Always Somewhere

Escrita por Anne Sophie | Revisada por Lelen

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Prólogo

  Dinheiro, fama e beleza. Não é o que todos nós queremos, mesmo sem admitir? O último requisito, a beleza, não importa muito, é mais uma característica que conta para a suposta admiração – ou inveja – das pessoas. Quanto aos outros dois requisitos, eu só posso dizer que, se você tiver dinheiro e fama, você pode conseguir praticamente qualquer coisa que quiser. Mas acredito que todos nós já tenhamos nos deparado com aquela famosa frase que diz “dinheiro não traz felicidade”, ou, “o dinheiro não pode comprar tudo”. E eu, mais do que qualquer outra pessoa, sei bem o quanto essas palavras são verdade. O dinheiro é uma coisa boa, te traz conforto. Mas em contrapartida, ele também te traz inveja, e uma boa dose de falsidade. E a fama... A fama traz aquilo que a maioria dos artistas tem pavor: paparazzis. A falta de privacidade é algo tão comum que você é obrigado a lidar com ela sem reclamar, mesmo sendo, por muitas vezes, insuportável. Se torna imprescindível que você sorria, mesmo que, na sua vida, nem tudo esteja bem. E tem que ser um sorriso convincente. Sorria, e você terá o mundo a seus pés, é o que me ensinaram desde muito cedo. Meu nome é . Sou atriz, e casada com , astro de uma banda mundialmente famosa. E provavelmente você já deve ter ouvido falar de nós.

Capítulo Um

  Meus olhos estavam focados em algum ponto vazio à minha frente. Meu corpo estava imóvel, ouvia vozes conhecidas, mas simplesmente não conseguia dar atenção à elas. Nem mesmo o choro de criança – que eu sabia ser de meu filho de um ano, o pequeno – foi o suficiente pra me fazer sair daquele estado de torpor.
  - Já chega! – ouvi uma voz dizer, um pouco antes de sentir um tapa forte sobre minha face esquerda. Meus olhos atordoados focaram uma irada, me fuzilando com o olhar e as bochechas coradas de raiva. – Reaja, ! Reaja! Sua filha está desaparecida, e tudo o que você faz é ficar aí sentada, enquanto seu filho mais novo implora pelo colo da mãe? Já chega! – ela disse pausadamente.
  - O que você quer que eu faça, ? Ache uma bola de cristal que magicamente vai dizer onde minha filha está? – respondi sarcástica.
   me olhou por um momento e se levantou do sofá, jogando as mãos para o alto.
  - Finalmente! Achei que você ia permanecer no estado zumbi por mais alguns anos – retrucou azeda.
  Suspirei, sabendo que ela estava certa em ficar com raiva de mim. Mas o que eu podia fazer? A perda de uma filha – mesmo que temporariamente – não era uma dor que pudesse se suportar sem enlouquecer um pouquinho.
  - Desculpe – falei sincera.
  Ouvi soltar o ar e se sentar novamente ao meu lado. O choro de estava mais longe. Provavelmente pediu a Janet – a babá – que tentasse distrai-lo.
  - Eu sei que está sendo difícil, . Mas você tem que ser forte. Sabia que seu celular já tocou umas vinte vezes? retornou suas ligações e você nem ao menos avisou o pobre coitado que você estava sã e salva, e não desaparecida também. Ele está preocupado.
  - Agora ele se preocupa – eu disse seca.
  - . Eu sei que você e andam tendo problemas, mas agora não é a hora de trazer isso à tona. Vocês tem que ficar juntos, se apoiarem e deixarem os problemas de lado um pouco. precisa de vocês. – ela falou pacientemente.
  Ok. Certo. , desde sempre, foi a voz da razão. Ela era sensata e – por que não dizer? – fria. Ela agia com praticidade e lógica. Aparentemente, nada tinha o poder de perturbá-la. E é por isso que ela era minha melhor amiga. Sendo meu oposto, ela sempre conseguia me fazer ver as coisas por uma perspectiva diferente.
  - não atendeu meus telefonemas quando procurei por ele. Ele provavelmente só ficou sabendo que tinha uma filha desaparecida porque virou notícia nacional. – falei em tom baixo.
  Eu usava aquele tom quando me sentia muito magoada. me conhecia e sabia disso. Mas não tinha como eu não me magoar. Antes de sair com a banda pra uma mini-turnê pelo país, nós tivemos uma briga, mas eu considerava aquilo águas passadas. Nós resolveríamos quando ele voltasse, como sempre acontecia. Mas aparentemente, tinha levado o assunto a sério demais, e agora estava me evitando.
  - Eu tenho certeza que ele tem uma justificativa muito boa pra não ter atendido seus telefonemas. Agora, pare de pensar sobre isso e vamos ao ponto: você não tem, nem uma remota ideia de onde possa ter ido?
  Abri a boca pra responder, mas a fechei um segundo depois. tinha essa teoria de que não tinha sido sequestrada ou algo pior, e sim que tinha fugido de casa por livre espontânea vontade. “Se tem alguém que pode enganar alguns seguranças para poder escapar, esse alguém é , minha amiga havia dito.
  - Ela não tinha motivos pra fugir, – repeti, pela milésima vez.
  - , sua filha é uma adolescente. Adolescentes são irresponsáveis. Eles agem por impulso. E nós duas sabemos como a relação entre vocês duas estava... estremecida. – ela disse receosa.
  Mordi o lábio e abaixei a cabeça. Eu não podia negar mais a realidade. e eu tínhamos sim nossas desavenças. Ela era uma jovem de gênio forte, teimosa como o pai e dona de uma língua afiada. A mistura perfeita minha e de , em termos de personalidade. E era por isso que nossas discussões estavam se tornando cada vez mais frequentes. Ela reclamava de tudo, desde não poder ir ao shopping com as amigas sem ter um bando de seguranças atrás, até da foto dela fumando um cigarro que tinha aparecido na primeira página de uma revista de fofocas. E claro, por eu ter dado um sermão nela depois de ver essa maldita foto.
  - Ok. Talvez as coisas não estivessem tão boas assim, mas...
   me encarou, me desafiando a contradizê-la, mas eu simplesmente estava cansada demais pra discutir.
  - Você já ligou pra toda a família? Amigos? Amigos dela? Todas as pessoas conhecidas? – ela perguntou calmamente.
  - Sim. A única que não consegui contatar foi minha mãe – falei melancólica.
  - Bem. Se não tem nenhum lugar que você possa pensar em que ela pode estar, tudo o que podemos fazer é esperar. A polícia está atenta, mas caso eles não consigam nada, você sempre pode contar com agentes especialistas em encontrar pessoas desaparecidas. – me olhou, com a expressão piedosa. – Não se preocupe, minha amiga. Vai ficar tudo bem.
  Eu queria, desesperadamente acreditar nela. Mas não sabia se conseguiria.

Capítulo Dois

  Acordei no escuro, sozinha mais uma vez. Mas desta vez não me importei. Me vesti rapidamente e peguei as chaves do carro. Eu não ia ficar parada enquanto minha filha estava desaparecida. Eu tinha que encontrá-la.
  Antes de adormecer com o efeito do calmante que tinha me obrigado a tomar, eu tinha direcionado meus pensamentos à conversa que tinha tido com ela mais cedo. E fiquei surpresa ao chegar a conclusão de que, se tinha um único lugar onde poderia ir caso ela resolvesse se esconder, seria a casa da minha mãe. Isso explicaria por que mamãe não atendeu minhas ligações.
  - ? O que está fazendo? – uma sonolenta acordou com meus movimentos enquanto eu dava um beijo de despedida em um adormecido.
  Ela tinha resolvido passar a noite lá, alegando que alguém tinha que cuidar de caso eu voltasse ao “estado-zumbi”.
  - ! Eu sei onde pode estar! – falei mais animada do que verdadeiramente me sentia.
  - Então? - Ela levantou a sobrancelha.
  Nós duas saímos do quarto, encostando a porta gentilmente pra que não acordasse .
  - Minha mãe! Ela só pode ter ido pra lá! Você sabe como as duas se dão bem. E mamãe nunca negou nada a . Se ela quisesse se esconder em sua casa, mamãe não hesitaria em deixar de atender o telefone pra não ter que mentir pra mim – conclui chegando à sala.
  - Isso faz sentido – ela assentiu. – Mas você não pode ir pra casa da sua mãe essa hora da madrugada. Espere o dia clarear. Está vindo uma tempestade por aí.
  - Eu não me importo com tempestades ou horários impróprios. Tudo o que eu quero é encontrar minha filha – respondi determinada.
  - Você não vai mudar de ideia, não é? – perguntou contrariada.
  - Não – comecei a vestir um dos moletons de , que eram mais quentinhos.
  - Apenas... tenha cuidado – ela advertiu.
  Dei de ombros, já me preparando para sair. Mas antes que eu pudesse me aproximar da porta, esta se abriu, e surgiu um bloqueando a passagem.
  - – falei seu nome sem emoção alguma.
  Ele me olhou rapidamente, depois desviou os olhos para e examinou o cômodo com fingido interesse, evitando me encarar.
  - Onde você está indo? – ele perguntou friamente.
  E foi isso. Nem um “como você está?” ou “senti sua falta”. Não. Apenas uma estúpida pergunta sem sentimento algum. Eu provavelmente nunca diria a ele, mas aquilo me magoou. Muito.
  - Não é da sua conta – repliquei mordaz.
  - , eu não estou a fim de brigar, então, por favor, apenas diga onde você está indo. Eu não preciso de mais uma pessoa desaparecida por aqui – ele massageou as têmporas, fechando os olhos por um momento.
  Aquilo foi a gota d’água. Ele chegava sem avisar, demonstrava não estar nem aí pra mim e eu ainda tinha que aturar ele falando da nossa filha desaparecida como se fosse um assunto banal?
  - Você é um idiota, ! – cuspi as palavras, passando por ele e o empurrando, saindo porta afora.
  Enquanto eu esperava o elevador chegar, ouvi as vozes de e conversando baixo. Traidora. Ela devia estar contando tudo a ele.
  Assim que as portas se abriram, entrei rapidamente, ansiando que elas se fechassem logo. Mas aquele maldito elevador era lento demais, e por consequência, entrou um minuto antes que as portas se fechassem.
  - Eu vou com você – foi tudo o que ele disse.
  - Você não precisa perder seu tempo – respondi rudemente.
  - Perder meu tempo? Te ajudar a procurar nossa filha é perder meu tempo? – ele me encarou incrédulo.
  - Com certeza sim. Do contrário você teria atendido meus telefonemas. Te liguei dez vezes, . Não foram duas nem três vezes, foram DEZ, e em nenhuma delas você se indignou a atender.
  - O mundo não gira em torno de você, . Eu não posso estar 24 horas disponível pra você. E você sabe disso – ele falou na defensiva. – Eu te retornei as ligações, e quem disse que você se indignou a atender?
  Cruzei os braços e me recusei a responder. Ele não sabia o que eu tinha passado desde que percebi que tinha desaparecido. Ele não sabia a angústia que tudo isso me trazido. Não sabia o quanto eu tinha precisado dele naquele momento. Mas ele não estava lá. E eu, por mais que quisesse ter alguém a quem culpar, não podia culpá-lo.

Capítulo Três

  A casa de minha mãe ficava em uma cidadezinha do interior, há uns 50km de onde morávamos. Mamãe dizia que não gostava da agitação da cidade grande, e tudo o que queria era um lugar pacífico, onde ela pudesse ter paz de espírito para pintar seus quadros.
  Eu dirigia rapidamente, já que aquelas estradas costumavam não ter muito movimento, ainda mais àquela hora da manhã. Não havia seguranças nos seguindo, porque, como não havia nenhum fotógrafo à vista, presumimos que não precisaríamos deles. A chuva começava a cair, mas eu não me importava. Precisava chegar à casa de mamãe, e mesmo se tivesse que enfrentar um furacão, eu o faria.
  - Vai mais devagar – murmurou.
  - Eu não te pedi pra vir comigo, se estava preocupado com o jeito como eu dirijo, deveria ter ficado em casa, não faria nenhuma diferença pra mim – respondi secamente.
  Ouvi o suspiro impaciente de , antes de ouvir sua voz dizer, gélida.
  - Será que não podemos ter uma trégua? Pelo menos não enquanto estamos nessa situação?
  - Uma trégua? Uma trégua? Achei que você fosse imaturo demais pra saber o significado da palavra “trégua” – falei nervosa.
  - Não vamos começar com isso de novo, . Já chega – ele disse com uma voz ameaçadora.
  Admito, eu estava nervosa. Na verdade, eu estava furiosa. Além de todas as preocupações que o sumiço de trouxe, eu ainda tinha que suportar as palavras rudes e ameaças vazias de ?
  - Por que, ? Você não suporta ouvir a verdade não é? Simplesmente não suporta – aumentei mais ainda a velocidade do carro, assistindo a chuva bater impiedosamente contra as janelas do carro e ansiando por estar na casa de minha mãe o quanto antes.
  - Sim, porque você é a dona da verdade, não é !? – ele debochou.
  - A verdade está aí pra todos verem e só você não percebeu. Não está mais dando certo . E o único jeito de consertar isso é...
  - Chega! Eu não quero mais ouvir sobre isso! – ele me interrompeu.
  - Viu? Você não aguenta a verdade , você quer fugir dela, mas sabe que não pode! – acelerei mais um pouco.
  - Diminua a porra da velocidade! – ele gritou.
  - Você tem sempre que ser a vítima, não é? Mas não era eu quem estava naquela foto com aquela vagabunda pendurada a tiracolo! – gritei de volta.
  - Eu já disse um milhão de vezes que não dormi com ela! Quantas vezes eu vou ter que repetir? Você quer que eu peça para os caras da banda te jurarem que isso é verdade? Porque eles estavam lá, eles viram! – eu não podia vê-lo por causa do escuro, mas sabia que ele provavelmente estava com o rosto corado de raiva. – Pare esse maldito carro!
  - Há! E como eu posso ter alguma garantia que eles não estão mentindo?
  - Eles são seus amigos também! Nem neles você confia, ? Se você tem tanta falta de confiança em todo mundo, por que casou comigo? – ele falava alto. – E o que dizer de você, ? Sempre saindo com aqueles estúpidos atores de Hollywood que só sabem dar em cima de você! Como você acha que eu me sinto toda vez que vejo você com eles?
  - Eu não saio com eles! Eu só vou a eventos que promovem os filmes porque eles são meus colegas de trabalho, e você sabe disso! Não tente virar a vítima de novo, ! – a chuva agora caía com força, relâmpagos iluminavam o céu. – Se você não consegue conviver com isso, por que não me dá o maldito divórcio?
  - Porque eu amo você, droga! – ele gritou.
  Eu estava tão atordoada, e a chuva estava tão forte, que eu simplesmente perdi o controle do carro. Enquanto as rodas derrapavam na pista, eu só podia pensar em duas coisas: que eu também amava , mas não tinha dito isso uma última vez, e... que nós íamos morrer.

Capítulo Quatro

  Só que nós não morremos. Sabe aquele boato de que você vê a sua vida inteira passando na sua cabeça, como um filme, quando está morrendo? Pois bem. É um boato verdadeiro. Eu realmente vi um filme se passar por minha cabeça, enquanto o medo se infiltrava em minhas veias. Mas o filme que eu vi não foi o da minha vida inteira. Foram apenas imagens minhas com , e . Imagens da minha família.
  Assim, quando o carro saiu da pista e atolou na lama há milímetros de distância de uma árvore – o que seria morte certa se não tivéssemos afundado na lama –, eu percebi que, a única coisa que eu tinha medo não era da morte em si. Eu tinha medo de nunca mais ver a minha família. De nunca mais estar com eles.
  - Você está bem? – ouvi a voz preocupada de perguntar, enquanto o ouvia tirar o cinto e se aproximar de mim.
  Eu não pude evitar. As lágrimas vieram tão fortes como a chuva que caía. Abracei , encostando a cabeça em seu peito, sentindo seus braços me rodearem, protetores.
  - Shhh... está tudo bem, nós estamos bem – ele falou baixinho.
  Naquele momento, nada mais importava. A nossa briga parecia estúpida agora. Nós estávamos casados há mais de 10 anos. Sabíamos lidar com o ciúmes. Sabíamos lidar com a distância que nos separava quando tínhamos que trabalhar. Sabíamos lidar com tudo isso, porque o nosso amor era intenso demais pra ruir diante de coisas tão bobas como essas.
  - O que aconteceu com a gente, ? – perguntei com a voz fraca. – Por que estamos brigando assim?
   não respondeu de imediato. Apenas afastou os cabelos da minha testa e depositou um beijo tenro ali.
  - Eu não sei, meu amor. Eu não sei – respondeu baixinho. – Mas vamos superar isso. Juntos.
  Ficamos em silêncio por um tempinho, apenas cientes e confortados pela presença um do outro, ouvindo nossas respirações e a chuva bater na janela.
  - Eu nunca pensaria em outra mulher que não fosse você, – ele começou. – Mesmo quando eu estou longe, quando estou em turnê... sempre, em qualquer lugar, eu sinto sua falta. Mesmo diante de uma multidão, ou voltando pro hotel dentro de um carro. Sempre. Não há um segundo sequer que se passe sem que eu pense em você, na e no . Vocês são as pessoas mais importantes da minha vida. Eu jamais me perdoaria se perdesse um de vocês.
  Ouvir aquilo me confortou. Fez toda aquela semana de angústia por ter brigado com se dissipar. Eu sabia que o que ele estava falando era verdade. Eu confiava em . Sabia que ele jamais faria algo pra me magoar.
  - Eu odeio aqueles eventos. Eu odeio ter que sorrir para as câmeras e fingir que está tudo bem, que eu estou feliz, quando na verdade, eu estou sentindo terrivelmente sua falta. Eu queria que, a cada vestido de gala que eu visto pra receber algum prêmio, você pudesse estar lá, pra me dizer se eu estou bonita ou não – comecei.
  - Você está sempre linda, você é a mulher mais bonita do mundo – ele disse, e eu sabia que ele estava sorrindo.
  - Não me interrompa, – xinguei em tom de brincadeira. – Eu queria poder embalar você, e em uma caixa e levá-los comigo pra onde quer que eu fosse. Assim eu nunca mais sentiria falta de nenhum dos três.
   soltou um riso baixo, o qual eu acompanhei.
  - Não posso dizer que é uma má ideia, porque gostaria de poder fazer o mesmo – falou, com um sorriso na voz.
  Senti seus dedos acariciando meu rosto, e levantando meu queixo. Estava escuro, mas mesmo sem enxergar, eu tinha a memória vívida dos olhos brilhantes dele.
   selou nossos lábios em um beijo casto, logo depois me aninhando mais em seu peito. Agora eu sabia que pelo menos uma coisa ainda permanecia certa: o amor que sentíamos um pelo outro.

Capítulo Cinco

  O dia não demorou muito a amanhecer. E logo que a chuva cessou, eu e trancamos o carro e seguimos a pé pela estrada. Não iríamos conseguir tirar o carro da lama, então precisaria de um guincho. Assim, como estávamos quase perto da cidade onde mamãe mora, nossa solução foi continuar o caminho a passos lentos e vagarosos.
  - Você acha que eu sou uma boa mãe? – perguntei de repente.
   parou de caminhar e me olhou atentamente.
  - Você está brincando, certo? – ele perguntou, sua voz levemente rouca.
  - Não, é que... – suspirei. – Pra ter fugido, eu devo ser uma péssima mãe.
  - Pare de dizer essas coisas. Você não é uma péssima mãe. A só... bem, ela é uma adolescente. E você sabe como adolescentes são... – ele fez uma careta, me abraçando por trás e caminhando comigo.
  - Foi o que disse... mas bem... você acha mesmo que fugiu ao invés de... – engoli em seco, evitando deliberadamente o fim da frase.
  - Eu prefiro acreditar nisso – falou.
   parou de andar por um instante. Ele se afastou um pouco e tirou o celular do bolso.
  - Tem sinal! – falei ao olhar a tela anunciando várias chamadas perdidas.
  - deve ter enlouquecido de preocupação – comentou.
  Procurei meu celular no bolso e nem precisei checar para saber que estava igual ao de , pois naquele exato momento começou a vibrar.
  - ! – exclamou. – Ela atendeu pessoal! – a ouvi falando com outras pessoas e várias vozes emitiram respostas. – , onde diabos você se meteu? E onde está aquele irresponsável do ? Era pra ele tomar conta de você!
  - Calma . Estamos bem. Alguma notícia de ? – perguntei, querendo ouvir uma resposta positiva.
   demorou um pouco pra responder.
  - Não, sinto muito – ela disse com um suspiro. – Mas o que aconteceu com você e ? Onde vocês estão? Você não ia pra casa da sua mãe?
  Sorri um pouco com as perguntas rápidas delas. Acho que meu sumiço e de , junto com o de , finalmente conseguiram abalar a senhorita -Imperturbável.
  - O carro derrapou – ouvi uma exclamação de surpresa dela, mas antes que ela dissesse algo, eu a cortei. – Mas afundou na lama antes de bater. Então, tivemos que esperar amanhecer e a chuva parar para procurarmos ajuda. Mas estamos bem. Estamos quase chegando à cidade. – a tranquilizei. – Como está ?
  - Bem – ela respondeu depressa demais. – Ele estava chorando muito, e nem eu nem Janet soubemos como fazê-lo parar. Mas aí chegou o , que afinal não é tão imprestável assim e a criança parou o choro na hora. Me diga, o que ele tem que eu não tenho? – perguntou frustrada.
  Abri mais um meio sorriso diante da implicância da minha melhor amiga. e estavam sempre implicando um com o outro, mas todos nós sabíamos o que isso significava: que eles se gostavam. Mas é claro que, nenhum deles abria mão do orgulho e admitia logo. Ainda.
  Conversei com por mais alguns minutos e desliguei o celular. vinha mais atrás, também falando no celular. Ele desligou o aparelho e se apressou para estar ao meu lado novamente.
  - vai chamar um guincho pra cuidar do carro – ele procurou minha mão e entrelaçou seus dedos aos meus.
  Apenas assenti, com meus pensamentos longe. Na noite passada, com a briga e logo depois o carro, eu tinha deixado minhas preocupações com um pouco de lado. Agora, analisando a situação, me senti uma péssima mãe. Mas talvez, se eu e não tivéssemos conversado, as coisas agora estariam muito piores.
  - Hey. Você está bem? – ele perguntou, envolvendo um braço ao redor da minha cintura.
  - Sim. Só... – comecei a dizer, mas senti o celular vibrar no bolso.
  Pensei que fosse , assim, atendi sem ao menos olhar na tela o nome que piscava.
  - Mamãe? – ouvi um sussurro angustiado. E só aquilo, foi o suficiente pra quase me fazer desmaiar de preocupação.

Capítulo Seis

  O dia não demorou muito a amanhecer. E logo que a chuva cessou, eu e trancamos o carro e seguimos a pé pela estrada. Não iríamos conseguir tirar o carro da lama, então precisaria de um guincho. Assim, como estávamos quase perto da cidade onde mamãe mora, nossa solução foi continuar o caminho a passos lentos e vagarosos.
  - Você acha que eu sou uma boa mãe? – perguntei de repente.
   parou de caminhar e me olhou atentamente.
  - Você está brincando, certo? – ele perguntou, sua voz levemente rouca.
  - Não, é que... – suspirei. – Pra ter fugido, eu devo ser uma péssima mãe.
  - Pare de dizer essas coisas. Você não é uma péssima mãe. A só... bem, ela é uma adolescente. E você sabe como adolescentes são... – ele fez uma careta, me abraçando por trás e caminhando comigo.
  - Foi o que disse... mas bem... você acha mesmo que fugiu ao invés de... – engoli em seco, evitando deliberadamente o fim da frase.
  - Eu prefiro acreditar nisso – falou.
   parou de andar por um instante. Ele se afastou um pouco e tirou o celular do bolso.
  - Tem sinal! – falei ao olhar a tela anunciando várias chamadas perdidas.
  - deve ter enlouquecido de preocupação – comentou.
  Procurei meu celular no bolso e nem precisei checar para saber que estava igual ao de , pois naquele exato momento começou a vibrar.
  - ! – exclamou. – Ela atendeu pessoal! – a ouvi falando com outras pessoas e várias vozes emitiram respostas. – , onde diabos você se meteu? E onde está aquele irresponsável do ? Era pra ele tomar conta de você!
  - Calma . Estamos bem. Alguma notícia de ? – perguntei, querendo ouvir uma resposta positiva.
   demorou um pouco pra responder.
  - Não, sinto muito – ela disse com um suspiro. – Mas o que aconteceu com você e ? Onde vocês estão? Você não ia pra casa da sua mãe?
  Sorri um pouco com as perguntas rápidas delas. Acho que meu sumiço e de , junto com o de , finalmente conseguiram abalar a senhorita -Imperturbável.
  - O carro derrapou – ouvi uma exclamação de surpresa dela, mas antes que ela dissesse algo, eu a cortei. – Mas afundou na lama antes de bater. Então, tivemos que esperar amanhecer e a chuva parar para procurarmos ajuda. Mas estamos bem. Estamos quase chegando à cidade. – a tranquilizei. – Como está ?
  - Bem – ela respondeu depressa demais. – Ele estava chorando muito, e nem eu nem Janet soubemos como fazê-lo parar. Mas aí chegou o , que afinal não é tão imprestável assim e a criança parou o choro na hora. Me diga, o que ele tem que eu não tenho? – perguntou frustrada.
  Abri mais um meio sorriso diante da implicância da minha melhor amiga. e estavam sempre implicando um com o outro, mas todos nós sabíamos o que isso significava: que eles se gostavam. Mas é claro que, nenhum deles abria mão do orgulho e admitia logo. Ainda.
  Conversei com por mais alguns minutos e desliguei o celular. vinha mais atrás, também falando no celular. Ele desligou o aparelho e se apressou para estar ao meu lado novamente.
  - vai chamar um guincho pra cuidar do carro – ele procurou minha mão e entrelaçou seus dedos aos meus.
  Apenas assenti, com meus pensamentos longe. Na noite passada, com a briga e logo depois o carro, eu tinha deixado minhas preocupações com um pouco de lado. Agora, analisando a situação, me senti uma péssima mãe. Mas talvez, se eu e não tivéssemos conversado, as coisas agora estariam muito piores.
  - Hey. Você está bem? – ele perguntou, envolvendo um braço ao redor da minha cintura.
  - Sim. Só... – comecei a dizer, mas senti o celular vibrar no bolso.
  Pensei que fosse , assim, atendi sem ao menos olhar na tela o nome que piscava.
  - Mamãe? – ouvi um sussurro angustiado. E só aquilo, foi o suficiente pra quase me fazer desmaiar de preocupação.

Capítulo Sete

  - Bryce? Então você também estava acobertando a fuga da sua prima? – perguntou incrédulo.
  - – falei em tom de aviso.
  Bryce fez seu caminho até , ficando a seu lado e mantendo sua mão junto a dela. levantou os olhos para o primo e sorriu. Os assisti juntos e abri a boca pra falar algo, mas logo a fechei. De repente, tudo pareceu óbvio demais.
  - Vocês estão apaixonados – constatei surpresa.
  - Com toda família acobertando, é claro que ela conseguiria se esconder, porque... – ia falando, mas parou ao me ouvir. – Espera, o quê? – sua voz saiu esganiçada.
  - Sabíamos que vocês não entenderiam! Meg disse que os pais nunca aprovam quando primos são namorados e... – começou a se justificar.
  - Meg? – perguntou, em um estranho estado de transe.
  - , você continua ouvindo os conselhos horríveis dessa garota, eu já disse que... – comecei a falar, mas parei ao ver as faces de começarem a se avermelhar. Suspirei derrotada. – Há quanto tempo isso vem acontecendo? E por que ninguém ficou sabendo?
  - Estamos sempre juntos, mãe. Mas ninguém realmente se importa quando tem fofocas mais importantes pra saber. – bufou.
  - Como a filha de e sendo vista fumando alguns cigarros por aí – Bryce falou arqueando a sobrancelha.
  - Esperem – encarei com os olhos semicerrados. – Aquilo foi uma armação? Você não está se viciando em nicotina?
  - Claro que não! Só de vez em quando, pra relaxar, mas...
  - Ok. Certo. Temos que ter uma conversa de garotas aqui, vocês dois, pra fora – apontei a cozinha para e Bryce.
   finalmente pareceu sair de seu transe, porque ao ouvir meu comando, ele se virou para e Bryce incrédulo.
  - Vocês estão namorando? O que está acontecendo aqui? Você é muito nova pra namorar! E com Bryce? Ele é seu primo! – falava na defensiva.
  - Pai, eu já tenho 17 anos, se isso é ser “muito nova pra namorar”, qual seria sua idade ideal? – perguntou entediada.
  - Aos 30, é claro.
  Até eu senti vontade de rir. Mas tive que me manter séria. Eu sabia que estava exagerando, mas é que ele realmente ainda parecia enxergar como a menininha recém-nascida que um dia fora.
  - . Vai conversar com Bryce, preciso ter uma conversa em particular com – dei alguns tapinhas em seu braço.
  - Conversa particular? Mas eu sou o pai dela! Eu devo saber tudo o que está acontecendo! – ele estava frustrado. Seus olhos encontraram os meus e ele concordou carrancudo. – Tá legal. Vamos lá.
   apertou a mão de Bryce, que a olhou com uma cara de sofrimento. Eu não queria nem imaginar o que ia dizer a ele. Pobre Bryce.
  Assim que a porta se fechou e ficamos apenas eu e , ela soltou um longo suspiro e recomeçou a mexer em um de seus braceletes.
  - – falei, a puxando para que sentasse junto comigo num dos sofás de couro de minha mãe.
  - Eu sei, mãe – ela disse. – Essa é a hora que você começa a gritar e dizer que isso é um absurdo, porque Bryce e eu somos primos e...
  - Não – a interrompi gentilmente. – Eu não vou gritar. Já disse, não estou brava. Estou magoada. Sou sua mãe. Você deveria ter compartilhado esse segredo comigo. – falei chateada.
  - Mas...
  - Sem “mas”. Você gosta de Bryce, ? Gosta, de verdade? – questionei.
  - Eu o amo – ela respondeu sem hesitar.
  - Você sabe que ‘amor’ é uma palavra muito forte, não sabe?
  - Mas eu o amo, mãe! É com ele que eu sinto meu coração acelerar, e todas aquelas baboseiras que eles dizem nos filmes românticos que você assiste – ela fez uma careta. – Nunca pensei que pudesse ser verdade.
  Abri um pequeno sorriso. Minha filha costumava ser uma garota cética, mas agora ela estava ali, na minha frente, nervosa e falando sobre corações acelerados.
  - E você achou que fugir era a melhor opção? – lhe dirigi um olhar reprovador.
  - Não era a melhor opção, mas era a única. Vocês não entendem! Eu e Bryce nascemos pra ficar juntos! E se tivermos que fugir pra que isso aconteça, fugiremos!
  - Ninguém mais vai fugir por aqui – falei determinada. – Vocês não precisam fugir. Se é Bryce que você ama, então deve ficar com ele. Seu pai vai acabar se acostumando.
  - Você... você não está brava? – ela me olhou surpresa.
  - Não, eu não estou brava. E aliás, eu queria me desculpar com você, . Esses meses não têm sido os melhores pra mim, e eu estive nervosa e acabei descontando em você.
  - Por causa do papai. – ela completou.
  - Não é por causa do seu pai. É só que...
  - É sim. Eu ouvi vocês brigarem – deu de ombros. – Eu não gosto de vê-los brigando assim.
  Senti um aperto no coração com a confissão dela.
  - Não estamos mais brigados, . Estamos bem agora – a tranquilizei.
  - E... vocês vão aceitar que eu namore com Bryce? – ela me olhou apreensiva.
  - Não estou gritando, estou? – me aproximei e a abracei. – Quero que você seja feliz.
  - Obrigada, mamãe – ela agradeceu tímida, retribuindo meu abraço.
  - Eu disse que sua mãe entenderia – minha mãe chegou trazendo uma bandeja cheia de bolinhos. – Essa menina é tão teimosa quanto , . Demorei um dia inteiro pra convencê-la a parar com essa história de fugir.
   e eu trocamos um sorriso cúmplice enquanto mamãe resmungava. Naquele momento, veio voltando, com Bryce em sua cola.
  – Sempre te achei um cara legal, mas quero que saiba que a nossa aqui tem um pai para protegê-la – dizia emburrado. – E , querida – ele se virou pra nossa filha. – Você está de castigo.

Epílogo

  - Então, , nos conte por que a mudança de cenário. Todos nós sabemos o quanto você foi feita pra brilhar nas telas, mas agora resolveu se dedicar a escrever romances. O que a motivou?
  - Bem, não é muito fácil conciliar a carreira de atriz com as minhas responsabilidades como mãe e esposa. Escrever é uma coisa tranquila, eu posso fazer em casa, com meus filhos ao meu lado. Não vou negar que sinto falta de toda agitação da produção de um filme, mas estou feliz com minha escolha.
  - Então você resolveu mudar por causa da família?
  - Não só por isso. Me dedicar a um livro sempre foi o meu sonho secreto, mesmo antes de me tornar atriz. É apenas conveniente que eu possa fazer esse trabalho em casa.
  - Agora vamos falar sobre o seu livro. As críticas estão sendo positivas. Qual era a sua intenção ao escrever Always Somewhere?
  - Bem, é uma história que fala de emoções humanas que todos nós conhecemos: paixão, orgulho, traição, amizade, e claro, amor. É um livro feito para que, ao final, as pessoas reflitam sobre o sentido de cada um desses sentimentos. O casal principal é obviamente apaixonado, mas na vida sempre há reviravoltas, e foi a isso que eu quis dar ênfase.
  - E qual o significado do nome “Always Somewhere”?
  - Essa foi uma frase que me disseram uma vez. Sempre, em qualquer lugar, estamos sentindo a falta de alguém, estamos sentindo saudade daqueles a quem amamos. É um pensamento bonito, e eu quis compartilhá-lo com o mundo.
  - É realmente um pensamento muito romântico. Mas nos diga, isso tem alguma coisa a ver com seu marido, ?
  - Ah...
  - Ela ficou tímida pessoal!
  Risos da plateia.
  - A pergunta que não quer calar: é um homem romântico?
  - Todo homem sabe ser romântico com a mulher certa.
  Palmas da plateia.

  Click. Desliguei a televisão com um sorriso nos lábios. Me ajeitei no sofá, com o notebook sobre o colo e comecei a digitar avidamente mais um capítulo de uma nova história. Ouvia os risos de e na sala, e o barulho da música alta vindo do quarto de .
  As coisas estavam bem. Depois de um ano desde a fuga de , ela e Bryce terminaram. Eles descobriram que o que sentiam um pelo outro não era nada além de amizade. ficou devastada. Mas eu apenas podia confortá-la, ao invés de acusar. Meus instintos de mãe me disseram que isso ia acontecer logo, e não me enganei. Mas eu tinha que deixar minha filha cometer seus próprios erros, do mesmo modo como eu cometi os meus. Não fazia sentido tentar evitar o inevitável. Claro que tinha ficado exultante com a notícia, ele não aprovava o namoro. Mas acho que não aprovaria nenhum namorado que nossa não tão pequena teria, pois era um verdadeiro ciumento.
  Não houveram mais brigas entre nós por ciúmes. Em 15 anos juntos, nossa confiança apenas foi abalada por alguns momentos, mas nunca quebrada totalmente. Agora, já que eu tinha abdicado por um tempo de minha vida de atriz, eu até podia acompanhar em alguns dos shows.
  Por fim, as coisas tinham se ajeitado. Como eu disse na entrevista, a vida sempre traz reviravoltas. E ainda que sejamos uma família incomum, uma família famosa, isso não faz de nós menos humanos do que os outros. Estamos sujeitos aos eventos incertos do destino como qualquer um. Mas mesmo que tudo pareça desmoronar, alguém me disse uma vez que podemos superar qualquer coisa, juntos. E eu sabia que era verdade.
  - Hey, sabia que você trabalha demais? – ouvi uma voz dizer.
  Antes que eu pudesse protestar, senti o notebook ser tirado do meu colo e um se acomodar ao meu lado e me puxar para seus braços.
  - , você deveria estar distraindo enquanto eu termino esse capítulo. Você não deve me interromper enquanto eu estou fazendo isso.
  - Preciso de um passe vip pra vir aproveitar a companhia da minha esposa agora? – ele reclamou.
  - Você é tão exagerado – falei rindo.
  - E você é tão, tão má – ele disse distribuindo alguns poucos beijos pelo meu pescoço.
  No instante seguinte seus lábios estavam colados aos meus. E a mágica aconteceu mais uma vez. Mesmo depois de tanto tempo juntos, ainda despertava sensações incríveis com cada simples toque. Seu beijo me inebriava, me fazia sentir o coração bater mais rápido, como se eu ainda fosse uma adolescente vivendo seu primeiro amor. E tinha o poder de me fazer esquecer tudo, principalmente as coisas ruins. E, se antes eu senti dúvidas tolas, agora eu podia afirmar com todas as letras: era, e sempre seria, o homem da minha vida.

FIM



Comentários da autora

  Bem, essa é minha segunda fic pro site, e eu estou realmente muito feliz em tê-la escrito! Acabei de descobrir que eu funciono melhor sob pressão, e como tinha um prazo pra que eu terminasse, as ideias surgiram como um estouro! \o/ Quanto ao nome da fic, ela é referente a uma música da banda Scorpions, que tem esse título. Eu passei a semana inteira ouvindo essa música, e se eu não tivesse escrito uma fic sobre ela, acho que ficaria imensamente frustrada. Espero que gostem, é de todo coração! Xx