce gargalhou. — Se tem uma coisa que seu chefe ama mais do que fofocas é dinheiro.
  — Por que fez isso, Luce? – ele não acreditava.
  — Amigos não mentem. Eles são fiéis até o fim. Mas tudo bem, mon amour. Você, sem dúvidas, merece esse brinde – ela levantou a taça e bebericou logo em seguida. – Mas tudo bem, eu te perdoo.
  — Me perdoa? – Gabriel a olhou.
  Luce permaneceu séria por alguns segundos, até começar a rir.
  — Eu não consigo ficar séria enquanto digo isso. – ela limpou uma lágrima. – Você não vai me enganar mais uma vez, mon amour. Passar bem.
  Gabriel ficou envergonhado e saiu dali rapidamente, deixando uma Luce com um belo sorriso nos lábios.
  Quem diria, o dinheiro compra felicidade.

FIM