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#003 Temporada

Bad Things
Machine Gun Kelly, Camila Cabello




Bad Things Can Change Our Days

Escrita por Lily Rose | Revisada por Songfics

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Capítulo Único

  Os raios de sol iluminavam o pequeno apartamento, acordando . estava ao seu lado na cama — que não era bem uma cama —, como sempre, dormindo profundamente, sem se importar com a manhã se aproximando.
  Ela não quis acordá-lo, então afastou o fino lençol que os cobria, uma vez que estava calor demais para um cobertor mais grosso, mas sentiu o braço dele sobre sua cintura.
  — Fica mais um pouco aqui comigo, amor — ele sussurrou.
   sorriu, acariciando os cabelos dele e beijando sua testa, levantando-se de qualquer maneira, indo até o outro lado do cômodo, onde havia a parte da cozinha, bem distante da cama. Antes de realmente preparar algo para comer, a jovem parou em frente ao espelho que haviam pendurado ao lado da bancada. As marcas que ele havia deixado em sua pele na intensa noite anterior estavam ainda mais visíveis. Ela sentiu um arrepio ao se lembrar do que haviam feito durante a madrugada, sorrindo.
  — Amor... — ele começou, rolando no colchão. — Não se esquece daquela coisa que eu te prometi, tá?
  — A surpresa?
  — Isso mesmo. Quero te levar a um lugar especial com uma galera ainda mais especial.
  — Quero só ver...
  Ela pegou salsichas e bacon na geladeira velha, procurando a frigideira recém-adquirida no armário, lembrando-se de que estava suja sobre o fogão, chegando a ser reutilizada de novo e de novo. Então olhou para a pequena pilha de louça que acumulava moscas e um cheiro desagradável. Aquele lugar estava uma bagunça.
  O conjugado já não tinha mais chão, era apenas poeira e roupas sujas espalhadas, mas que eles usavam de novo e de novo. Então notou que era basicamente isso o que vinham fazendo desde sempre. Usar coisas sujas e velhas novamente até que estivessem tão gastas e sujas que precisariam lavar ou, como acontecia na maior parte das vezes, jogar no lixo e “arranjar” outra.
  “Arranjar algo novo” era como se referia às coisas que ele trazia. Ela sabia bem de onde vinham e por muito tempo não se incomodou nem um pouco. Entretanto, ultimamente ela tentava fechar os olhos e criar uma história em sua mente, o via trabalhando com caixas em alguma loja ou limpando estacionamentos ou carros para conseguir uns trocados nas vezes em que ele saía sem dizer nada e só voltava pela noite, dizendo que havia “arranjado algo novo para substituir o antigo”. Ainda assim, ela sabia bem.
   era filha única de duas pessoas com mais dinheiro do que e seus amigos jamais poderiam contar. Ela havia frequentado as melhores escolas e havia passado para a melhor universidade do país, onde o conhecera. Ele não era um qualquer, na verdade, era filho de uma mulher que havia ganhado muito dinheiro na loteria, mas que gastara a maior parte buscando um sentido inútil para sua vida fútil. Ou assim ele a descrevera algum tempo depois de começarem a se relacionar. Ele não falava sobre a família, resolvera fazer o mesmo. Pensava que os pais estavam preocupados, mas no fundo ela sabia que eles não ligavam.
  Aquele dia havia começado quente como todos os outros, mas uma atmosfera esquisita pairava sobre o jovem casal, fazendo-a pensar se estaria imaginando coisas. Era como um fraco pressentimento, uma leve paranoia.
  — Um doce pelo pensamento — ele disse. — O que foi? — se levantou, indo até a namorada, que tentava lavar a maior parte da louça para poder começar a fazer o café-da-manhã, abraçando-a por trás e beijando sua nuca. — Que carinha é essa, amor?
  — Nada...
  — Não é nada, com toda certeza.
  — Sei lá, hoje o dia não parece estranho? — perguntou ela, parando o que fazia para buscar compreensão sobre o que dizia nos olhos dele, mas viu apenas o traço brincalhão de sempre. — Eu acho que é só coisa da minha mente...
  Ele suspirou, beijando seu ombro e se afastando para pegar água na geladeira.
  — Antes de sairmos, algumas horas, eu preciso fazer uma coisa antes, você vai ficar bem? — ele perguntou, como fazia sempre que sabia que demoraria e sempre que não queria dizer para onde iria.
  — Claro — ela respondeu em tom de voz um pouco baixo. — Claro...
  Ela continuou o que fazia, refletindo sobre as coisas. não costumava ser assim, mas agora havia essa voz insistente dizendo que ela deveria encontrar um emprego, voltar para a faculdade, procurar seus pais e buscar um futuro.
  O sonho de juventude, viver à mil, fazer loucuras havia sido incrível, principalmente ao lado dele, entretanto agora tudo parecia diferente, sem perspectiva. Ainda assim, ela gostava do que eles faziam.
   puxou um cigarro e ofereceu a ela, que aceitou. Não era cigarro comum, mas ficar chapados pela manhã era um costume dos dois. Tudo já parecia diferente após tragar algumas vezes, e aquela sensação bem conhecida por ela logo tomou conta.
  Mas os problemas não foram embora.

  Já era o começo da noite. estava arrumada olhando pela janela do apartamento. A rua estava movimentada, era o começo das diversões. Não havia mais iluminação natural, sendo substituída pelas luzes da cidade. ainda não voltara, mas ela já esperava isso.
  Ela virou de uma vez tomando um grande gole de cerveja da garrafa de vidro.
   passou a semana se pegando absorta em pensamentos sobre como seria sua vida se estivesse fazendo outras coisas. Ainda assim, sentiu um vazio, pois gostava da vida agitada e sem regras que levava com . Apesar de se sentir estranha às vezes, como se não pertencesse realmente aos lugares aonde ele ia com os amigos e a levava, ela não ligava, gostava de todas as loucuras e da sensação de ser uma bad girl namorando um bad boy.
  Às vezes pensava que estava louca por gostar tanto das noites fora da lei e de viver constantemente no limite de tudo, como se o mundo fosse pequeno e eles fossem deuses.
   entrou pela porta com a respiração pesada, como se houvesse corrido. Ele a havia deixado esperando um pouco mais do que deveria, mas ali estava ele.
  Ele estava com uma televisão nova nas mãos, não era muito grande, mas era moderna, parecia perfeita. não fez perguntas, mas não parou de olhar desconfiada para o aparelho novo. Ela sabia que a origem daquilo não era nenhuma loja de produtos de segunda mão, como havia muito pelo bairro.
  — Vem, gata, vamos encontrar a galera.
  Ele beijou o rosto da namorada. Então pegou a mochila preparada com as coisas e deu a mão à namorada, levando-a porta afora para a noite quente e agitada da cidade.
  Quando estavam longe um do outro, sentiam falta dos beijos, dos carinhos, das trocas de olhares e das vozes sussurradas com paixão. Após um dia inteiro, finalmente poderiam se divertir juntos novamente. Ficaram de dormir em um estúdio velho e abandonado, por isso precisavam levar algumas coisas.
  Não foram de carro, pegaram um ônibus e manteve-se de capuz e óculos escuros o tempo inteiro, mesmo sendo tão tarde. Aquele ônibus pegava o trajeto mais longo que dava uma volta por outro lugar. apenas ficou olhando a paisagem a correr pela janela, a noite estava incrivelmente bela.
  Ao chegarem ao lugar, precisaram caminhar um pouco. Viram os amigos em um lugar que parecia um estacionamento abandonado sem cobertura.
  — Vai na frente, amor — ele falou, entregando-lhe as coisas deles.
   caminhou até a galera, cumprimentando a todos, falando com as garotas, que eram meio que se juntaram para conversar um pouco mais. Alguns minutos se passaram e ela ouviu o barulho de carros. Então viram e David se aproximando com carros incríveis feitos para disputar rachas.
  — Não acredito — exclamou, tampando a boca, em um misto de surpresa e excitação. — , que carro maravilhoso!
  Todos se reuniram ao redor dos carros, rindo e cumprimentando os donos.
  — Onde conseguiram essas belezinhas? — um dos jovens perguntou. — Esse aqui é foda mesmo, hein? — completou, passando a mão pela lataria do carro em que estava .
  — Vem, gata, vamos dar uma volta antes de uma corrida.
   e mais três pessoas entraram no carro dele, trazendo cervejas e outras bebidas consigo. A jovem bebeu uma garrafa rapidamente, enquanto corriam. mantinha uma das mãos no volante e a outra na coxa dela, acariciando-a. As três pessoas atrás, já bêbadas, conversavam e riam muito alto, então praticamente esqueceram da existência do casal.
  — Gostou da surpresa, princesa? — ele perguntou, sorrindo.
  Ela se inclinou e o beijou, enquanto ele acelerava.
  — Amei.
  Fora do carro e de volta ao ponto de encontro, todos estavam agitados.
  — Vamos apostar uma corrida! Vamos, cara!
  Prepararam-se. no carro vermelho, David no carro amarelo. segurou um lenço verde limão na mão e a ergueu, ouvindo a contagem da galera em coro.
  — Três... Dois...
  Os motores estavam ligados e pareciam ansiosos por aquilo.
  — Um...
  Então desceu o lenço verde, e eles deram a partida, correndo feito loucos na pista ao redor do estacionamento. Era excitante ver tudo aquilo. A possibilidade de alguém aparecer, o fato de estarem todos pelo menos um pouco bêbados, rachas ilegais... Ela adorava tudo aquilo e se lembrava da razão que a fazia ficar.
  Passaram a noite correndo, até que foram para o lugar onde “dormiriam”, mas ninguém realmente estava se preparando para ir dormir.
  Era um grande estúdio com cozinha e um lugar imenso ao lado. Havia colchões sem lençóis, por isso todos ali haviam levado algumas roupas de cama, havia cadeiras e sofás também.
  Katy pegou o violão que estava jogado por ali e começou a tocar umas músicas clichês que todos tocavam no violão em situações como esta.
   parecia ter se esquecido de todos os problemas, estava animado e ria a todo momento.
  Passaram a noite daquela forma, até que cada um deitou em um canto, namorados e namoradas juntos, solteiros espalhados ou com os ficantes e adormeceram em algum ponto da madrugada.
   havia se esquecido de suas reflexões estranhas acerca de sua vida, pensou que fosse apenas tédio, porque eles não fazia algo assim havia uns três dias, o que, para eles, era muito.
  No canto escondido em que estavam, e sem fazer barulhos, eles fizeram umas “coisas”, mas precisavam ser silenciosos para não acordarem os outros. Era excitante ter os lábios dele na pele dela e as unhas dela arranhando as costas dele enquanto se davam prazer em um ato de perversão pública.

  O sol se estendia preguiçoso no céu, mas ninguém havia acordado, pois haviam dormido havia pouco tempo. abriu os olhos com o som do celular de apitando. Ela chegou a ignorar, mas o som não parava, e não parou mesmo por um longo tempo, mas ninguém mais ouviu. Até que, finalmente, o celular parou de tocar. Então apenas o som de uma nova mensagem chegando.
  Curiosa sobre a insistência da pessoa, e pensando que poderia ser importante, se levantou e foi até a bancada, pegando o celular do namorado. Mesmo com senha era possível ver a mensagem na tela de bloqueio.
  “foge daí, porra! eles estão atrás de vc!!”    leu e releu até que deixou o celular sobre o lugar, fingindo que não havia lido nada, esperando se tratar de um devaneio da manhã.
  Não era.

  Ela sempre quis ser arquiteta. Quando passou para a faculdade dos sonhos, seus pais deram uma festa. Eles ficaram muito orgulhosos da filha, que sempre fora muito estudiosa e um exemplo para as outras pessoas de sua idade.
  Ela era jovem e estava querendo descobrir o mundo, além de se formar e ter uma excelente carreira, ela também queria conhecer a vida, queria experimentar coisas.
   queria saber como era não ser um exemplo e não ter que provar nada para ninguém. Queria sentir o gosto de não dar satisfação ao tirar 9,9 em vez de tirar 10, como era o esperado dela.
  Então aquele bad boy, que faltava as aulas e dormia nos períodos da manhã sobre o caderno enquanto os professores falavam, a salvou de uma vida de tédio.
  Ele fora a salvação...
  Não fora?

  No pátio do prédio abandonado havia diversos carrinhos de supermercado, o que, para eles, era uma fonte de diversão sem fim. Não apenas carrinhos de supermercado, mas cadeiras de escritório e até bicicletas.
   empurrava em um carrinho, ela estava com um pouco de medo no começo, mas logo as meninas a incentivaram a ficar de pé. Ela não queria, sabia que iria cair, era fisicamente uma furada sem tamanho, mas ficou calada e apenas se ajoelhou, notando que realmente causava um frio no estômago.
  Ah, a adrenalina. Mas aquilo não era nada ainda.
  Durante um longo tempo eles ficaram daquela maneira, ela o empurrou também no carrinho. Ele não era tão pesado quando estava sobre rodas, ela pensou.
  Logo estavam com fome e de volta ao estúdio.
   detestava como era machista a “divisão de tarefas” ali, mas não via nenhuma das outras garotas reclamar sobre, e ela não queria causar aquela situação constrangedora do “minha namorada está reclamando que cozinhar para vocês é machismo” para , porque eles não levariam a sério, nem mesmo o próprio . Apenas tratariam como um problema dela por ser “patricinha”. Ainda assim, incomodava ter que ser ela a quebrar os ovos, fritá-los e servi-los junto das outras mulheres no grupo, que faziam o mesmo ou ajudavam na cozinha.
  “Não deveria ser apenas tarefa nossa” era o que constantemente passava pela cabeça dela, enquanto servia a mesa.
   se levantou com o celular repentinamente, indo para o outro lado do cômodo falar com alguém. Ele parecia preocupado e meio furioso, mas falava baixo.
  — ? — chamou, recebendo um sinal que pedia que ela esperasse mais um pouco.
  Ela não fez nada, apenas começou a comer sem se importar tanto, ele diria o que acontecera. tentou manter a calma e não pensar em nada de ruim.
  A atmosfera estranha permanecia para ela, como se algo estivesse prestes a dar errado.

  Ao anoitecer, e se prepararam para partir. Deveriam ficar mais tempo, mas ele deu um pretexto de que precisava resolver “uns assuntos que vocês sabem bem”, todos ali pareceram entender perfeitamente. não entendera explicitamente. Tinha uma ideia do que era, mas não conseguia construir uma imagem.
  Caminharam pelas ruas iluminadas pelos postes, mas muitos estabelecimentos já haviam fechado. Era bem tarde. Prometeram voltar, por isso deixaram as coisas com a galera, não haviam levado nada além das roupas do corpo, celulares e um ou outro pequeno objeto nos bolsos.
  Então ouviu um som de sirene e sua mão apertou a da namorada um pouco mais forte em um sobressalto. sentiu-se gelar, tentando sempre pensar que ele só havia se assustado ou algo do tipo, pois estava tudo silencioso e o som surgiu de repente.
  — Não... Não vamos por aqui — ele sussurrou ao ver dois carros de polícia parados em frente a um restaurante. As pessoas pareciam contar algo, descrever e alguns apenas negavam com a cabeça. — Vem comigo, princesa.
  — , espera! — ela disse, acompanhando-o por um beco que dava na parte de trás do restaurante. — O que houve? O que estamos evitando?
  — Nada, nada... Fica calma...
  Continuaram a correr, fugindo de algo que ela nem tinha ideia.
  Então tudo veio à mente. Sua infância com seus pais e o que eles pensariam se a vissem naquela situação. Seu sonho de ser arquiteta.
  Correram por trás do restaurante, notando que haviam sido vistos contra a luz do poste por um policial que estava sozinho fazendo algum tipo de ronda.
  — É ele! — alguém gritou de dentro do restaurante. — Foi ele que...
   não conseguiu ouvir o resto, pois estavam correndo ainda mais. Ela pensou que só podia estar louca, estava insana, mas não queria deixá-lo.
  “Eu o amo”, ela pensou. “Eu amo você, ” foram as palavras que ela queria ter dito.
  Por um momento foram perseguidos enquanto tentavam despistá-los para chegarem a casa, mas não conseguiram, aqueles homens eram rápidos e preparados.
  Até que, finalmente, eles pareceram perder noção de onde estava o casal, que havia entrado em um beco estratégico, dando no prédio deles. Entraram correndo até chegarem a casa.
  — , me conta, por favor!
  Ela nunca havia visto uma expressão de desespero e medo tão grande no rosto dele como agora. Ele estava apavorado e sem saída.
  — Eu matei um homem! — ele revelou, segurando a porta e observando pelo olho mágico se alguém estava se aproximando.
   foi até a janela e olhou para baixo, mas nenhum policial estava ali.
  — O quê?
  — Foi sem querer, ele era dono do restaurante... Nós... Nós fomos assaltar o lugar, mas ele reagiu, eu entrei em pânico e...
   se desesperou de vez, segurando a cabeça e balançando-a negativamente.
  — Eu não sei o que fazer, eu não sei o que fazer...
  — , calma... Eu...
  Ela não sabia o que dizer. Estava prestes a dizer que ele precisava se entregar, mas foi até ele e o abraçou. Sabia que as consequências seriam as piores possíveis, não queria perdê-lo, ele era o amor de sua vida, jamais seria o mesmo viver sem ele, estivesse ele na prisão ou na cadeira elétrica.
  — Eu te amo — ela disse, beijando o rosto do namorado. Então sussurrou: — Nós vamos encontrar uma saída.
  O som da sirene ao longe chamou a atenção dos dois, que deram um sobressalto e foram até a janela.
  — São eles — disse. — Eles estão atrás de mim.
  Ela respirou fundo, notando que já estavam na porta do prédio.
  — Vem comigo — ele disse, puxando-a pela mão.
  Os policiais entraram no prédio, assustando morados e dizendo que só estavam procurando uma pessoa.
  O jovem casal correu até as escadas e continuou subindo rapidamente.
  Os policiais vieram logo atrás, observando pelas câmeras onde os dois estavam antes de subirem também.
   e chegaram ao topo do prédio. Ele abriu a porta de qualquer maneira e os dois chegaram até o alto do prédio, correndo para a beirada, buscando um modo de se safar daquela situação.
  Os policiais não tardaram a alcançá-los.
  — Parados aí! — cinco policiais apontaram suas armas, mas os jovens nem se assustaram. e se entreolharam, ela acariciou o rosto dele, ele segurou firme a mão dela. não podia deixá-lo. Ela o amava mais que tudo. Ele a amava mais que a própria vida.
  — Eu também te amo — ele disse finalmente.
  Talvez fosse o fim, talvez fosse o recomeço, mas nenhum dos dois saberia o que seguiria dali. Ela era só uma garotinha brincando com suas bonecas. Ele era só um menino engraçado que adorava aquele boné.
  O mundo parecia pequeno demais dali debaixo. Ou talvez eles fossem grandes demais.
  Suas mãos ainda mais apertadas. Suas peles respirando uma a outra.
  E todas as coisas que havia feito juntos se misturaram na imensidão do planeta, que logo se tornou enorme outra vez.

FIM!