2nd Chance

Escrito por Andie | Revisado por Natashia Kitamura

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Capítulo 1

  Corri apressado pra dentro do prédio ajeitando minha gravata e rezando pra não levar uma dura logo na segunda, enquanto fazia meu caminho até o elevador. Talvez eu não devesse ter perdido algumas horas extras na cama da garota que servia mesas no café da esquina, mas talvez eu nem devesse ter nascido e aqui estou.
  - Angeline. – sorri cumprimentando a senhora que ficava na recepção.
  - Bom dia, Sr. . – ela disse sorrindo marotamente. – Atrasado de novo, logo vejo.
  - Sou um péssimo publicitário, o que é que eu posso dizer? – sorri, entrando no elevador e apertando o botão que me levaria para o ultimo andar. – Estou sempre atrás das pessoas. – Literalmente, completei mentalmente.
  As portas metálicas se fecharam rapidamente, mas não o suficiente para que eu não pudesse escutar a gargalhada de Angeline antes de subir. Ela tinha pegado a essência da frase, eu sei que sim.
  - Por que eu senti uma malicia nessa frase? – Jack perguntou com um sorriso no rosto – Bom dia, .
  - Porque esse sou eu e vindo de mim você pode esperar até uma citação da última edição do Kama Sutra. – ri. – Bom dia, Hodgepodge.¹
  - Não me chame assim. – ele disse, enrugando o nariz. – Só minha mãe me chama assim. Então... Você já conseguiu um exemplar então?
  - Eu estava em primeiro na lista da pré-venda, hodgepodge. – ri, saindo apressadamente do elevador – Te vejo no almoço, Jack.
  - Se você sobreviver até lá. – ele comentou rindo, apontando Emma com a cabeça, que vinha marchando até mim. Deus salve a rainha. Ou somente a mim mesmo.
  - Bom dia, Emma querida. – sorri doce em sua direção. – Como você está nesta linda manhã de sol?
  - Eu? Muito bem! – ela sorriu, fazendo-me pensar que estava tudo bem, mas então uma carranca tomou conta de seu rosto. Mulheres. Nada é o que parece, salvo por quando elas parecem bravas... Porque na maioria das vezes elas realmente estão. - Você? Muito atrasado. – ela disse jogando um mundo de papéis em meus braços. – Preciso disso assinado até o meio dia, . Essas propagandas não vão se fazer sozinhas.
  - Jura? E eu iludido pensando que a tecnologia estava dominando o mundo. – comentei triste, fazendo-a rolar os olhos e sair rebolando seu doce traseiro dali. – Você está bonita esta manhã, Em.
  - Até o meio dia de hoje, . – ela cerrou os olhos, encarando-me sob seus ombros. - Sem desculpas.
  Ri ajeitando as pastas debaixo do braço e fui em direção a grande porta de vidro que continha os dizeres “Stewart Hodge Publicity”. Uma das maiores empresas de publicidade do país e um terço dela era minha, bom um terço do dinheiro pelo menos porque o chefe ali ainda era meu pai. Eu, na verdade, só assinava os papéis e cuidava das finanças porque seu tempo publicitário, suas palavras não minhas, estava sendo muito bem gasto com Emma em sua sala. Maldito velho sortudo. Benção a minha que Emma não era a única por ali, constatei sorrindo ao entrar na recepção que levaria até minha sala.
  - Lucy. – pisquei, passando por ela e recebi um sorriso exagerado de volta. – Rebecca – cumprimentei a ruiva que tentava me olhar sedutoramente de sua mesa, mas na verdade parecia que ela estava com um cisco nos olhos. Tudo bem, ela era quente. – Johanna. – sorri pra loirinha atrapalhada com copos de café na mão. Acho que quase a fiz derrubar um ou dois, mas não posso dizer que me sentiria culpado por ver sua blusa social branca transparente. – Se não a minha favorita. – sorri para a morena, que sorria sedutoramente de volta, parada em frente a minha sala – Bom dia, Kathy.
  - Um excelente dia, . – ela sorriu, conferindo-me de cima abaixo. – Sua gravata está torta.
  Ela sorriu, aproximando-se de mim para arrumar a gravata. Mentira a dela, minha gravata estava perfeitamente arrumada, eu sabia disso. Mas também não ia reclamar dela esbarrando “acidentalmente” em mim enquanto arrumava a bendita.
  - . – a ruivinha dos recados chamou toda bravinha. Ela não parecia nada feliz em ver Katherine grudada em mim, mas eu também não a afastaria, e se a ruivinha estava infeliz com isso, que se juntasse ao clube. Eu não era louco de reclamar. – Paul o quer na sala dele. Agora.
  - Acho que você já levou o seu doce tempo com isso, huh? – sussurrei próximo ao ouvido de Katherine, depositando um beijo em seu pescoço. – Eu preciso ir. Agora.
  - Estarei livre esta noite. – ela disse sensualmente, soltando-me.
  - E eu morto em dez minutos se você não me deixar ir. – sorri, afastando-me dela rapidamente.
  Ela estava livre essa noite, e isso seria bom se, pela ordem do rodizio, hoje não fosse o dia da garota que dava aula de yoga.   Sorri passando pelas garotas e fui ignorado pela ruivinha. Talvez eu comprasse um café pra ela mais tarde. Talvez.
  - Você está dez minutos atrasado, .
  - Bom dia para o senhor também – bufei, jogando-me na cadeira em frente a sua mesa. – Tive um imprevisto.
  - E esse imprevisto por acaso era loira, morena, ruiva ou quê? – ele perguntou sorrindo.
  - Definitivamente morena. – sorri.
  - Você não vale o Armani que veste.
  - E o senhor a propaganda que produz. – sorri, sabendo que ele fazia seus gatos por onde passava. – Mas não vamos entrar nesse assunto agora.
  - Nem nunca. Preciso de um favor.
  - Nenhum oi, tudo bem? Ou um jantar, ou um aumento primeiro? Intimidade é realmente uma coisa que as pessoas não deveriam sair dando por aí.
  - Há muitas coisas que as pessoas não deveriam sair dando por aí, . Mas elas não dão a mínima para o que você, ou qualquer um, pensa. E, antes que eu me esqueça, é isso que mantem a sua cama cheia todas as noites.
  - Sem sermão, ok? Meu pai já faz um ótimo trabalho sobre isso. Diga-me logo o que precisa.
  - Preciso que busque minha filha no aeroporto e... – ele sorriu maligno e foi bem aí que eu soube que a garota da yoga teria que esperar até a próxima semana. - E tome conta dela por algum tempo.
  - É a do cabelo colorido, piercings e alargadores? – arqueei uma das sobrancelhas - E eu tenho cara de babá por acaso?
  - Era a do cabelo colorido, piercings e alargadores. – ele suspirou, aliviado. - Não tem, mas você não vai negar um favor desses se quiser ter suas férias adiantadas.
  - Sou todo ouvido. – respondi, repentinamente interessado. – Conte-me mais sobre.
  - Ela tá chegando da Inglaterra hoje, ela não vem pra cá desde os dezoito provavelmente e eu preciso que você fique com ela um dia ou dois só até ela se localizar. Ela vai estar sozinha aqui.
  - E você vai estar onde, posso saber?
  - Viajando a negócios. – ele respondeu, maliciosamente.
  - E essa sua filha aí, ela é bonita? – perguntei mais para irritá-lo do que por interesse. – Eu não a vejo tem um tempo afinal.
  - Eu realmente espero que você mantenha suas calças por perto dela, . – ele disse sério. - Não quero você perto da minha garota e é melhor que isso esteja claro entre nós.
  - Ei, tigrão. Eu estava brincando, apenas. – ou talvez não, mas ele não precisava saber disso. – O nome dela continua o mesmo?
  - Continua. – ele riu. – Mas leve isso aqui, por via das duvidas. – disse, me entregando uma placa com seu nome escrito. – Não quero ver você nesse escritório até quarta feira, . E se você deixar minha filha sozinha, eu vou saber.
  - Se você está cogitando a ideia de eu deixar sua garota sozinha, eu estou começando a pensar sobre o quão adorável ela deve ser.
  - Ela pode ser um pouco difícil, mas se você tiver um doce em mãos vai conseguir dobrar ela mais fácil.
  - Anotado.
  - Agora vá, ela já deve estar chegando.
  - Sim, senhor. – bati continência, deixando sua sala.
  - ! – ele chamou, antes que eu fechasse a porta. – Eu sei que você não vai precisar, mas é minha filha, então... Leva isso com você. – disse jogando em minha direção seu cartão de crédito. – É ilimitado, então tente não comprar toda a big apple.
  - Prometo fazer o possível. – sorri, pegando o cartão e quase deixando as pastas caírem... As pastas. – Senhor, já que me ocupou por toda a semana, preciso de um favor.
  - O quê?
  - Preciso de tudo isso aqui assinado. – disse, depositando as pastas sobre a sua mesa. – Até o meio dia, ou Emma ficará chateada.
  - ! – ele ralhou.
  - Estou indo, sua filha precisa de companhia. – disse rapidamente antes que ele me fizesse trabalhar e saí dali o mais rápido que pude.

  *

  Caminhei com toda a lerdeza do mundo pelo saguão do aeroporto, com o cuidado de sorrir e flertar com o maior número de mulheres que pude pelo caminho. Ajeitei minha gravata e abaixei os óculos escuros sobre meus olhos antes de caminhar até a sala de desembargue. Deus, que o voo dessa garota não atrase.
  Levei meu tempo doce jogando subway surf no celular enquanto segurava sua placa de modo que ela pudesse saber que eu estava ali por ela, mesmo que não estivesse prestando a devida atenção. Eu estava realmente considerando ligar para Paul e mandá-lo aumentar meu salario por além de babar, ficar de bobeira no aeroporto esperando sua garota chegar, até que um par de saltos pretos parou na minha frente. Ok, não era um par de saltos, mas isso foi tudo o que eu pude ver com a cabeça abaixada. Levantei lentamente meu olhar até a mulher para em minha frente para pedir que ela saísse da minha frente ou não me acharia, mas logo desisti de fazer isso rapidamente quando vi suas pernas, e que pernas. Levei um doce tempo subindo seu corpo com o olhar até seus olhos. A garota loira me encarava seria, com os olhos azuis, quase cinza, cerrados.
  - Eu tenho um rosto, você sabe. – ela disse irritada e eu desviei os olhos de seus seios para seu rosto novamente. – Quem é você?
  - Quem é você? – perguntei, com a sobrancelha arqueada.
  - A pessoa por quem você esteve esperando. – ela sorriu brilhante.
  - Epa! – eu levantei as mãos para o alto. - Eu sei que minha mãe vive dizendo que quando eu menos esperar a garota certa vai aparecer na minha frente assim pá pum, mas pode parando porque eu não acredito nessas coisas.
  Ela rolou os olhos, com uma careta de quem queria rir, mas não o faria.
  - Stewart. Stewart.
  Ops! Arregalei os olhos, abaixando a placa atrapalhadamente, o que a fez quase sorrir. Sorriso esse que logo sumiu quando eu disse meu nome.
  - . .
  - O que você tá fazendo aqui? – ela perguntou com uma careta azeda.
  - Eu vim pegar você, ué. – dei de ombros, fazendo-a me olhar torto. – Foi mal! Eu não tive a intenção de dizer nesse sentido.
  Ela assentiu contrariada e tomou a frente caminhando apressadamente, sem ao menos se importar comigo. Mas ela não estava sendo legal minutos atrás? Alerta de bipolaridade.
  - Ei! Eu esperava uma recepção melhor depois de tanto tempo sem te ver. – disse, correndo para juntar-me a ela.
  - Quando foi a última vez que você me viu? – ela perguntou, com os olhos cerrados.
  - Não tenho certeza de quando, mas você tinha o cabelo colorido, metade do seu rosto era metal e sua orelha tinha buracos enormes. – disse inocentemente, coçando a nuca.
   cerrou os olhos na minha direção, mas ela já não parecia tão cruel. Parecia chateada, se você quer saber.
  - É claro que você não se lembra. – ela murmurou voltando a caminhar.
  Não me lembro do quê? Perguntei a mim mesmo.   Durante todo o caminho de volta, eu permaneci calado, sendo totalmente gentil e não olhei para nenhuma mulher no caminho e até abri a porta do carro para que ela entrasse, fazendo-a sorrir. Eu não sabia porque exatamente estava fazendo aquilo, mas algo em seu olhar me dizia que ela deveria ser respeitada e bem tratada. Não que eu não tratasse bem as mulheres, mas essa aí era... Diferente.
  - Olha, eu não sei se você vai gostar... – disse, esticando-me para alcançar a caixa de bombons no banco de trás – Mas eu comprei isso pra você.
  - São os meus preferidos. - Ela sorriu doce, pegando o embrulho de minhas mãos e abrindo-o para comer um dos bombons – Obrigado, Macaroni Boy.
  Ela disse simplesmente sorrindo, fazendo com que eu a olhasse estranho porque na vida só tinha uma garota que me chamou assim e ela era bem pentelha, mas eu bem que gostava dela. Mesmo que nunca mais tenha visto. Só por uma noite há muito, muito tempo atrás. Será que...? Não, não podia ser. Eu sacudi a cabeça e roubei um olhar à ela novamente, analisando-a.
  Cabelos loiros, confere.
  Olhos azuis de outro mundo, confere.
  Um corpo quente como o inferno, duplo confere.
  - Merda. – sussurrei baixo e bati a mão no volante desacreditado, o que não passou despercebido por ela, uma vez que a escutei rir suavemente e eu a reconheci. Yep, eu reconheceria aquela risada até mesmo em meus últimos dias. Maldita seja.
  - Você lembrou. – ela comentou, rindo.
  - Inferno, sim. Isso não é justo. – murmurei, tirando o óculos. – Quando?
  - Dois verões atrás em Las Vegas. Você tava bêbado como um cão.
  - Nós...? – perguntei desconfiado e ela assentiu com a cabeça, risonha. – Merda. Eu não acredito nisso.
  - Não acredita que você o fez ou não acredita que não lembra?
  - Que não lembro, é claro. – sorri maroto. – Mas espera aí! Pelo o que eu me lembro, seu nome era Jenna.
  - O que acontece em Vegas, fica em Vegas, . – ela sorriu. – Talvez seja até melhor que você não se lembre.
  - Nem sempre. Você... Você não tá brava por eu não me lembrar?
  - Não! – ela sorriu maliciosamente. É, era ela. Definitivamente e eu poderia até imaginar o que vinha a seguir: - Agora pelo menos você tem uma desculpa para tentar repetir a dose. Relembrar o que foi esquecido. Flashback, ou sei lá que diabo vocês chamam isso por aqui.
  Sorri descrente de sua audácia e dei partida levando-a pra longe dali, para um restaurante mais próximo. Ou um motel, quem sabe. Brincadeirinha.
  Olhei mais uma vez em sua direção e a peguei sorrindo largo diante a caixa de bombons e sorri, ela não tinha mudado nada desde a ultima vez. Talvez tivesse ficado ainda mais bonita, mas ainda a mesma criança quando se tratava de chocolate. Yep, eu me lembro sobre seu amor eterno por chocolates, mas não havia sequer uma pista em minha mente sobre a memória, sensação e etc, de ter sua pele, seu corpo sobre o meu. Yep, isso era uma merda e embora eu não me lembrasse muito – ou quase nada - da noite que passei com ela, provavelmente trancado em uma suíte da Strip avenue, eu sabia que estar com ela seria interessante em um outro nível e foi bem ali, quando ela sorriu diretamente pra mim quando me pegou analisando-a em um semáforo parado, que eu decidi que pelo menos pelos próximos dias eu não queria estar ao redor ninguém ou nos braços de alguém que não fosse ela.
  Dude, eu nunca acreditei em carma, destino, magia, macumba ou acaso. Mas eu estava feliz em aceitar aquilo como uma segunda chance do destino para começarmos de novo. Uma segunda chance para voltarmos a sermos estranhos só para podermos nos apresentar novamente. Uma segunda chance para rir juntos, reaprender coisas que já sabíamos um do outro, criar novas piadas internas, novas memorias e ainda quem sabe darmos uma segunda chance ao destino de um futuro onde eu e ela poderíamos vir a ser “nós”.

Epílogo

  - Eu estive pensando sobre o que você me falou semana passada. – comentei, segurando sua mão.
  - Sobre o quê, especificamente?
  - Sobre encontros. – sorri, acariciando a sua mão com dedão. – Foi por isso que eu te chamei para sair hoje.
  - Você está me chamando pra sair desde que nos conhecemos, . – ela riu.
  - Estou te chamando para sair desde que nos reencontramos. – sorri. – Você que me chamou para sair quando nos conhecemos.
  - Hey! Você disse que não se lembrava... Como você lembrou, afinal? E do que você lembrou?
  - Eu não lembrei, você acabou de dizer. – ri, recebendo um tapa seu. – Mas se você continuar de bater assim, eu posso de lembrar de uma coisa ou outra. Afinal, dizem que quem bate gosta de apanhar e...
  - Nem continua.
  - Agora que tava ficando interessante. – rolei os olhos.
  - Eu não vou discutir isso aqui com você. – ela olhou envergonhada para o parque.
  - Sobre sexo você quer dizer? – arqueei a sobrancelha.
  - Para, .
  - Quê que tem? – perguntei, fazendo gestos indecentes com a mão.
  - Olha o homem que eu fui arrumar, Deus. Podia ter ficado com o filho do pastor, mas não...
  - Pelo menos você sabe que comigo sexo missionário não rola. – sorri e peguei uma rosa do jardim. – Pra você.
  - Obrigada. – ela sorriu, segurando meu rosto e me beijando na bochecha. – Ela é linda.
  - Igual a você. – sorri doce, acariciando seu rosto. me olhou incerta, mordendo seus lábios e eu me aproximei, com a intenção de beija-la e teria o feito se ela não tivesse se afastado.
  - ...
  - Por que você foge dos meus beijos, mas continua saindo comigo?
  - Estou garantindo que eu fique sobre a sua pele para que você não me esqueça. De novo. – ela sorriu.
  - Você tá cheia de marra, isso sim.
  - Blow me.
  - Eu to tentando, mas você não me deixa nem te beijar. – rolei os olhos.
  - Idiota. – ela me empurrou, emburrada.
  - Querida. – sorri colocando seu cabelo atrás da orelha e acariciando seu rosto. – Não faz assim, eu jamais me esqueceria de você. Ou do seu nome. – disse, fazendo-a rir.
  - Novamente, você quis dizer. – ela disse suavemente, roçando seus lábios doces contra os meus.
  - Eu sou capaz de gravar seu nome no interior de uma aliança para te provar isso, para te provar que eu não seria capaz de esquecê-lo nem em um milhão de anos. – sorri, beijando seus lábios de forma casta. E rápida, uma vez que ela se afastou rapidamente, risonha.
  - Eu não sei. Publicitários tem essa fama de convencer as pessoas a fazerem o que eles querem, de fazer propagandas enganosas... Você sabe.
  - Satisfação garantida ou seu dinheiro de volta! – sussurrei próximo ao seu ouvido, puxando-a pela nuca e beijando-a num misto de emoções que só ela sabia provocar, de um jeito que te faria matar apenas pela ansiedade do próximo passo. Eu queria tê-la pra mim, e eu a teria. Só que dessa vez eu pretendia me lembrar dela no dia seguinte, no seguinte, no seguinte e por quantos mais dias viessem depois disso.
  Eu fui enganado pela minha própria publicidade, a que dizia que eu nunca seria de uma só. Que ironia, afinal.

FIM



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